Matéria com o professor e autor do livro do Maranhão Atlético Clube no Caderno de Esportes do Jornal O Estado do Maranhão, dia 31 de Agosto de 2014.
domingo, 31 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
PÔSTER - Expressinho Futebol Clube - de volta à elite em 2014
Homenagem do Blog Futebol Maranhense Antigo ao Furacão da Cohab pelo acesso à elite do futebol maranhense. De fora da primeirona desde 2001, o Expressinho Futebol Clube retorna à Série A do Campeonato Maranhense pós vencer o Timon por 3 a 1. O Furacão da Cohab agora espera o vencedor do confronto entre Sabiá e Boa Vontade, para saber quem será o adversário na decisão da Segundinha Maranhense.
ÁUDIO - Entrevista sobre livro do Maranhão Atlético Clube no "Bola na Rede" (Rádio Mirante AM) - 28.08.2014
Entrevista com Hugo Saraiva, autor do livro "Salve, Salve, meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube" no programa "Bola na Rede", da Rádio Mirante AM, dia 28 de Agosto de 2014.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
João Elias Mouchrek
Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 23 de Outubro de 2000
João Mouchrek
Há cerca de dois anos estamos mantendo contado com o senhor João Elias Mouchrek, no intuito de colher dele informação sobre o esporte maranhense do passado e principalmente sobre a fundação do Moto Club de São Luís, entidade hoje voltada para a prática do futebol, que um grupo de amigos resolveu criar em 13 de Setembro de 1937, por conta do gosto pelo motociclismo. Enfim, nos recebeu. Contou um pouco de sua vida e do esporte. Além do motociclismo, praticou futebol, atletismo, basquetebol, boxe e voleibol. Doou muito tempo de si ao Moto. Aos 90 anos de idade, exercita-se todos os dias e acompanha tudo sobre as mais variadas modalidades esportivas nos canais de televisão. Na companhia dos filhos, netos e amigos, bebe cerveja, vinho e uísque. Tem consciência de que é uma referência para todo o clã Mouchrek.
O sobrenome de uma família simples oriunda do Líbano é respeitado em todo o Maranhão. As irmãs Benedita e Chames (tias-avós de João) construíram a história dos Mouchrek quando acreditaram no Brasil. Em 1880, no governo de Dom Pedro II, elas desembarcaram no Rio de Janeiro, esperançosas de construir um futuro. Foram aconselhadas a morar no Maranhão, capitania que estava em franco desenvolvimento. Apostaram em São Luís e, rapidamente, perceberam uma cidade promissora à vista, cheia de gente receptiva e amiga. Alojaram-se e dez anos depois tiveram condições de trazer para cá o irmão Elias (pai de João).
Assim que chegou a São Luís, Elias Mouchrek apaixonou-se pela libanesa Maria Francis, recém-chegada com ele. Casaram-se em 1901 e foram trabalhar no comércio da cidade vizinha de Teresina. A família cresceu com a chegada dos cinco filhos: Malvina, Miguel, Eduardo, Nagib e João. E como o dinheiro era farto, o casal foi matar a saudade do Líbano, aproveitando para mostrar as crianças.
Hoje, aos 90 anos, seu Mouchrek conta a virada do destino, que os forçou a continuar no Líbano mais tempo do que o previsto. “Papai estava cheio do dinheiro. Comprou uma casa nova para meus avós, fez festa e enaltecia o Brasil como uma terra que dava oportunidades aos estrangeiros. Tudo caminhava muitíssimo bem quando estourou a primeira grande Guerra Mundial (1914) e fomos obrigados a ficar por lá. A guerra terminou em 1918. Com mais dois anos de trabalho árduo, meu pai juntos dinheiro e retornou ao maranhão somente com Miguel, meu irmão mais velho dentre os homens”.
No final de 1920, seu Elias teve condições de trazer a mulher e outros quatro filhos de volta a São Luís. João estava com 10 anos de idade. Com o sangue para o comércio, como não poderia deixar de ser, acabou sendo matriculado na Academia Maranhense de Comércio.
Em 1922 viu nascer o Sampaio Corrêa Futebol Clube. “Os times maranhenses famosos da época eram Luso Brasileiro, Fênix, Tupan, Sírio Brasileiro, Fabril, Tupi e Santa Cruz. Existiam outro que não me recordo no momento”.
Em 1929 empregou-se como tesoureiro da Chames Aboud S/A Comércio e Indústria, que funcionava na Praia Grande, berço do comércio de São Luís. Admirava o Sírio Brasileiro, clube desfeito em 1929. “Um grupo dissidente fundou em 1932 o maranhão Atlético Clube”, relembra.
O jovem João Mouchrek sabia como ninguém trabalhar com dinheiro. Seguro, começou a poupar, conseguindo sua independência financeira. Comprou uma moto importada (não existia modelo nacional) e passou a fazer parte do grupo privilegiados que se exibiam e participavam de corridas pelas ruas calmas e tranquilas de São Luís. “A cidade parava para ver nossas disputas”. Eles saíam da Praça Gonçalves Dias rumo â Beira-Mar e outras ruas do Centro.
Os privilegiados motociclistas resolveram fundar um clube. Simão Félix, Jaime Pires Neves, os irmãos Nagib, Emílio e João Elias Mouchrek, Victor, José e Raimundo Serejo, os professores, Ambrósio e Newton Pavão, Alberto Aboud, Zé Mamá e João Lélis dos Santos (João Águia) reuniram-se no dia 23 de Setembro de 1937 para fazer o Moto Club de São Luís. Um ano depois foi criado o departamento de futebol. “Nessa época nos espelhamos no famoso time paulista do Palestra Itália (hoje S. E. Palmeiras) para fazer o nosso uniforme, também vede e branco. Os irmãos Alberto e César Aboud identificaram-se com o futebol. Foi César quem promoveu a mudança nas cores do clube. Ele trabalhava na Filial da Chames no Rio de Janeiro. Por ser flamenguista a sete costados, assim que retornou a São Luís, provocou uma Assembleia Geral e o Moto Club passou a ser vermelho e preto”, cores que prevalecem até hoje.
De 1938 a 1942 o Moto não conquistou nenhum título estadual de futebol. César Aboud resolveu em 1944 contratar o uruguaio Comitante para dirigir o Moto. “Ele iniciou a fantástica trajetória rubro-negra de levantar sete títulos estaduais seguidos (1944 a 1950) e mais o famoso título de Papão do Norte, quando abateu todos os adversários da região em 1947. Acho que é o único clube que alcançou esse feito no Norte/Nordeste do país”. Comitante contratou um time de craques de outros Estados, o que terminou sendo fundamental para a descoberta de talentos maranhenses.
João Mouchrek, além de fundador, foi goleiro do Moto. Como apreciador do esporte, praticou motociclismo, futebol, atletismo, basquete, boxe e voleibol. Desde 1932 mantém uma paixão fervorosa pelo Botafogo/RJ. Em 1958, antes de o Brasil conquistar o seu primeiro título mundial na Suécia, o Botafogo veio jogar em São Luís. Após o jogo, ele recepcionou os jogadores botafoguenses em sua residência. Como recordação desse encontro, guarda com carinho um cartão com o símbolo do Botafogo assinado por Nilton Santos, Garrincha, Didi, João Saldanha e outras feras ligadas ao clube carioca.
Nos anos de 1942/43 exerceu a presidência do Moto. Depois, virou uma espécie de tesoureiro permanente do clube. Hoje é conselheiro e único sócio fundador vivo do rubro-negro. Viu várias formações motenses vitoriosas. Relembra dos nomes que considera a melhor de todas, justamente aquela que tornou o Moto o “Papão do Norte”: Rui; Santiago e Carapuça; Sandoval, Frázio e Nascimento; Mosquito, Valentim, Galego, Pepê e Jaime. “Eles impunham respeito a qualquer adversário”.
Com certeza foi o início da nação rubro-negra, que até hoje faz ecoar pelos estádio os gritos de “viva” ao Moto Club de São Luís.
