Neste post, deixo uma pequeno comentário extraído do Jornal O Estado do Maranhão, de 19 de Dezembro de 1973, sobre a participação desastrosa do Moto Club no Campeonato Nacional daquele ano. Foi a estreia de um clube maranhense na elite do Brasileirão e, de cara, o nosso representante encerrou a sua participação na penúltima colocação, após a perda de pontos por escalação irregular de um atleta. O texto, na verdade, serve como uma reflexão sobre os erros do passado, fazendo uma pequena comparação de administrações passadas (respaldadas talvez pela inexperiência) com a atual diretoria rubro-negra, comprometida com a seriedade no trabalho em levar o Moto à Série C ainda em 2014.
Moto Club do Nacional de 1973
Após três meses e meio, em que foram realizados 560 jogos, está encerrada a fase preliminar do Campeonato Nacional que, se teve as virtudes de fazer uma autêntica integração nacional, relevar jogadores e centros esportivos, por outro lado causou transtornos e prejuízos a muitos clubes pequenos e até grandes, como o caso do Flamengo e Fluminense. Esses dois encontram-se entre os primeiros nas arrecadações, mas, eliminados da fase semifinal, exatamente a que maiores arrecadações promete, terão que recorrer a excursões caça-níquel pelos interior do país ou ao exterior para aliviarem o déficit da sua folha de pagamento.
Para muitos clubes a experiência de ter participado do Nacional foi amarga. Aliás, bem amarga. São os casos, por exemplo, do Moto Club, do Sergipe e do Brasil. Os dois primeiros inclusive já foram eliminados pela CBD do próximo campeonato por terem escalado, de propósito, jogadores sem condições legais. Pessimamente colocados na tabela e com um prejuízo financeiro que não se sabe como será coberto, o destino daqueles clubes é sombrio.
O Moto Club, quando conseguiu sua inclusão, já estava deficitário, com a folha de pagamento dos jogadores em atraso, a maioria dos contratos por renovar e sem ao menos campo para treinar, uma vez que o Estádio Municipal passava por reformas. Enfrentando grandes dificuldades, o clube maranhense conseguiu um empréstimo de Cr$ 250 mil junto ao Banco do Estado para contratações de novos jogadores e amenizar a crise salarial. No início, tudo foi euforia. Mas com derrotas sucessivas e fraquíssimas rendas, das quais ainda sofria o desconto de 20% para amortização do empréstimo bancário, 8% para o INPS e 30% para pagamento de dívidas antigas, o clube nada recebia e seguiu sempre em um balanço negativo. Agora está devendo mais de Cr$ 300 mil e não sabe onde arranjar dinheiro para pagar.
O Moto Club durante do Campeonato Nacional realizou 28 jogos, sendo 20 em São Luís e oito fora. Conseguiu uma vitória (2x1 contra o CEUB, em Brasília), 15 derrotas e 12 empates (perdeu 6 pontos no Tribunal). Ganhou oito pontos e perdeu 48. Sofreu 43 gols e marcou 11. Seu artilheiro foi Alves, com 3 gols, seguido de Dario, com 2, Marcos, Marins, Anselmo, Nelson, Agnaldo e Canhoteiro, cada um com um gol.
Os 20 jogos do Moto em São Luís renderam Cr$ 1.289.139,00, com uma média de apenas Cr$ 64.456,00 por partida. A medida mínima exigida pela CBD é de 80 mil e portanto nosso próximo representante terá de continuar pagando a cota mínima aos grandes clubes. Os 28 jogos do Moto renderam Cr$ 1.633.948,00, com uma média de 58.355,28 por jogo. A menor renda em São Luís foi a do último jogo, contra o Goiás: Cr$ 28.609,00 e a maior foi a do primeiro jogo, contra o Cruzeiro, num total de Cr$ 138.854,00. Dos jogos fora de São Luís, a menor renda foi registrada em Brasília, no returno: Cr$ 16.521,00; a melhor foi em Belém, com Cr$ 88.950,00. O Moto pagou de cota à CBD Cr$ 64,456,00, a mesma quantia paga também à FMD. Dos 20 jogos no Municipal, a Prefeitura teve direito a Cr$ 128.913,00.
Para muitos clubes a experiência de ter participado do Nacional foi amarga. Aliás, bem amarga. São os casos, por exemplo, do Moto Club, do Sergipe e do Brasil. Os dois primeiros inclusive já foram eliminados pela CBD do próximo campeonato por terem escalado, de propósito, jogadores sem condições legais. Pessimamente colocados na tabela e com um prejuízo financeiro que não se sabe como será coberto, o destino daqueles clubes é sombrio.
O Moto Club, quando conseguiu sua inclusão, já estava deficitário, com a folha de pagamento dos jogadores em atraso, a maioria dos contratos por renovar e sem ao menos campo para treinar, uma vez que o Estádio Municipal passava por reformas. Enfrentando grandes dificuldades, o clube maranhense conseguiu um empréstimo de Cr$ 250 mil junto ao Banco do Estado para contratações de novos jogadores e amenizar a crise salarial. No início, tudo foi euforia. Mas com derrotas sucessivas e fraquíssimas rendas, das quais ainda sofria o desconto de 20% para amortização do empréstimo bancário, 8% para o INPS e 30% para pagamento de dívidas antigas, o clube nada recebia e seguiu sempre em um balanço negativo. Agora está devendo mais de Cr$ 300 mil e não sabe onde arranjar dinheiro para pagar.
O Moto Club durante do Campeonato Nacional realizou 28 jogos, sendo 20 em São Luís e oito fora. Conseguiu uma vitória (2x1 contra o CEUB, em Brasília), 15 derrotas e 12 empates (perdeu 6 pontos no Tribunal). Ganhou oito pontos e perdeu 48. Sofreu 43 gols e marcou 11. Seu artilheiro foi Alves, com 3 gols, seguido de Dario, com 2, Marcos, Marins, Anselmo, Nelson, Agnaldo e Canhoteiro, cada um com um gol.
Os 20 jogos do Moto em São Luís renderam Cr$ 1.289.139,00, com uma média de apenas Cr$ 64.456,00 por partida. A medida mínima exigida pela CBD é de 80 mil e portanto nosso próximo representante terá de continuar pagando a cota mínima aos grandes clubes. Os 28 jogos do Moto renderam Cr$ 1.633.948,00, com uma média de 58.355,28 por jogo. A menor renda em São Luís foi a do último jogo, contra o Goiás: Cr$ 28.609,00 e a maior foi a do primeiro jogo, contra o Cruzeiro, num total de Cr$ 138.854,00. Dos jogos fora de São Luís, a menor renda foi registrada em Brasília, no returno: Cr$ 16.521,00; a melhor foi em Belém, com Cr$ 88.950,00. O Moto pagou de cota à CBD Cr$ 64,456,00, a mesma quantia paga também à FMD. Dos 20 jogos no Municipal, a Prefeitura teve direito a Cr$ 128.913,00.
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