quinta-feira, 11 de julho de 2024

Sampaio Corrêa 2x2 Bahia-BA - Campeonato Brasileiro 1974

O Bahia chutou três bolas. Uma defesa de Gilson e outras duas no barbante. Debaixo de uma chuva miúda, Bahia e Sampaio Corrêa disputaram arduamente uma partida até certo ponto violenta onde o futebol garra superou a técnica. Mesmo sem repetir a boa atuação do segundo tempo do jogo contra o Flamengo, o Sampaio ainda se apresentou bem e mandou no jogo. Teve mais presença em campo, mas voltou a demonstrar a mesma instabilidade que provocou a derrota na última partida e acabou resultando no empate na noite do dia 13 de março de 1974. Com Djalma machucado e o técnico González obrigado a fazer improvisações, o time perdeu o ritmo de jogo e cedeu empate a 40 minutos, numa partida que praticamente estava ganha.

A partida teve lances de emoção, embora os goleiros tivessem sido pouco empenhados e curiosamente as bolas que tiveram endereço do gol acabaram balançando as redes tanto de um lado como de outro. Time por time, o Sampaio foi melhor e novamente a torcida saiu do estádio com o empate atravessado na garganta. Pode-se dizer que os bolivianos perderam uma outra oportunidade de vitória pela falta de goleiro ou de banco.

No primeiro tempo, empate em 1 a 1. Douglas abriu a contagem aos 29 minutos, numa tabela com Picolé, depois de uma cobrança de falta sem barreira e indecisão do goleiro, que saiu tarde. O gol do Bahia surgiu quando maior era a pressão do Sampaio, mesmo perdendo o time voltou a equilibrar as ações e passou a criar melhores situações de gol, sempre mal finalizadas. Somente aos 35 minutos, Adelino, tabelando com Djalma (a grande figura do Sampaio), empatava o jogo, resultado que os bolivianos já faziam por merecer.

Na fase final, o Sampaio voltou mais agressivo. Pressionou bastante até que conseguiu passar à frente do marcador com outro gol de Adelino, aos 23 minutos. Os baianos reclamaram falta, mas o juiz não marcou. O atacante boliviano destacou Juca empurrando o zagueiro que ficou fora da jogada para Adelino marcar o segundo gol.

Quando já se considerava a partida decidida, Djalma saiu de campo contundido (recebeu um tostão na coxa e Arizinho foi lançado na defesa, subindo Raimundo para o meio campo. Foi visível a queda de produção do time. O Bahia sentiu a chance e acreditou no empate. Conseguiu, aos 40 minutos, cm um chute longo de Alberto. A bola ficou quicando na grande área. Moraes e Arizinho tentaram bater e conseguiram tirar da área, mas no rebote a bola sobrou limpa para Alberto, que chutou forte e certeiro no ângulo esquerdo de Gilson. O goleiro saltou tarde. A torcida não perdoa o goleiro pelos dois gols, mas deve se lembrar que a diretoria não merece ser perdoada pela falta de legalização dos jogadores.

No vestiário do Sampaio, o ambiente era de tristeza pelo resultado. Os bolivianos sentiram que empataram um jogo praticamente ganho, mas havia uma preocupação maior: não culpar ninguém e confortar o goleiro Gilson pelo segundo gol que levou de fora da área. Para muitos, a bola foi indefensável e o goleiro confessou que não tinha nenhuma chance de defesa: “Estava no meio do gol e ele chutou no ângulo. A defesa era impossível. Senti que saltei certo na bola, quando caí no chão, n]ao tinha jeito”.

Para o técnico González, uma lamentação muito comum. “Falta o Lourival entrar nesse time. A equipe não tem amis estabilidade, mas ainda assim jogamos bem”.

No vestiário do Bahia, muita alegria pelo empate, que valeu como vitória, pela situação em que foi conseguido depois do time estar perdendo por 2 a 1. O técnico Pinguela ressaltou o preparo físico da equipe local e destacou Djalma como o melhor jogador. No seu entender, a saída de Djalma desequilibrou o jogo.

Os baianos fizeram pequenas restrições à arbitragem, principalmente quanto ao lance do segundo gol de Adelino. No Sampaio, ninguém comentou a arbitragem. Os baianos tiveram apenas uma baixa, Baiaco, comum tostão da coxa direita. Entre os bolivianos, o departamento médico informou que saíra contundidos Djalma (tostão na coxa direita) e Adelino, com princípio de distensão na mesma região.

A diretoria do Sampaio fez protesto contra a inclusão de Marquinhos, que foi suspenso por quatro jogos no Tribunal da CBD e jogou contra o Bahia, porque segundo a chefia da delegação, a suspensão foi convertida em multa. O Sampaio teve dúvidas e formalizou um protesto na FMD.




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 2x2 Bahia-BA
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 93.118,00
Público: 13.562 pagantes
Juiz: Gilberto Ferreira-CE
Gols: Douglas aos 29 e Adelino aos 35 minutos do primeiro tempo; Adelino aos 22 e Alberto aos 40 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Gilson; Marinho, Morais, Raimundo (Arizinho) e Santos; Nandes e Sérgio Lopes; Adelino, Djalma (Raimundo), Dionísio e Ailton. Técnico: Alfredo Gonzalez
Bahia-BA: Buticce; Ubaldo, Sapatão, Altivo e Juca; Baiaco e Alberto; Tirson, Douglas (Piolho), Picolé e Marquinhos. Técnico: Pinguela

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