Quem teve a felicidade de conhecer Domingos da Guia, Mauro Ramos, Elias Figueiroa, Hugo De Leon, Wilson Gotardo, sabe bem o que significa para um time de futebol ter a garantia e a sobriedade e frieza de um zagueiro clássico. É muito grande a tranquilidade que ele transmite, principalmente ao goleiro do time.
Pois, quem também teve a sorte de ver Rosclin jogar, sabe que o estilo acima descrito não era o dele. Rosclin era aquele tipo de jogador que, quando entrava em campo, sabia que, em casa, alguém dependia daquela vitória e da recompensa do resultado. Aliás, Rosclin, nem zagueiro era. Não brincava no serviço. Tampouco permitia que seus "comandados" assim o fizessem.
Dono de uma memória incomparável, Rosclin José Ribeiro Serra sabia de cor, todas as formações do seu Sampaio Corrêa desde a década de 70, citando, em alguns casos, as formações dos times campeões, inclusive com os reservas e goleadores. Por muitas oportunidades Rosclin Serra socorria jornalistas com informações precisas e lembranças inquestionáveis, inclusive o autor deste texto. Ele próprio de auto-intitulava "O velho capita, a Enciclopédia ambulante".
Nascido em São Luís, no dia 1º de março de 1954, Rosclin José Ribeiro Serra foi um dos mais corretos profissionais do futebol maranhense em todos os tempos. Ao final da carreira, pelo respeito que sempre teve pelo adversário momentâneo, o zagueiro tinha caminho livre em qualquer time do Maranhão.
Ainda adolescente, Rosclin José Ribeiro Serra dava os primeiros passos no futebol como médio volante vestindo a gloriosa camisa do Águia Negra, time do futebol amador organizado e dirigido com ares de profissional pelo conhecido Zé Aroso. Iniciou a carreira profissional em 1972, no Vitória do Mar, aos 17 anos, mas logo em seguida, ao demonstrar boas qualidades técnicas, transferiu-se para o Maranhão, onde teve boa passagem. Depois deixou o MAC e foi contratado pelo Sampaio Corrêa, onde obteve as suas maiores conquistas. Mais tarde Rosclin foi para o futebol sergipano, onde jogou pelo Sergipe, onde sagrou-se campeão, mas retornou ao Sampaio, onde encerrou a carreira, em 1990.
A garra e a dedicação de Rosclin fizeram dele um líder nato e, por anos seguidos, o capitão do Sampaio Corrêa. Na década de 90, Rosclin encerrou a carreira de jogador e, muito querido pelos dirigentes e torcedores do Tricolor, aceitou assumir o comando do time como treinador em pelo menos duas oportunidades. Realizou pelo Sampaio Corrêa 48 jogos interestaduais. Desses, 47 foram por campeonatos brasileiros, com 8 vitórias, 16 empates e 23 derrotas. Jogou em apenas uma oportunidade na Copa do Brasil, com 1 vitória. O último jogo do campeonato brasileiro que Rosclin realizou vestindo a camisa tricolor foi no dia 19 de julho de 1989, quando o Sampaio Corrêa derrotou o Corinthians Paulista por 3 a 2 em jogo realizado no Castelão.
Depois de pendurar as chuteiras, o ex-zagueiro, que no Vitória do Mar começou como volante, decidiu dedicar-se à função de treinador. Em 1994, comandou o Maranhão na gestão do Presidente França Dias, mas este também no Sampaio, Imperatriz e ultimamente no Moto, onde, além de desempenhar em algumas oportunidades o cargo de técnico, era atualmente o auxiliar de Ruy Scarpino, treinador interino.
Vítima de um infarto, morreu em 1999, aos 45 anos, o auxiliar técnico do Moto, Rosclin José Ribeiro Serra. Conhecido pela sua passagem como atleta profissional, o ex-capitão do Sampaio estava apitando um treino do Moto, no campo do Moropóia, em São José de Ribamar, quando sentiu-se mal, falecendo em seguida no local.
A morte do “Capitão Rosclin”, como era chamado, entristeceu o futebol maranhense. Apesar dos 14 títulos ganhos no Sampaio e ser considerado como um boliviano de coração, o ex-zagueiro não misturava paixão com trabalho, tanto que estava no Moto, como também esteve no Maranhão Atlético Clube como jogador e treinador.
Devoto de São José de Ribamar, Rosclin assistia muitas missas na igreja do santo padroeiro. A frase que ele mais gostava de pronunciar ficou bastante conhecida: “Querer é poder”. No entanto, na manhã do dia 12 de Março de 1999, o “querer” não foi o suficiente para que o capitão pudesse resistir ao ataque cardíaco fulminante que sofreu. Em questão de segundos, as pernas não conseguiram mantê-lo em pé e o coração, que suportou tantas emoções nos campos de futebol, parou.
