No jogo mais emocionante já disputado este ano no Estádio Castelão, o Sampaio Corrêa venceu o Porto-PE por 4 a 3, na última segunda-feira, 04 de novembro de 1996, pelo Campeonato Brasileiro da 3ª Divisão, resultado que lhe permite jogar pelo empate na partida de volta, em Caruaru.
A vitória boliviana foi dramática. O Porto mostrou em São Luís porque estava invicto, até então. Possui um time acertado na defesa, com um bom meio de campo e perigoso no ataque. Deu muito trabalho ao tricolor maranhense.
A numerosa torcida boliviana que foi ao Castelão, mesmo na segunda-feira à noite, sofreu bastante, do começo ao fim. O Porto esteve muito perto de conquistar uma vitória. O quadro pernambucano fez 1 a 0, no começo do primeiro tempo. O Sampaio só empatou aos 42 minutos, por intermédio de Clayton. Aos 47 minutos, já nos descontou, Marcelo Fumaça marcou 2 a 1.
No início do segundo tempo, a defesa do Sampaio falhou, novamente, e o Porto empatou a partida em 2 a 2. O tricolor caiu de produção e foi dominado, apesar do Porto jogar quase todo o segundo tempo apenas com dez homens, com a expulsão do meia Lenilton.
O jogo se encaminhava para o final quando o Porto calou a torcida. Aos 42 minutos, o time pernambucano marcou 3 a 2, o que fez com que parte da torcida se levantasse para ir embora do estádio. O Sampaio, porém, acordou e na base de muita raça virou o jogo nos minutos finais para conseguir a dramática e sofrida vitória. Vágner Paulista marcou 3 a 3 e Bira, com um chute de longa distância, fez 4 a 3, quando ninguém acreditava mais da reação maranhense.
O árbitro do jogo foi o cearense Antônio Abreu Nascimento, que foi muito criticado pelos bolivianos. O juiz anulou um gol legítimo do tricolor e ainda deixou de assinalar dois pênaltis a favor do Sampaio.
Por conta dos erros, considerados gritantes, a torcida sampaína hostilizou o árbitro e seus auxiliares, o que pode vir a prejudicar o clube em futuros jogos, pois a CBF poderá inverter o mando de campo da sua próxima partida, caso o juiz carregue no seu relatório contra o tricolor.
A dramática vitória do Sampaio diante do Porto-PE quebrou dois tabus. O primeiro foi que essa acabou sendo a primeira derrota do time pernambucano dentro do Campeonato Brasileiro da 3ª Divisão. O segundo, o mais importante, foi que essa foi a primeira vitória do Sampaio Corrêa sobre time do um Estado de Pernambuco em toda a história.
O técnico Artur Neto, que reconheceu que o Sampaio não jogou bem, fez questão de ressaltar esses importantes detalhes, justamente para dizer que os seus jogadores superaram a má
jornada com muita raça. "Nosso time não se encontrou, mas os nossos jogadores foram bravos, Por conta dessa raça, tenho que ficar bastante satisfeito com a dramática vitória, até porque tivemos que superar, não apenas o Porto, que tem uma excelente equipe, mas a própria arbitragem, que nos prejudicou, do começo ao fim, em lances decisivos ao não marcar dois pênaltis e ao anular um gol legítimo".
Artur comentou que a vitória representa uma boa vantagem para o Sampaio, que jogará beneficiado pelo empate. "Mesmo o Porto tendo feito três gols em São Luís, conseguimos uma boa vantagem que é poder jogar pelo empate na partida de volta".
O treinador frisou, ainda, que para o segundo jogo não existe mais o fator surpresa, ou seja, já conhece o Porto e sabe dos cuidados que o Sampaio precisará tomar para voltar de Caruaru classificado.
O que incomoda o treinador é apenas saber que o gramado de jogo do estádio Vera Cruz, em Caruaru, é ruim e que o campo possui dimensões peque- nas, porque o Sampaio enfrenta sempre muitas dificuldades quando é obrigado a jogar nessas condições.
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