sábado, 24 de fevereiro de 2024

Sampaio Corrêa 1x0 Moto Club – Taça Cidade de São Luís 1976

Não fosse o gramado de jogo totalmente alagado, o Moto Club e Sampaio Corrêa teriam realizado a melhor partida de todo o primeiro turno do Campeonato Maranhense de 1976 (nomeado como Taça Cidade de São Luís). Mesmo assim, com o gramado quase impraticável para o futebol, as duas equipes proporcionaram momentos de vibração para o grande público que lotou as dependências do estádio. O Sampaio nos pareceu uma equipe coordenada tecnicamente, com uma defesa segura, um meio campo mais correto e um ataque que tinha em Cabecinha a sua peça principal.

O Sampaio foi o primeiro a sacudir a galera quando Cabecinha, com uma finta espetacular sobre Martins, perdia a grande oportunidade tocando na trave com o goleiro já batido. Daí se sentia do que o Sampaio estava disposto a vencer o jogo, haja visto ser precavido na retaguarda e explorava as pontas por onde a passagem era mais fácil para chegar ao gol de Ney. Com o termino da primeira etapa em 0 a 0, todos previam que o Sampaio jogaria a segunda etapa na retranca para garantir o placar que lhe era favorável. O Moto, que tinha como única opção a vitória, nos pareceu uma equipe acomodada, esperando um erro da retaguarda sampaína para marcar o seu gol. Forçava o centro de área onde Moisés e Sérgio davam conta do recado e os pontas apresentavam pequeno rendimento, impossibilitados de melhor produção graças à marcação cerrada de Cabrera e Ferreira, ora até utilizando a violência para neutralizarem Acy e Prado.

Para a segunda etapa, o Moto veio mais disposto com a saída de Edmilson leite (contundido) e a entrada de Toninho. Essa mudança realmente surtiu efeito, já que o novato mostrou ser perigoso com a bola nos pés e deu nova vida a um ataque prejudicado pela fraca atuação de Carbono. Nos minutos iniciais da segunda etapa, o Sampaio passou por maus momentos, onde Crésio mostrou boas qualidades e excelente senso de colocação. A equipe sampaína chamou o Moto para o seu campo e ia aguentando como podia à espera de uma oportunidade para um contra-ataque. Felizmente esta oportunidade veio com um erro do Moto na substituição feita e que deu nova vida ao Sampaio. Teve um gol nulo por impedimento correto, perdeu outra grande oportunidade por intermédio de Cabecinha e anotou o seu gol quando não havia mas tempo para uma reação motorizada.

Atuando com vontade de vencer, o Sampaio Corrêa levantou o primeiro turno do Campeonato Maranhense e a Taça Cidade de São Luís, jogando um futebol voluntarioso e solidário, sempre à procura do gol, ainda que fosse beneficiado pelo empate. A partir dos primeiros movimentos de peleja, todos sentiram a disposição do quadro sampaíno, marcando pressão o campo todo, não oferecendo espaço ao adversário e disputando as divididas com garra e valentia, como mandava o figurino, principalmente em se tratando de final de turno.

A maioria dos jogadores motorizados, sentindo a barra pesada, se limitaram durante todo o primeiro tempo a reclamar as entradas mais duras deste ou daquele adversário, esquecendo que estavam ali para jogar futebol e mostrar sérvio numa partida em que só a vitória interessava. O Sampaio começou a mandar no jogo no momento em que a sua meia cancha dominou inteiramente as ações, graças ao trabalho perfeito do bloqueio do volante Eliezer, muito bem coadjuvado por Bolinha, e ao excelente futebol do ponta de lança Tupan, que ais uma vez se constituiu na peça principal de sua equipe, armando todas as jogadas na intermediária e anulando completamente o meia-esquerda Edmilson Leite.

Como o Nunes não estava bem e Rogério permanecia inexplicavelmente preso entre os zagueiros Marins e Paulo Ricardo, o meio-campo boliviano soube explorar os espaços deixados naquele setor e criar as melhores situações da peleja, como o arremate de Cabecinha na trave e uma puxeta espetacular do mesmo jogador que propiciou a Ney a mais arrojada intervenção do jogo.

Para a equipe que necessitava apenas da vitória, o Moto Club realizou muito pouco dentro de campo. Permaneceu no 4-3-3 durante grande parte do espetáculo, não soltou os seus laterais Haroldo e Bitonho para o ataque e ficou com Rogério atuando em seu próprio campo defensivo, deixando mais uma vez os extremas sem apoio e o centroavante Carbono sacrificado lá na frente. O time rubro-negro dava a todos a impressão de que jogava tão somente para não perder.

No segundo tempo o treinador motense ainda tentou modificar o panorama da partida, fazendo entrar Toinho para o lugar de Edmilson Leite numa tentativa de transformar o esquema em 4-2-4 e oferecer maior presença na área sampaína, mas essa mexida não surtiu o efeito desejado porque o Moto continuava preso pelas extremas, onde nem Prado nem Acy conseguiram ganhar um lance sequer dos laterais Ferreira e Cabrera, respectivamente, e não conseguia nada sem jogadas pelas pontas.

O Sampaio Corrêa, sentindo a possibilidade da conquista do turno depois de 25 minutos da fase final, recuou um pouco o seu meio-campo e testou inteligentemente as jogadas de contragolpes através de lançamentos longos e de surpresa. Em três oportunidades, Cabecinha e Maneca estiveram perto de marcar, e num desses lances o centroavante sampaíno venceu a zaga central contrária na velocidade, aplicou uma finta desconcertante no goleiro Ney e entrou com bola e tudo no arco rubro-negro, sacudindo a numerosa torcida boliviana presente ao Nhozinho Santos. Gol de placa com a marca de Pelé, gol de decisão de campeonato.

