
Matéria de 01 de maio de 2000, extraída do jornal O Estado do Maranhão:
Com 14 anos de idade Alcino foi obrigado a trocar sua cidade natal, Codó, por São Luís, capital do estado. Queria estudar. Aqui chegando, com pai, mãe e mais dois irmãos, foi morar na rua São José, no tradicional bairro João Paulo. Se enturmou com os atletas que defendiam o São José – time que mais tarde o projetaria para o futebol profissional. Teve uma rápida passagem pelo Sampaio Corrêa. Mas foi no Moto e Ferroviário que mostrou o quanto era bom de bola. Inteligentemente, trocou a incerta e injusta profissão de atleta de futebol pela consistência de carreira militar. Tornou-se vitorioso em ambas.
Alcino, quando garoto, destacava-se nas peladas de Codó, juntamente com amigos como Antônio Jorge, Zamba, Adelino e Tuca, dentre outros. Jogava no meio de campo porque tinha intimidade com a bola. Aliava força física, velocidade e habilidade para chegar com facilidade ao gol adversário.
Os requisitos que o levaram ao time principal do Grêmio Literário e Recreativo Codó – um infanto que se apresentava nas preliminares dos clássicos locais, especialmente, das principais equipes do futebol codonense. “Ele lembrava fatos da época – ‘era um prazer indescritível jogar com a casa cheia. A gente nem se importava que a preliminar começava às 14h00 e ia até umas 15h30, debaixo de um sol escaldante. O que interessava era que estávamos ali, se apresentando para um multidão. E como vibravam com nossas jogadas!’”
Terminados os estudos no Colégio João Ribeiro e no Ginásio Codoense, Alcino Batista da Silva, que nasceu no dia 20 de agosto de 1947, primogênito do casal Altino Ribeiro da Silva e Alzerita Batista Silva, se viu metido em um grande dilema: mudar-se com os pais, irmãos e morar em São Luís/MA. “Foi difícil deixar para trás a cidade e os amigos. Na capital teríamos melhores condições para estudar e nos desenvolver na vida. Aceitei e desfrutei.”
Em 1966 a família estava em São Luís e Alcino passou a morar na rua São José, onde concluiria seus estudos no Colégio Batista Daniel de La Touche.
Jogar futebol nessa época, escondido do pai, era comum – o menino tinha vindo para a capital para estudar e não para “perder tempo” jogando bola.
Entre uma escapadela e outra, Alcino tomou conhecimento que na rua tinha um time, o São José, que disputava a Segunda Divisão, do campeonato local, e que fazia peneirão de futebol amador da ilha. “Fui ver um partida do São José e acabei me encantando com o futebol apresentado por Zico, Mazinho, Haroldo, Renato e toda turma da rua e do bairro. Não demorou e eu estava eu, escondido do meu pai, jogando no aspirante de um time fundado por Mazinho”.
Depois de conquistar o título da Segunda Divisão, o São José disputou por vários anos o campeonato principal da cidade. Mas, juntamente com Moto, Sampaio, Ferroviário e Maranhão Atlético Clube.
Alcino foi aprimorando a técnica de jogar pela ponta direita (se espelhava em Garrincha, com o qual teve oportunidade de jogar, pela Seleção Brasileira). Rapidamente, foi convidado a defender o time do São José no campeonato local de profissionais, isso no segundo semestre de 1969.
No início de 1969 se transferiu para o Moto Clube. Jogando pelo juvenil (aspirante) se destacou e foi promovido ao time principal. Em pouco tempo foi lançado nos profissionais. No final do mesmo ano o técnico Abilene de Paula (Bero), o levou para o Moto. “Quando cheguei dei de cara com feras do quilate de Djalma, João Bala, Carlos Alberto, Santana, Alzimar, Cadinho e outros craques, referência na cidade. Aspirantes que estavam com o torcedor pedindo para ser efetivado em brilhantes memoráveis” – relembra o militar, que ao lado de Antônio Chulipa passaram a ser titulares do rubro negro. Em 1970, o time do Moto foi campeão.
Em 1971 transferiu-se para o Sampaio Corrêa, que disputava o campeonato nacional. No ano seguinte foi bicampeão da Taça Cidade de São Luís e do tricampeonato do campeonato local.
