Juarez aos 18 anos segurava a bola com extrema facilidade
Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão
Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão
José Juarez Mendonça, goleiro desde criança, jogou no Maranhão Atlético Clube na década de 40. Como era baixo para a posição, compensava coma impulsão, segurando a bola que ia na direção do gol com a mão de onça. Nessa época, o torcedor gostava tanto de acompanhar o futebol que ia ao Estádio Santa Izabel levando um jornal ou uma almofada na mão para sentar na piçarra da barreira que servia de arquibancada.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelas equipes e torcidas, segundo os saudosistas, todos se divertiam muito mais. Como uma das poucas opções de entretenimento, os jogos dos torneios e do Campeonato Estadual lotavam e movimentavam a pacata cidade de São Luis.
Grande parte dos meninos sonhava entrar no campo para mostrar suas habilidades com os pés. Juarez também. Ele, que passou a infância às voltas com o futebol de bola de meia pelas ruas da Inveja, Alegria e Mercado Central, optou por ser goleiro. Defendeu o Ferroviário na categoria infantil.
Paralelo às brincadeiras, já com 15 anos, o garoto foi ser aprendiz na oficina da Estrada de Ferro, no tempo da Maria Fumaça. Devagar foi subindo de posto, chegando a ser ajudante e fiscal de tração. Trabalhava no galpão onde hoje é o espaço Cultural, na Praça Maria Aragão, no Centro da capital maranhense.
O Engenheiro alagoano Aluísio Braga, responsável pelo Departamento Nacional de Portos, Rios, Canais e Vias Navegáveis, Presidente do MAC, descobriu Juarez. E fez o convite para ele ir treinar em 1946 no aspirante atleticano. Logo veio a oportunidade de ingressar no quadro principal. Era amador, juntamente com Raul Guterres, com quem dividia a posição. Segundo Juarez, a preparação específica para goleiros não existia. “Quando acabavam os coletivos, eu ficava um pouco mais no campo para defender bolas chutadas pelos jogadores de linha”. Com 1m67 de altura e tendência para engordar, ele trabalhava além o normal. Buscava aprimorar a impulsão e o reflexo. Uma das formas que encontrou para treinar mais foi apostar com jogadores de linha. “Se eles marcassem um gol, eu passava uns trocados. Se defendesse, recebia o dinheiro de volta”.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelas equipes e torcidas, segundo os saudosistas, todos se divertiam muito mais. Como uma das poucas opções de entretenimento, os jogos dos torneios e do Campeonato Estadual lotavam e movimentavam a pacata cidade de São Luis.
Grande parte dos meninos sonhava entrar no campo para mostrar suas habilidades com os pés. Juarez também. Ele, que passou a infância às voltas com o futebol de bola de meia pelas ruas da Inveja, Alegria e Mercado Central, optou por ser goleiro. Defendeu o Ferroviário na categoria infantil.
Paralelo às brincadeiras, já com 15 anos, o garoto foi ser aprendiz na oficina da Estrada de Ferro, no tempo da Maria Fumaça. Devagar foi subindo de posto, chegando a ser ajudante e fiscal de tração. Trabalhava no galpão onde hoje é o espaço Cultural, na Praça Maria Aragão, no Centro da capital maranhense.
O Engenheiro alagoano Aluísio Braga, responsável pelo Departamento Nacional de Portos, Rios, Canais e Vias Navegáveis, Presidente do MAC, descobriu Juarez. E fez o convite para ele ir treinar em 1946 no aspirante atleticano. Logo veio a oportunidade de ingressar no quadro principal. Era amador, juntamente com Raul Guterres, com quem dividia a posição. Segundo Juarez, a preparação específica para goleiros não existia. “Quando acabavam os coletivos, eu ficava um pouco mais no campo para defender bolas chutadas pelos jogadores de linha”. Com 1m67 de altura e tendência para engordar, ele trabalhava além o normal. Buscava aprimorar a impulsão e o reflexo. Uma das formas que encontrou para treinar mais foi apostar com jogadores de linha. “Se eles marcassem um gol, eu passava uns trocados. Se defendesse, recebia o dinheiro de volta”.