Em meio a dirigentes e torcedores do Moto, a derrota para o Sampaio foi recebida com muita naturalidade, apesar de ter decretado a perda do turno e da classificação para as finais do campeonato. Não houve em momento algum protesto ou reclamação dos rubro-negros pelo resultado e alguns jogadores chegaram a considerar o resultado justo. O diretor de futebol, Alexandre Francis, chegou a ir ao vestiário do Sampaio para cumprimentar os bolivianos, reconhecendo que o placar fez justiça. A torcida também parece ter entendido a superioridade do time adversário, mas houve ainda quem argumentasse impedimento no lance que decidiu o jogo. De um modo geral, as restrições foram somente quanto a modificações feitas pela direção técnica no decorrer do jogo, o que, contudo, não chegou a ameaçar o atual preparador considerado pela diretoria, como totalmente prestigiado.






FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x0 Moto Club
Data:
02 de maio de 1976
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: 16.936 pagantes
Juiz: Wilson de Moraes Wanlume
Bandeirinhas: Nacor Arouche e Josenil Sousa
Gols: Cabecinha aos 35 minutos do segundo tempo
Expulsão: Tupan aos 44 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Crésio; Cabrera (Zé Alberto), Moisés (Cabrera), Sérgio e Ferreira; Elieser, Tupan e Bolinha; Gilmar, Cabecinha e Maneco. Técnico: Brito Ramos
Moto Club: Ney; Haroldo, Marins, Paulo Ricardo e Bitonho; Rogério, Nunes e Edmilson Leite (Toinho); Prado, Carbono (Lima) e Acir. Técnico: Marçal Tolentino Serra

Pinheiro Atlético Clube (PAC) - década de 1990

Uma das formações do Pinheiro Atlético Clube (PAC), na época considerada como uma das melhores da história do "Búfalo da Baixada". Em pé: Oliveira, João Batista, Joaquim, Tião, Jamaica, Barroso, Gentil, Palmenas, Roberto, Sarará e Coroba; Agachados: Zé Raimundo (massagista ), Louro, Newtinho, João, Buína, Ricardo, Charles e Walter.

Foto pertencente ao ex-jogador e atual jornalista Bebeto Corrêa

Tupan 2x1 Maranhão – Campeonato Maranhense 1976

O Maranhão Atlético Clube deu adeus ao segundo turno do Campeonato Maranhense de 1976 ao ser derrotado na noite do dia 10 de junho daquele ano pelo Tupan por 2 a 1. O jogo não agradou ao pequeno publico que proporcionou uma arrecadação de Cr$ 3,544,00.

O Tupan foi senhor absoluto na segunda etapa, quando conseguiu dominar a equipe atleticana e venceu com grande justiça. O primeiro tempo terminou com a vitória atleticana com um gol de Joãozinho, aos 39 minutos, e isto não seria o suficiente para manter a vitória. Sentindo que o Maranhão não teria condições para aguentar o ritmo, a equipe indígena partiu com muita disposição e aos 31 minutos da segunda etapa conseguiu o gol de empate, por intermédio de Irismar. A vitória saiu no apagar das luzes, com um gol de Cláudio, numa falha de Lambau. Com a derrota, o Maranhão deu adeus em definitivo ao segundo turno.




Djalma Campos: missão cumprida

Djalma Campos foi um dos maiores jogadores surgidos no futebol maranhense, em todas as épocas. Nasceu na cidade de Viana e ainda pequeno mudou-se com a família para o bairro do Desterro, no centro histórico de São Luiz. Com apenas 12 anos de idade já mostrava muita intimidade com a bola. Deu seus primeiros chutes no campo frente à igreja do Desterro, junto de outros garotos que se destacaram no futebol do Maranhão, como Santana, João Bala, Jovenilo e Fifi. Jogou depois no São Cristóvão, no Santos e Botafogo do Anil, do “seu Chuva” e no segundo quadro do Esporte Clube Desterro, que era dirigido por seu pai, Djalma Gomes Campos

O bairro do Desterro foi uma verdadeira fábrica de bons valores, onde surgiram outras revelações do futebol maranhense, como Enemê, Japi, Carro-Velho, China e Pindura, entre tantos outros. E não eram muitos os locais para se jogar. Além do Largo do Desterro havia o campinho da “Ford”, o “Quartel de Polícia”, hoje Convento das Mercês, as ruas e o campo da Oleama, no Dique, onde um goleiro não enxergava a outra trave, porque no meio do caminho havia a esquina da fábrica Chagas & Penha.

A habilidade que mostrou nos campos de futebol foi adquirida nas quadras de futebol de salão. Desde garoto, com 16 anos já se sobressaia no Atenas, time do bairro do Desterro. Quando o Sampaio montou sua equipe juvenil, ele foi convidado a fazer parte dela. Era a época de times como Vitex, Elmo, Flamengo (Monte Castelo), Real Madri e ainda o Drible.

Em 1968, quando já era jogador profissional foi convidado a jogar a Copa do Brasil de Futsal pelo Drible, tendo sido inscrito com o nome do seu irmão Delmar. Como o time não se preparou adequadamente não venceu nenhum jogo, mas ainda assim Djalma foi considerado o melhor jogador da competição. Ele era incomparável com a bola nos pés, não dava chutes à toa e costumava desmoralizar os goleiros com colocadas geniais. Apesar de ter marcado inúmeros gols, sua maior preocupação era armar as jogadas para outros artilheiros.

A primeira oportunidade que Djalma teve para jogar em um dos “grandes” do futebol maranhense foi através do goleiro Campos, que o levou para o Maranhão Atlético Clube (MAC), junto com os amigos João Bala, Santana, Fifi e Jovenilo. Mas não deram sorte, o técnico Calazans nem se dignou a assisti-los jogando. E o quinteto foi parar no Graça Aranha F.C., e por lá permaneceu por um bom tempo.

Anos depois, Calazans teve a humildade de reconhecer que errou ao barrar Djalma no início de sua carreira como jogador. Mas depois conviveu com ele no Sampaio, por isso dizia que o jogador nasceu numa época e no lugar errado: “Se Djalma Campos tivesse jogado num grande centro, com certeza teria sido o dono da camisa 7 da seleção brasileira”.