O sobrenome de uma família simples oriunda do Líbano é respeitado em todo o Maranhão. As irmãs Benedita e Chames (tias-avós de João) construíram a história dos Mouchrek quando acreditaram no Brasil. Em 1880, no governo de Dom Pedro II, elas desembarcaram no Rio de Janeiro, esperançosas de construir um futuro. Foram aconselhadas a morar no Maranhão, capitania que estava em franco desenvolvimento. Apostaram em São Luís e, rapidamente, perceberam uma cidade promissora à vista, cheia de gente receptiva e amiga. Alojaram-se e dez anos depois tiveram condições de trazer para cá o irmão Elias (pai de João).
Assim que chegou a São Luís, Elias Mouchrek apaixonou-se pela libanesa Maria Francis, recém-chegada com ele. Casaram-se em 1901 e foram trabalhar no comércio da cidade vizinha de Teresina. A família cresceu com a chegada dos cinco filhos: Malvina, Miguel, Eduardo, Nagib e João. E como o dinheiro era farto, o casal foi matar a saudade do Líbano, aproveitando para mostrar as crianças.
Hoje, aos 90 anos, seu Mouchrek conta a virada do destino, que os forçou a continuar no Líbano mais tempo do que o previsto. “Papai estava cheio do dinheiro. Comprou uma casa nova para meus avós, fez festa e enaltecia o Brasil como uma terra que dava oportunidades aos estrangeiros. Tudo caminhava muitíssimo bem quando estourou a primeira grande Guerra Mundial (1914) e fomos obrigados a ficar por lá. A guerra terminou em 1918. Com mais dois anos de trabalho árduo, meu pai juntos dinheiro e retornou ao maranhão somente com Miguel, meu irmão mais velho dentre os homens”.
No final de 1920, seu Elias teve condições de trazer a mulher e outros quatro filhos de volta a São Luís. João estava com 10 anos de idade. Com o sangue para o comércio, como não poderia deixar de ser, acabou sendo matriculado na Academia Maranhense de Comércio.
Em 1922 viu nascer o Sampaio Corrêa Futebol Clube. “Os times maranhenses famosos da época eram Luso Brasileiro, Fênix, Tupan, Sírio Brasileiro, Fabril, Tupi e Santa Cruz. Existiam outro que não me recordo no momento”.
Em 1929 empregou-se como tesoureiro da Chames Aboud S/A Comércio e Indústria, que funcionava na Praia Grande, berço do comércio de São Luís. Admirava o Sírio Brasileiro, clube desfeito em 1929. “Um grupo dissidente fundou em 1932 o maranhão Atlético Clube”, relembra.
O jovem João Mouchrek sabia como ninguém trabalhar com dinheiro. Seguro, começou a poupar, conseguindo sua independência financeira. Comprou uma moto importada (não existia modelo nacional) e passou a fazer parte do grupo privilegiados que se exibiam e participavam de corridas pelas ruas calmas e tranquilas de São Luís. “A cidade parava para ver nossas disputas”. Eles saíam da Praça Gonçalves Dias rumo â Beira-Mar e outras ruas do Centro.
Os privilegiados motociclistas resolveram fundar um clube. Simão Félix, Jaime Pires Neves, os irmãos Nagib, Emílio e João Elias Mouchrek, Victor, José e Raimundo Serejo, os professores, Ambrósio e Newton Pavão, Alberto Aboud, Zé Mamá e João Lélis dos Santos (João Águia) reuniram-se no dia 23 de Setembro de 1937 para fazer o Moto Club de São Luís. Um ano depois foi criado o departamento de futebol. “Nessa época nos espelhamos no famoso time paulista do Palestra Itália (hoje S. E. Palmeiras) para fazer o nosso uniforme, também vede e branco. Os irmãos Alberto e César Aboud identificaram-se com o futebol. Foi César quem promoveu a mudança nas cores do clube. Ele trabalhava na Filial da Chames no Rio de Janeiro. Por ser flamenguista a sete costados, assim que retornou a São Luís, provocou uma Assembleia Geral e o Moto Club passou a ser vermelho e preto”, cores que prevalecem até hoje.
De 1938 a 1942 o Moto não conquistou nenhum título estadual de futebol. César Aboud resolveu em 1944 contratar o uruguaio Comitante para dirigir o Moto. “Ele iniciou a fantástica trajetória rubro-negra de levantar sete títulos estaduais seguidos (1944 a 1950) e mais o famoso título de Papão do Norte, quando abateu todos os adversários da região em 1947. Acho que é o único clube que alcançou esse feito no Norte/Nordeste do país”. Comitante contratou um time de craques de outros Estados, o que terminou sendo fundamental para a descoberta de talentos maranhenses.
João Mouchrek, além de fundador, foi goleiro do Moto. Como apreciador do esporte, praticou motociclismo, futebol, atletismo, basquete, boxe e voleibol. Desde 1932 mantém uma paixão fervorosa pelo Botafogo/RJ. Em 1958, antes de o Brasil conquistar o seu primeiro título mundial na Suécia, o Botafogo veio jogar em São Luís. Após o jogo, ele recepcionou os jogadores botafoguenses em sua residência. Como recordação desse encontro, guarda com carinho um cartão com o símbolo do Botafogo assinado por Nilton Santos, Garrincha, Didi, João Saldanha e outras feras ligadas ao clube carioca.
Nos anos de 1942/43 exerceu a presidência do Moto. Depois, virou uma espécie de tesoureiro permanente do clube. Hoje é conselheiro e único sócio fundador vivo do rubro-negro. Viu várias formações motenses vitoriosas. Relembra dos nomes que considera a melhor de todas, justamente aquela que tornou o Moto o “Papão do Norte”: Rui; Santiago e Carapuça; Sandoval, Frázio e Nascimento; Mosquito, Valentim, Galego, Pepê e Jaime. “Eles impunham respeito a qualquer adversário”.
Com certeza foi o início da nação rubro-negra, que até hoje faz ecoar pelos estádio os gritos de “viva” ao Moto Club de São Luís.
João e familiares
João e seus pais
João Mouchrek em sua motocicleta
João na motocicleta na Avenida Beira-Mar, em 1936
João, esposa e filhos
Formação do Moto Club, em 1946. Em pé: João Mouchrek, Rui, Merci, Gegeca, Pinheirense, Carapuça e Mourãozinho; Agachados: Batistão, Galego, Ênio Silva, Ananias e Dengoso
Verandy Nascimento Fontes
Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, 08 de Abril de 2002
Verandy (ao centro) apitou em 1989 o VX Copão da Amazônia em Porto Velho/RO, auxiliado por Zé Maria Dias do Pará (esquerda) e Jefferson (Acre)
Verandy Fontes era um comerciante que queria ser aviador. Terminou se envolvendo com a arbitragem de futebol. Ficou famoso como bandeirinha. Viajou por vários Estados brasileiros trabalhando em competições nacionais. Adquiriu respeito de atletas, dirigentes e de colegas de profissões. Hoje acompanha o esporte de longe. Reconhece que em termos de popularidade muito deve a essa profissão que desenvolveu paralelamente ao comércio.
Nada é por acaso. Mas de formos analisar a vida de Verandy Nascimento Fontes, não era para ele ter se envolvido com o futebol. Criado dentro dos preceitos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não teve liberdade para jogar bola, assistir jogos e viver o esporte como qualquer outro garoto. Somente quando já estava com 22 anos de idade é que resolveu fundar junto com os amigos o Atlântico Futebol Clube para jogar no Bairro São Cristóvão, em São Luís. “Eu jogava de lateral-esquerdo ou zagueiro”, conta. O irmão Jeremias acrescenta: “Ele quebrava o galho, afinal foi jogar depois de adulto”.
PILOTO DE AVIÃO – Com 27 anos resolveu ser piloto da aviação privada. Passou a frequentar o Aeroclube do Maranhão, que funcionava sem avião. Ele e outros companheiros foram conseguindo estruturar a instituição, que passou a ter uma aeronave para aulas e testes. Chegou a ser tesoureiro por dois anos.
Já em 1979 virava proprietário de um comércio de autopeças. A paixão pela aviação continuava. Obteve o brevet, uma carteira de habilitação para pilotar avião. Um fato interessante aconteceu às vésperas do “cheque” (teste). “Eu estava pilotando o avião do aeroclube quando aconteceu um incidente em São Luís. Por causa de uma corrente de ar, o avião planou (virou). Ainda bem que nada aconteceu. Apesar do susto, no dia seguinte fui para Belém, fiz o teste para tirar o brevet e passei”.
