sábado, 18 de maio de 2024

Sampaio Corrêa - Campeonato Maranhense 1979 [PÔSTER]


Sampaio Corrêa 1x0 Maranhão - Final do Campeonato Maranhense 1984 [ÁUDIO]

 
FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x0 Maranhão
Data:
02 de Dezembro de 1984
Local: Estádio Castelão
Juiz: Sérgio Faray
Bandeirinhas: Josenil Sousa e Idelfonso Araújo
Renda: Cr$ 35.404.000,00
Público: 15.299 pagantes
Gol: Bimbinha
Sampaio Corrêa: Geordano, Nestor, Rosclin, Santos e Gilban; Meinha, Mateus e Beato; Joãozinho Neri (Puma), Renato e Bimbinha. Treinador: Júlio Aarão
Maranhão: Juca Baleia, Uberaba, Tataco, Gaúcho e Neto; Russo, Tica (Alcino) e Vilmário; Valter, Riba e Jânio (Rodrigues). Treinador: Marçal Tolentino Serra

Seleção Maranhense 0x1 Vasco da Gama/RJ - Jogo Amistoso 1979

Foi decepcionante a exibição do Vaso da Gama contra a seleção maranhense, dia 06 de fevereiro de 1979, pois o público esperava muito mais da equipe carioca, que não apresentou um futebol digno de uma equipe vice-campeã do Rio de Janeiro. Venceu a nossa seleção por 1 a 0, com um gol marcado no início do cotejo, através de uma cabeçada espetacular de Paulinho, aos 6 minutos, quando os nossos jogadores ainda se encontravam nervosos em campo, esperando que o time carioca apresentasse um volume de jogo maior. Depois do gol, os comandados de Bezinho cresceram em campo e em dois lances, um de Caio e outro de Calú, iam empatando o jogo. A renda foi esperada, pois somente no estádio foram vendidos Cr$ 535 mil, esperando que tenha atingido Cr$ 800 mil, com a venda antecipada feita pela FMD. A destacar-se as atuações de Calú, Caio e Paulinho e a presença do centroavante Antônio Carlos, de Dom Pedro, na preliminar, agradando ao Vasco.

O JOGO – não chegou a agradar a exibição do Vasco da Gama, quando venceu a duras penas a seleção maranhense pelo marcado mínimo, em golaço de cabeça de Paulinho, aos 6 minutos de espetáculo, dando a falsa impressão de que os cariocas venceriam com facilidade. Entretanto, nada disso aconteceu, com Caio levando nítida vantagem sobre Marco Antônio, bem apoiado por Paulinho, outra grande figura do espetáculo, e com um meio-campo onde Jorge Santos dava uma cobertura excelente aos zagueiros enquanto que Calú e Juarez levavam vantagem diante do meio-campo vascaíno, onde o substituto de Guina, o uruguaio Washington Oliveira não chegou a corresponder à expectativa, mostrando pouca disposição, dando combate irregular e não marcando ninguém, limitando-se a correr de um lado a outro, sem ajudar a Helinho e a Paulo Roberto, outro que não chegou a agradar. A tentativa do treinador Carlos Froner em colocar Zé Mário no segundo tempo para soltar Helinho não deu certo, porque os dois são jogadores de características iguais. A seleção maranhense teve uma participação na primeira etapa, caiu de produção no tempo final, devido à precariedade do preparo físico de alguns jogadores, onde apenas os do Moto demonstravam que se encontravam em perfeitas condições.

Sem um meio-campo que acionasse o ataque, com um Ramon dominado quase que completamente por Paulinho, o lateral, o Vasco não tinha opção de ataque, a não ser as tentativas dos zagueiros Geraldo e Abel, que deixaram suas posições em muitos instantes para tentar os chutes, mas sendo contido geralmente pelo meio-campo maranhense. Demonstrou, entretanto, o centroavante vascaíno Paulinho boas condições, oportunista, e com chutes fortes e de qualquer distância contra a meta adversária. Aproveitou-se bem da bola cruzada por Ramón para saltar livre e deslocar inteiramente Crésio, pois cabeceou no ângulo esquerdo, de dentro da grande área.