Em 1968 Djalma já era já era o destaque do time do Graça Aranha, chamando a atenção do desportista Guido Bettega que comprou seu passe e o deu de presente ao Moto Clube. Por jogar no adversário do Sampaio Corrêa, a família inteira de Djalma virou-lhe as costas. Naquele mesmo ano o Moto foi campeão estadual e campeão do Norte. O time formava com Vila Nova – Paulo - Alzimar - Alvindaguia e Corrêa - Ronaldo - Santana - Djalma e Amauri - Pelezinho e Ribamar. Em 1969 o Moto perdeu o título para o Maranhão Atlético Clube.

O Sampaio, que não fazia boa campanha no “Nordestão”, resolveu lançar o “Sampaio Setentão”, um projeto para montar um grande time. O primeiro contratado foi Djalma que ganhara passe livre no Moto Clube. Finalmente, aos 23 anos de idade o jogador vestiu a camisa do time da sua família. E não deixou por menos, encantou a todos, dirigentes, torcedores e imprensa. Era a época dos dirigentes José Carlos Macieira, Humberto Trovão, Ari e Zé Barbosa. O presidente era Rupert Macieira, que substituiu Walter Zaidan. O técnico era o paraibano Edésio Leitão.

Uma curiosidade, é que Djalma, mesmo tendo jogado profissionalmente pelo Moto Clube, não se adaptava ao uso de chuteiras. Para resolver o problema, passou a andar em casa de chuteiras. No gramado, após os treinos ficava sozinho cobrando faltas e aperfeiçoando seus chutes. Mas o Maranhão conquistou o bicampeonato.

Em 1970, já consagrado como um verdadeiro craque foi convidado a concorrer a Câmara Municipal de João Pessoa. E foi eleito com mais de 2.500 votos. Passou então, a dividir suas atenções entre a política e o futebol. O Sampaio tinha um timaço, onde se destacavam Edimilson Leite, Gojoba e Pelezinho, mas ainda assim o campeão foi o Ferroviário.

Em 1972 o Sampaio Corrêa foi campeão do “Brasileirinho” (2ª Divisão), derrotando o Campinense da Paraíba, no jogo final. Naquela época, o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão não era oficial e não dava acesso à primeira divisão, já que os times disputavam o Brasileirão por convites da antiga CBD, hoje CBF.

Djalma teve oportunidade de se consolidar como o grande ídolo da torcida. Sob o comando do técnico Marçal Tolentino Serra, o time campeão formou com Jurandir - Célio Rodrigues - Neguinho - Nivaldo e Valdecir Lima - Gojoba e Edmilson Leite – Lima – Djalma Campo - Pelezinho e Jaldemir. Destes, Valdecir também já é falecido.

Aproveitando o sucesso, Djalma se candidatou a reeleição na Câmara Municipal. E ai aconteceu um verdadeiro clássico nas urnas. O jogador Faísca, do Moto também concorreu. Todos queriam saber quem venceria esse duelo político. Deu Djalma, que conquistou mais de 4.500 votos, contra 3.100 de Faísca, que também se elegeu.

Depois da conquista do “Brasileirinho” a meta do Sampaio Corrêa era o título estadual. No jogo decisivo contra o Moto aconteceu o inesperado: o goleiro Jurandir pediu dispensa e o reserva Campos estava doente. O atacante Zezé teve que ser improvisado no gol. O resto do time tinha Ferreira – Neguinho - Nivaldo e Eraldo (Valdecy - Gojoba e Edmilson Leite – Lima – Djalma - Pelezinho e Jaldeny (Vamberto). O empate em 1 x 1 deu o título de campeão maranhense de 1972 ao Sampaio Corrêa.

Em 1973 Djalma deu um passo maior na política, concorrendo a deputado estadual. E se elegeu com facilidade, foi o terceiro mais votado, com quase 14 mil votos. No futebol, o Sampaio montou um grande time para disputar o Campeonato Nacional: Orlando (Portuguesa) - Marinho (Paraná) - Moraes (bi-campeão pelo Cruzeiro) - Raimundo e Santos (Portuguesa) - Lourival (Sudeste) - Sérgio Lopes (Curitiba) - Buião (Atlético MG) - Dionísio (Flamengo) - Ailton (São Paulo) e Djalma. Técnico: Alfredo Gonzalez. Preparador Físico: Gualter Aguirre.

Os resultados positivos apareceram de imediato. Jogando em São Luiz o Sampaio Corrêa derrotou todos os times cariocas que enfrentou: Vasco da Gama, 2 X 0, Botafogo , também 2 X 0, Fluminense 3 X 1 e América, 1 x 0. Nesse jogo, já em fim de carreira, Djalma foi autor de uma jogada inesquecível: aplicou uma “barata” (enfiou a bola entre as pernas) do jogador Ivo, que recentemente havia sido convocado para a seleção brasileira. Ivo, até que tentou evitar o vexame, mas não conseguiu. O inesperado sempre fez parte dos desconcertantes dribles de Djalma. O Sampaio, não alcançou classificação porque fora de casa perdeu todos os jogos.

Djalma parou de jogar em 1974. No ano seguinte, quando já era presidente do Sampaio, foi obrigado a voltar aos gramados, porque às vésperas da decisão estadual o meia Joel adoeceu e não havia substituto para ele. Atendendo pedido do técnico Rinaldi Maya, Djalma passou a presidência do clube ao vice-presidente Chafi Braide e voltou a jogar, ajudando o time a vencer o campeonato estadual.

Na decisão contra o Moto o Sampaio venceu por 1 x 0, gol de Acy, quebrando um tabu de dois anos e 11 meses sem vitória sobre o time rubro-negro. Em 1976 Djalma deixou definitivamente os gramados e reassumiu a condição de presidente. O Sampaio sagrou-sei bi-campeão maranhense.