E agora, se perguntava Verandy, valeria a pena reiniciar a vida numa profissão incerta e de investimento alto para um iniciante? “Continuar com a aviação seria caro e demandaria tempo. Muitos amigos seguiram carreira. Eu resolvi fica mesmo no comércio”.
FUTEBO POR ACASO. A Federação Maranhense de Futebol (FMD), administrada por Olímpio Guimarães em 1975/76, promoveu um curso para a formação de novos árbitros, ministrado pelo veterano Wilson de Moraes Van Lume (já falecido). Verandy Fontes participou e foi aprovado, mas não nos primeiros lugares. Ficou vinculado à FMD apitando jogos de categoria amadora por quatro anos. Por volta de 1983 veio a primeira partida como profissional, entre Vitória do Mar e Boa Vontade. Uma oportunidade que serviu para dar confiança.
Do Campeonato Maranhense para competições interestaduais foi um pulo. O árbitro Josenil Sousa indicou o nome de Verandy Fontes para o teste a ser coordenado pela Comissão Brasileira de Arbitragem de Futebol – Cobraf. A partir daí ele passou a fazer parte do seleto time de árbitros do quadro nacional. “Meu primeiro trabalho foi em Manaus/AM, auxiliando Nacor Arouche, ei com a bandeira amarela e Sérgio Faray com a vermelha”.
Esse trabalho marcou por causa de um fato ocorrido em campo e que ele nos conta. O famoso centroavante Dadá Maravilha estava jogando pelo Nacional de Manaus. “Dadá chutou uma bola para o gol, o zagueiro foi desviar e a bola entrou. O centroavante correu para o Nacor e pediu pelo amor de Deus para que na súmula constasse gol dele e não gol contra do zagueiro. Nacor atendeu a esse pedido. Tempos depois, a Cobraf passou a orientar para, nesses casos, o árbitro realmente dar o gol para o time que ataca, porque um zagueiro jamais terá a intenção de marcar um gol contra o seu próprio time”.
FIRME NA BANDEIRA – Com um ótimo preparo físico, visão de campo e tranquilo na hora de tomar decisões, era natural que as oportunidades fossem urgindo e viagens também, principalmente depois que Domingos Leal foi ser vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e José Alberto Geografia assumiu a Cobraf.
Algumas partidas ele lembra como se fosse hoje, como Palmeiras x Corinthians no Estádio Pacaembu, em 25 de Outubro de 1987. O jogo teve como árbitro principal o maranhense Lecílio Estrela, auxiliado por Edjan de Jesus e Verandy Fontes. Terminou em 0x0. Verandy na bandeira amarela chegou a anular um gol impedido do ataque corintiano. “Recebi elogios pela coragem. Realmente houve impedimento. O mestre Van Lume me ligou paa dar os parabéns, oque me deixou satisfeito pelo dever cumprido”.
Outro interestadual famoso que participou foi a decisão do Campeonato Brasileiro de 1987, entre Sport Recife/PE e Guarani de Campinas. Árbitro principal, Josenil Sousa foi auxiliado por Lercílio Estrela e Verandy Fontes. Na decisão por pênaltis, foram efetuadas 26 cobranças. Mesmo sem ter tido um vencedor, o Sport foi considerado campeão brasileiro.
Envolveu-se em polêmicas também como árbitro principal. “Apitei num sábado à noite um clássico Sampaio Corrêa e Maranhão. O falecido zagueiro Rosclin deu um soquinho na bola quase imperceptível. Marquei pênalti. Os profissionais da imprensa, inclusive, ficaram até a terça me malhando. Só pararam depois que Juracy Vieira veio a público reconhecer que eu estava correto e que realmente havia sido pênalti. “Ele comprovou após assistir a fita de vídeo do jogo. Fiquei surpreso com essa qualidade de Juracy Vieira e passei a respeitá-lo muito mais”.
Em 1993 Verandy Fontes parou de ser árbitro do quadro nacional por causa da idade (45 anos) Continuou no futebol maranhense até 1997, completando 21 anos de arbitragem.
Nada é por acaso. Mas de formos analisar a vida de Verandy Nascimento Fontes, não era para ele ter se envolvido com o futebol. Criado dentro dos preceitos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não teve liberdade para jogar bola, assistir jogos e viver o esporte como qualquer outro garoto. Somente quando já estava com 22 anos de idade é que resolveu fundar junto com os amigos o Atlântico Futebol Clube para jogar no Bairro São Cristóvão, em São Luís. “Eu jogava de lateral-esquerdo ou zagueiro”, conta. O irmão Jeremias acrescenta: “Ele quebrava o galho, afinal foi jogar depois de adulto”.
PILOTO DE AVIÃO – Com 27 anos resolveu ser piloto da aviação privada. Passou a frequentar o Aeroclube do Maranhão, que funcionava sem avião. Ele e outros companheiros foram conseguindo estruturar a instituição, que passou a ter uma aeronave para aulas e testes. Chegou a ser tesoureiro por dois anos.
Já em 1979 virava proprietário de um comércio de autopeças. A paixão pela aviação continuava. Obteve o brevet, uma carteira de habilitação para pilotar avião. Um fato interessante aconteceu às vésperas do “cheque” (teste). “Eu estava pilotando o avião do aeroclube quando aconteceu um incidente em São Luís. Por causa de uma corrente de ar, o avião planou (virou). Ainda bem que nada aconteceu. Apesar do susto, no dia seguinte fui para Belém, fiz o teste para tirar o brevet e passei”.
E agora, se perguntava Verandy, valeria a pena reiniciar a vida numa profissão incerta e de investimento alto para um iniciante? “Continuar com a aviação seria caro e demandaria tempo. Muitos amigos seguiram carreira. Eu resolvi fica mesmo no comércio”.
FUTEBO POR ACASO. A Federação Maranhense de Futebol (FMD), administrada por Olímpio Guimarães em 1975/76, promoveu um curso para a formação de novos árbitros, ministrado pelo veterano Wilson de Moraes Van Lume (já falecido). Verandy Fontes participou e foi aprovado, mas não nos primeiros lugares. Ficou vinculado à FMD apitando jogos de categoria amadora por quatro anos. Por volta de 1983 veio a primeira partida como profissional, entre Vitória do Mar e Boa Vontade. Uma oportunidade que serviu para dar confiança.
Do Campeonato Maranhense para competições interestaduais foi um pulo. O árbitro Josenil Sousa indicou o nome de Verandy Fontes para o teste a ser coordenado pela Comissão Brasileira de Arbitragem de Futebol – Cobraf. A partir daí ele passou a fazer parte do seleto time de árbitros do quadro nacional. “Meu primeiro trabalho foi em Manaus/AM, auxiliando Nacor Arouche, ei com a bandeira amarela e Sérgio Faray com a vermelha”.
Esse trabalho marcou por causa de um fato ocorrido em campo e que ele nos conta. O famoso centroavante Dadá Maravilha estava jogando pelo Nacional de Manaus. “Dadá chutou uma bola para o gol, o zagueiro foi desviar e a bola entrou. O centroavante correu para o Nacor e pediu pelo amor de Deus para que na súmula constasse gol dele e não gol contra do zagueiro. Nacor atendeu a esse pedido. Tempos depois, a Cobraf passou a orientar para, nesses casos, o árbitro realmente dar o gol para o time que ataca, porque um zagueiro jamais terá a intenção de marcar um gol contra o seu próprio time”.
FIRME NA BANDEIRA – Com um ótimo preparo físico, visão de campo e tranquilo na hora de tomar decisões, era natural que as oportunidades fossem urgindo e viagens também, principalmente depois que Domingos Leal foi ser vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e José Alberto Geografia assumiu a Cobraf.
Algumas partidas ele lembra como se fosse hoje, como Palmeiras x Corinthians no Estádio Pacaembu, em 25 de Outubro de 1987. O jogo teve como árbitro principal o maranhense Lecílio Estrela, auxiliado por Edjan de Jesus e Verandy Fontes. Terminou em 0x0. Verandy na bandeira amarela chegou a anular um gol impedido do ataque corintiano. “Recebi elogios pela coragem. Realmente houve impedimento. O mestre Van Lume me ligou paa dar os parabéns, oque me deixou satisfeito pelo dever cumprido”.