Uma das formaçõe do MAC em 1947: em pé - Merci, Nezinho, Arel, Durvalino, Juarez e Erasmo; agachados - Alberto, Coelho, Toninho, Moura e Manoel Cotia
Aluísio Braga montou no MA um time mais competitivo. Contratou alguns reforços alagoanos, dentre eles o próprio sobrinho, Dilson, ponta-esquerda; Erasmo, Mercy, dois Nezinhos (um lateral-esquerdo e outro ponta-esquerda). Por causa da baixa estatura dos goleiros Raul Guterres e Juarez, o dirigente acertou como conterrâneo Epaminondas, dois metros de altura. “Ele parecia um girafão”. Epaminondas ganhou a posição, pois lógico, veio pra cá com esse objetivo. Mas, segundo Juarez, a passagem do alagoano foi tumultuada. “O Maranhão saiu para uma excursão de um mês. Juarez ficou como reserva. No jogo em Parnaíba, contra o Guarani, Epaminondas se meteu em uma discussão com o juiz que havia sido levado pelo clube maqueano. Era o cearense Dimas eles. Epaminondas foi substituído por Juarez, para evitar maiores confrontos. A confusão continuou no hotel. “Quando chegamos ao hotel, Epaminondas pegou uma faca e cortou dois ternos de linho de Dimas Telles. Foi preciso muita gente para apartar a briga”.
A estreia de Juarez pelo Maranhão aconteceu em um Samará, dia 31 de Agosto de 1946, com vitória para o MAC por 5 x 4: Juarez; Justino e Aldir; Biguá, Manduca e Moacir; Celso, Inaldo, Zizi, Jonas e Mineiro.
As histórias do tempo da bola são muitas. Uma que lembra bem foi quando o goleiro cearense Walter veio como profissional para o MAC. “Ele chegou de manhã e a tarde estreou como titular contra o Santa Cruz de Recife. Furou alguns gols e a torcida pediu para eu entrar. Quando entrei, o Santa Cruz vencia por 4x3. Conseguimos virar para 5x4.”
Alguns treinadores que conviveu: Dimas Telles, Edgar – que antes havia sido preparador físico – Luis Comitante, Tenente Dantas (da Aeronáutica), Diógenes Barbosa (da Alfândega), dentre outros.
Ainda em 1946, aconteceu um fato curioso em mais um Samará: “O juiz Fatiguê apitou vários pênaltis. Um deles, contra o MAC, Zé Luzia dez a cobrança e Juarez defendeu. O juiz anulou e veio outro batedor de pênalti, Bibi. Novamente Juarez defendeu. O jogo terminou empatado em 2x2. MAC: Juarez; Justino e Tarrindo; Batistão, Jonas e Arel; Celso, Inaldo, Moura, Merci e Coelho; Sampaio: Baltazar; Capristano e Newton; Zé Luzia, Ferreira e Jaime, Bibi, Aldo, Jesus, Pinagé e Piauí.
Juarez recorda outras grandes escalações em 1948 dos três principais clubes de São Luis: “Parece que estou vendo os times. O Moto formava com Rui; Santiago e Carapuça; Sandoval, Frázio e Nascimento; Mosquito, Galego, Zuza, Jaime e Valentim; Sampaio: Baltazar; Cido e Serejo; Reginaldo, Gegeca e Decadela Pernambucano; Bodinho, Duó, Geovani, Albano e Zé Pequeno; MAC: Juarez; Erasmo e Arel; Batistão, Vicente e Nezinho; Coelho, Toinho, Moura, Inaldo e Manoel Cotia.