No Campeonato Brasileiro, o Sampaio contratou para técnico o famoso Djalma Santos. Quando de um jogo no Rio, o treinador deu entrevistas a imprensa falando mal do trabalho desenvolvido pelo clube. Foi demitido na hora. E nem assim os bons resultados apareceram. Pelo contrário, o vexame de duas goleadas seguidas: 5 x 0 para o Volta Redonda e 7 x 1 para o Flamengo. Sobrou para o presidente Djalma Campos que assumiu a culpa pelo fracasso e renunciou ao cargo.

Em 1978 concorreu a reeleição de deputado estadual, mas não venceu. Por volta de 1965, quando Antônio Bento Farias, já falecido vendeu quase todo o time profissional do Sampaio, Djalma foi convidado a ficar no banco de reservas. No segundo tempo entrou em campo e apesar da idade, mostrou toda a técnica que o consagrou como o melhor jogador do futebol maranhense em todos os tempos.

Levantou o público, dando um verdadeiro show com a incrível habilidade que Deus lhe deu, herança dos seus tempos de futsal. Naquela época a televisão não dava a cobertura esperada aos jogos de futebol. Por isso seu talento ficou reservado apenas aos que o viram jogar. Djalma foi um atleta completo. Além de se dedicar inteiramente à prática desportiva, não fumava e não ingeria nenhuma bebida alcoólica.

Em 1988 concorreu às eleições para prefeito de sua terra natal, Viana e venceu. Ao longo de sua vida pública foi ainda diretor executivo e vice-presidente do Instituto de Previdência do Estado do Maranhão (Ipem). Em 2005, como assessor da presidência da Assembléia Legislativa, por gratidão ao deputado Manoel Ribeiro, resolveu assumir ao lado de Humberto Trovão, o departamento de futebol do Sampaio Corrêa.

Por desentendimentos dentro do clube, Djalma se afastou do Sampaio e junto com Isaias Pereirinha e Humberto Trovão ajudou a fundar o IAPE, o clube caçula do futebol maranhense, hoje na primeira divisão.

Djalma faleceu no dia 7 de agosto de 2009. Eram 5 horas da manhã quando ele se sentiu mal e foi levado pela esposa para o hospital UDI. Lá ele teve um infarto e faleceu. Na noite anterior, o ex-jogador esteve no estádio municipal Nhozinho Santos, junto com o presidente do IAPE, Isaías Pereirinha assistindo o jogo em que seu clube derrotou o Sampaio Corrêa por 2 X 1. Djalma, que era diretor de futebol teria dito ao final do jogo: “velho, missão cumprida". Como se soubesse o que iria ocorrer, ao sair do estádio passou pela casa onde seus pais haviam morado, na Rua das Palmas no bairro do Desterro, para visitar alguns parentes.

O ex-craque foi velado na rua da Palma, 652, no bairro do Desterro, próximo à igreja. O sepultamento aconteceu no cemitério Parque da Saudade, no Vinhais, onde seus pais estão enterrados. Djalma deixou três filhos adultos do primeiro casamento: Djalma Neto, Soraya e Solange. Do segundo casamento com a vereadora vianense Maria José, teve Fábio.

Conheça a história de um dos maiores artilheiro do Sampaio Corrêa


Sampaio Corrêa - Campeonato Brasileiro 1971


Juca Baleia, o ‘gordo leve’ que virou lenda no futebol maranhense

Trecho do livro "Salve Salve Meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube":

Famoso por jogar com até 120 kg em 1,85m, o ex-goleiro de Expressinho, Tupan, Sampaio e Maranhão fez carreira, fama e ganhou o status de personagem folclórico dentro do nosso futebol. A sua maior passagem, além de inesquecíveis jogos, foi a excelente participação na Copa do Brasil de 1992, quando o Sampaio Corrêa foi eliminado dentro de São Paulo para o Palmeiras no início da era Parmalat. Apesar da derrota, Juca foi ovacionado pela imprensa e torcida paulista após a partida. Mais do que uma bem sucedida carreira, amigos e reconhecimento, o prêmio mais importante do famoso goleiro maranhense veio de casa. “Enquanto você conseguir que as pessoas te vejam olho no olho e nunca abaixar a cabeça, você será sempre um homem rico!”, conselho que Juca ganhou do seu pai e que seguiu à risca, tornando-se um homem e atleta integro, honesto e muito querido pela torcida maranhense.

Juca nasceu Juvenal Marinho dos Passos, no dia 03 de Maio de 1959. De uma origem bastante humilde no Bairro do Sacavém, desde cedo ganhou do seu pai, um Militar, o bem mais valioso, que foi a formação e o caráter. Em 1967, aos oito anos de idade, entrou para o primeiro colegial e a sua família foi residir no Bairro da Cohab, onde o garoto passou boa parte da infância e adolescência. Foi por lá que ele teve o seu primeiro contato com o futebol, ainda na escola. Jogou no Olaria (do Presidente Arias Barros), uma das mais tradicionais agremiações da Cohab e que rivalizava com outros grandes do bairro, como o Flamengo do seu Peixoto, o Colorado e o Santos, este último do seu Zequinha. E já desde essa época o goleiro carregava o sobrenome que o marcaria no futebol. O apelido veio por conta do filme da baleia Moby Dick e, curiosamente, nada tinha a ver com o excesso de peso. Na verdade, Juca sempre foi comparado pelos belos saltos que dava em campo ao defender o gol. E a agilidade e destreza ele ganharia nos tempos em que estudava no Colégio São Luís, quando jogava futebol de salão. Depois, quando passou a praticar basquete, handebol, vôlei e outros esportes que garantiria ainda mais elasticidade e precisão na saída do gol, o apelido ficou de vez.