Em 1973, quando estava com 21 anos de idade, resolveu se inscrever no concurso público, Alcino foi aprovado e foi estudar no Curso de Formação de Oficiais, na Escola de Formação de Oficiais da PM de São Facó, pertencente à Polícia Militar do Estado do Maranhão. Foi o primeiro colocado entre 50 concorrentes. Ao final do curso recebeu o grau de 1º tenente.
Findando sua carreira no futebol, Alcino teve uma despedida em grande estilo. Foi na preliminar de Sampaio e Ferroviário. “Nas férias de 1973, Moacir Bueno (técnico do Ferroviário) me convidou para jogar no time. Aceitei e fui jogar uma série de amistosos com a equipe de profissionais. Ganhamos o MAC e o Vitória do Mar por 1 x 0 e o gol foi marcado por mim. Empatamos com o São José em 0 x 0 e acabamos conquistando o campeonato de 1973. Foi o primeiro e o título que alcancei na minha pequena carreira como atleta profissional de futebol”.
Em dezembro de 1975 quando concluiu o curso, Alcino entrou a 2ª turma de oficiais da Polícia Militar do Maranhão. Futebol profissional era coisa do passado.
Em setembro de 1976 ele foi promovido à 2ª tenente, ganhando transferência para o interior.
Esteve o privilégio de conhecer e trabalhar com o coronel Leandro Carlos da Silva, bacharel em direito, e o coronel João Melo – dois flamenguistas apaixonados – e João Pedrotti. Grandes incentivadores do esporte. Eles incentivaram-no para disputar o campeonato do interior.
Alcino formou uma dupla lendária com o meio campista Zé Maria, vice-campeão da cidade, que se destacou nos campeonatos de bairros da cidade.
Apaixonado por esporte, concluiu o curso de Educação Física pela Escola Superior de Educação Física. Isso lhe deu o convite de coordenar o curso de Educação Física do Colégio Universitário e do Colégio Estadual. Lecionou também no Colégio São Francisco de Assis e na Escola de Educação Física do exército no 24º BC.
Hoje é tenente coronel da reserva remunerada da PM. Gosta de jogar sua bolinha e de caminhar no Turu, Cohama e Vinhais. Está casado com a professora Tupan. Do casamento nasceu o filho Alcino Júnior, que herdou o gosto do pai por estudar e ser militar. Bola só nas ‘peladas’.
Com 14 anos de idade Alcino foi obrigado a trocar sua cidade natal, Codó, por São Luís, capital do estado. Queria estudar. Aqui chegando, com pai, mãe e mais dois irmãos, foi morar na rua São José, no tradicional bairro João Paulo. Se enturmou com os atletas que defendiam o São José – time que mais tarde o projetaria para o futebol profissional. Teve uma rápida passagem pelo Sampaio Corrêa. Mas foi no Moto e Ferroviário que mostrou o quanto era bom de bola. Inteligentemente, trocou a incerta e injusta profissão de atleta de futebol pela consistência de carreira militar. Tornou-se vitorioso em ambas.
Alcino, quando garoto, destacava-se nas peladas de Codó, juntamente com amigos como Antônio Jorge, Zamba, Adelino e Tuca, dentre outros. Jogava no meio de campo porque tinha intimidade com a bola. Aliava força física, velocidade e habilidade para chegar com facilidade ao gol adversário.
Os requisitos que o levaram ao time principal do Grêmio Literário e Recreativo Codó – um infanto que se apresentava nas preliminares dos clássicos locais, especialmente, das principais equipes do futebol codonense. “Ele lembrava fatos da época – ‘era um prazer indescritível jogar com a casa cheia. A gente nem se importava que a preliminar começava às 14h00 e ia até umas 15h30, debaixo de um sol escaldante. O que interessava era que estávamos ali, se apresentando para um multidão. E como vibravam com nossas jogadas!’”
Terminados os estudos no Colégio João Ribeiro e no Ginásio Codoense, Alcino Batista da Silva, que nasceu no dia 20 de agosto de 1947, primogênito do casal Altino Ribeiro da Silva e Alzerita Batista Silva, se viu metido em um grande dilema: mudar-se com os pais, irmãos e morar em São Luís/MA. “Foi difícil deixar para trás a cidade e os amigos. Na capital teríamos melhores condições para estudar e nos desenvolver na vida. Aceitei e desfrutei.”
Em 1966 a família estava em São Luís e Alcino passou a morar na rua São José, onde concluiria seus estudos no Colégio Batista Daniel de La Touche.
