quarta-feira, 30 de abril de 2014

VÍDEO E FOTOS - Uniforme do Moto Club de São Luis (comemorativo Copa do Mundo 2014)

Enganou-se quem achava que a camisa comemorativa do Moto Club de São Luis para a época da Copa do Mundo seria nas cores amarelo e verde, idênticas ao seu rival Sampaio Corrêa. O Papão lançou na noite desta quarta-feira, dia 30 de Abril, o uniforme comemorativo na cor azul, em alusão à camisa reserva da Seleção Brasileira. O lançamento aconteceu no Auditório do anfiteatro do Jornal O Imparcial e contou com a presença de torcedores, dirigentes e jogadores, que apresentaram os novos uniformes.

VÍDEO


















VÍDEO - Matéria no "Esporte Guará" (TV Guará) - 14 de Abril de 2014 - Livros de Sampaio, Moto e MAC

Entrevista com o professor de Educação Física e escritor, Hugo Saraiva, falando sobre os livros "Sampaio Corrêa: uma Paixão dos Maranhenses", "Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte", e do livro "Salve, Salve, meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube", que será lançado em Setembro deste ano. 

VÍDEO

 






terça-feira, 29 de abril de 2014

Moto Club em excursão a Manaus - 1963

Belo registro da excursão do Moto Club de São Luis a Manaus, em 1963. Na foto, a perfilamento do Moto, à frente, seguido pelos atletas do Nacional de Manaus, no Estádio Parque Amazonas.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Zagueiro Terrível, ex-Sampaio Corrêa e Moto Club

Terrível, o quarto agachado, na Seleção Maranhense em 1956

Texto extraído da página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão (Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá), de 05 de Outubro de 1998.

Quem pode imaginar um zagueiro central, 1m63 de altura, impor respeito a atacantes bem mais altos que ele? Durante os 18 anos que defendeu as cores do Sampaio Corrêa e Moto, Terrível mostrou que também nunca será documento para quem sabe jogar. E ensinou que um atleta pode se superar quando tem no sangue a raça de um guerreiro que gosta de vitórias.

Terrível nasceu raçudo. No Bairro Diamante, idos de 1940, ainda conhecido como Antônio Santos Sousa, ele deu os primeiros pontapés na bola. Por ser valente e gostar de desafios, optava em jogar na defesa. “Eu tinha prazer em não deixar os grandalhões fazer gols. Eu não abria pra nada neste mundo. Era casca grossa”, conta, orgulhoso. E foi nessa época que o pequeno Antônio ganhou o apelido de Terrível. Ele mesmo diz que era “errado”, um “perdido”. Fez fama nos bairros Matadouro, Baixinha, Camboa, Rádio e Diamante. “Saíamos em curriolas para jogar peladas nestes bairros. Não tinha essa de apanhar não. Partíamos para ganhar na bola e na porrada. Se houvesse dúvida de alguma coisa e isso gerasse confusão, eu não vacilava. Enchia neguinho de porrada, depois corria para o outro lado do mangue e ficava esperando as coisas se acalmarem”. Rindo bastante e passando a mão na cabeça, ele acrescenta: ‘Ô, tempo bom, senhor!”.

A fama de Terrível se espalhou rapidamente e chegou ao Bairro Fé em Deus, onde ficava a sede do Onze Amigos. Foi lá que aos 13 anos ele jogou pela primeira vez numa equipe organizada. Procurava imitar o ídolo Erasmo, zagueirão do Maranhão Atlético Clube, time pelo qual era apaixonado. Depois do Onze Amigos, Terrível foi para o Cristal, time da padaria Cristal, que ficava na Rua Grande e que tinha como patrono Mário Frias, dono da padaria.

E as histórias sobre Terrível continuam. Com 17 anos, ele tinha certeza que seria jogador de futebol profissional. Apurou a técnica de marcação, antecipação e cabeceio, se especializando em cobranças de faltas de longa distância e pênaltis, devido ao chute forte com a perna direita. Conseguiu aliar técnica, determinação tática e garra. Boas histórias sobre Terrível chegaram aos ouvidos de Ronald Carvalho, que em 1948 era Presidente do Sampaio Corrêa. Ele então resolveu contratá-lo para o Tricolor. “Quando fiquei frente a frente com o homem, balancei um pouco. Era o primeiro contrato. Assinei como ‘não-amador’. Receberia um pouco pelo clube e ganharia em emprego na Prefeitura. Foi assim que entrei para o Departamento Municipal de Estradas e Rodagens (DMER), onde acabei aposentado em 1990”. Iniciava assim a bela carreira profissional de zagueiro nascido em Dezembro de 1931 já predestinado a escrever seu nome na história do futebol maranhense. Pelas informações dele e da atual esposa, Terrível jogou 11 anos seguidos no Sampaio Corrêa (1948/58). Foi bicampeão Etsadual em 1953/54.