A seleção maranhense se houve bem, com uma defensiva que não deu tréguas à peça de ataque do Vasco, e na única falha apresentada durante o espetáculo, proporcionou o gol que decidiu o jogo. E que Paulinho saltou livre para a cabeçada, sem que Jorge Santos, Jorge ou Paulo Fraga, jogadores altos e que tem facilidade em saltar, lhe dessem combate.

Na preliminar, o SIOGE venceu a seleção de Dom Pedro por 3 a 0 em partida amistosa. 


 FICHA DO JOGO

Seleção Maranhense 0x1 Vasco da Gama/RJ
Local:
Estádio Municipal Nhozinho Santos
Renda: aproximadamente Cr$ 800 mil
Público: não informado
Juiz e bandeirinhas: não informado
Gol: Paulinho, aos 6 minutos do primeiro tempo
Seleção Maranhense: Crésio; Paulinho, Jorge (Vivico), Paulo Fraga e Bassi (Ferreira); Jorge Santos (Eusébio), Calú (Jorge) e Juarez; Caio, Cabecinha (Prado) e Aberto
Vasco da Gama/RJ: Leão; Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Helinho, Paulo Roberto (Zé Mário) e Washington Oliveira; Wilsinho, Paulinho e Ramón (Neném)

terça-feira, 7 de maio de 2024

Flamengo/RJ 8x1 Sampaio Corrêa - Campeonato Brasileiro 1976 [VÍDEO]

Combinado com as camisas do Moto Club enfrenta o Fortaleza (1947)

Texto extraído do livro "Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte"

Isso mesmo: ocorreu, em Setembro de 1947, um jogo amistoso envolvendo o Fortaleza Esporte Clube e um combinado organizado com as equipes do Moto e Maranhão, vestido com a camisa do Moto Club. A idéia em selecionar os melhores atletas dos elencos rubro-negro e atleticano e vesti-los com a gloriosa camisa do Moto Club de São Luis partiu da própria diretoria motorizada. Nessa data do embate envolvendo cearenses e maranhenses, ocorreria, pelo Campeonato Maranhense daquele ano, um clássico Maremoto, que não chegou a ocorrer. A diretoria do Moto Club solicitou à Federação Maranhense de Desportos o adiamento do grande clássico e viabilizasse a data para um jogo amistoso contra o representante do Ceará, quando da sua passagem por uma excursão pelo Norte do Brasil. Pedido aceito, a FMD transferiu as partidas Moto x MAC e Tupan x Santa Isabel para, respectivamente, 01 e 05 de Outubro e deu carta-branca aos motenses para aproveitar a data como lhe conviesse.

O Fortaleza Esporte Club, uma das maiores forças do futebol da nossa região e o atual campeão do Nordeste, estava em excursão pelo Norte do Brasil. Antes de exibir-se em nossa cidade, o clube estivera atuando pelos Estados do Amazonas e do Pará. O promotor da vinda do clube alencarino à nossa capital foi o Moto Club, que ofereceu a quantia de 24 mil cruzeiros exigida pelos cearenses para uma série de três apresentações no Estádio Santa Isabel. Além, é claro, do próprio Moto Club, o Fortaleza jogaria contra as equipes do Sampaio Corrêa e do Maranhão Atlético Clube, recebendo, logo, a importância de 8 mil cruzeiros por adversário em nossa cidade. Porém, por conta da humilhante derrota em Belém para a Tuna Luso Comercial por 5x1, os dirigentes Tricolores resolveram cancelar a vinda a São Luis, o que gerou certo aflito por parte dos representantes motenses, certos de uma grande arrecadação nas três partidas em nossa capital. Os dirigentes do Moto, então, se movimentaram antes mesmo de o Fortaleza deixar a cidade de Belém. Uma nova exigência foi feita pelo chefe da embaixada do Fortaleza, o Sr. Figueiredo. Adiantou que o clube cearense não mais poderia apresentar-se em nossa cidade para três jogos, uma vez que o Campeonato Cearense estava em andamento, necessitando o Tricolor regressar à capital alencarina o mais cedo possível. Somente uma partida o clube cearense poderia realizar, desta vez mediante “luvas” de 20 mil cruzeiros. Contudo, a direção do Moto, com o apoio da FMD, aceitou a proposta e a partida entre Fortaleza e o combinado Moto Club/Maranhão, utilizando as camisas rubro-negras, foi confirmado para a tarde do dia 27 de Setembro de 1947.