Outro interestadual famoso que participou foi a decisão do Campeonato Brasileiro de 1987, entre Sport Recife/PE e Guarani de Campinas. Árbitro principal, Josenil Sousa foi auxiliado por Lercílio Estrela e Verandy Fontes. Na decisão por pênaltis, foram efetuadas 26 cobranças. Mesmo sem ter tido um vencedor, o Sport foi considerado campeão brasileiro.
Envolveu-se em polêmicas também como árbitro principal. “Apitei num sábado à noite um clássico Sampaio Corrêa e Maranhão. O falecido zagueiro Rosclin deu um soquinho na bola quase imperceptível. Marquei pênalti. Os profissionais da imprensa, inclusive, ficaram até a terça me malhando. Só pararam depois que Juracy Vieira veio a público reconhecer que eu estava correto e que realmente havia sido pênalti. “Ele comprovou após assistir a fita de vídeo do jogo. Fiquei surpreso com essa qualidade de Juracy Vieira e passei a respeitá-lo muito mais”.
Em 1993 Verandy Fontes parou de ser árbitro do quadro nacional por causa da idade (45 anos) Continuou no futebol maranhense até 1997, completando 21 anos de arbitragem.
sábado, 23 de agosto de 2014
Inauguração da Sede Social do Sampaio Corrêa, em 1979
Em Dezembro de 1979, o Sampaio Corrêa, graças ao dinheiro arrecadado com a promoção do bingo "Super Bolão da Sorte", inaugurou a sua sede, no Bairro do Turu e que foi batizado com o nome de Parque Dr José Carlos Macieira, médico, torcedor boliviano e abnegado pelo clube. A seguir, deixo alguns trechos de matérias sobre a véspera da inauguração da casa boliviana, dia 29 de Dezembro de 1979.
Sede do Sampaio Corrêa em fase de conclusão
“Sampaio tem quase tudo construído na sua sede”
O Sampaio, que deverá fazer sua grande festa no próximo dia 29 de Dezembro entregando a torcida maranhense parte do seu patrimônio do Turu, devendo ainda na oportunidade inaugurar quadra de futebol de salão, com um torneio, estando a mesma sendo concluída faltando apenas o piso, que será de cimento. Também irá inaugurar seu salão de danças, devendo funcionar precariamente a churrasqueira, até que esta fique preparada totalmente.
Toda a secretaria e o setor administrativo do clube boliviano estão construídos, estando os operários dando os retoques finais nas paredes para recebimento da pintura. Os telhados da churrascaria e do salão de danças estão sendo colocados, sendo que, do projeto anterior houve mudança porque o mesmo não será em forma de V.
As esquadrarias de cerca de 21 janelões, que circundam o salão de danças e a churrascaria, já foram colocados, faltando apenas os vidros, a serem colocados nos próximos dias, devendo, quando da inauguração, esta parte se encontrar totalmente acabada.
A diretoria sampaína pretende levar naquele dia até a sede grande massa de torcedores, para ver mais de perto as obras, que serão a redenção do clube, e o desejo de muitos já 55 anos, desde a fundação do mesmo. O dinheiro arrecadado do Bolão está sendo totalmente empregado na obra, sendo que já foram entregues à firma construtora cerca de Cr$ 2,9 milhões.
Toda a secretaria e o setor administrativo do clube boliviano estão construídos, estando os operários dando os retoques finais nas paredes para recebimento da pintura. Os telhados da churrascaria e do salão de danças estão sendo colocados, sendo que, do projeto anterior houve mudança porque o mesmo não será em forma de V.
As esquadrarias de cerca de 21 janelões, que circundam o salão de danças e a churrascaria, já foram colocados, faltando apenas os vidros, a serem colocados nos próximos dias, devendo, quando da inauguração, esta parte se encontrar totalmente acabada.
A diretoria sampaína pretende levar naquele dia até a sede grande massa de torcedores, para ver mais de perto as obras, que serão a redenção do clube, e o desejo de muitos já 55 anos, desde a fundação do mesmo. O dinheiro arrecadado do Bolão está sendo totalmente empregado na obra, sendo que já foram entregues à firma construtora cerca de Cr$ 2,9 milhões.
“Pronta a festa do Sampaio amanhã na sede própria do Turu”
Estão tomadas todas as providências para que seja revestida de grande sucesso a festa programada pela diretoria do Sampaio Corrêa, levando amanhã os seus torcedores e associados a observarem o andamento das obras de construção da sede do clube, que está sendo erguida com os recursos da promoção Super Bolão da Sorte. A informação fi transmitida pelo presidente Chafi Bride, que garante que todos terão grandes surpresas ao chegarem ao local, pelo progresso da execução dos trabalhos.
A festa deverá durar o dia todo, começando por volta das 9 horas, com o cumprimento de vasta programação, contando com brincadeira de pau-de-sebo, partida de futebol de salão entre os times de conselheiros e associados, sempre com a animação do conjunto “Super King Sound”, além do bingo de 26 camisas do Sampaio.
No churrasco gaúcho, de três bois que será servido aos presentes, acompanhado de muita cerveja gelada, pela metade do preço, a título de colaboração da Cervamar, todos terão oportunidade de participar. Os cartões para a festa de amanhã estão sendo vendidos ao preço de CR$ 200 e poderão ser adquiridos na secretaria do clube, à rua Humberto de Campos, 185 A, ou com os dirigentes da agremiação.
Como já foi amplamente anunciado pela direção da equipe, toda a renda de amanhã será empregada na formação do novo time para a campanha de 80. Várias autoridades estão sendo convidadas pela diretoria do Sampaio Corrêa, estando confirmada a presença do empresário Franzé Moraes, diretor da Taurus Publicidade e eleito recentemente para a presidência do Ceará Sporting, de Fortaleza.
O treinador Caiçara, que rescindiu o seu contrato com o Botafogo da Paraíba, será mesmo o novo técnico do Sampaio, faltando apenas detalhes para o acerto final. Os contratos entre Caiçara e o presidente Chafi Bride estão sendo mantidos quase que diariamente, inclusive com o preparador já tendo sido inteirado das necessidades da equipe em termos de reforços. Todavia, sobre os novos jogadores, o dirigente máximo sampaíno garantiu que os mesmos estão sendo acertados de que virão do futebol carioca, mas não quis ainda adiantar os nomes, pois teme que algum possa “zebrar”.
A festa deverá durar o dia todo, começando por volta das 9 horas, com o cumprimento de vasta programação, contando com brincadeira de pau-de-sebo, partida de futebol de salão entre os times de conselheiros e associados, sempre com a animação do conjunto “Super King Sound”, além do bingo de 26 camisas do Sampaio.
No churrasco gaúcho, de três bois que será servido aos presentes, acompanhado de muita cerveja gelada, pela metade do preço, a título de colaboração da Cervamar, todos terão oportunidade de participar. Os cartões para a festa de amanhã estão sendo vendidos ao preço de CR$ 200 e poderão ser adquiridos na secretaria do clube, à rua Humberto de Campos, 185 A, ou com os dirigentes da agremiação.
Como já foi amplamente anunciado pela direção da equipe, toda a renda de amanhã será empregada na formação do novo time para a campanha de 80. Várias autoridades estão sendo convidadas pela diretoria do Sampaio Corrêa, estando confirmada a presença do empresário Franzé Moraes, diretor da Taurus Publicidade e eleito recentemente para a presidência do Ceará Sporting, de Fortaleza.
O treinador Caiçara, que rescindiu o seu contrato com o Botafogo da Paraíba, será mesmo o novo técnico do Sampaio, faltando apenas detalhes para o acerto final. Os contratos entre Caiçara e o presidente Chafi Bride estão sendo mantidos quase que diariamente, inclusive com o preparador já tendo sido inteirado das necessidades da equipe em termos de reforços. Todavia, sobre os novos jogadores, o dirigente máximo sampaíno garantiu que os mesmos estão sendo acertados de que virão do futebol carioca, mas não quis ainda adiantar os nomes, pois teme que algum possa “zebrar”.
O grande capitão Jonas
Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 11 de Agosto de 1998
Jonas Rodrigues Costa foi um dos jogadores maranhenses que tiveram o privilégio de serem preparados pelo treinador uruguaio Luiz Comitante. Por causa do seu talento, o então garoto das peladas dos campos do Diamante e do Tabocal passou a ser um valorizado centromédio do nosso futebol. Talvez o fato dele ter nascido no Maranhão tenha atrapalhado sua promissora carreira. Mesmo assim Jonas – com um forte domínio de bola, que chegavam a compará-lo com Didi, da Seleção Brasileira – soube impor respeito pelos clubes de futebol que defendeu. Sua personalidade terminou transformando-o em um grande capitão.