 O outro contrato foi com o Moto Club, onde ficou por mais oito anos (1959/66), conquistando o bicampeonato em 1959/60 e mais o título de 1966. Durante os 18 anos de carreira, Terrível participou de quase toas as seleções estaduais convocadas.

Por causa de uma trombose sofrida em 1989, ele não se lembra das escalações das equipes que jogou. Se lembra bem de alguns amigos que jogaram com ele, tais como Ribeiro Garfo de Pau, Negão, Bacabal, Walber Penha, Zuza, Esmagado, Reginaldo, Baezão, Baezinho, Hamilton, Nabor, Valdeci, Laxinha, Mizael e Decadela. “Gostaria de rever alguns destes amigos”, confessa.

Uma lembrança que não se apagou da mente de Terrível foi quando o Renner, do Rio Grande do Sul, veio jogar em São Luis. “Quando entramos em campo, tivemos que olhar para cima para ver a cara dos branquelos. Eles eram muito altos. Nesse dia joguei coo nunca. Dava cotovelada, chegava junto e ainda dizia pra eles: sai pra lá que aqui não é teu lugar”. Os jogadores do Renner se encarregaram de espalhar pelo Brasil a fama do nosso terrível zagueiro. A partir de então, quando um time de fora vinha jogar em nossa capital, era normal que perguntassem: “Terrível vai jogar?”. O garoto do Diamante passou a ser respeitado em toda a região e no país inteiro.

Uma particularidade na carreira de Terrível é que todos sabiam que ele era atleticano e que sempre se imaginava defendendo as cores do MAC. Por assinar contratos de gaveta, ficou com o passe preso no Sampaio e depois no Moto, adiando assim seu maior sonho. Só que muitos ficavam desconfiados quando o MAC era o adversário. “Será que Terrível vai ser o mesmo diante do clube do coração?”. “Quando eu ia jogar contra o MAC, a responsabilidade era muito grande. Eu não podia falhar para não dar margem ao falatório. Graças a Deus minhas notas sempre eram boas, entre oito e nove e meio, comprovando o meu profissionalismo”.

Terrível jogou a vida toda com muita competência. Respeitou muito os atacantes. O maior deles foi Hamilton. “Era frio e calculista dentro da área e sabia o que fazia com a bola nos pés. Era o terror dos zagueiros. Não tinha medo da minha cara feia”, relembra, dando mais uma de suas belas risadas sobre o seu passado glorioso e que marcou o futebol maranhense.



domingo, 27 de abril de 2014

VÍDEO - Jack Jone agradecendo pelo troféu "Maior ídolo da História do Moto Club"


 O artilheiro Jack Jone, craque do Moto Club de São Luis e campeão maranhense em 2000 após 11 anos de jejum, enviou um vídeo ao Blog Futebol Maranhense Antigo em agradecimento ao troféu pelo reconhecimento como o "Maior ídolo da História do Moto Club", através de votação popular aqui mesmo no Blog, com 274 votos no total, ou 48,67% (489 votos no total pela torcida rubro-negra).


Jack Jone começou a sua carreira profissional aos 13 anos, atuando nas categorias de base do Itaperuna Esporte Clube, equipe que lhe abriu as portas para uma carreira gloriosa. Segundo informações, quem lhe deu a primeira oportunidade foi Niltinho Ladeira, que realizou com Jack Jone as primeiras experiências na chamada “peneira”. Com a extrema habilidade e a visão de jogo que lhe é particular, o artilheiro foi admitido e passou a integrar o elenco dessa divisão do Itaperuna. Ainda passou pela base do Flamengo e Fluminense. 