Jogar futebol nessa época, escondido do pai, era comum – o menino tinha vindo para a capital para estudar e não para “perder tempo” jogando bola.
Entre uma escapadela e outra, Alcino tomou conhecimento que na rua tinha um time, o São José, que disputava a Segunda Divisão, do campeonato local, e que fazia peneirão de futebol amador da ilha. “Fui ver um partida do São José e acabei me encantando com o futebol apresentado por Zico, Mazinho, Haroldo, Renato e toda turma da rua e do bairro. Não demorou e eu estava eu, escondido do meu pai, jogando no aspirante de um time fundado por Mazinho”.
Depois de conquistar o título da Segunda Divisão, o São José disputou por vários anos o campeonato principal da cidade. Mas, juntamente com Moto, Sampaio, Ferroviário e Maranhão Atlético Clube.
Alcino foi aprimorando a técnica de jogar pela ponta direita (se espelhava em Garrincha, com o qual teve oportunidade de jogar, pela Seleção Brasileira). Rapidamente, foi convidado a defender o time do São José no campeonato local de profissionais, isso no segundo semestre de 1969.
No início de 1969 se transferiu para o Moto Clube. Jogando pelo juvenil (aspirante) se destacou e foi promovido ao time principal. Em pouco tempo foi lançado nos profissionais. No final do mesmo ano o técnico Abilene de Paula (Bero), o levou para o Moto. “Quando cheguei dei de cara com feras do quilate de Djalma, João Bala, Carlos Alberto, Santana, Alzimar, Cadinho e outros craques, referência na cidade. Aspirantes que estavam com o torcedor pedindo para ser efetivado em brilhantes memoráveis” – relembra o militar, que ao lado de Antônio Chulipa passaram a ser titulares do rubro negro. Em 1970, o time do Moto foi campeão.
Em 1971 transferiu-se para o Sampaio Corrêa, que disputava o campeonato nacional. No ano seguinte foi bicampeão da Taça Cidade de São Luís e do tricampeonato do campeonato local.
Em 1973, quando estava com 21 anos de idade, resolveu se inscrever no concurso público, Alcino foi aprovado e foi estudar no Curso de Formação de Oficiais, na Escola de Formação de Oficiais da PM de São Facó, pertencente à Polícia Militar do Estado do Maranhão. Foi o primeiro colocado entre 50 concorrentes. Ao final do curso recebeu o grau de 1º tenente.
Findando sua carreira no futebol, Alcino teve uma despedida em grande estilo. Foi na preliminar de Sampaio e Ferroviário. “Nas férias de 1973, Moacir Bueno (técnico do Ferroviário) me convidou para jogar no time. Aceitei e fui jogar uma série de amistosos com a equipe de profissionais. Ganhamos o MAC e o Vitória do Mar por 1 x 0 e o gol foi marcado por mim. Empatamos com o São José em 0 x 0 e acabamos conquistando o campeonato de 1973. Foi o primeiro e o título que alcancei na minha pequena carreira como atleta profissional de futebol”.
Em dezembro de 1975 quando concluiu o curso, Alcino entrou a 2ª turma de oficiais da Polícia Militar do Maranhão. Futebol profissional era coisa do passado.
Em setembro de 1976 ele foi promovido à 2ª tenente, ganhando transferência para o interior.
Esteve o privilégio de conhecer e trabalhar com o coronel Leandro Carlos da Silva, bacharel em direito, e o coronel João Melo – dois flamenguistas apaixonados – e João Pedrotti. Grandes incentivadores do esporte. Eles incentivaram-no para disputar o campeonato do interior.
Alcino formou uma dupla lendária com o meio campista Zé Maria, vice-campeão da cidade, que se destacou nos campeonatos de bairros da cidade.
Apaixonado por esporte, concluiu o curso de Educação Física pela Escola Superior de Educação Física. Isso lhe deu o convite de coordenar o curso de Educação Física do Colégio Universitário e do Colégio Estadual. Lecionou também no Colégio São Francisco de Assis e na Escola de Educação Física do exército no 24º BC.
Hoje é tenente coronel da reserva remunerada da PM. Gosta de jogar sua bolinha e de caminhar no Turu, Cohama e Vinhais. Está casado com a professora Tupan. Do casamento nasceu o filho Alcino Júnior, que herdou o gosto do pai por estudar e ser militar. Bola só nas ‘peladas’.
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