Os cearenses, por conta dos compromissos com o Campeonato Cearense, chegaria à capital maranhense e realizaria o jogo no mesmo dia, sem tempo para descanso. Além disso, a delegação alencarina se concentraria, vejam só, conforme declarou o dr. Amaury Gurgel, [...] á bordo do ‘Iatapé’, devendo saltar somente por ocasião do embate. A notícia do cancelamento das  partidas contra maqueanos e bolivianos pegou de surpresa as diretorias de Maranhão e Sampaio Corrêa. Inclusive sabia-se que o Fortaleza ia terçar armas com o Moto integrado, exclusivamente com seus valores. [...] entretanto, [...] em vista do rubro-negro não poder contar com o concurso de alguns dos seus titulares, por se acharem enfermos, vários elementos do MAC foram solicitados, inclusive o ala Merci, o zagueiro Erasmo, o meia Arel, dentre outros. Esse foi o principal motivo pela qual a imprensa maranhense na época destacou a partida como um autentico combinado Moto/MAC. O árbitro escolhido para dirigir o embate foi o maranhense Ferreira Novaes, escolhido através de comum acordo entre as duas diretorias.

A delegação do Fortaleza chegou a São Luis trazendo a bordo o dr. Stênio Azevedo, do Diário do Associados, do Ceará, que acumulou as funções de secretário e tesoureiro da embaixada cearense. Como convidado especial, integrou também a delegação o cronista José Carlos, da Associação dos Cronistas Desportivos do Ceará. O elenco do Fortaleza era composto por atletas de renome na região Nordeste na época. O zagueiro Natal, por exemplo, fazia a ala do Flamengo do Rio de Janeiro, em 1939, ao lado de Domingos da Guia; Arrupiado, considerado o melhor meia do futebol cearense; Jombrega, com passagens por Corinthians e São Paulo e oito vezes convocado para a Seleção Cearense; e até mesmo uma particularidade: o zagueiro Zé Sérgio, muito seguro e disciplinado em campo, era “um dos pouquíssimos amadores que formam entre os titulares do Fortaleza, formado em odontologia.

Assim perfilaram as duas equipes no jogo realizado no campo do Santa Isabel, em uma tarde de muito sol na capital maranhense: Moto Club - Walber Penha; Erasmo e Carapuça; Merci, Frázio e Arel; Alberto, Haroldo, Cosmo, Zuza e Tico. Fortaleza: Jujú; Natal e Zé Sérgio; Jorge, Otávio e Arrupiado; Gilberto, Pipiu, Stenio, França e Piolho. Apesar de o Moto Club ser reforçado com os melhores atletas do Maranhão Atlético Clube, a equipe cearense venceu a partida pelo placar de 2x1. Foi muito mais do que uma derrota, foi uma grande decepção para o público maranhense, sobretudo pela grande rivalidade existente à época entre essas duas praças esportivas. E a decepção foi ainda maior porque vimos uma representação das forças máximas do nosso futebol cair vencida ante um adversário física e moralmente abatido, depois de uma série de exibições medíocres em Manaus e de uma malograda temporada em Belém do Pará. Até a própria imprensa cearense não acreditava em um resultado positivo do representante alencarino, visto as desastrosas partidas realizadas pelo Norte. O jornalista José Carlos, que acompanhou a delegação do Fortaleza, foi realista ao afirmar: "não se espantem se sairmos de campo vencidos no mínimo por um escore de 4x1... Nossos jogadores estai visivelmente esgotados". O próprio goleiro Jujú ainda afirmou: "Para ser franco, não queria nada com a bola ultimamente. Estamos esbagaçados e um torpor enorme invade-nos o corpo. Não fosse por determinação superior", disse o atleta, em alusão à cansativa e desgastante viagem de navio até a capital maranhense.