O início na base, porém, foi complicado, já que o salário não dava para se manter e Jack dependia ainda do sustento dos seus pais, que também não tinham condições financeiras ideais para ajudá-lo. A base familiar, contudo, foi de grande valia para o craque: “eu sempre tive o apoio do meu pai, minha mãe, minha esposa, minha filha e meus irmãos”. O esforço pela dedicação na base foi recompensada e rapidamente Jack Jone foi aproveitado no elenco profissional do Itaperuna. Contudo, teve a fundamental ajuda do seu pai: “eu joguei a pela primeira vez como profissional graças a Deus e ao meu pai, porque na época eu ainda tinha idade de juniores, mas já treinava com o profissional, só que não tinha jogado ainda. Meu pai, então, foi conversar com o Presidente do Itaperuna, sem eu saber e ele disse ao mandatário que, se ele não fosse me utilizar no time profissional, que ele me desse meu passe para eu jogar em outro time”, comentou Jack Jone. E nem foi preciso dar o passe livre ao atleta, pois o artilheiro foi relacionado para o jogo contra o Botafogo, dia 02 de Março de 1997, válido pela Taça Guanabara daquele ano. Para surpresa até do próprio Jack Jone, ele entrou na partida como titular e fez os dois gols da derrota do seu time por 4 a 2 para o alvinegro, no Estádio Caio Martins, em Niterói. Apesar do placar, iniciava-se ali a grande carreira do eterno matador rubro-negro. “Eu fico até emocionado de lembrar desse momento, Deus me colocou no momento certo pra jogar. Daí pra frente não parei mais”, relembra o artilheiro, naquela ocasião treinado por Paulo Matta. Essa foi a formação em sua primeira partida como profissional, pelo Itaperuna: Pacato, Léo, Roni, Rondinelli e Ronaldo; Alexandre, André Pimpolho, Giovanni e Alcer; Paraíba e Jack Jones.

Artilheiro-nato, após o Itaperuna Jack Jone rodou bastante: Comercial (ES), XV de Piracicaba (SP), Volta Redonda (RJ), Friburguense (RJ), Treze (PB), América (RN), Cabofriense (RJ), Americano (RJ), Rio Branco (RJ), Resende (RJ), União São João (SP), Madureira (RJ), Mogi Mirim (SP), Uniclinic, Potiguar (RN), Botafogo (PB), Luziânia (DF), Vitória da Conquista (BA), Al-Qadisiyah Club (Arábia), Psim-Yogyakarta (Indonésia), Avaí (SC) e São José de Ribamar foram os times em que Jack teve mais oportunidades de fazer gols e brigar pela almejada artilharia. Isso, é claro, sem falar no Papão do Norte. Em 2000 o Moto Club de São Luis estava à procura de um artilheiro à altura dos seus grandes nomes do passado, alguém que pudesse elevar o Papão à categoria de Campeão Maranhense após um esquecível período de mais de dez anos sem a conquista de um título sequer. Quem o trouxe para o rubro-negro foi o eterno Raul Meneses, Diretor de futebol do Papão naquela maravilhosa campanha de 2000 (na época, o Presidente do Moto era Jandir Castro, que assumiu o cargo após a saída de Antônio Henrique). 

Contratado a peso de ouro, pelos padrões do futebol maranhense, Jack Jone encontrou muitas dificuldades em seu início aqui na capital maranhense: os atletas concentravam-se em um pequeno hotel perto da praia e o grupo treinava em campos alugados. Como não poderia fugir à regra, sobretudo pelas dificuldades em gerir um clube de futebol profissional em nosso Estado, os salários dos jogadores, vez ou outra, atrasavam. Porém, Raul Menezes, o “Paizão” (como era conhecido pelos jogadores), junto com a Diretoria, sempre dava um jeito de driblar a crise e encontrava uma forma de saldar os vencimentos do grupo. Dona Júlia e Amim Castro também foram pessoas importantíssimas naquela campanha, sobretudo nos bastidores, pelo empenho com o elenco e o amor em trabalhar pelo Moto Club. E a recompensa viria dali a alguns poucos meses.

ÁUDIO - Sampaio Corrêa 2x0 Tiradentes-PI (Taça de Prata 1982)


ÁUDIO



Texto e fotos: Jornal O Estado do Maranhão, de Janeiro de 1982

Melhorando bastante o seu rendimento, o time do Sampaio Corrêa derrotou o Tiradentes de Teresina por 2 a 0, ontem à noite no Estádio Nhozinho Santos, resultado que lhe deixa na có-liderança do Grupo A da Taça de Prata ao lado do Clube do Remo, com 3 pontos ganhos. O quadro maranhense desta feita apresentou um futebol bem mais objetivo, graças à melhor coordenação do meio de campo que ganhou uma nova estrutura com a entrada de Zequinha, sem falar no sistema de defesa onde a estreia de Mendes pela lateral-direita provocou o deslocamento de Gallotti para a zaga central, acabando de vez com os problemas verificados no jogo anterior.