Nascido em Coroatá, logo aos quatro anos de idade Jonas adotou São Luís como a sua terra natal. Na capital maranhense ele cresceu brincando muito. Convivendo com muitas feras das peladas dos campos de várzea, terminou ficando conhecido como um dos bons da bola.
Quando já estava com 15 anos de idade, foi parar no Maranhão Atlético Clube. Sob a orientação do treinador Luiz Comitante, passou a sr preparado para substituir o centromédio alagoano Cícero Romão Batista.
Filho do MAC – A diretoria do MAC sabia que podia investir no garoto. Passando a ser uma espécie de pais adotivos de Jonas, que havia ficado órfão de pai, os diretores Valério Monteiro, Jurandir Brito e Aluísio Braga resolveram pagar os estudos dele no Ateneu e ajudar no que fosse necessário à sua sobrevivência. No colégio, Jonas correspondia como estudante e como atleta no time de futebol que tinha Raul Guterres, Zé Lico, Biló Murad, Mário Silva, Ari Guterres, Sarapó (Juraci Brito), dentre outros.
Para enfrentar uma guarnição de um navio que aportava em águas maranhenses, César Aboud convocou e treinou uma seleção estudantil. Jonas jogou e lembra até hoje que a partida não terminou por causa de uma briga entre os dois times no Estádio Santa Izabel. O resultado de 2x0 para o Maranhão prevaleceu e foi comemorado.
Nascido em Coroatá, logo aos quatro anos de idade Jonas adotou São Luís como a sua terra natal. Na capital maranhense ele cresceu brincando muito. Convivendo com muitas feras das peladas dos campos de várzea, terminou ficando conhecido como um dos bons da bola.
Quando já estava com 15 anos de idade, foi parar no Maranhão Atlético Clube. Sob a orientação do treinador Luiz Comitante, passou a sr preparado para substituir o centromédio alagoano Cícero Romão Batista.
Filho do MAC – A diretoria do MAC sabia que podia investir no garoto. Passando a ser uma espécie de pais adotivos de Jonas, que havia ficado órfão de pai, os diretores Valério Monteiro, Jurandir Brito e Aluísio Braga resolveram pagar os estudos dele no Ateneu e ajudar no que fosse necessário à sua sobrevivência. No colégio, Jonas correspondia como estudante e como atleta no time de futebol que tinha Raul Guterres, Zé Lico, Biló Murad, Mário Silva, Ari Guterres, Sarapó (Juraci Brito), dentre outros.
Para enfrentar uma guarnição de um navio que aportava em águas maranhenses, César Aboud convocou e treinou uma seleção estudantil. Jonas jogou e lembra até hoje que a partida não terminou por causa de uma briga entre os dois times no Estádio Santa Izabel. O resultado de 2x0 para o Maranhão prevaleceu e foi comemorado.
Equipe do MAC em 1946. Em pé: Juarez, Aldir, Jonas, desconhecido e Justino. Agachados: Celso, Moura, Durvalino, Renato e Fala Besteira
Bicampeão intermunicipal – No MAC, Jonas se sentia prestigiado, mas começava a perceber o quantos os jogadores de outros estados recebiam tratamento diferenciado, principalmente no quesito salários e gratificações. Tratou de se virar ganhando mais alguma coisa por fora. Quando Jadiel Carvalho o convidou para disputar por Caxias os primeiros jogos Intermunicipais – criados pelo professor Luiz Rêgo, então Presidente da Federação Maranhense de Desportos – não pensou duas vezes e ainda exigiu reforços. Pedro Bastos, Mário Sette e Aldir. O time foi campeão sob o comando do tranquilo capitão Jonas, que não usava o método de dar chutões, muito pelo contrário, distribuía muito bem as bolas e era um cabeceador de mão cheia.
Conhecido depois do título como Jonas de Caxias, nosso craque ficou de fora do II Intermunicipal. Mas no III foi levado para defender Coroatá por Eurico Ribeiro. Ele se gaba, achando que pode ser o único jogador bicampeão intermunicipal por municípios diferentes.
De 1945 a 1947 Jonas esteve no exército. Como não se desvinculou de sua vida atlética, teve a oportunidade de defender o estado nas Olimpíadas Militares disputadas em Fortaleza. É lógico que os dirigentes o enxergaram. Como em 1947 terminava o seu ciclo obrigatório no exército, ele assinou contrato com o Ceará Sporting e ajudou o clube a ser vice-campeão cearense.
No ano seguinte Jonas estava de volta à terrinha e ao MAC por causa das saudades. O Moto continuava sendo o terror do estado, até então tetracampeão estadual. Na tentativa de quebrar a sequência de títulos, um grupo maqueano, liderado por Aluísio Braga e Moscoso, resolveu reativar o Tupan. Seria mais uma time a lutar pela queda motense, abrindo espaço para o Maranhão Atlético Clube. Jonas estava lá e ainda ajudou a trazer de Caxias Ananias, Aldir, Mourãozinho e Mário Sette. O grupo foi vice-campeão e o Moto, penta.
Os melhores meio-campistas da época eram Gegeca (Sampaio), Frázio (Moto), Nezinho (MAC) e Jonas (Tupan). Em 199 o Sampaio resolveu vender Gegeca para o Moto e contratou Jonas para não ficar desfalcado. Mas o Moto continuou melhor e novamente conquistou o título, o sexto seguido.
Os anos se passaram. Jonas, mesmo sendo reconhecido pela crônica esportiva, pelos torcedores e dirigentes, ainda causava certo incômodo pela sua maneira decidida de jogar. “Peitava” principalmente os árbitros que não se comportavam bem na marcação das jogadas. Essa postura lhe valeu caro. Ficou de fora da Seleção Maranhense de 1954, justamente porque o treinador, Zequinha Dadeco, era árbitro nas horas vagas e não aceitava as posições firmes do capitão.
Seleção do Piauí – Mas como a fama de craque corre solta, Jonas foi sondado pelo Presidente da Federação Piauiense. Não é que ele aceitou ir defender o Piauí no Brasileiro e ainda foi o capitão da equipe? O Piauí e o Maranhão, que não se encontraram na primeira fase, foram eliminados. De volta a São Luís, ele ouvia a pergunta que todos queriam fazer: e se os dois estados se encontrassem, qual seria seu procedimento? “Não sei”, respondeu secamente, até para cortar um papo cobre um assunto impossível de se tornar realidade.
Títulos pelo Moto – Nesse mesmo ano, 1954, Jonas, já com quase 30 anos, foi jogar no Moto. Exigiu carteira assinada e foi dividir o tempo entre a bola e a tesouraria da Fábrica Santa Izabel. O eterno capitão ainda chegou a ser bicampeão estadual em 1955 e 1956. Em 1958 encerrou a carreira por cima e foi embora trabalhar no Rio de Janeiro, deixando saudade naqueles que o admiravam como um dos maiores centromédio genuinamente maranhense.
Conhecido depois do título como Jonas de Caxias, nosso craque ficou de fora do II Intermunicipal. Mas no III foi levado para defender Coroatá por Eurico Ribeiro. Ele se gaba, achando que pode ser o único jogador bicampeão intermunicipal por municípios diferentes.
De 1945 a 1947 Jonas esteve no exército. Como não se desvinculou de sua vida atlética, teve a oportunidade de defender o estado nas Olimpíadas Militares disputadas em Fortaleza. É lógico que os dirigentes o enxergaram. Como em 1947 terminava o seu ciclo obrigatório no exército, ele assinou contrato com o Ceará Sporting e ajudou o clube a ser vice-campeão cearense.
No ano seguinte Jonas estava de volta à terrinha e ao MAC por causa das saudades. O Moto continuava sendo o terror do estado, até então tetracampeão estadual. Na tentativa de quebrar a sequência de títulos, um grupo maqueano, liderado por Aluísio Braga e Moscoso, resolveu reativar o Tupan. Seria mais uma time a lutar pela queda motense, abrindo espaço para o Maranhão Atlético Clube. Jonas estava lá e ainda ajudou a trazer de Caxias Ananias, Aldir, Mourãozinho e Mário Sette. O grupo foi vice-campeão e o Moto, penta.