O Fortaleza, inferior tecnicamente durante praticamente todo o tempo, abriu o marcador logo aos 12 minutos de jogo, por intermédio do centroavante Stênio. Quando Alberto conseguiu empatar, já no segundo tempo, novamente Stênio colocou o Tricolor cearense à frente do marcador. A vergonha maranhense poderia ser menor: aos 40 minutos da etapa final, o meia Jorge cometeu pênalti a favor dos combinado local e Zuza foi o encarregado de empatar a partida, o que evitaria um vexame maior no Santa Isabel, em uma partida onde nem o mais otimista torcedor alencarino acreditava em uma vitória. O resultado da cobrança? As palavras do próprio goleiro do Fortaleza: As minhas melhores defesas eu faço pela esquerda, pois sou canhoto. Conheço Zuza e as suas artimanhas. Ao cobrar o pênalty, Zuza olhou o meu canto esquerdo duas vezes, fez menção de chutar nêle e acabou chutando mesmo. Não tive dúvidas e saltei sem vacilar.

O futebol maranhense não estava reabilitado. Uma derrota como aquelas soou mal no meio desportivo maranhense, sobretudo por se tratar de uma equipe como o rubro-negro da Fabril, com os melhores jogadores importados do Norte e Nordeste e reforçado por excelentes atletas do MAC. O Moto Club esperaria por um ano para vingar-se daquela tão humilhante derrota. Mas a espera valeria a pena, pois em Agosto de 1948 o Moto Club alcançaria talvez o maior titulo de toda a sua gloriosa trajetória dentro do futebol. E que título!

sábado, 4 de maio de 2024

Cruzeiro/MG 1x1 Sampaio Corrêa - Campeonato Brasileiro 1981 [VIDEO + FICHA]

 
FICHA DO JOGO

Cruzeiro/MG 1x1 Sampaio Corrêa
Data:
25 de janeiro de 1981
Local: Estádio Mineirão
Público: 14.120 pagantes
Renda: Cr$ 1.513.750,00
Juiz: José Pereira Sobrinho
Bandeirinhas: João Luiz de Freitas e Walter Luiz Leite de Abreu
Gols: Roberto César aos 34 minutos do primeiro tempo; Cabecinha aos 3 minutos do segundo tempo
Cruzeiro/MG: Luiz Antônio; Zé Carlos, Zezinho Figueroa, Luís Carlos Teixeira, Toninho e Luís Cosme; Carlinhos Sabiá, Alexandre (Ademir Mineiro) e Roberto César; Eduardo Amorim e Joãozinho (Jésum). Técnico: Cláudio Garcia
Sampaio Corrêa: Passarinho; Terezo, Darci Munique, Darci Ceará e Rosclin; Cabrera, Zezinho (Fernando), Magela (Maia) e Cabecinha; Zé Ivan e Bimbinha. Técnico: Otacir Viana 

A estreia do Ícaro Esporte Clube no Campeonato Maranhense (1963)

Trecho extraído do livro "Almanaque do Futebol Maranhense Antigo: Clubes Menores da Capital"

O debut do Ícaro no Estadual começou de forma desorganizada já fora dos gramados. Por encontrar-se em litígio com a F.M.D., o Ícaro iniciou a sua participação no Campeonato Maranhense de 1963 apenas no Segundo Turno, quando a federação confirmou a não participação de Vitória do Mar e Graça Aranha (ambos licenciaram-se das suas atividades profissionais e abriram mão de jogar naquele ano), dando a vaga no certamente ao clube icariano. E, na época, a decisão em incluir o representante da Base Aérea foi criticada por parte da imprensa, que acreditava prevalecer a lei de acesso, onde o campeão da Segunda Divisão (amadora) passasse a figurar entre os clubes principais do nosso futebol. Problemas a parte, a campanha do time do Tirirical na elite foi praticamente pífia, exceto pela única vitória, diante do não menos fraco Nacional, equipe da rua de São Pantaleão.