A última palavra de Rosclin foi dirigida ao preparador físico Ademar Wandes, a primeira pessoa a prestar socorro. O meio André Luis, que estava participando do treino, afirma que Rosclin foi socorrido de imediato por todos os presentes, mas infelizmente o ataque foi fatal. O Presidente do Moto, Antônio Henrique Moraes Rêgo, disse que estava na beira do campo acompanhando o treinamento quando viu Rosclin cair: “O treino tinha começado e o técnico Ruy Scarpino pediu para que Rosclin apitasse, enquanto iria cuidar do posicionamento dos jogadores dentro de campo. Alguns minutos depois, Rosclin chamou Ademar e entregou o apito e quando tentou caminhar, caiu. Ele ainda tentou se levantar, mas não conseguiu e voltou a ficar deitado. Todos correram para socorrê-lo, mas infelizmente não teve jeito”. Rosclin ainda foi levado para um hospital que fica próximo do campo, na cidade de Ribamar, mas quando chegou ao local, estava morto.
Mais de duas mil pessoas estiveram presentes ao sepultamento de Rosclin. Amigos, parentes, jogadores (como Juca Baleira, Ivanildo e Eduardo) e dirigentes foram até o cemitério do Gavião levar o último adeus, àquele que dedicou a maior parte da sua vida ao futebol do Estado do Maranhão. Rosclin conseguiu unir pela primeira vez as torcidas de Moto e Sampaio, que caminharam juntas desde a capela do Hospital Português, onde o corpo foi velado, até o cemitério. Durante todo o cortejo, que incluiu a própria rua onde o capitão morava, os torcedores exibiam bandeiras tricolores e rubro-negras.
Antes do sepultamento, as últimas homenagens ao guerreiro Rosclin Serra, os torcedores cantaram os hinos de Moto e Sampaio. Pela primeira vez foi possível perceber bolivianos cantando o hino do Moto e motenses cantando o hino do Sampaio. Rosclin conseguiu unir quase todos os corações e deixar uma lição de vida, dedicação e muita coragem para lutar por um objetivo. Após a homenagem das duas torcidas e desportistas como Lercílio Estrela, os radialistas Jairo Rodrigues e Haroldo Silva fizeram um relato de toda a trajetória do jogador, técnico e do homem Rosclin Serra, do muito que fez pelo futebol maranhense.
Pois, quem também teve a sorte de ver Rosclin jogar, sabe que o estilo acima descrito não era o dele. Rosclin era aquele tipo de jogador que, quando entrava em campo, sabia que, em casa, alguém dependia daquela vitória e da recompensa do resultado. Aliás, Rosclin, nem zagueiro era. Não brincava no serviço. Tampouco permitia que seus "comandados" assim o fizessem.
Dono de uma memória incomparável, Rosclin José Ribeiro Serra sabia de cor, todas as formações do seu Sampaio Corrêa desde a década de 70, citando, em alguns casos, as formações dos times campeões, inclusive com os reservas e goleadores. Por muitas oportunidades Rosclin Serra socorria jornalistas com informações precisas e lembranças inquestionáveis, inclusive o autor deste texto. Ele próprio de auto-intitulava "O velho capita, a Enciclopédia ambulante".
Nascido em São Luís, no dia 1º de março de 1954, Rosclin José Ribeiro Serra foi um dos mais corretos profissionais do futebol maranhense em todos os tempos. Ao final da carreira, pelo respeito que sempre teve pelo adversário momentâneo, o zagueiro tinha caminho livre em qualquer time do Maranhão.
Ainda adolescente, Rosclin José Ribeiro Serra dava os primeiros passos no futebol como médio volante vestindo a gloriosa camisa do Águia Negra, time do futebol amador organizado e dirigido com ares de profissional pelo conhecido Zé Aroso. Iniciou a carreira profissional em 1972, no Vitória do Mar, aos 17 anos, mas logo em seguida, ao demonstrar boas qualidades técnicas, transferiu-se para o Maranhão, onde teve boa passagem. Depois deixou o MAC e foi contratado pelo Sampaio Corrêa, onde obteve as suas maiores conquistas. Mais tarde Rosclin foi para o futebol sergipano, onde jogou pelo Sergipe, onde sagrou-se campeão, mas retornou ao Sampaio, onde encerrou a carreira, em 1990.