Os melhores meio-campistas da época eram Gegeca (Sampaio), Frázio (Moto), Nezinho (MAC) e Jonas (Tupan). Em 199 o Sampaio resolveu vender Gegeca para o Moto e contratou Jonas para não ficar desfalcado. Mas o Moto continuou melhor e novamente conquistou o título, o sexto seguido.
Os anos se passaram. Jonas, mesmo sendo reconhecido pela crônica esportiva, pelos torcedores e dirigentes, ainda causava certo incômodo pela sua maneira decidida de jogar. “Peitava” principalmente os árbitros que não se comportavam bem na marcação das jogadas. Essa postura lhe valeu caro. Ficou de fora da Seleção Maranhense de 1954, justamente porque o treinador, Zequinha Dadeco, era árbitro nas horas vagas e não aceitava as posições firmes do capitão.
Seleção do Piauí – Mas como a fama de craque corre solta, Jonas foi sondado pelo Presidente da Federação Piauiense. Não é que ele aceitou ir defender o Piauí no Brasileiro e ainda foi o capitão da equipe? O Piauí e o Maranhão, que não se encontraram na primeira fase, foram eliminados. De volta a São Luís, ele ouvia a pergunta que todos queriam fazer: e se os dois estados se encontrassem, qual seria seu procedimento? “Não sei”, respondeu secamente, até para cortar um papo cobre um assunto impossível de se tornar realidade.
Títulos pelo Moto – Nesse mesmo ano, 1954, Jonas, já com quase 30 anos, foi jogar no Moto. Exigiu carteira assinada e foi dividir o tempo entre a bola e a tesouraria da Fábrica Santa Izabel. O eterno capitão ainda chegou a ser bicampeão estadual em 1955 e 1956. Em 1958 encerrou a carreira por cima e foi embora trabalhar no Rio de Janeiro, deixando saudade naqueles que o admiravam como um dos maiores centromédio genuinamente maranhense.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Fechamento do Estádio Santa Izabel
Considerado por muitos torcedores antigos como o mais "charmoso" estádio de futebol antigo do nosso Estado, o velho Santa Izabel fez parte da vida de muita gente, incluindo torcedores, dirigentes e desportistas em geral. O campo, localizado onde hoje funciona a Igreja Universal e o colégio CEGEL, na Fabril, foi o primeiro na história do futebol praticado em São Luís. Construído na época da também já extinta Fábrica de Tecidos Santa Izabel, o campo pertencera à família de Nhozinho Santos, em princípios da década de 10, e foi construído para a prática do recém implantado futebol em nossa cidade. Após quase sete décadas, o Estádio foi leiloado para pagamento de funcionários da antiga fábrica. Abaixo, deixo algumas transcrições de jornais sobre o leilão e fechamento em definitivo do campo que, se nunca houve um registro em áudio ou vídeo, ficou para sempre na memória dos desportistas mais antigos do nosso futebol. Intercalando, deixo também algumas fotos do estádio.
Ameaçado de ser loteado o Santa Izabel
Jornal O Imparcial, 04 de Maio de 1969
Jornal O Imparcial, 04 de Maio de 1969
A Assembleia Geral da Fábrica Santa Izabel, reunida no último dia 27, decidiu lotear a área do Estádio Santa Izabel, cuja planta já foi elaborada constando de 66 lotes e devidamente aprovada pela Prefeitura Municipal. A notícia causou inquietação nos meios esportivos, notadamente junto às autoridades da FMD e dos dirigentes dos clubes, pois o Santa Izabel, mesmo sem condições ideais para a prática do futebol, vem servindo muito aos clubes que treinam diariamente naquele local e utilizado pelas equipes do futebol amadorista.
REUNIÃO – Tomando conhecimento do assunto, os dirigentes do nosso futebol procuraram um contato com a admiração da Fábrica e ontem estiveram reunidos com o dr. William José Nagem, diretor-presidente da empresa, que fez uma longa explicação. De início apresentou a planta do loteamento, explicando ao mesmo tempo que reconheceu a importância do Estádio no desenvolvimento do nosso desporto e acrescentou que as ponderações dos dirigentes são realmente justas e por este motivo resolveu levar o problema ao conhecimento do Governador José Sarney. Disse ainda o presidente da Fábrica que a ajuda do governo para a aquisição do Estádio pode ser a solução para evitar o loteamento, mas que sem ajuda ou interferência das autoridades estaduais ou municipais, o Estádio será fatalmente loteado.
PROVIDÊNCIAS – Após a reunião com o presidente do Santa Izabel, ficou organizada uma comissão composta dos desportistas Dejard Martins, Ronald Carvalho e Walmir Oliveira, para elaborar um plano que será levado na próxima semana ao Governador do Estado, constando das reivindicações dos dirigentes e desportistas e ao mesmo tempo explicando da necessidade do Estádio para o desenvolvimento do nosso desporto.
ESPERANÇA – Os desportistas, dirigentes, torcedores e integrantes de clubes amadoristas e profissionais passaram a acompanhar com interesse o desenrolar dos acontecimentos, na expectativa de que o chefe do executivo dê uma solução favorável ao Esporte do nosso Estado, já tão sacrificado. As esperanças dos desportistas estão depositadas no Governador José Sarney.
REUNIÃO – Tomando conhecimento do assunto, os dirigentes do nosso futebol procuraram um contato com a admiração da Fábrica e ontem estiveram reunidos com o dr. William José Nagem, diretor-presidente da empresa, que fez uma longa explicação. De início apresentou a planta do loteamento, explicando ao mesmo tempo que reconheceu a importância do Estádio no desenvolvimento do nosso desporto e acrescentou que as ponderações dos dirigentes são realmente justas e por este motivo resolveu levar o problema ao conhecimento do Governador José Sarney. Disse ainda o presidente da Fábrica que a ajuda do governo para a aquisição do Estádio pode ser a solução para evitar o loteamento, mas que sem ajuda ou interferência das autoridades estaduais ou municipais, o Estádio será fatalmente loteado.
PROVIDÊNCIAS – Após a reunião com o presidente do Santa Izabel, ficou organizada uma comissão composta dos desportistas Dejard Martins, Ronald Carvalho e Walmir Oliveira, para elaborar um plano que será levado na próxima semana ao Governador do Estado, constando das reivindicações dos dirigentes e desportistas e ao mesmo tempo explicando da necessidade do Estádio para o desenvolvimento do nosso desporto.
ESPERANÇA – Os desportistas, dirigentes, torcedores e integrantes de clubes amadoristas e profissionais passaram a acompanhar com interesse o desenrolar dos acontecimentos, na expectativa de que o chefe do executivo dê uma solução favorável ao Esporte do nosso Estado, já tão sacrificado. As esperanças dos desportistas estão depositadas no Governador José Sarney.
Momentos áureos do campo, com a disputa do Torneio Intermunicipal
Leilão do Santa Izabel movimenta empresários
Jornal O Estado do Maranhão, 12 de Dezembro de 1973
Jornal O Estado do Maranhão, 12 de Dezembro de 1973
Está confirmado para o próximo dia 18, às 11 horas, na Junta de Conciliação e Julgamento de São Luís, o leilão do Estádio Santa Izabel, antigo campo do Moto Club, a fim de que o dinheiro a ser arrecadado seja para pagar mais de 300 empregados da Fábrica de Tecidos Santa Izabel, que desde o ano de 1970 estão à espera da indenização que tem direito. A área a ser leiloada mede 18.218,25 metros quadrados e foi avalizada em Cr$ 950.912,50 e o licitante vencedor terá que, no ato, dar o sinal de 20% e o restante do dinheiro nas 24 horas seguintes. Caso no dia marcado o leilão não se realize, o mesmo será feito posteriormente pelo leiloeiro do Estado. Sabe-se, por outro lado, que várias firmas já se mostraram interessadas em adquirir a área, dente elas uma poderosa organização do sul do país, que pretende construir um hipermercado.