Em 1975, Juca disputava e se destacava no Campeonato da Cohab, sobretudo pelas suas arrojadas defesas e o incrível senso de colocação no gol. Rapidamente o goleiro começou a chamar a atenção, principalmente dos olheiros dos grandes clubes, que visitavam os bairros afim de garimpar algum talento para o futebol profissional. E numa dessas partidas, Juca acabou despertando a atenção do treinador dos juvenis do Sampaio Corrêa, o ex-atleta profissional Ribeiro ‘Garfo de Pau’, Bicampeão Maranhense em 1957/58 pelo Ferroviário e com passagens pelo Moto Club, Sampaio Corrêa e futebol cearense. Ribeiro convidou o jovem goleiro e o lateral-direito Batista, do Flamengo da Cohab, a ingressarem na base do Sampaio. O treinador ainda bateu de frente com a diretoria, receosa pela vinda de um goleiro visivelmente acima do peso. Juca, que já havia sido dispensado dos juvenis do Moto Club após fraca atuação nos testes, foi aceito e passou a treinar separado dos outros atletas. Ainda amador, chegou a defender a equipe principal do Sampaio em algumas ocasiões, quando jogou em lugar do goleiro Crésio pelo Campeonato Nacional.

A virada na sua carreira veio no final da década de 1970, quando, a convite do Presidente Jandir Castro, foi convidado a integrar o recém profissionalizado Expressinho Futebol Clube. Juca foi levado por Ribeiro e assinou o seu primeiro contrato como profissional pelo ‘Furacão da Cohab’. E o goleiro, apesar da pouca experiência, foi importantíssimo para a ótima campanha do então debutante Expressinho na elite: a equipe surpreendeu os grandes, deu trabalho para Sampaio, Moto e MAC e terminou o Estadual de 1980 na 4º colocação. E o nome de Juca aumentava. O goleiro participou, inclusive, da inauguração do Estádio do Castelão, no dia 01 de Maio de 1982, no Torneio dos Trabalhadores. Após eliminar o Moto Club, o Expressinho, dirigido pelo saudoso treinador Ananias, empatou na decisão contra o Sampaio Corrêa, perdendo o título nos pênaltis, em jogo para quase 60 mil torcedores. O Expressinho atuava com um bom elenco: Juca Baleia; Léo, Malícia, Ferreira e Bite; Genésio, Nascimento e Antônio Carlos Maranhense; Newton, Brígido e Binha.

Quando Hilton Rocha, mandatário do Expressinho e declaradamente motense, resolveu deixar a presidência do alviverde da Cohab, levou alguns atletas para o Papão, como Léo, Ferreira, Binha e Newton, este último posteriormente brilhando pelo São Paulo e Atlético Mineiro. Juca acabou não acertando com o Papão do Norte por ter o seu passe preso ao Expressinho.

Contratado pelo Maranhão em 1983, ele viraria referência dentro da equipe. A sua estreia com a camisa atleticana ocorreu fora de São Luís: no dia 15 de Junho daquele ano, o MAC realizaria um amistoso em Belém, diante do Clube do Remo. Com o Estádio do Baenão lotado e debaixo de muita chuva, Juca acabou transformando-se no melhor elemento em campo, no empate em 1 a 1. Sob o comando do treinador Marçal, o Bode, naquela ocasião, levou a campo Juca Baleia; Mendes, Tataco, Timbó e Newton; Meinha, Tica e Hélio Rocha; Walter, Bacabal e Alberto. Seria o início de um longo período de quase sete anos com a camisa número 1 do MAC.

Quando jogou ‘magro’, com 85 kg, viveu sua pior fase no futebol, quando ainda jogava pelo Maranhão e teve que fazer uma dieta para perder 20 kg. “Foi a minha pior fase. Não sei se era porque já me havia me acostumado a jogar gordo, mas ficava com mais medo de sair do gol. Antes eu estava sempre melhor colocado”, afirmou. “Não pegava mais nada. Todo mundo falava que eu não era mais aquele. Depois, ganhei uns quilinhos e voltei ao normal”, continuou. A sua melhor fase pelo Glorioso viria ainda naquele ano, quando Juca Baleia acabou eleito como o jogador revelação do Campeonato Maranhense e o Melhor Atleta do ano. Também disputou um ótimo Campeonato Brasileiro no ano seguinte. Em 1989, antes do início do Estadual, Juca Baleia encerraria o seu ciclo com a camisa atleticana pra buscar novos ares na carreira. Acertou, então, com o Tupan, na época patrocinado pela TV Mirante.

Outros grandes momentos na sua carreira viriam ao assinar com o Sampaio Corrêa, onde passaria três anos até pendurar as chuteiras. O goleiro assinou com a Bolívia Querida por intermédio de Humberto Trovão, que o convidou pessoalmente após o seu desligamento do Tupan. Juca Baleira chegou a disputar o Campeonato Brasileiro de 1990, ao lado de grande feras, como o ponta Caio Franco, ex-Moto Club, Grêmio e Portuguesa de Desportos. Foi Tricampeão Maranhense (1990/91/92) pelo Sampaio e contando, na época, com o amigo e preparador de goleiros Marcial, que o ajudava e o incentivava nos treinamentos.

A sua decisão inesquecível na carreira, apesar do reconhecimento com a camisa atleticana, viria justamente atuando pelo rival, na final do Estadual de 1992 entre Maranhão e Sampaio Corrêa, na partida em que Juca fez uma das suas melhores apresentações. Aos 43 minutos da etapa final, o lateral atleticano Reginaldo cruzou uma bola por baixo e, chovendo, o atacante Juca cabeceou para o chão. Juca Baleia, em um lance que até hoje não consegue explicar, milagrosamente fez uma defesa que garantiu o empate e o título boliviano daquele ano. 

Juca Baleia considera a melhor exibição feita em sua carreira na decisão do Campeonato Maranhense de 1991, contra o Moto Club. “O time deles era excelente, com Zanata, Mazolinha e muitas outras feras. Eles eram os grandes favoritos. No jogo, nos deram uma grande pressão, mas nesse dia peguei tudo, garantindo o 0 a 0 que nos deu o título de campeão, o primeiro de minha carreira. Minha preocupação depois do jogo, entretanto, era só com o que eu iria dizer em casa, pois minha família era toda motense”, relembrou, acrescentando que o rubro-negro foi quem mais sofreu em suas mãos, nos três anos pelos quais jogou no Sampaio. “Mesmo levando bronca em casa, meu maior prazer era vencer o Moto”, confessou.