O Sampaio abriu o score aos 5 minutos do primeiro tempo, através de Cabecinha, cobrando penalidade máxima sofrida por Bimbinha e cometida pelo lateral-direito Valdinar. Aso 12 minutos do segundo tempo o Sampaio deu cifras finais ao marcador fazendo 2 a 0, por intermédio de Fernando, depois de um bom lançamento de Cabecinha, que no lance deu de meia armador. A rigor, o Tiradentes não assustou o gol defendido por Dico, sendo justa a vitória do Sampaio Corrêa, que se credencia a continuar decididamente na luta pela classificação



FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 2x0 Tiradantes/PI
Data:
27 de Janeiro de 1982
Renda: Cr$ 712.800,00
Público: 4.819 pagantes
Juiz: Almir Laguna (SP)
Renda: Cr$ 712.800,00
Público: 4.819 pagantes
Gols: Cabecinha (pênalti) aos 5 minutos do primeiro tempo; Fernando aos 12 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Dico; Mendes, Gallote, Rosclin e Valdeci; Zequinha, Evandro e Joaquim; Fernando, Cabecinha (Rodrigues) e Bimbinha (Moreira). Técnico: Nelson Gama
Tiradentes/PI: Batista; Valdemar, Wagner, Zuega (Baiano) e Valter; Jamilson (Zuega), Sabará e Hamilton Rocha; Luís Sérgio (Carlinhos), Flávio e Geraldo. Técnico: Bero

Sampaio Corrêa 1x1 Clube do Remo/PA - Entrega de Faixas ao Sampaio Campeão Maranhense em 1978


Na festa de comemoração da conquista do Campeonato Maranhense de 1978, o Sampaio Corrêa escapou da derrota empatando com o Clube do Remo por 1x1, numa partida que chegou a agradar um pouco no segundo tempo, já que na etapa de início foi decepcionante, com os times parecendo que entraram em campo com o propósito do empate sem abertura de marcador. O Mais Querido, depois que sofreu o gol remista numa bola em que Bira mostrou sua presença de área e sua raça de artilheiro, cresceu em campo, principalmente depois da entrada em campo de Adeilton em lugar de Luis Aberto, e conseguiu a igualdade, quando tinha sofrido o gol depois de ter maior presença em campo. Mas como diz o velho ditado, quem não faz leva, acabou o campeão maranhense sofrendo o gol dos paraenses em um contra-ataque, quando Bira saltou mais alto do que Jorge e Paulinho deslocando o arqueiro Crésio.

O Sampaio teve de tirar Luis Alberto, que não fez uma boa estreia, e com a presença de Adeilton, o time melhorou e ficou mais certo em campo, com o campeão do Pará se retrancando. Ai surgiu cabecinha, em um contra-ataque para marcar o gol da igualdade, que no final do espetáculo fez justiça ao que fizeram as duas equipes em campo.

A equipe paraense que veio com muito cartaz a São Luis, não reeditou tudo que dela se falava, e se não saiu de campo derrotada deve-se à falta de sorte dos atacantes bolivianos, que desperdiçaram chances reais de marcar e quanto maior era a pressão sampaína, saiu o gol de Bira, que quase entornava o caldo para o lado maranhense. No final, o resultado foi recebido com alegria pelo dois times, porque ambos pareciam que se encontravam ausentes em campo, com o Remo mostrando que viera apenas faturar os Cr$ 60 mil e o Sampaio, ainda se ressentindo da campanha que lhe deu o título, e das comemorações, sem necessidades, pois os próprios jogadores afirmaram que tinham se esbaldado, como se ingerir bebida alcóolica fosse necessário a um atleta de futebol. 