Como o dinheiro que corria no futebol era pouco, não havia salário a ser pago aos atletas amadores. Em caso de vitória, cabia o “bicho” a ser rateado entre todos. Mas o melhor, segundo ele, era o “bicho” extra no dia seguinte. “Quando o Maranhão ganhava, a gente podia passar na loja dos atleticanos. No comércio de Napá, por exemplo, pegávamos o que queríamos e ele dispensava o valor da compra”. Napá, diretor maqueano, era proprietário do Armazém Ideal, que vendia gêneros alimentícios a grosso e a varejo na Rua 14 de Julho, Centro.
Por três anos o MAC fez parte da vida de Juarez. Quando saiu em 1948, integrou o Santa Isabel, time de Alberto Aboud, que participava da Primeira Divisão. “Se compararmos os times de hoje, o Santa Isabel era uma espécie de Boa Vontade”. Passou um ano e largou a vida de atleta para se dedicar unicamente à função de Agente de Serviços de Engenharia, cargo que se aposentou em Novembro de 1977.
A estreia de Juarez pelo Maranhão aconteceu em um Samará, dia 31 de Agosto de 1946, com vitória para o MAC por 5 x 4: Juarez; Justino e Aldir; Biguá, Manduca e Moacir; Celso, Inaldo, Zizi, Jonas e Mineiro.
As histórias do tempo da bola são muitas. Uma que lembra bem foi quando o goleiro cearense Walter veio como profissional para o MAC. “Ele chegou de manhã e a tarde estreou como titular contra o Santa Cruz de Recife. Furou alguns gols e a torcida pediu para eu entrar. Quando entrei, o Santa Cruz vencia por 4x3. Conseguimos virar para 5x4.”
Alguns treinadores que conviveu: Dimas Telles, Edgar – que antes havia sido preparador físico – Luis Comitante, Tenente Dantas (da Aeronáutica), Diógenes Barbosa (da Alfândega), dentre outros.
Ainda em 1946, aconteceu um fato curioso em mais um Samará: “O juiz Fatiguê apitou vários pênaltis. Um deles, contra o MAC, Zé Luzia dez a cobrança e Juarez defendeu. O juiz anulou e veio outro batedor de pênalti, Bibi. Novamente Juarez defendeu. O jogo terminou empatado em 2x2. MAC: Juarez; Justino e Tarrindo; Batistão, Jonas e Arel; Celso, Inaldo, Moura, Merci e Coelho; Sampaio: Baltazar; Capristano e Newton; Zé Luzia, Ferreira e Jaime, Bibi, Aldo, Jesus, Pinagé e Piauí.
Juarez recorda outras grandes escalações em 1948 dos três principais clubes de São Luis: “Parece que estou vendo os times. O Moto formava com Rui; Santiago e Carapuça; Sandoval, Frázio e Nascimento; Mosquito, Galego, Zuza, Jaime e Valentim; Sampaio: Baltazar; Cido e Serejo; Reginaldo, Gegeca e Decadela Pernambucano; Bodinho, Duó, Geovani, Albano e Zé Pequeno; MAC: Juarez; Erasmo e Arel; Batistão, Vicente e Nezinho; Coelho, Toinho, Moura, Inaldo e Manoel Cotia.
Como o dinheiro que corria no futebol era pouco, não havia salário a ser pago aos atletas amadores. Em caso de vitória, cabia o “bicho” a ser rateado entre todos. Mas o melhor, segundo ele, era o “bicho” extra no dia seguinte. “Quando o Maranhão ganhava, a gente podia passar na loja dos atleticanos. No comércio de Napá, por exemplo, pegávamos o que queríamos e ele dispensava o valor da compra”. Napá, diretor maqueano, era proprietário do Armazém Ideal, que vendia gêneros alimentícios a grosso e a varejo na Rua 14 de Julho, Centro.
Por três anos o MAC fez parte da vida de Juarez. Quando saiu em 1948, integrou o Santa Isabel, time de Alberto Aboud, que participava da Primeira Divisão. “Se compararmos os times de hoje, o Santa Isabel era uma espécie de Boa Vontade”. Passou um ano e largou a vida de atleta para se dedicar unicamente à função de Agente de Serviços de Engenharia, cargo que se aposentou em Novembro de 1977.
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