Para não fugir à rotina, o Sampaio sofreu um gol bobo logo aos 3 minutos. Miranda ganhou o campo boliviano pela direita e levantou para Fischer, que subiu sozinho e meteu de cabeça com Orlando se precipitando para fora do gol, chegando quase a sair da grande área. A bola caiu no canto direito, com o gol desguarnecido. O gol logo de saída foi como uma ducha na torcida, mas o Sampaio esteve bem e aos poucos foi se tranquilizando e equilibrou o jogo. A torcida se reanimou e a partida tomou um ritmo veloz e bem disputado, às vezes com jogadas violentas de ambas as partes, coibidas sempre com muita precisão pelo árbitro José Favile Neto, que, sabendo do clima quente que cercava o jogo, não se descuidou um minuto. No final do primeiro tempo, ele já havia usado o cartão amarelo três vezes, para Arizinho, Santos e Ney Conceição. Fischer discutiu com o juiz com gestos agressivos, reclamando uma falta e não foi advertido com o cartão, o que provocou protestos da torcida. No segundo tempo, ele não escapou e obrigou o juiz a usar cartão amarelo pela quarta vez no jogo.
O Botafogo armou um sistema cauteloso, deixando na frente apenas os dois grandalhões Ferrete e Fischer, tentando os contragolpes. Quando tinham oportunidades de tabelar a bola, sempre levavam perigo e perderam algumas boas oportunidades. O Sampaio acompanhava o ritmo do Botafogo com uma equipe bem armada no setor de meio de campo, onde Djalma aparecia bem e Sérgio Lopes trabalhava os lançamentos para Dionísio colocado por duas vezes em excelente situação de marcar, mas em ambas finalizou mal. A melhor chance foi de Buião num cruzamento de Aílton quando o ponteiro cabeceou rente à trave pela linha de fundo. O Sampaio tanto perseguiu o gol que somente conseguiu, mas justamente numa jogada inesperada.
Os bolivianos perderam os gols construídos e empataram numa jogada sem maiores pretensões de Aílton, que acabou premiando o esforço e a boa atuação da equipe aos 41 minutos, quando o ponteiro levantou da ponta. Levou sorte no lance com a bola cobrindo toda a defesa e caindo no canto esquerdo de Cao. Era o empate que o Sampaio já merecia.
Para o segundo tempo, as duas equipes voltaram com as mesmas formações e o jogo no mesmo ritmo. Equilibrado com lances de vibração, o Botafogo atacando sempre com perigo e mais coordenado. O Sampaio, no desespero e à procura do gol da vitória, falhava nas finalizações de Ferrete e ainda chutou uma bola contra a trave. O Botafogo cresceu um pouco e Décio Leal tirou Buião e lançou Adelino para dar gás ao time. Depois tentou decidir com Cabecinha no lugar de Djalma, que estava cansado, mas o Botafogo fechou a defesa. Paulistinha fez uma substituição que ninguém entendeu, colocando Tuca no lugar de Ney Conceição.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 1x1 Botafogo/RJ
Data: 11 de maio de 1974
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 84.324,00
Público: 11.699 pagantes
Juiz: José Favile Neto/SP
Gols: Fischer aos 3 e Ailton aos 42 minutos do primeiro tempo
Sampaio Corrêa: Orlando; Marinho, Morais, Arizinho e Santos; Nandes e Sérgio Lopes; Buião (Adelino), Djalma (Cabecinha), Dionísio e Ailton. Técnico: Décio Leal
Botafogo/RJ: Cao; Miranda, Jair Santos, Osmar e Nei Dias; Nei Conceição e Marco Aurélio; Roberto Carlos, Ferretti (Puruca), Fischer e Ademir. Técnico: Paulistinha
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