Mais uma vez o Maranhão Atlético Clube perdeu, vítima de sua própria estrutura. Com as suspensões de Riba e Chicão, o Professor Fraga Salgado foi obrigado a improvisar um zagueiro no momento em que mais precisava de um atacante. A equipe atleticana teve a infelicidade de perder o concurso de Homero logo no início da partida, que saiu com suspeita de fratura na tíbia, provavelmente de um choque causalmente com Jorge Santos.
A equipe atleticana perdeu um pouco a consistência do meio de campo, mesmo por falta de um melhor entrosamento de Zezé com os homens encarregados daquele setor, fazendo com que o ataque ficasse resumido apenas a Léo e Joãozinho. Para o jogador Homero, não há para sua situação qualquer explicação, já que não vem dando muita sorte em nosso futebol. Antes mesmo de estrear, sofreu uma fratura no braço, proveniente de uma brincadeira na sede, e agora quando chega a grande oportunidade, teve que deixar o campo quando ainda não tinha se identificado com a torcida.
Mesmo assim Fraga Salgado achou o resultado normal, mas acredita que o placar poderia ser outro se o Maranhão não tivesse perdido os seus melhores jogadores no momento em que mais precisava. A saída de Joãozinho foi de grande prejuízo, já que era o único atacante que tinha noção da posição e poderia ter feito o gol de empate na bola que Neco cabeceou para o chão quando devia ter cabeceado diretamente para o gol.
O Ferroviário Esporte Clube conseguiu a sua primeira grande vitória na atual temporada de 1976 graças à fibra como seus atletas se empregaram nos noventa minutos de jogo. Um time feito de técnica e muita raça, onde seus atletas tinham em mente a necessidade da vitória e se empregaram a fundo para que o placar não fosse modificado.
Tivemos um Vivico jogando com o braço imobilizado, Marcial sentindo também um braço, resultado de uma sensacional defesa na primeira etapa, um Jorge Santos que só saiu quando não tinha mais condições de continuar. Para o jogador Carlos Alberto, a vitória veio em boa hora e com a continuação dos treinamentos, o tripé formado com Mário e Odilon irá produzir muito mais.
Já Heraldo Villar elogiou a equipe atleticana pelo espírito de luta e lealdade como disputou a partida, sabendo valorizar a vitória Tricolor, sem apelação em qualquer momento da partida. Acha Heraldo que o plantel agora começa a se definir e pode pensar seriamente no título, já que o problema maior, no caso o setor de ataque, está resolvido.
Todos os jogadores do ferroviário que participaram do jogo foram liberados até hoje, quando será feita uma recreação visando a partida de amanhã contra o Tupan. Ontem houve apenas um leve treino para os que não jogaram e a princípio não haverá modificações, a não seu no caso de Jorge Santos – se não puder atuar, entrará em seu lugar Gojobinha. Quanto a Vivico e Marcial, outras baixas no plantel, não preocupam.
O árbitro Salmão Dantas deixou o gramado do estádio após ser atingido por uma pedrada, que lhe proporcionou profundo corte na cabeça, sem que o comando policial designado tivesse conhecimento do autor do atentado.
O plantel do Maranhão voltou à concentração logo após o jogo e somente ontem foi liberado. Dos contundidos, apenas preocupam os atacantes Joãozinho e Homero, entregues ao Departamento Médico.
FICHA DO JOGO
Ferroviário 2x1 Maranhão
Local: Estádio Nhozinho Santos
Data: 04 de abril de 1976
Renda: Cr$ 44.010,00
Público: não divulgado
Juiz: Nacor Arouche
Bandeirinhas: Salomão Dantas e Josenil Sousa
Gols: Odilon aos 21 e Joãozinho aos 31 minutos do primeiro tempo; Odilon aos 29 minutos do segundo tempo
Ferroviário: Marcial; Carlos Augusto, Alzemar, Vivico e Carrinho; Jorge Santos, Mário e Carlos Alberto; Ozimir, Odilon e Zé Roberto
Maranhão: Aguimar; Roberto, Lambau, Emídio e Calixto; Álvaro, Zezé e Homero (Santos); Neco, Joãozinho e Léo
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