Com Orlando numa noite inspirada e de rara felicidade, repetindo a boa atuação do jogo passando diante do Remo, o guardião Orlando se constituiu na melhor figura do jogo do dia 18 de maio de 1974 contra o Vasco da Gama, garantindo uma vitória que valeu como ampla reabilitação da equipe. Uma partida equilibrada e com muitos lances de emoção para o público.
O Sampaio marcou um gol em cada fase aproveitando as duas únicas chances e tirando proveito de falhas da retaguarda vascaína.
O Vasco começou bem, marcando sob pressão, mas sentiu logo que estava difícil. Pressionou muito e teve chances de marcar em dois lances que poderiam ter mudado o rumo do jogo. Galdino fazia boas investidas pela esquerda, tentando o chuveirinho para Roberto e Alfinete apoiava bem. Aos 20 minutos o lateral-esquerdo chutou forte e a bola passou por Orlando, mas Raimundo salvou o gol. Em seguida, Peres atirou longo da intermediária e Orlando foi buscar no ângulo. Como o goleiro estava bem, a torcida se animou e o time ganhou moral. Equilibrou o jogo no meio de campo, mas ainda assim o Vasco ameaçava mais e em duas cobranças de falta com barreira Alfinete e Roberto bateram com violência para a defesa arrojada de Orlando.
O Sampaio tentava os contragolpes e aos 28 minutos encontrou o caminho do gol. Numa bola cruzada da esquerda, Joel rebateu nos pés de Jorge Luiz, que aproveitou e chutou sem apelação para Andrada. Era o primeiro gol, que acabou por tranquilizar definitivamente o time da casa.
Para o segundo tempo, as duas equipes voltaram com as mesmas formações. A partida foi reiniciada debaixo de forte chuva, dentro do mesmo ritmo da fase inicial. Orlando pegou tudo. O Vasco insistia um tanto desordenado e acabou por perder por completo a serenidade quando levou o segundo gol, aos 6 minutos, numa falha de Andrada. Jorge Luiz sofreu falta de Alfinete. Ele mesmo bateu e Andrada saltou para a defesa. A bola molhada escapou de suas mãos e Dionísio não teve dificuldades em finalizar. Aí o Vasco se perdeu. Tentou decidir de qualquer maneira e ficou desordenado. O campo pesado dificultou ainda mais a equipe vascaína, que sentiu falta de melhor preparo físico. O Sampaio cresceu com muita disposição física. O jogo violento e o juiz começou a se perder, dando demonstração clara de procurar acomodar as coisas para o Vasco. Dionísio sofreu pênalti claro quando foi aterrado na área e Assis Aragão não marcou. Passou a marcar tudo contra o Sampaio e fazer vistas grossas nas faltas cometidas pelo Vasco.
Irritou a torcida e ao time do Sampaio, que passou a revidar algumas faltas. O cartão amarelo, que não havia sido usado no primeiro tempo, foi mostrado três vezes para jogadores do Sampaio e nenhuma para os do Vasco, numa demonstração de falta de personalidade. Felizmente, o Sampaio estava bem e tudo dava certo. Os bolivianos terminaram o jogo ensaiando um olé sobre o Vasco. Uma vitória de raça conta uma equipe de categoria e contra um juiz mal intencionado.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 2x0 Vasco da Gama/RJ
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 122.097,00
Público: 17.300 pagantes
Juiz: José Assis Aragão/SP
Gols: Jorge Luís aos 28 minutos do primeiro tempo; Dionísio aos 7 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Orlando; Arizinho, Morais, Raimundo e Santos; Sérgio Lopes e Lourival; Jorge Luís (Lucas), Djalma, Dionísio e Ailton. Técnico: Décio Leal
Vasco da Gama/RJ: Andrada; Paulo César, Joel, Fidélis e Alfinete; Gaúcho e Perez; Luís Carlos (Bill), Fred, Roberto Dinamite e Galdino. Técnico: Mário Travaline
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