Para o comando técnico, o presidente Sergio Faray (que formou carreira como árbitro) contratou Calazans para dirigir o que chamava de time dos imprestáveis, isso porque era formado por atletas renegados pelos grandes da capital. A estreia no certamente aconteceu no dia 16 de outubro, contra o Maranhão. O grupo era formado à base de jovens atletas e com a inclusão de alguns veteranos. Joãozinho, Cabeça, Walter, Serra, Chita, Reginaldo, Sapeca, Cabeça, Urânia, Esmagado, Juraci, Buranha, Cauby, Santana, China, Lua, Cocó e Pinagé, dentre outros, toparam vestir a camisa do representante do Tirirical e iniciar a sua jornada no Estadual diante dos atleticanos. Às vésperas do encontro de abertura do returno, o Ícaro ainda realizou um treino apronto de aproximadamente 80 minutos no campo da Base Aérea, com o grupo desenvolvendo boa velocidade e atirando constantemente a gol. Com a vitória tranquila dos titulares diante dos suplentes, a empolgação era geral no treino.

A euforia pelos bons resultados nos aprontos foi por água abaixo rapidamente quando o grupo pisou no gramado do Municipal para enfrentar o atual vice-campeão estadual. O Maranhão, treinado pelo não menos experiente Walber Penha, tinha um verdadeiro timaço: Lunga, Neguinho, Vareta, Clécio e Moacir Bueno; Negão e Barrão; Valdeci, Wilson, Croinha e Alencar. Essa era a forte base maqueana que colocou o representante do Tirirical de volta à realidade com a vitória pelo placar de 2 a 1, com o gol da vitória atleticana assinalado nos minutos finais.

Após previsível derrota diante de Moto e Sampaio Corrêa, a equipe se preparou para encerrar a sua participação na fase inicial do turno diante do também limitado Nacional, o famoso clube da rua do Norte. Em treino apronto no campo da Base Aérea e sob a supervisão do novo treinador João Ribeiro Lima, o atleta Marçal, pertencente ao Santana de Macapá, foi a grande atração do apronto. E a diretoria, a pedido do treinador, contratou o craque para o restante do certamente de 1963.

Marçal era o jogador mais caro do elenco e um dos poucos destaques da equipe. Ele morou durante onze anos no Território do Amapá, onde trabalhava e jogava futebol no Amapá Clube, equipe da capital que ainda atuava amadoristicamente nessa época. Marçal ainda foi para o Santana Esporte Clube, equipe pertencente à companhia norte-americana de mineração ícome, agora como quarto-zagueiro e por onde foi tricampeão (1960/61/62) estadual, curiosamente os seus únicos títulos como atleta. Retornou a São Luis após pedir indenização na companhia amapaense. Vale lembrar que, após abandonar a carreira como atleta, Marçal simplesmente virou o treinador mais vitorioso do nosso futebol, levando o Sampaio Corrêa ao título de campeão do Brasileirinho em 1972. Sobre a partida diante do Nacional, o Ícaro acabou vencendo pelo placar mínimo, com Durval anotando o gol que deu à equipe a honrosa penúltima colocação da fase – ao Nacional sobrou a lanterna geral do campeonato até então.

Foi reportado à imprensa que alguns jogadores chegaram a São Luis para reforçar a equipe do Ícaro para o restante do Estadual. Os atletas Leal e Ubiraci, ambos pertencentes ao futebol paraense (o primeiro vindo da equipe do Júlio César; o segundo, do aspirante do Yamada de Belém) desembarcaram pela VASP e logo iniciaram os treinos no Tirirical, perfilando, assim, como base para os jogos restantes: Nerval; Da Chagas, Terto, Juscelino e Nilton; Newton e Mundé; Nélio, Clóvis, Saldemar e Adalto.

