O artilheiro Jack Jone, craque do Moto Club de São Luis e campeão maranhense em 2000 após 11 anos de jejum, enviou um vídeo ao Blog Futebol Maranhense Antigo em agradecimento ao troféu pelo reconhecimento como o "Maior ídolo da História do Moto Club", através de votação popular aqui mesmo no Blog, com 274 votos no total, ou 48,67% (489 votos no total pela torcida rubro-negra).
Jack
Jone começou a sua carreira profissional aos 13 anos, atuando nas
categorias de base do Itaperuna Esporte Clube, equipe que lhe abriu as
portas para uma carreira gloriosa. Segundo informações, quem lhe deu a
primeira oportunidade foi Niltinho Ladeira, que realizou com Jack Jone
as primeiras experiências na chamada “peneira”. Com a extrema habilidade
e a visão de jogo que lhe é particular, o artilheiro foi admitido e
passou a integrar o elenco dessa divisão do Itaperuna. Ainda passou pela
base do Flamengo e Fluminense.
O início na base, porém, foi complicado,
já que o salário não dava para se manter e Jack dependia ainda do
sustento dos seus pais, que também não tinham condições financeiras
ideais para ajudá-lo. A base familiar, contudo, foi de grande valia para
o craque: “eu sempre tive o apoio do meu pai, minha mãe, minha esposa,
minha filha e meus irmãos”. O esforço pela dedicação na base foi
recompensada e rapidamente Jack Jone foi aproveitado no elenco
profissional do Itaperuna. Contudo, teve a fundamental ajuda do seu pai:
“eu joguei a pela primeira vez como profissional graças a Deus e ao meu
pai, porque na época eu ainda tinha idade de juniores, mas já treinava
com o profissional, só que não tinha jogado ainda. Meu pai, então, foi
conversar com o Presidente do Itaperuna, sem eu saber e ele disse ao
mandatário que, se ele não fosse me utilizar no time profissional, que
ele me desse meu passe para eu jogar em outro time”, comentou Jack Jone.
E nem foi preciso dar o passe livre ao atleta, pois o artilheiro foi
relacionado para o jogo contra o Botafogo, dia 02 de Março de 1997,
válido pela Taça Guanabara daquele ano. Para surpresa até do próprio
Jack Jone, ele entrou na partida como titular e fez os dois gols da
derrota do seu time por 4 a 2 para o alvinegro, no Estádio Caio Martins,
em Niterói. Apesar do placar, iniciava-se ali a grande carreira do
eterno matador rubro-negro. “Eu fico até emocionado de lembrar desse
momento, Deus me colocou no momento certo pra jogar. Daí pra frente não
parei mais”, relembra o artilheiro, naquela ocasião treinado por Paulo
Matta. Essa foi a formação em sua primeira partida como profissional,
pelo Itaperuna: Pacato, Léo, Roni, Rondinelli e Ronaldo; Alexandre,
André Pimpolho, Giovanni e Alcer; Paraíba e Jack Jones.
Artilheiro-nato,
após o Itaperuna Jack Jone rodou bastante: Comercial (ES), XV de
Piracicaba (SP), Volta Redonda (RJ), Friburguense (RJ), Treze (PB),
América (RN), Cabofriense (RJ), Americano (RJ), Rio Branco (RJ), Resende
(RJ), União São João (SP), Madureira (RJ), Mogi Mirim (SP), Uniclinic,
Potiguar (RN), Botafogo (PB), Luziânia (DF), Vitória da Conquista (BA),
Al-Qadisiyah Club (Arábia), Psim-Yogyakarta (Indonésia), Avaí (SC) e São
José de Ribamar foram os times em que Jack teve mais oportunidades de
fazer gols e brigar pela almejada artilharia. Isso, é claro, sem falar
no Papão do Norte. Em 2000 o Moto Club de São Luis estava à procura de
um artilheiro à altura dos seus grandes nomes do passado, alguém que
pudesse elevar o Papão à categoria de Campeão Maranhense após um
esquecível período de mais de dez anos sem a conquista de um título
sequer. Quem o trouxe para o rubro-negro foi o eterno Raul Meneses,
Diretor de futebol do Papão naquela maravilhosa campanha de 2000 (na
época, o Presidente do Moto era Jandir Castro, que assumiu o cargo após a
saída de Antônio Henrique).
Contratado a peso de ouro, pelos padrões do
futebol maranhense, Jack Jone encontrou muitas dificuldades em seu
início aqui na capital maranhense: os atletas concentravam-se em um
pequeno hotel perto da praia e o grupo treinava em campos alugados. Como
não poderia fugir à regra, sobretudo pelas dificuldades em gerir um
clube de futebol profissional em nosso Estado, os salários dos
jogadores, vez ou outra, atrasavam. Porém, Raul Menezes, o “Paizão”
(como era conhecido pelos jogadores), junto com a Diretoria, sempre dava
um jeito de driblar a crise e encontrava uma forma de saldar os
vencimentos do grupo. Dona Júlia e Amim Castro também foram pessoas
importantíssimas naquela campanha, sobretudo nos bastidores, pelo
empenho com o elenco e o amor em trabalhar pelo Moto Club. E a
recompensa viria dali a alguns poucos meses.