A garra e a dedicação de Rosclin fizeram dele um líder nato e, por anos seguidos, o capitão do Sampaio Corrêa. Na década de 90, Rosclin encerrou a carreira de jogador e, muito querido pelos dirigentes e torcedores do Tricolor, aceitou assumir o comando do time como treinador em pelo menos duas oportunidades. Realizou pelo Sampaio Corrêa 48 jogos interestaduais. Desses, 47 foram por campeonatos brasileiros, com 8 vitórias, 16 empates e 23 derrotas. Jogou em apenas uma oportunidade na Copa do Brasil, com 1 vitória. O último jogo do campeonato brasileiro que Rosclin realizou vestindo a camisa tricolor foi no dia 19 de julho de 1989, quando o Sampaio Corrêa derrotou o Corinthians Paulista por 3 a 2 em jogo realizado no Castelão.
Depois de pendurar as chuteiras, o ex-zagueiro, que no Vitória do Mar começou como volante, decidiu dedicar-se à função de treinador. Em 1994, comandou o Maranhão na gestão do Presidente França Dias, mas este também no Sampaio, Imperatriz e ultimamente no Moto, onde, além de desempenhar em algumas oportunidades o cargo de técnico, era atualmente o auxiliar de Ruy Scarpino, treinador interino.
Vítima de um infarto, morreu em 1999, aos 45 anos, o auxiliar técnico do Moto, Rosclin José Ribeiro Serra. Conhecido pela sua passagem como atleta profissional, o ex-capitão do Sampaio estava apitando um treino do Moto, no campo do Moropóia, em São José de Ribamar, quando sentiu-se mal, falecendo em seguida no local.
A morte do “Capitão Rosclin”, como era chamado, entristeceu o futebol maranhense. Apesar dos 14 títulos ganhos no Sampaio e ser considerado como um boliviano de coração, o ex-zagueiro não misturava paixão com trabalho, tanto que estava no Moto, como também esteve no Maranhão Atlético Clube como jogador e treinador.
Devoto de São José de Ribamar, Rosclin assistia muitas missas na igreja do santo padroeiro. A frase que ele mais gostava de pronunciar ficou bastante conhecida: “Querer é poder”. No entanto, na manhã do dia 12 de Março de 1999, o “querer” não foi o suficiente para que o capitão pudesse resistir ao ataque cardíaco fulminante que sofreu. Em questão de segundos, as pernas não conseguiram mantê-lo em pé e o coração, que suportou tantas emoções nos campos de futebol, parou.
A última palavra de Rosclin foi dirigida ao preparador físico Ademar Wandes, a primeira pessoa a prestar socorro. O meio André Luis, que estava participando do treino, afirma que Rosclin foi socorrido de imediato por todos os presentes, mas infelizmente o ataque foi fatal. O Presidente do Moto, Antônio Henrique Moraes Rêgo, disse que estava na beira do campo acompanhando o treinamento quando viu Rosclin cair: “O treino tinha começado e o técnico Ruy Scarpino pediu para que Rosclin apitasse, enquanto iria cuidar do posicionamento dos jogadores dentro de campo. Alguns minutos depois, Rosclin chamou Ademar e entregou o apito e quando tentou caminhar, caiu. Ele ainda tentou se levantar, mas não conseguiu e voltou a ficar deitado. Todos correram para socorrê-lo, mas infelizmente não teve jeito”. Rosclin ainda foi levado para um hospital que fica próximo do campo, na cidade de Ribamar, mas quando chegou ao local, estava morto.
Mais de duas mil pessoas estiveram presentes ao sepultamento de Rosclin. Amigos, parentes, jogadores (como Juca Baleira, Ivanildo e Eduardo) e dirigentes foram até o cemitério do Gavião levar o último adeus, àquele que dedicou a maior parte da sua vida ao futebol do Estado do Maranhão. Rosclin conseguiu unir pela primeira vez as torcidas de Moto e Sampaio, que caminharam juntas desde a capela do Hospital Português, onde o corpo foi velado, até o cemitério. Durante todo o cortejo, que incluiu a própria rua onde o capitão morava, os torcedores exibiam bandeiras tricolores e rubro-negras.
Antes do sepultamento, as últimas homenagens ao guerreiro Rosclin Serra, os torcedores cantaram os hinos de Moto e Sampaio. Pela primeira vez foi possível perceber bolivianos cantando o hino do Moto e motenses cantando o hino do Sampaio. Rosclin conseguiu unir quase todos os corações e deixar uma lição de vida, dedicação e muita coragem para lutar por um objetivo. Após a homenagem das duas torcidas e desportistas como Lercílio Estrela, os radialistas Jairo Rodrigues e Haroldo Silva fizeram um relato de toda a trajetória do jogador, técnico e do homem Rosclin Serra, do muito que fez pelo futebol maranhense.
Enterro de Rosclin reuniu torcidas de Moto e Sampaio
Rosclin, o quarto em pé, no Sampaio Corrêa pentacampeão maranhense
Sampaio Corrêa de Rosclin antes de um Superclássico, em 1980
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