sexta-feira, 11 de julho de 2025

Rinaldi Lassalvia Lauletta Maya, um técnico na verdadeira concepção da palavra

Trecho extraído do livro "Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte":

 Quando ministrava as aulas de Educação Física na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde ministrava as disciplinas de Basquete e Futebol, o professor Rinaldi Maia já demonstrava a sua marca que o tornaria conhecido dentro dos gramados, sobretudo por aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com Rinaldi: seriedade, profissionalismo e pontualidade. Essas são as características do lendário treinador, uma verdadeira expressão do esporte maranhense, com passagens, além do Papão do Norte, por Sampaio Corrêa, Maranhão e Ferroviário. Muitos craques passaram pelas mãos dele. E todos o elogiam pela seriedade e disciplina com que trabalhava.
Nascido a 05 de fevereiro de 1924, Rinaldi conviveu com o esporte desde cedo e durante toda a sua juventude. 

Filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e Júlia Lauletta Maia, o jovem Rinaldi iniciou a sua vida dentro do esporte pelo América, “clube formado por garotos do 2º ano do Ginásio e que praticava o futebol ainda descalços. Em 1929, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, chegando mesmo a alcançar o titulo de bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942” (TRÊS TÍTULOS..., 1947, p. 3). Após a sua passagem pelo profissional do Vera Cruz, na Primeira Divisão do nosso futebol, Rinaldi figurou pelo Sampaio Corrêa, atuando como meia-direita e sendo cognominado de ‘Menino de Ouro’ da Bolívia, dada a maneira como defendia as côres auri-rubro-verde. Em 1941, iniciou a sua carreira nas quadras, defendendo as cores do time de basquetebol do Vera Cruz. Em 1942, Rinaldi conquistou três grandes e importantes títulos: Campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; Campeão invicto de futebol pelo Liceu Maranhense e campeão de basquetebol pelo Vera Cruz. 

No ano seguinte, o jovem foi cursar Educação Física na “Escola Nacional de Educação Física”, no Rio de Janeiro. Voltou dois anos depois, onde já havia abandonado em definitivo o futebol, passando a dedicar-se á sua segunda paixão, o basquete. Entre 1946 e 1948, passou a ser inspetor de Educação Física da Secretaria do Maranhão. Em 1949 partia para exercer a mesma função na Secretaria de Educação do Território de Roraima. Em 1960, de volta a São Luis, passou a trabalhar no Departamento de Educação Física, Esporte e Recreação do Maranhão (DEFER), como treinador e preparador físico. Já em 1974, Rinaldi era professor da UFMA, onde ministrava futebol e basquete como práticas desportivas obrigatórias para os universitários de todos os cursos. Foi Rinaldi, inclusive, um dos responsáveis, ao lado dos professores Dimas e Cecília Moreira, pela implantação do curso superior de Educação Física naquela universidade, que recebeu os seus primeiros alunos desse novo curso em 1978. Era ele, no seu tempo o único treinador do futebol maranhense diplomado pela Escola Nacional de Educação Física e professor de Educação Física. 

Todos os ex-atletas que contribuíram em depoimento pessoal para este trabalho e que treinaram com Rinaldi comentaram sobre a sua postura séria e exigente. Rígido, honesto e extremamente pontual, cobrava de todos os atletas uma postura série e comprometedora. Era o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair. Não admitia as famosas farras após os jogos. Quem ele encontrava bebendo recebia um sermão. Ensinava que álcool era inimigo da preparação física. E orientava para a importância do estudo, para que no futuro, quando o futebol passasse, ninguém ficasse sem uma profissão. Tanta determinação com os seus atletas lhe renderam alguns títulos: foi Campeão Maranhense pelo Sampaio Corrêa (1965 e 1975), pelo Moto Club (1966/67), pelo Maranhão Atlético Clube (1969) e pelo Ferroviário (1970). Rinaldi faleceu no dia 20 de maio de 1984, aos 60 anos. Pai de três filhos, Rinaldi Maia deixou para o desporto maranhense um grande legado, que deve ser seguido por aqueles que almejam sucesso em sua carreira profissional: seriedade, profissionalismo e pontualidade. 

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