Apesar do esforço da diretoria em organizar melhor o grupo para os seus últimos compromissos na competição, o Ícaro foi o coadjuvante de uma das cenas mais emblemáticas do futebol em nosso Estado. O campeonato de 1963, vencido pelo Maranhão, apresentou uma particular briga pela artilharia entre dois craques que dispensam apresentações: Hamilton Sadias, pelo Moto Club, e Croinha, pelo Maranhão. O inusitado fato aconteceu pelo returno. Empatados até então na artilharia da competição, com cinco gols cada, atleticanos e rubro-negros jogariam contra equipes tecnicamente fracas. No dia 08 de dezembro o Maranhão goleou o Nacional pelo placar de 10 a 0, com exatos cinco tentos de Croinha, que chegou à marca de 10 gols, isolando-se na artilharia. Uma semana depois, o Papão enfrentaria o Ícaro. Hamilton, goleador por natureza, foi anotando um gol atrás do outro. Só no primeiro tempo o placar já apontava 3 a 0 para o Moto. Os gols foram saindo e a torcida pediam: "Mais um, mais um!". E o craque marcava: dois, três, quatro, cinco... seis gols! O rubro-negro aplicou um sonoro 11 a 0, com seis gols do artilheiro paraense, que passou Croinha na artilharia (11 a 10). Hamilton ainda deixou o gramado desacordado após receber acidentalmente um soco do zagueiro Cabeça. E a titulo de curiosidade, o centroavante motense fechou a competição com a liderança isolada da artilharia, com 20 gols.

Após a elástica goleada sofrida pelo Moto Club e o definitivo desinteresse pelo restante da competição, o próprio Campeonato Maranhense daquele ano quase teve o seu andamento prejudicado. Os atletas do Maranhão deflagraram desde às zero horas do dia 18 de dezembro uma greve contra o atraso dos seus vencimentos. Alguns jogadores não puderam fazer suas refeições por falta de dinheiro e até mesmo pelo não fornecimento de comida pelo próprio clube, segundo noticiado à época pela imprensa. O movimento por muito pouco não paralisou totalmente o futebol em nossa capital, pois a intenção dos atletas de outras equipes era de prestar solidariedade aos atleticanos. Rapidamente a direção maqueana saldou o pagamento – e, claro, multou em 60% do salário os atletas grevistas.

Outro momento curioso durante as disputas do certamente daquele ano veio justamente no momento em que o próprio Ícaro já estava em vias de fechar a sua participação no Estadual. Em matéria publicada no jornal O Imparcial, datado de 04 de dezembro de 1963, A C.B.D. enviou um cabograma à F.M.D. informado que ainda não tinha conhecimento do ingresso do Ícaro na mentora, não pertencendo, portanto, a equipe à Confederação Brasileira de Desportos. A mesma emissora informava que isso aconteceu por que a F.M.D. não tinha enviado comunicação e a papelada para a C.B.D. sobre o ingresso do clube da Base Aérea em nossa federação desportiva. O caso, felizmente, foi brevemente solucionado e o Ícaro passou a constar como clube filiado às entidades local e nacional.

Em seu último compromisso no Estadual, mais uma vez o Ícaro se envolveu em um fato, no mínimo, curioso. A partida diante do Maranhão, realizada no dia 15 de janeiro de 1964, quase não aconteceu. Pelas fortes chuvas que caíam na capital e a falta de energia na Vila Passos, bairro do Estádio Municipal Nhozinho Santos, cogitou-se o cancelamento da partida. E a notícia percorreu a cidade, prejudicando ainda mais a presença do já desmotivado público para o encontro entre as duas equipes. E a cereja do bolo foi ainda mais atípica: o caso das camisas com a mesma cor usadas pelas duas equipes. O Maranhão rapidamente mudou o seu uniforme porque a sua sede era a mais próxima do estádio e um novo conjunto de uniformes foi logo providenciado. E assim foi iniciada a partida, com o MAC vencendo o jogo, de virada, pelo placar de 3 a 1.