Mas foi pela Copa do Brasil de 1992 que Juca viraria a principal atração daquela competição. Enfrentando o Palmeiras em sua estreia na competição, em São Luís, o goleiro fez defesas impossíveis. No jogo de volta em São Paulo, todos queriam conhecê-lo. No hotel em São Paulo, o repórter da Globo, Roberto Tomé, fez uma matéria com o goleiro boliviano. Na partida, torcedores fizeram um cordão para Juca entrar no gramado e o camisa 1 do Sampaio virou manchete nacional. Porém, o Palmeiras da era Parmalat, infinitamente superior naquele momento, passaria pelo Sampaio Corrêa do goleiro-estrela, que nada pôde fazer nos gols sofridos. E o placar só não foi maior porque o goleirão pegou muito outra vez. O Sampaio parou na primeira fase, mas as atuações de Juca tiveram repercussão e elogios de jogadores do time alviverde. Ficou de consolo a fama e a camisa do arqueiro Carlos, que jogou a Copa de 1986 e na época defendia o alviverde.

Juca conta que ex-treinadores chegaram a trazer goleiros magros para as equipe onde atuava, mas nem assim deixou de perder a posição de titular. “Teve treinador que chegou e não me conhecia. Eu olhava no semblante dos caras e pensava: ‘vou ficar mais um mês, no máximo, por aqui’. Teve caras que trouxeram outros goleiros que terminaram na reserva. Eu me destacava e os técnicos ficavam receosos de mudar”, falou. Ele lembra que já surpreendeu muitos adversários com sua elasticidade, mesmo com tanto peso. “Quando os caras viam, não acreditavam. Falavam que eu driblei a lei da física. O Roberto Dinamite uma vez perguntou: ‘como você joga com esse corpo?’. Mas essas coisas nunca me incomodaram, só me motivaram”, finalizou.

Juca Baleia mantém até hoje o espírito jovem e brincalhão. Ainda pratica futebol atuando na categoria ‘cinquentão’. Um dos personagens mais folclóricos do futebol do Maranhão, o ex-goleiro colocou em prática durante muito tempo uma das coisas que mais queria após encerrar a carreira: ajudar os jogadores e ex-atletas. Ele foi o Presidente da AGAP (Associações de Garantia ao Atleta Profissional) do Estado do Maranhão, entidade filiada à FAAP (Federação das Associações de Atletas Profissionais), associação criada em 1974 pelo ex-jogador e Capitão da Seleção Brasileira, Wilson Piazza, que, através de uma comissão, reivindicou ao Governo Federal a criação de um sistema de assistência social e educacional para os atletas profissionais, visando sua profissionalização alternativa e readaptação ao exercício de uma nova atividade. Juca Baleia realizou inúmeros projetos, todos visando melhorar as condições de vida daqueles ex-jogadores que, por um motivo ou outro, não tiveram oportunidade de desenvolver outra atividade profissional e ainda dependiam dos favores dos amigos conquistados através do futebol.

Juca Baleia encerrou sua carreira em 1994, no Sampaio Corrêa. Desde então já foi caminhoneiro, dono de escolinha de futebol e atualmente é, também, comentarista de futebol. Conquistou o que nenhum outro jogador conseguiu: mesmo estando à frente apenas de equipes do Maranhão, ele alcançou reconhecimento nacional por suas atuações e carisma. Por conta de sua popularidade no futebol e trabalho na área social, já recebeu diversos convites para adentrar à política. Mas se recusa por ter medo de uma decepção. “Todo ano eu recebo convite. Tenho medo de me decepcionar, como me decepcionei algumas vezes por ajudar quem é eleito e, depois de eleito, a pessoa não toma nem conhecimento de você mais. Não quero cair em um sistema e decepcionar meus amigos, um sistema que eu não acredito”.

Sobre o Complexo Esportivo do Castelão (1980)


O corpo é o templo do espírito. A saúde mental é, na maioria das vezes, determinada pelo perfeito funcionamento do organismo. Um povo fisicamente sadio é um povo equilibrado, forte, otimista. Prova disso estão nas pesquisas científicas e, mas legitimamente, na sabedoria popular. Os gregos e romanos tinham uma profunda preocupação com o corpo: formaram amais avançada civilização do seu tempo. Por isso, incentivar o esporte é vislumbrar um grande futuro. Os governos consequentes nunca descuidaram dessa máxima. Organizaram competições e torneios, propiciaram a prática esportiva em todos os seus níveis. Incluem a disciplina de forma compulsória nas escolas. Preparam um povo forte.

O Brasil é o país do futebol, mas poderia ser o país de todos os esportes, pois a empolgação das massas não decorre da competição pura e simples, mas do conjunto de fatores técnicos que apontam os resultados de cada jogo: o fôlego, a resistência e a disposição de luta dos atletas. E porque não envolver às mais diversificadas formas de esporte a participação popular?

O COMPLEXO ESPORTIVO – o Governo do Estado deu início, na segunda semana de agosto de 1980, à construção do Complexo Esportivo do Maranhão, no bairro do Outeiro da Cruz. A intenção era construí uma obra monumental, que encantaria os olhos. Tratava-se da concretização de um programa voltado para a promoção integral do homem. A praça de esportes a ser construída representaria a preocupação do atual Governo (no caso, João Castelo) em proporcionar um espaço onde o povo pudesse desenvolver todas as suas potencialidades físicas por meio de práticas esportivas orientadas.

O complexo iria compreender estádio de futebol, ginásio de esportes, piscinas olímpicas, campo de atletismo, quadras polivalentes, além de vias para pedestres, para circulação de veículos e amplas áreas verdes. Ocuparia o espaço de 400 mil metros quadrados, comparando-se aos maiores estádios do país. Bata dizer que a sua capacidade normal seria de 50 mil pessoas.

