Textos sobre o jogo, realizado no dia 05 de setembro de 1971. A partida, aliás, foi a estreia do Sampaio na primeira edição do Campeonato Brasileiro.
Grande jogo o previsto para esta tarde, 05 de setembro de 1971, em nossa capital quando River x Sampaio, colocarão as lideranças do campeonato Nacional em choque. O time sampaíno vem crescendo de produção, com bons ensaios de jogo e Zé Carlos aparece hoje, apesar de que não deve ir muito para a torcida, segundo o que se sabe do repórter para o quadro. Com a força de Sampaio nossa torcida, tende a deixar o Municipal com toda disposição, consolidando sua força e partindo com vantagem a frente. O Flamengo, vem enfrentando o time do River e o jogo será difícil. A equipe do Sampaio vem de quatro pontos positivos e com a moral levantada.
Álvaro Barbosa está confiante na sua rapaziada, e mesmo não contando com o guardião Paulo, que se encontra contundido em Teresina e cujo substituto não se firmou e quase não sente o time do titular.
O zagueiro Nivaldo foi expulso e não se recuperou ainda do sorriso saindo de uma atuação maravilhosa diante do Maranhão. Pelézinho ganhou o cotejo com Zequinha e será o ponta esquerda, o jogador que dá mais velocidade ao quadro no paradoxo de que ainda não revelou qualidades na construção muitas jogadas e no ponto travado também. Moacir é o centro lento, joga exclusivamente no drible, enquanto Banana com velocidade, como sempre nos curtos levando mais perigos ao arco contrário.
No River, José Ronabi de Oliveira nos adiantou que o time está bem preparado e produzindo um futebol que deverá agradar à torcida piauiense. O quadro, que permaneceu concentrado desde a madrugada de ontem, terá com sua peça de ataque o ponto alto, onde tanto Nido como Júlio, são artilheiros e por demais perigosos. Com a aquisição de Manoelzinho, do Piauí melhorou seu sistema de zaga. Quando Nonato subiu de produção, Pio é um jogador de muito vigor, estando Banana a seu lado. O jogo promete muito.
Aguardamos o triunfo do Sampaio, porque está bem armado e atuará sob o calor da sua torcida.
Os quadros serão estes:
SAMPAIO – Tonho; Célio, Neguinho, Nivaldo e Heraldo Gonçalves; Gojoba e Roberto; Prado, Zé Carlos, Wamvettro e Pelézinho. RIVER – Batista; Birunga, Nonato, Manoelzinho, Claudemir; Paulo e Valdir. Cliveirinha, Nide, Júlio e Geraldino.
O cearense Leandro Serpa será o juiz com bandeirinhas de Leoclido Estrela e Raimundo Sima. A partida, tem seu início programado para as 17,00 horas.
O JOGO - Sampaio conseguiu mudar o panorama do jogo de domingo passado, vencendo o River por 2x1, depois de perder no primeiro tempo por 1x0, transformando o marcador mesmo jogando abaixo da crítica, sem render o que vinha apresentando. O quadro riverino, entrou em campo com a função apenas de defender, para garantir o empate, ou se conseguisse marcar um gol, seria beneficiado. Com apenas Nide e Julio na frente, com Paulo como líbero, deixando as funções de criação das jogadas para Valdir e Geraldino, assessorados por Claveirinha, recuado piuienses não foram bem. De maneira outra, coincide não fosse a derrota pela sentença acontecida no último minuto, o “Mais Querido” desperdiçando várias oportunidades, principalmente no primeiro tempo, onde Vambertro perdeu duas chances e Zé Carlos concluiu com os jogadores tendo pela frente apenas o arqueiro Batista.
O Tricolor, encontrou resistência na retranca riverina e acabou se apavorando. Somente depois do gol de Parrêra, foi que se tranquilizou e pôde enfim chegar à vitória, porque o River procurou ir para o ataque, se esquecendo que esse não existe e com isto permitiu ao quadro maranhense marcar o gol do triunfo, quando o público estava impaciente com o empate no marcador.
Não chegou a agradar o espetáculo, fraco em técnicas, principalmente na primeira fase, onde o River decepcionou e o Sampaio não soube aproveitar a fragilidade do adversário, que possui apenas destaque dos demais, que é a defesa, onde Manoelzinho são apenas rebatedores apesar de Claudemir ter melhorado em muito, Zaquele jogador que atuava no Moto e não correspondia à expectativa.
No primeiro tempo, aos sete minutos surgiu o gol do River, quando a bola levantada na área, Heraldo Gonçalves e Nivaldo planeando na jogada, para Caveirinha testar pelo alto. Paulo ficou olhando e o balão do couro aninhou-se no canto direito de sua meta.
O empate surgiu na fase de complemento, através de Pelezinho aos quatorze minutos, quando lançado em profundidade por Gojoba, bateu a defesa do River na corrida, entrou na área e bateu de leve por debaixo do corpo de Batista, empatando o jogo. Apesar dos protestos piauienses, alegando impedimento, o mesmo não existiu pois a bola quando foi passada para o centroavante, este estava em condições legais de jogo.
O gol do triunfo aconteceu aos quarenta minutos. Zé Carlos dominou bem seu último drible e a pelota tocou no corpo de Nonato sobrando para Pelezinho na ponta esquerda. Este invadiu a área, e chutou sem ângulo através de Batista dando a vitória aos locais.
A arbitragem de Leandro Serpa foi cheia de altos e baixos, deixando-se levar pelos jogadores, mostrando que não tem pulso, não assinalando um pênalti de Manoelzinho em Parrêra, quando o camisa oito entrava dominando dentro da área, arrastando, com as mãos, a cabeça de Neguinho, que estava reclamando seguidamente, perdendo a cabeça, com o Sampaio, já contando vencendo e prejudicando sua equipe para a partida contra o Flamengo.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 2x1 River/PI
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 12.216,00
Público: não divulgado
Juiz: José Leandro Serpa/CE
Gols: Caveirinha aos 6 minutos do primeiro tempo; Paraíba aos 15 e Pelezinho aos 40 minutos do segundo tempo
Cartão vermelho: Neguinho
Sampaio Corrêa: Paulo Figueiredo, Célio Rodrigues, Neguinho, Nivaldo e Heraldo Gonçalves; Gojoba e Roberto; Prado (Djalma), Zé Carlos, Vamberto (Paraíba) e Pelezinho. Técnico: Álvaro Barbosa
River/PI: Batista; Birunga, Nonato, Manoelzinho e Claudemir; Paulo e Valdir; Caveirinha (Pilla), Júlio, Nidi e Geraldino (Pinto). Técnico: José Ronaib de Oliveira
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