Mesmo não tendo sido um primor de apresentação, conforme reconheceu o próprio treinador-jogador Caio, o Moto Clube não tomou conhecimento do Tupan e aplicou no quadro indígena por 4 a 0 a primeira goleada do campeonato de 1988.
No jogo, realizado na tarde-noite do dia 03 de abril de 1988, no Estádio Nhozinho Santos, o Papão procurou jogar em alta velocidade aproveitando os pontas Merica, pela direita, e Dionísio, pela esquerda, além das tradicionais arrancadas do centroavante Zé Roberto.
Ao contrário do Sampaio, que pressionou, no meio de semana, o Tupan dentro do seu próprio campo e teve muitas dificuldades para vencê-lo por 2 x 1, o Moto se utilizou de uma armadilha para suplantar o adversário, ou seja, deu espaço para o inimigo avançar se limitando a partir nas jogadas de contra-ataque, o que acabou dando resultado.
Surpreendido, pois estava armado para jogar na defesa, o Tupan andou se empolgando e partindo para cima do Moto, fazendo justamente o jogo pretendido pelos motenses, que se não fossem as inúmeras oportunidades desperdiçadas pelo centroavante Zé Roberto, que fez dois e perdeu mais uns três, e pelo ponteiro esquerdo Dionísio, o Papão poderia ter saído do campo com uma histórica goleada.
O Moto marcou o primeiro gol aos 13 minutos, através do atacante Zé Roberto, de cabeça. O artilheiro se aproveitou de um escanteio cobrado com perfeição pelo bom lateral direito Marco para abrir a contagem, quando o Tupan procurava equilibrar as ações.
O Papão só foi aumentar, aos 38 minutos, por intermédio do ponteiro direito Merica, num clamoroso impedimento não assinalado pelo bandeirinha Sérgio Faray e não marcado pelo árbitro Raimundo Lima.
A jogada desse gol não deixou a menor dúvida a respeito da irregularidade, pois o ponteiro Merica estava, no mínimo, uns dois metros adiantado, além de estar voltando para fugir da infração.
Na etapa final, o panorama do jogo não se modificou, embora o Moto tenha diminuído um pouco o seu ritmo, só passando a buscar o terceiro gol em jogadas do lateral direito Marcos.
O terceiro gol aconteceu aos 26 minutos numa descida de Jânio pela ponta direita, um dos raros avanços do meia esquerda. Jânio foi à linha de fundo e cruzou para trás, os beques se atrapalharam e Jorge Santos, o ponta esquerda, acabou fazendo contra as suas próprias redes.
O Moto fechou a goleada com outro gol de Zé Roberto, aos 35 minutos. Foi uma nova jogada do ponta Merica, pela direita, com o centroavante se antecipando ao goleiro João Marçal, para, de cabeça, fazer 4.
A arrecadação, mais uma vez, não convenceu. Somou apenas a quantia de Cz$ 81.150,00 para 654 pagantes. Antes do jogo choveu sobre a cidade e isso espantou a torcida do estádio.
A direção da partida esteve confiada a Raimundo Lima. Os bandeirinhas foram Sérgio Faray e Pedro Paulo.
O Moto venceu com Denis; Marcos (Riba), Ivo, Marreta e Luís Carlos; Hélio, Antônio Carlos (Caio) e Jânio; Merica, Zé Roberto e Dionísio.
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