Jogos do Campeonato Amadorista
Detalhe das arquibancadas
Santa Izabel fecha definitivamente
Jornal O Estado do Maranhão, 09 de Agosto de 1974
Jornal O Estado do Maranhão, 09 de Agosto de 1974
Há alguns anos vem sendo protelado o fechamento do Estádio Santa Izabel, mas agora os dias do velho estádio da Fabril parecerem definitivamente contados, pois a própria Federação, que há cerca de cinco anos vem sendo arrendatária do campo de futebol, se decidiu pela suspensão das suas atividades naquele local, considerando o momento totalmente impraticável para o futebol. O Presidente da Federação resolveu dar uma solução definitiva ao problema a partir da próxima semana e neste sentido está tentando conseguir da Prefeitura um local para construir um campo de futebol para ser utilizado nos jogos do Campeonato Amador. O local pretendido pela Federação é no Outeiro da Cruz, reservado há algum tempo para a construção do grande e moderno Estádio de São Luís, que acabou não passando mesmo de um sonho dos desportistas maranhenses.
O velho Santa Izabel, que bom ou ruim ainda servia de treinamento dos clubes profissionais, será fechado na semana vindoura e este domingo será palco dos últimos jogos de futebol programados pela Divisão de Amadores da Federação, pois a partir do dia 18, e enquanto aguarda as providências da Prefeitura para a construção do campo do Outeiro da Cruz, a Federação vai programar os jogos do campeonato amadorista para o Parque Valério Monteiro, liberado pelo Maranhão Atlético Clube, sendo que a FMD dará o transporte a todos os clubes que intervirão nos jogos de cada rodada.
O Santa Isabel está num estado de completo abandono, mesmo porque a Federação considera invisível proceder qualquer melhoramento num Estádio particular que mais cedo ou mais tarde será loteado e inclusive já foi solicitado sua liberação pelos novos proprietários em expediente dirigido à FMD.
O velho Santa Izabel, que bom ou ruim ainda servia de treinamento dos clubes profissionais, será fechado na semana vindoura e este domingo será palco dos últimos jogos de futebol programados pela Divisão de Amadores da Federação, pois a partir do dia 18, e enquanto aguarda as providências da Prefeitura para a construção do campo do Outeiro da Cruz, a Federação vai programar os jogos do campeonato amadorista para o Parque Valério Monteiro, liberado pelo Maranhão Atlético Clube, sendo que a FMD dará o transporte a todos os clubes que intervirão nos jogos de cada rodada.
O Santa Isabel está num estado de completo abandono, mesmo porque a Federação considera invisível proceder qualquer melhoramento num Estádio particular que mais cedo ou mais tarde será loteado e inclusive já foi solicitado sua liberação pelos novos proprietários em expediente dirigido à FMD.
Um dos últimos jogos disputados no local antes do seu fechamento em definitivo, na metade da década de 70
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
Moto Club 3x0 Maranhão - Campeonato Maranhense 1994
Estreia do Maranhão Atlético Clube no Campeonato Maranhense do ano de 1993. Naquele ano o Moto Club mantinha a base formada por Jorge Pinheiro; Araújo, Nagib, Luís Paulo e Paulo Sérgio; Edgard (Edinho), Zé Filho e Hélio; Marcos, Pião e Palhinha, sob o comando do treinador José Dutra. Ou seja, os motenses reformularam praticamente todo o seu elenco para a competição, ao contrário do Maranhão, que manteve a base, sendo talvez esse o ponto positivo para a conquista do bicampeonato. Como a competição começaria apenas no segundo semestre, o Maranhão, que já havia emprestado boa parte do seu elenco principal, começou o Estadual com atletas da base. Somente no meio da competição, com a volta dos principais jogadores, a equipe atleticana se organizou. Sob o comando de Zé Carlos (ex-jogador e que atuou por oito anos no Sampaio Corrêa), o time atleticano formava com Raimundão, Marcos, Carlinhos, Oliveira Lima e Reginaldo; Lúcio Surubim, Álvaro e Marlon; Jackson, César e Dindô.
FICHA DO JOGO
Moto Cub 3x0 Maranhão
Data: 07 de Agosto de 1994
Local: Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 760 pagantes
Juiz: Antônio Macedo
Bandeirinhas: Marcelo Filho e José Ribamar Carvalho
Gols: Chita aos 2 e 10 e Luís Paulo aos 45 minutos do segundo tempo
Moto Club: Jorge Pinheiro; Araújo, Ary, Luís Paulo e Maguila; Edgard (Zé Filho), Palhinha e Hélio; Chita (Ismael), Luís Carlos Peão e Clayton. Técnico: José Dutra
Maranhão: Raimundão; Marcos, Jean Marcelo, Oliveira Lima e Roberto; Marlon, Ricardo e César; Chita (Jackson) (Junior), Gilson e Edilson. Técnico: Zé Carlos Baiano
Data: 07 de Agosto de 1994
Local: Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 760 pagantes
Juiz: Antônio Macedo
Bandeirinhas: Marcelo Filho e José Ribamar Carvalho
Gols: Chita aos 2 e 10 e Luís Paulo aos 45 minutos do segundo tempo
Moto Club: Jorge Pinheiro; Araújo, Ary, Luís Paulo e Maguila; Edgard (Zé Filho), Palhinha e Hélio; Chita (Ismael), Luís Carlos Peão e Clayton. Técnico: José Dutra
Maranhão: Raimundão; Marcos, Jean Marcelo, Oliveira Lima e Roberto; Marlon, Ricardo e César; Chita (Jackson) (Junior), Gilson e Edilson. Técnico: Zé Carlos Baiano
Quarto-zagueiro Osvaldo
Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 25 de Maio de 1998
Equipe do Moto Club em 1971. Em pé: Assis, Ribeiro, Cléssio, Osvaldo, Romido e João Bala. Aachados: Maduro, Marcos do Boi, Nilo, Faísca e Paraíba
Qual foi a magia que fez o carioca Osvaldo chegar ao Maranhão e nunca mais sair? Uma delas deve ter sido o carinho da torcida boliviana, que soube respeitar ao longo dos anos o craque da quarta-zaga, que chegou em 1965 para reforçar o Sampaio na Taça Brasil. A paixão por São Luís fez o resto no jovem jogador vindo do Rio de Janeiro, que hoje é maranhense tanto quanto nós somos.
Nunca passou pela cabeça de Osvaldo vir parar em uma cidade do Nordeste. Carioca da gema, ele era um meio-campista das categorias de base do Botafogo, que sonhava se dar bem na profissão de jogador de futebol de campo. Foi o treinador Alfredo Pereira, do Sampaio – que havia sido seu preparador físico no alvinegro do Rio – o responsável pela mudança do destino do jovem atleta de 19 anos. Alfredo Pereira dez o convite para ele vir reforçar o Tricolor de São Pantaleão, campeão de 1964 e representante estadual na Taça Brasil do ano seguinte.
Na esperança de se dar bem e voltar ao Rio como profissional de um grande clube, ele topou o desafio de passar dez meses na capital maranhense. No Aeroporto do Tirirical, enfrentou o gravador do jovem repórter Herbert Fontenele, da Rádio Timbira. De lá foi para o casarão da Jordoa, a casa do atleta, onde hoje dica o SEST/SENAT (Serviço Social de Aprendizagem do Transporte).
O tempo era de energia elétrica de 110 volts, do bonde como transporte, dos treinos no 24 BC e base aérea do Tirirical. O Tricolor tinha em seu quadro Manga, Zé Raimundo, Brito, Omena, Valfredo, Bero, Jarbas, Peu, Chico, Vadinho, Maneco e Sabará.
Alfredo Pereira resolveu adaptar Osvaldo na lateral-direita. Na estreia contra o Flamengo do Piauí, em Teresina, ele se saiu razoavelmente bem na vitória boliviana por 1x0. Conseguiu se dar melhor no segundo amistoso, empate em 1x2 contra o River.
Veio a Taça Brasil e o Sampaio terminou eliminado pelo Remo do Pará. Começava depois o Campeonato Maranhense. A atuação de Osvaldo não agradava e a imprensa passou a fazer cobranças. Com 20 anos de idade e sem amadurecimento necessário para superar as críticas, o lateral-direito balançou. Se não fossem os conterrâneos Valfredo, Jarbas e Sabará, ele confessa que teria ido embora. Ainda bem que não foi. No decorrer da competição, Osvaldo foi crescendo e passou a ser um dos grandes nomes do time, que na vitória por 1x0 sobre o Moto (gol do centroavante Toinho, de Caruaru), conquistou o bicampeonato estadual.