O ESTÁDIO – A Secretaria de Transportes e obras do Estado (SETOP) tão logo recebeu a orientação do governador João Castelo para a construção da obra, armou-se de todas as providências possíveis. O que a princípio parecia um sonho para a população, já era realidade.

A SETOP abriu concorrência pública, inicialmente, para a construção do estádio de futebol. Saiu vencedora a firma CONCISA – Construtora Civil e Industrial LTDA. Seriam aplicados exatamente Cr# 418. 791.179,00 nos serviços, que deveriam ser entregues no prazo máximo de 416 dias úteis. O estádio teria uma estrutura de concreto armado, com um volume de aproximadamente 10 mil metros cúbicos, possuindo quatro túneis para acesso ao campo (dois para jogadores, um para juízes e outro para a imprensa).

A separação entre as arquibancadas e o campo seria feita por um fosso, utilizado para a drenagem do gramado. Esses detalhes, considerados indispensáveis para uma grande praça esportiva, tinha características próprias no Complexo Esportivo. Haveria, ainda, as segundas dependências: vestiários, banheiros, serviço médico, sala de imprensa, sala para juízes, administração, bares, cabines para rádio e jornalismo, alojamentos, etc.

A DENOMINAÇÃO – Especulava-se a toda hora que nome receberia o Complexo Esportivo. Havia muita gente preocupada com esse detalhe. Com relação às presumíveis denominações que teria a obra, discutia-se, criticava-se, sugeria-se novos nomes. Mas o governo até então não demonstrava nenhuma preocupação quanto a esse aspecto. Primeiro a obra pronta, depois, pensar-se-ia no seu nome. A verdade que a construção do complexo estava encarada com muita seriedade pela administração do Estado. Incluiu-se numa série de medidas destinadas a incentivar a prática do esporte. Esse programa teve início com a criação da SDEL – Secretaria de Desporto e Lazer -, que em pouco tempo de vida conseguiu dinamizar de forma surpreendente o setor.

Com a assinatura, feita no dia 08 de julho de 1980, o contrato entre Governo do estado e a firma vencedora da concorrência para a construção da obra, deu-se uma arrancada definitiva rumo à consolidação do desporto maranhense, com o lançamento da pedra fundamental.

O Maranhão já possuía uma Nides Maria, campeã mundial de pentatlo, uma Silvana Teixeira, destaque no basquetebol, o handebol conquistando o título brasileiro na modalidade, e inúmeros outros atletas que formaram posições nas competições esportivas mais variadas. Com essa providência do Governo, instituindo a prática oficializada, emprestando estímulo e apoio aos grupos e times, novos valores surgiriam a cada dia, numa demonstração de que o nosso povo era forte. E que tinha espírito determinado de luta. Um povo que sabia vencer.

Pinheiro 1x1 Expressinho – Campeonato Maranhense 1992

O time do Pinheiro perdeu um ponto precioso dentro de casa, na tarde do dia 05 de julho de 1992, no Estádio Costa Rodrigues, na estreia da segunda fase do segundo turno do Campeonato Maranhense, contra o Expressinho, no empate de 1 a 1. Newton, no primeiro tempo, para o Pinheiro, e Vander, no segundo tempo, para o Expressinho. O treinador Meinha, do Pinheiro, não se conformou com o resultado. Disse que a sua equipe esteve mais presente em campo e criou as melhores chances de gol. Mas Carioca, do Expressinho, rebateu tudo e isso e afirmou que o Furacão não saiu de campo com a vitória porque levou azar na pontaria.

Luís Gonzaga foi o árbitro, assessorado por Inácio Boás e Gilmar Amorim. A renda foi de Cr$ 1.275.000,00 para 425 pagantes.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Expressinho Futebol Clube - Campeonato Maranhense 1980 [PÔSTER]


Moto Club 3x1 Codó - Campeonato Maranhense 1996 - VÍDEO

Sampaio Corrêa 2x0 Tupan - Campeonato Maranhense 1976

Mais uma vitória conseguiu na noite do dia 26 de maio de 1976 o Sampaio Corrêa, no campeonato daquele ano, ao derrotar a equipe do Tupan por 2 a 0, gols de Cabecinha, sendo um em cada tempo. O jogo, pela movimentação, agradou, principalmente da parte sampaína, que jogava à vontade e poderia ter chegado a um placar mais amplo se o centroavante Durval não tivesse em uma noite tão infeliz.

O time sampaíno somente conseguiu furar o bloqueio, indígena aos 39 minutos por intermédio de Cabecinha. O mesmo atacante aumentava o placar na segunda etapa, logo aos 3 minutos, e alcançava o seu companheiro de equipe, Durval, na artilharia do campeonato, agora com seus gols. O Sampaio fez um bom primeiro tempo e se acomodou um pouco na segunda etapa, satisfeita com o placar, já que o adversário não ameaçava.


FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 2x0 Tupan
Data:
26 de maio de 1976
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 15.845,00
Público: não divulgado
Juiz: José Salgado
Bandeirinhas: não informado
Gols: Cabecinha (2)
Sampaio Corrêa: Crésio; Cabrera, Moisés, Sérgio e Ferreira; Eliezer e Ferraz; Itamar, Bolinha (Rosclin), Durval, Cabecinha e Bimbinha
Tupan: Marcos; Luís Carlos (Tomé), Djalma (Santos), Zequinha e Geir; França e Barnabé; Rogério, Cláudio e Alberto

Maranhão 0x0 Vasco da Gama/RJ: Recorde de renda e público do Nhozinho Santos (1980)

Trecho extraído do livro "Salve Salve Meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube":

Exatas 22.004 pessoas, entre pagantes e não-pagantes. Esse foi o público total que compareceu ao Estádio Municipal Nhozinho Santos para acompanhar o jogo entre Maranhão e Vasco da Gama (RJ), válido pelo Nacional de 1980. Até então o recorde de público do Gigante da Vila Passos. Curiosamente, o recorde anterior pertencia a uma partida entre clubes maranhenses e cariocas: na estreia do Sampaio Corrêa na elite do futebol nacional, em 1974, o Municipal quebraria o recorde de público. O público registrado foi de 21.897 pagantes e a arrecadação de Cr$ 155.470,00, até àquela data, recorde de renda e público do Estádio Municipal, em jogo onde o time boliviano perdeu pelo placar de 2 a 1 para o Flamengo, que detinha em seu elenco jogadores como Dario, o lendário e folclórico Dadá Maravilha, e o eterno ídolo Zico.

