Prejuízo financeiro nos jogos da primeira rodada do Campeonato Maranhense de 1990

Matéria de 31 de março de 1990

As reclamações sobre evasão de renda na primeira rodada do campeonato maranhense não ficaram apenas no jogo Sampaio 0 x 0 Moto, disputado na Capital, mas foram verificadas em todas as outras quatro praças onde acontecem jogos.

Na mesma proporção do desvio de renda do jogo de São Luís, estão se queixando os caxienses que garantem que no Duque de Caxias, por ocasião de Caxiense 2x0 Expressinho, a arrecadação de apenas Cr$ 63.250,00, com 813 pagantes, não corresponde à realidade.

Pelos cálculos dos caxienses, a máfia que se instala nos estádios do nosso futebol deve ter surrupiado em torno de Cr$ 50 mil.

Também foram ouvidas reclamações de Tocantins e Imperatriz contra a renda divulgada do jogo realizado pelos dois tradicionais adversários e vencido pelo Tecão por 2x1. Foi apresentado um público de 1.688 pagantes com renda de Cr$ 84.400,00 para o jogo do Estádio Frei Epifânio. Os clubes não concordaram com esses números, achando que não correspondem ao número de torcedores presentes ao estádio.

De Pinheiro, também, chegaram protestos. A renda de Pinheiro 1x0 Vitória do Mar foi de tão somente Cr$ 43.150,00 para 778 pagantes.

Apesar das chuvas, afirmam os presentes ao Estádio Costa Rodrigues, o público presente ao jogo foi muito superior ao apresentado.

Em Bacabal, no jogo Bacabal 1x0 Boa Vontade não foi diferente. A renda de Cr$ 26.350,00 não agradou. O público de apenas 372 pagantes, segundo a opinião geral, não corresponde ao que foi verificado no Estádio José Correia. As reclamações são dirigidas à Federação Maranhense de Desportos, que é a responsável pelo controle das arrecadações em todos os estádios. Nos jogos do interior, a entidade administra as rendas junto com a liga local.

As rendas oficiais divulgadas provocaram prejuízo a todos os times da Capital que se deslocaram ao interior do Estado. O Vitória do Mar gastou em torno de trinta e cinco mil para ir a Pinheiro e só recebeu mais de dez mil.
O Expressinho teve que desembolsar trinta e cinco mil para ir a Caxias e a sua parte na renda foi somente de Cr$ 16 mil.

Já o Boa Vontade gastou Cr$ 35 mil para cumprir seu jogo em Bacabal. A renda ficou em Cr$ 26 mil, o que lhe assegura pouco mais de Cr$ 8 mil, quantia insuficiente para cobrir as despesas.

Mesmo Tocantins e Imperatriz, que não viajaram, tiveram prejuízo. O Tocantins ganhou o jogo e faturou Cr$ 29 mil. O Imperatriz perdeu e ficou só com Cr$ 19 mil. Em concentração e outras despesas obrigatórias para os jogos, os dois gastaram mais do que receberam.

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