Nunca passou pela cabeça de Osvaldo vir parar em uma cidade do Nordeste. Carioca da gema, ele era um meio-campista das categorias de base do Botafogo, que sonhava se dar bem na profissão de jogador de futebol de campo. Foi o treinador Alfredo Pereira, do Sampaio – que havia sido seu preparador físico no alvinegro do Rio – o responsável pela mudança do destino do jovem atleta de 19 anos. Alfredo Pereira dez o convite para ele vir reforçar o Tricolor de São Pantaleão, campeão de 1964 e representante estadual na Taça Brasil do ano seguinte.
Na esperança de se dar bem e voltar ao Rio como profissional de um grande clube, ele topou o desafio de passar dez meses na capital maranhense. No Aeroporto do Tirirical, enfrentou o gravador do jovem repórter Herbert Fontenele, da Rádio Timbira. De lá foi para o casarão da Jordoa, a casa do atleta, onde hoje dica o SEST/SENAT (Serviço Social de Aprendizagem do Transporte).
O tempo era de energia elétrica de 110 volts, do bonde como transporte, dos treinos no 24 BC e base aérea do Tirirical. O Tricolor tinha em seu quadro Manga, Zé Raimundo, Brito, Omena, Valfredo, Bero, Jarbas, Peu, Chico, Vadinho, Maneco e Sabará.
Alfredo Pereira resolveu adaptar Osvaldo na lateral-direita. Na estreia contra o Flamengo do Piauí, em Teresina, ele se saiu razoavelmente bem na vitória boliviana por 1x0. Conseguiu se dar melhor no segundo amistoso, empate em 1x2 contra o River.
Veio a Taça Brasil e o Sampaio terminou eliminado pelo Remo do Pará. Começava depois o Campeonato Maranhense. A atuação de Osvaldo não agradava e a imprensa passou a fazer cobranças. Com 20 anos de idade e sem amadurecimento necessário para superar as críticas, o lateral-direito balançou. Se não fossem os conterrâneos Valfredo, Jarbas e Sabará, ele confessa que teria ido embora. Ainda bem que não foi. No decorrer da competição, Osvaldo foi crescendo e passou a ser um dos grandes nomes do time, que na vitória por 1x0 sobre o Moto (gol do centroavante Toinho, de Caruaru), conquistou o bicampeonato estadual.
Equipe do Sampaio em 1965. Em pé: Vadinho, Osvaldo, Manda, Maneco, Walfredo e Nivaldo. Agachados: Jarbas, Jocemar, Antoninho, Peu e Joel
Quem ia ficar apenas dez meses no Sampaio, terminou renovando contrato por mais uma temporada. Da lateral-direita Osvaldo foi testado na meia-zaga. E se firmou pela categoria com que se postava em campo. Ganhava as jogadas com inteligência porque tinha trato com a bola. Era duro, mas leal. Baixo para a posição, se sobrepunha aos adversários na impulsão. Educado e um líder natural, passou a ser o grande capitão boliviano. Respeitado pela imprensa, sempre figurava na lista dos melhores emitida após cada campeonato pela Associação dos Cronistas Esportivos.
Em 1967 o então Presidente do Sampaio, o falecido Antônio Bento Farias, resolveu vender quase todo o time para o Ferroviário do Ceará. Um dos poucos a ficar, Osvaldo acompanhou a ascensão dos juvenis Cadinho, João Bala, Djalma Campos, Pompeu, Jovenilo, Zé Arnold, dentre outros.
O Moto era bicampeão maranhense (1966/67) e a campanha desestabilizava o Sampaio. No ano seguinte Osvaldo passou um mês de testes na Tuna Luso, mas por falta de acertos financeiros voltou a São Luís e terminou emprestado ao rubro-negro maranhense, que participou do Nordestão. Foi campeão do Torneio da Amazônia. Só que no Estadual, de volta ao Sampaio, viu o Moto chegar ao tri.
Em 1969 Osvaldo atravessava uma ótima fase. O Fortaleza, o Olímpico e o Fasta de Manaus queria comprar o passe dele. A negociação não deu certo. Foi a época em que ele se tornava mais maranhense ainda com Catarina. Já em 1971 o Moto passou a contar com a experiência do quarto-zagueiro. A situação do clube não era nada boa. Parecendo que era filho do Sampai, Osvaldo não mostrou o mesmo futebol. Começando a achar que estava entrando em fase final de carreira, arrumou um emprego no setor administrativo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão e resolveu parar.
Com 27 anos de idade, ele ainda passou três meses no ferroviário, que não exigia a sua presença nos treinos. Esteve também no São José em 1973. Não quis largar o futebol e passou a ser treinador. Foi o primeiro técnico do Tupan, em 1975. Fez um bom trabalho. O mais difícil foi tentar mostrar aos dirigentes que os resultados só apareciam a longo prazo. Obviamente que não conseguiu. E o Maranhão perdeu um profissional, que com certeza muito teria que ensinar aos mais jovens.
Em 1967 o então Presidente do Sampaio, o falecido Antônio Bento Farias, resolveu vender quase todo o time para o Ferroviário do Ceará. Um dos poucos a ficar, Osvaldo acompanhou a ascensão dos juvenis Cadinho, João Bala, Djalma Campos, Pompeu, Jovenilo, Zé Arnold, dentre outros.
O Moto era bicampeão maranhense (1966/67) e a campanha desestabilizava o Sampaio. No ano seguinte Osvaldo passou um mês de testes na Tuna Luso, mas por falta de acertos financeiros voltou a São Luís e terminou emprestado ao rubro-negro maranhense, que participou do Nordestão. Foi campeão do Torneio da Amazônia. Só que no Estadual, de volta ao Sampaio, viu o Moto chegar ao tri.
Em 1969 Osvaldo atravessava uma ótima fase. O Fortaleza, o Olímpico e o Fasta de Manaus queria comprar o passe dele. A negociação não deu certo. Foi a época em que ele se tornava mais maranhense ainda com Catarina. Já em 1971 o Moto passou a contar com a experiência do quarto-zagueiro. A situação do clube não era nada boa. Parecendo que era filho do Sampai, Osvaldo não mostrou o mesmo futebol. Começando a achar que estava entrando em fase final de carreira, arrumou um emprego no setor administrativo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão e resolveu parar.
Com 27 anos de idade, ele ainda passou três meses no ferroviário, que não exigia a sua presença nos treinos. Esteve também no São José em 1973. Não quis largar o futebol e passou a ser treinador. Foi o primeiro técnico do Tupan, em 1975. Fez um bom trabalho. O mais difícil foi tentar mostrar aos dirigentes que os resultados só apareciam a longo prazo. Obviamente que não conseguiu. E o Maranhão perdeu um profissional, que com certeza muito teria que ensinar aos mais jovens.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
VÍDEO - Zeca Baleiro em videoclipe com a camisa do Maranhão Atlético Clube
VÍDEO
Foi lançado ontem com o apoio do naVitrola, o tão esperado videoclipe “O cara do Bar” do grupo Lê Coelho e os Urubus Malandros, que contou com a participação de um dos maiores cantores/compositores da música brasileira, o maranhense Zeca Baleiro (com a camisa do Maranhão), além também do lendário jogador de sinuca Carne Frita. Bem humoradas e com muito samba, churrasco, cerveja e futebol, as cenas do clipe foram realizadas nas ruas e botecos do Imirim em São Paulo, bairro onde o cantor e compositor do grupo Lê Coelho passou sua infância/adolescência, inclusive a música retrata bem os acontecimentos por ele vividos na região.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Joinvile (SC) 1x0 Sampaio Corrêa (Campeonato Brasileiro 1999)
O primeiro confronto entre Joinville Esporte Clube e Sampaio Corrêa/MA aconteceu em 10/10/1999. A partida, válida pelo Campeonato Brasileiro da Série B de 1999, foi disputada no estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, o Ernestão. E com um gol do atacante Marcos Paulo, o Tricolor venceu o Sampaio Corrêa por 1 a 0. O JEC atuou com: Carlos Alberto; Germano, Téio, Samuel e Decarlos; Reginaldo, João Antônio, Marquinhos Rosa (Dimas) e Marco Aurélio Jacozinho; Marcos Paulo (Rincón) e Naílson (Miran). Técnico: Paulo Bonamigo.
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