Após os seus (fracos) compromissos pelo Campeonato Maranhense de 1963, a diretoria do clube da Base Aérea do Tirirical planejou uma excursão pelos gramados piauienses, seguindo inicialmente pela cidade de Parnaíba, onde o Ícaro havia acertado três jogos treinos. O registro da viagem e os prováveis placares, contudo, nunca foram encontrados em arquivos públicos.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Sampaio Corrêa - Campeonato Brasileiro 1985 [VÍDEOS]

Neste post deixo alguns gols de jogos do Sampaio Corrêa pelo Campeonato Brasileiro de 1985

Sampaio Corrêa 1x1 Clube do Remo (Campeonato Brasileiro Série A 1985)

 

Sampaio Corrêa 2x0 Flamengo-PI (Campeonato Brasileiro Série A 1985) 

 

Sampaio Corrêa 1x1 Ceará (Campeonato Brasileiro Série A 1985) 

Amistoso internacional: Ferroviário x Sport Vereniging Transvaal - 1970

Em abril de 1970, o empresário Francisco Meireles trouxe ao Brasil, para uma temporada de jogos amistosos, a equipe do Sport Vereniging Transvaal, uma das mais bem sucedidas do Suriname, tendo ganho o seu primeiro campeonato em 1925 – era, inclusive, o atual pentacampeão nacional em 1970. A princípio, o clube enfrentaria em São Luis, em duas partidas, apenas o Sampaio Corrêa, promotor da vinda do clube estrangeiro pela quantia de Cr$ 20 mil. Como a equipe boliviana não tinha mais datas disponíveis (enfrentaria também o Paysandu, em jogo amistoso), abriu mão de uma partida e a concedeu ao Ferroviário, configurando-se como o primeiro jogo internacional da história da equipe da RFFSA. O Moto Club chegou a ser cogitado para o terceiro jogo, mas a ideia não vingou, apesar da cota de Cr$ 3 mil.

O futebol exibido pelos visitantes impressionava: em sua passagem por São Luis nove anos antes (1961), o Transvaal mostrou ao nosso público a famosa “sanfona europeia”, defendendo-se com nove e atacando também com nove, numa correria desenfreada. Seria uma nova oportunidade de os maranhenses reverem a inusitada tática utilizada pelos integrantes do Transvaal, que ficou hospedado no Hotel Central durante a estadia em nossa capital em 1970 e recepcionado no aeroporto pelos dirigentes bolivianos.

Logo após o seu primeiro jogo em São Luis, na derrota para o Sampaio Corrêa por 3 a 0, dia 24 de abril, a equipe de Paramaribo, enfim, mediu forças contra o Ferrim. O jogo, realizado no Estádio Municipal dois dias depois da sua estreia, terminou empatado em 1 a 1, com o Ferroviário entrando a campo assim, sob o comando do treinador Rinaldi Maia: Marcial; Ribeiro, Neguinho, Vivico e Antônio Carlos; Walter e Santana; Luís Carlos, Gimico, Cândido e Egui. O Transvaal atuou com Baron; Norton, Wong Swie Sang, Gordon e Boschman; Corte e Bundel; Vanenburg; Klisop, Gesser e Reumell. Aos 32 minutos do primeiro tempo, em uma bola cruzada da direita, Esquerdinha cabeceou à meia altura, com Baron saltando e falhando, e Gordon, na tentativa de salvar o tento, acabar por impulsionar a bola para o fundo da meta. O quadro visitante empatou aos 36 minutos da fase final, num ataque em massa, quando a bola cruzada encontrou Vanenburg, que numa virada sensacional atirou de pé direito, no ângulo direito do arqueiro Marcial, sem chances de defesa.