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x1 Clube do Remo/PA
Data:
03 de Junho de 1979
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$  182.125,00
Público: 7.244 pagantes
Juiz: Nacor Arouche
Bandeirinhas: Francisco Sousa e Josenil Sousa
Gols: Bira aos 20 e Cabecinha aos 31 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Crésio; Zé Alberto, Jorge, Paulinho e Cabrera; Rosclin e Edésio; Prado, Luís Alberto (Adeilton), Cabecinha e Bimbinha.
Clube do Remo/PA: Pedrinho; Marinho, Dutra, Marajó e Haroldo; Aderson (Limão) e Luís Augusto; Paulinho, Mesquita, Bira e Bebeto.

João Pinto, ex-Moto Club e Tupan

Matéria do dia 30 de Outubro de 2000 (Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão).

João Pinto campeão pelo Moto Club em 1966

João Pinto, antes de mais nada, é um homem que aproveita como poucos a vida. Não há nada que o leve a se sentir desesperado. Tudo resolve com paciência e tranquilidade. Essas virtudes fizeram dele uma pessoal muito bem relacionada no Bairro da Madre Deus, onde deu os primeiros passos no futebol e vive até hoje. Jogou no Tupanzinho, Moto, Olaria/RJ, Flamengo de Varginha e chegou a ser auxiliar e técnico de várias equipes do futebol maranhense.

E foi em peladas pelas calçadas da Rua de São Pantaleão, em frente à antiga Fábrica Cânhamo (hoje Ceprama), que o menino João Pinto jogava descalço ao lado dos amigos Mazola, Zé Mauro e Lelé. Magrinho e baixinho, destacava-se pela técnica. Driblava bem e controlava a bola tanto com a pena direita como a esquerda. Como ponta-esquerda, partia para cima dos adversários e chutava muito bem a gol. O detalhe é que vivia rindo porque a vida para ele era uma eterna alegria.

Em 158 a Madre Deus viu nasceu o Tupan Futebol Clube, um time que empolgava os moradores do bairro, principalmente a garotada: “Víamos os nossos ídolos do bairro jogar e ficávamos com a vontade de ser iguais a eles”. Não foi à toa que a curriola, média de 15 anos, acabou fundando o Tupanzinho, uma espécie de time juvenil do Tupan. Foi uma experiência fantástica, relata João Pinto: “tive o privilégio de jogar com Djalma Neto, Luisinho, David, Zé Mauro, Burreta, Joserly, Zeca Chola e outros”. Um ano foi o suficiente para João Pinto ser revelado e promovido para o quadro principal do Tupan. Em 1961, participou dos campeonatos da “Pule B” (juvenil) e da “Pule A”, ao lado dos principais times amadores de São Luis. “Eram competições de excelente qualidade técnica”, conta ele.

Em 1962, um antigo sonho é realizado: ingressa no juvenil o Moto Club de São Luis, levado pelo amigo Joserly. Ia justamente para o time que torce até hoje. Ele acrescenta: “junto comigo e Joserly, estavam Alzimar, Zé Bernado, Zeca, Zé Sampaio e outros camaradas bons de bola”. Jogavam nas preliminares do campeonato de profissionais. O público chegava cedo para vê-los em ação. Bons tempos.
 Tupan em 1977: em pé - João Pinto (auxiliar técnico), Dandão, Reginaldo, Ivaldo, Zequinha, Isaías, Luis Carlos e Edivaldo Pereira Biguá (técnico); agachados - Toinho, Nascimento, Irismar, Claudionor e Santos
Após servir ao exército, João Pinto acabou tornando-se jogador profissional do Moto. Disputou as temporadas de 1965/66/67 como um reserva de luxo, até porque os titulares eram verdadeiras feras: Vila Nova; Baezinho, Omena, Alvim da Guia e Corrêa; Ronaldo e Ananias; Zezico, Hamilton, Rubens e Nabor, mais Bacabal (goleiro), Alzimar, Zeca, dentre outros. O Moto foi tricampeão em 1966/67/68. No início de 1968, João Pinto foi ao casamento da irmã Morena, no Rio de Janeiro. Aproveitou e fez uns testes no Fluminense e no Olaria, onde chegou a jogar quatro partidas. Um empresário o levou ao Flamengo da cidade de Varginha/MG. Poderia ser a chance de emplacar no futebol profissional, mas nada. “Três meses depois senti a realidade do futebol brasileiro, onde os privilegiados são poucos e os decepcionados e desiludidos, muitos. Em seguida larguei tudo e retornei a São Luis”. Na Ilha, João Pinto juntou-se a Simite, Bastos, China, Zé Bernardo (ex-companheiros de Moto), Czoca, Semião, Ferreirinha, Pinagé, Ademir, Paulo (goleiro) e passou a jogar no Graça Aranha, que tinha como técnico Marçal Tolentino Serra.

