sábado, 31 de maio de 2025

Sampaio Corrêa 0x0 Moto Club - Amistoso 1988

Como já está se tornando rotina nos jogos entre Sampaio e Moto, pelo clima de rivalidade, cada vez mais crescente, o superclássico do dia 13 de março de 1988, no Estádio Nhozinho Santos, foi cercado de muita confusão e de uma briga generalizada entre os jogadores, inclusive, do banco, por volta dos 43 minutos, do primeiro tempo, depois de uma disputa de bola entre o lateral direito Marcos, do Moto, e o meia Beato, do Sampaio, quando os dois trocaram pontapés e os companheiros tiveram que ir em seu socorro, o que ocasionou a confusão, que durou cerca de 10 minutos forçando a paralisação da partida.

Durante o tumulto, o atacante Zé Roberto, do Moto, e o goleiro Moreira, do Sampaio, acabaram aparecendo como os principais protagonistas, pois foram os dois que mais brigaram e deram muita dificuldade para que fossem acalmados, apesar da pronta ação dos dirigentes e do pelotão de choque da Polícia que entrou em cena para afastar os brigões.

Brigou todo mundo, mas o árbitro Verandy Fontes, que durante a confusão se afastou para observar ao lado dos seus dois auxiliares, depois que a polícia acalmou os ânimos, expulsou apenas o goleiro Moreira e o atacante Zé Roberto, que foram apontados por ele como os principais responsáveis pela briga generalizada.

Na verdade, o jogo foi extremamente nervoso e com lances muito viris. Tudo começou com Hélio e Joãozinho, que nos primeiros lances andaram se estranhando, até que Hélio abriu um corte na testa de Joãozinho ao aplicar-lhe uma cotovelada. O apitador mostrou apenas o cartão amarelo para o jogador do Moto, sob protestos dos bolivianos.

Logo em seguida a esses lances violentos foi a vez do Sampaio responder com Rosclin dando um violento puxão no zagueiro Santos, quando o motense se preparava para entrar na área tricolor. O juiz, também, só mostrou o cartão amarelo e aí foi a vez dos rubro-negros reclamarem.

As faltas duras continuaram, de parte a parte, até a hora da confusão generalizada, culminando com as expulsões de Moreira e Zé Roberto.

Na etapa final, logo aos 5 minutos, Joãozinho, que tinha guardado Hélio, na primeira dividida com o motense, partiu para cima do adversário de forma violenta e por isso foi expulso de campo, ficando o Sampaio reduzido a 9 elementos e o Moto permaneceu com os 10 homens que terminaram o primeiro tempo. Essa expulsão serviu para acalmar definitivamente os nervos dos jogadores das duas equipes, mas aí o espetáculo já estava totalmente prejudicado.

O jogo terminou com o empate de 0 a 0 e teve poucos lances de emoção. O Sampaio, apesar de reduzido a 9 elementos, um a menos do que o Moto, ainda assim esteve mais perto de ganhar a partida, pois o seu ataque chegou bem próximo da marcação do gol.

Pelo menos duas oportunidades foram desperdiçadas pelos bolivianos. A primeira chance foi aos 18 minutos, do segundo tempo, quando China bateu uma falta e o goleiro Belfort rebateu nos pés de Marco Antônio, que chutou para fora.

A outra grande oportunidade ocorreu, aos 42 minutos, novamente com China não sabendo aproveitar um cruzamento de Izaias botando para fora. Outra boa chance foi a do lateral esquerdo Neto, que limpou a jogada e chutou forte, sobre o travessão.

O Moto teve o domínio da partida, notadamente, quando ficou com um homem a mais, entretanto, o seu ataque não finalizou e nem levou perigo à meta dos bolivianos. O domínio dos motenses foi apenas territorial.

Tecnicamente o jogo deixou muito a desejar, por causa da violência, mas a grande figura do superclássico foi o lateral direito Marcos, do Moto, que fez uma atuação esplendorosa e por isso mesmo acabou sendo um dos jogadores mais caçados durante a partida.

A arrecadação do superclássico, apesar de amistoso, foi de Cz$ 434.450,00 com 3.860 pagantes. A renda foi considerada excelente para início da temporada.

Verandy Fontes teve muita dificuldade para conter os ânimos dos jogadores. Os bandeirinhas foram Roberval Castro e Manoel Galeno.

Para o técnico Meinha, do Sampaio, o atacante Zé Roberto foi o grande responsável pela briga generalizada no clássico de domingo. Disse que o jogador motense está muito preocupado em dar pancada e brigar e se esquecendo de jogar e fazer os gols que a sua torcida está esperando.

Condenou, também, a infantilidade do goleiro Moreira, que aceitou a provocação e partiu para a briga e, principalmente, a cabeça quente do ponteiro Joãozinho, que, de maneira imperdoável, cavou a sua expulsão de campo.

Meinha ficou mais chateado com os seus comandados porque foi uma das coisas que mais pediu no vestiário para que todos evitassem provocações e se mantivessem tranquilos para que o time não acabasse prejudicado do jeito que foi quando ficou com um homem a menos.

Sobre o jogo, Meinha gostou do empenho e da dedicação do seu time que, na sua opinião, merecia até sair com a vitória. Lamentou a falta de sorte do atacante China, que perdeu dois gols certos, do ponteiro Marco Antônio, que perdeu outra boa chance, e do lateral Neto que quase marca.

A preocupação do preparador passa a ser com o jogo de estreia no campeonato, domingo que vem contra o Expressinho, pois, com a contusão de Orlando e sem poder ainda contar com o titular Zé Carlos, terá que buscar uma alternativa para poder definir a formação.

No jogo contra o Moto, quando ficou sem Orlando, Meinha improvisou o lateral Izaias, já que Dias Pereira, além de não ser volante, ainda não se encontra bem fisicamente e não agüentaria jogar o tempo que falava.

Para domingo, o jeito será continuar improvisando, pela falta de um especialista. O nome de Maurício está sendo muito badalado como o provável substituto de Orlando. Outra alternativa seria a entrada de Dias Pereira, de meia esquerda, com Beato passando a ocupar a cabeça de área.




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 0x0 Moto Club
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 434.450,00
Público: 3.860 pagantes
Juiz: Verandy Fontes
Bandeirinhas: Roberval Castro e Manoel Galeno
Cartão vermelho: Moreira, Zé Roberto e Joãozinho Nery
Sampaio Corrêa: Moreira; Serginho, Rosclin, Ivanildo e Neto; Orlando, China e Beato; Joãozinho Nery, Léo e Marco Antonio. Técnico: Edmilson Gomes da Silva
Moto Club: Belfort; Marcos, Moacir, Nélio e Zequinha; Hélio, Antonio Carlos e Jânio; Merica, Zé Roberto e Dionízio. Técnico: Luís Carlos Tavares Franco

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