A delegação do time carioca chegou â capital maranhense por volta das 13 horas da véspera da partida, sem a presença de Antônio, Pintinho, Wilsinho e Paulinho, grandes nomes da equipe cruzmaltina na época. O técnico Orlando Fantoni, contudo, confirmou uma forte equipe para a partida diante dos atleticanos. Paulinho Pereira, ex-Moto Club, foi um dos mais assediados pela imprensa e torcida no Aeroporto do Tirirical. A comitiva carioca foi recebida pelo Presidente Nicolau Duailibe e pelos assessores da FMD. O time vascaíno seguiu rapidamente para o Hotel Vila Rica.

O Maranhão tentaria a sua última cartada diante dos vascaínos, na intenção em continuar vivo nas disputas do Nacional. Porém, em função dos fracos resultados alcançados até então, a classificação no Grupo D era muito remota – a equipe computava apenas 3 pontos, na lanterna da chave. Com derrotas para o Gama, São Paulo, América (RJ) e Coritiba e nenhuma vitória, ao MAC restaria apenas cumprir um dos seus últimos compromissos e o Vasco seria uma grande atração em nossa capital. E as dificuldades atleticanas começariam na sua formação para a partida. Desfalcado de vários titulares, o treinador José Santos realizou algumas modificações na equipe, como a entrada de Antônio Carlos em lugar de Célio Rodrigues na lateral-esquerda, rejeitando a hipótese de deslocar Mendes para essa posição com Célio entrando na direita. A justificativa do treinador era o seu desejo de mexer o mínimo possível na escalação. O substituto de Jorge Santos foi o jogador Tataco, voltando à sua posição de origem (médio-volante). José Santos também confirmou Neco como o titular na ponta-direita.

A partida entre vascaínos e atleticanos era esperada com grande expectativa pelo público maranhense, sobretudo pela possível quebra de recorde de renda do Municipal, ocorrida curiosamente três dias antes do embate entre MAC e Vasco – no domingo último, 23 de Março, o empate em 1 a 1 entre Sampaio Corrêa e Moto Club, válido também pelo Campeonato Nacional, arrecadou nada menos do que Cr$ 950 mil, para um público de mais de 18 mil pagantes. Porém, a administração do estádio somente colocou à venda nas bilheterias do Municipal os ingressos para o confronto contra os cariocas no dia da partida, 26 de Março. Os dirigentes maqueanos, em vista do grande interesse pela apresentação vascaína em São Luís, desejavam que esses ingressos começassem a ser vendidos na terça, mas o administrador do estádio, Evandro Ferreira, argumentou que, por medida de segurança, não poderia atender.

O Municipal viveu uma noite de festa. Assim perfilaram as duas equipes: o Maranhão atuou com Veludo; Mendes, Paulo Fraga, Jorge Santos e Antônio Carlos; Tataco, Juarez e Naldo; Neco, Tica e Serginho; o Vasco da Gama mandou a campo Leão; Paulinho, Orlando, Ivan e Paulo César; Dudú, Guina e Jorge Mendonça; Catinha, Peribaldo e João Luís. Em campo, uma partida com um excelente primeiro tempo, decaindo um pouco na fase final em razão da própria correria empregada no início pelas duas equipes. O Vasco se ressentiu da ausência de quatro titulares, uma vez que as experiências feitas pelo treinador Orlando Fantoni não surtiram o efeito esperado. O Maranhão teve chances de chegar ao gol de Leão por duas oportunidades. Na primeira, num lançamento de Juarez, Neco tentou encobrir o arqueiro, mas não foi feliz, com a bola ficando amortecida para o zagueiro Ivan, que estava na cobertura; na segunda, novamente Neco, em outro lançamento de Juarez, com o lateral Paulo César chegando na hora precisa para prensar com o ponteiro atleticano.

O resultado de 0 a 0 foi o mais justo pelo que apresentaram as duas equipes, sempre procurando o gol, mas esbarrando na boa apresentação das defesas. O time vascaíno não realizou um futebol vistoso, capaz de envolver a equipe maranhense, que soube igualar-se dentro de campo, jogando de igual para igual, respondendo a cada ataque do clube carioca. O melhor foi a quebra de recorde de arrecadação, que alcançou a soma de Cr$ 1.246,950,00, a maior já verificada até hoje na história do futebol maranhense, não sendo maior pela falta de uma grande praça de esporte. O público também foi recorde, alcançando 22.004 espectadores pagantes, lotando completamente as dependências do Municipal. Com o resultado de 0 a 0, o Maranhão deu adeus a sua classificação na Taça de Ouro de 1980. 

FICHA DO JOGO

Maranhão 0x0 Vasco da Gama/RJ
Data:
26 de março de 1980
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Gilson Cordeiro/PE
Público: 22.004 pagantes
Renda: não divulgada
Maranhão: Veludo, Mendes, Paulo Fraga, Jorge Santos e Antonio Carlos; Tataco, Juarez e Naldo; Neco, Tica (Alcino) e Serginho (Dejaro). Técnico: José Santos
Vasco da Gama/RJ: Leão, Paulinho, Orlando, Ivan e Paulo César; Dudú, Guina (Zé Mário) e Jorge Mendonça; Catinha, Peribaldo (Airton) e João Luís. Técnico: Orlando Fantoni