Quando casou com Ricardina Sousa Pinto, sabia que necessitava de um emprego que desse futuro. Somente em 1971 conseguiu, por causa da bola, um emprego na CAEMA. Ainda em 1971, retornou ao Tupan. Reverteu a categoria profissional em amadora e disputou vários campeonatos no time da Madre Deus e pelo da CAEMA. Em 1974 foi campeão amador pelo Tupan. Parou de jogar dois anos depois e em 1977 iniciava no próprio Tupan a carreira de auxiliar técnico. “Comecei como auxiliar técnico de Edivaldo Pereira Biguá no primeiro campeonato profissional que o Tupan participou. Dai pra frente acumulei experiência coo auxiliar no Expressinho, Maranhão, além de ser técnico no Expressinho”. De 1993 pra cá João Pinto deixou de vez o futebol profissional, ficando apenas com as peladas na Associação dos Servidores da CAEMA.
 


FOTOS E VÍDEO - Paysandu 2x1 Maranhão (Copa do Brasil 2014)

VÍDEO



O Paysandu venceu o Maranhão por 2 a 1 no Estádio Mangueirão, em Belém, e garantindo sua vaga à segunda fase da competição nacional. O Maranhão precisava do resultado e como esperado, foi com tudo para cima do Paysandu, tentando de todo jeito o primeiro gol. E, a insistência deu certo. Aos oito minutos, após cruzamento, Elton subiu mais que todo mundo e testou com força para o fundo das redes, abrindo o placar para o MAC.

Sendo eliminado, o Papão acordou no jogo e foi para cima do Maranhão, tentando de todo jeito virar o jogo. Mas, com o tempo passando, o time tinha dificuldades para se encontrar em campo. No entanto, jogar no Mangueirão não é fácil para qualquer um e aos 36, os paraenses chegaram ao gol de empate. Lima foi lançado, invadiu a área e na saída do goleiro Raniere, bateu por cima, deixando tudo igual. Mas, antes do final da etapa inicial, o MAC quase fez o segundo. Num forte chute de fora da área, Raimundinho bateu com força e acertou o travessão de Matheus, vendido na jogada.

 A etapa final estava perigosa para o Paysandu. O Maranhão sabia que precisava de todo jeito de um gol para tentar o gol, ou a menos, levar para as penalidades. Com isto, saiu para o campo de ataque, pressionando o Papão, que nos contra-ataques passou a arriscar. Quem levou a melhor foi o Paysandu, que aos 28, chegou ao segundo gol. Após bate e rebate, a bola sobrou para Leandro Carvalho, que livre, bateu com força para o fundo das redes. No final, o MAC tentou chegar ao gol de empate, para levar a partida para os pênaltis, mas não conseguiu furar a defesa paraense, que sob o comando de Mazola Júnior avança à próxima fase.

  FICHA DO JOGO

Paysandu 2x1 Maranhão
Local:
Estádio Olímpico do Pará, em Belém
Juiz: Arnoldo Vasconcelos Figarela (RO)
Bandeirinhas: Inácio Barreto da Camara (AP) e Roberto Soares dos Santos Junior (AP)
Renda: R$ 77.332,00
Público: 5.541 pagantes - 6.983 total
Cartões Amarelos: Paysandu - Ricardo Capanema, Leandro Carvalho, Djalma; Maranhão - Elton, Paulo Ricardo, Raimundinho, Osmar
Gols: Elton aos 8 minutos do primeiro tempo; Leandro Carvalho aos 28 e Lima aos 36 minutos do segundo tempo
Paysandu: Matheus; Yago Pikachu (Zé Antônio), Charles, João Paulo e Airton; Pablo (Bruninho), Augusto Recife, Ricardo Capanema e Marcos Paraná (Leandro Carvalho); Djalma e Lima. Técnico: Mazola Júnior
Maranhão: Ranieri; Thiago Granja, Paulo Ricardo (Leomar), Osmar e Raimundinho; Cauê (Neto Alagoano), Elton, Dinho e Deivison; Tenilson e André Luis (Francisco Junior). Técnico: Arnaldo Lira

FOTOS DA PARTIDA