sábado, 30 de março de 2024

Dona Sebastiana, um caso de amor com o Maranhão [TEXTO E VÍDEOS]

Texto extraído do livro "Salve, Salve, Meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube:

Quando o Maranhão Atlético Clube nasceu, em Setembro de 1933, poucos meses depois nascia também uma mulher que se tornaria não somente apenas mais uma dentre tantas outras na torcida pelo Glorioso, mas sim uma torcedora especial. A vida de dona Sebastiana mistura-se às vezes com a própria história do Quadricolor. Filha de uma numerosa família, aprendeu desde cedo a amar e respeitar as cores do clube a qual se mantém fiel. Faça chuva ou faça sol, lá está ela, presente em todos os jogos do clube na capital e, vez ou outra, pelo interior do Estado. Mesmo aposentada e, claro, gozando do privilégio da meia-entrada, faz questão de pagar o valor integral do bilhete. “É para ajudar o clube”, justifica-se. Essa é a história de amor que nasceu há mais de 60 anos entre Dona Sebastiana, a torcedora símbolo que virou uma referência nas arquibancadas, e o Maranhão.

Sebastiana Costa Leite Dias nasceu no dia 20 de Janeiro de 1933, na cidade de São Vicente Ferrer, a 280 quilômetros de São Luís e localizada na região conhecida como Baixada Ocidental Maranhense. E foi ainda na juventude que nasceu a sua militância pelo clube atleticano. Por influência do seu filho, Raimundo de Jesus, maqueano desde criança, dona Sebastiana passou a nutrir um sentimento de amor pelas cores atleticanas, no já distante ano de 1954. Casada e mãe de oito filhos, começou a assistir a todos os jogos e acompanhar a vida do clube no momento em que a sua família passou a residir em nossa capital. Morando há mais de 40 no mesmo local, o Bairro de Fátima, dona Sebastiana, carinhosamente conhecida como dona Sebá e respeitadíssima por bolivianos e motenses, não perde um único jogo. “Somente se eu estiver doente”, conta. E a sua militância não se resume apenas às arquibancadas. Frequentemente é vista pela sede social do clube e participa de festas e momentos especiais do clube. Em 1993, ela foi homenageada pela diretoria após o titulo Estadual, além de inúmeras outras homenagens posteriores do próprio clube.

Assumidamente fã do goleiro Raimundão, o qual o trata como um filho, dona Sebastiana já fez verdadeiras loucuras pelo Maranhão: além de acender velas pelas vitórias da equipe, deslocou-se a diversos interiores com as torcidas organizadas para acompanhar os jogos. E perdeu a conta do número de cidades que já visitou – “Cajapió, Bacabal, Imperatriz, Viana, Caxias e outras”, recorda. É em casa, porém, que a torcedora símbolo do MAC revela um verdadeiro acervo de souvenir. Coleciona camisas, bandeiras, quadros, pôsteres, álbum de fotos e até um carneirinho e um pinguim devidamente uniformizados com as cores do Maranhão. Os oito filhos lhe renderam 14 netos e 4 bisnetos. A exceção de apenas um neto, boliviano, todo o restante da sua família é maqueana.

Nas arquibancadas, a calma, o bom humor e a serenidade dão lugar a uma torcedora vibrante, firme e que constantemente profere um verdadeiro vocabulário de palavrões contra os adversários. Trata todos os atletas maqueanos como filhos e, até mesmo nas derrotas, nunca perde o bom humor. Um verdadeiro exemplo para as antigas e, principalmente, novas gerações. 

Dona Sebastiana, torcedora símbolo do Maranhão Atlético Clube (parte 01)

 Dona Sebastiana, torcedora símbolo do Maranhão Atlético Clube (parte 02)

sábado, 23 de março de 2024

Gols do Maranhão Atlético Clube no Campeonato Nacional 1979 [ÁUDIOS]

Central de Caruaru/PE 2x2 Maranhão - 14/10/1979

 

Maranhão 1x0 Uberaba/MG - 21/10/1979

 

Maranhão 3x2 Náutico/PE - 23/10/1979

  

Maranhão 1x0 River/PI - 27/10/1979

  

Maranhão 1x1 Piauí/PI - 30/10/1979

  

Tiradentes/PI 0x3 Maranhão - 03/11/1979

 

Maranhão 1x0 XV de Jaú/SP - 08/11/1979

 

Maranhão 1x0 Itabaiana/SE - 15/11/1979

Sampaio Corrêa - Campeão Maranhense 1964 [PÔSTER]


Moto Club 3x3 Clube do Remo/PA: Salomão Mattar, Diretor do Moto, tenta “Mattar” árbitro em campo (1961)

Texto extraído do Livro "Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte"

Com todo o perdão do trocadilho, Moto Club x Club do Remo, válido pela Taça Brasil de 1961, proporcionaram uma das cenas mais absurdas já vistas em campo no confronto Maranhão x Pará. A histórica rivalidade existente entre os dois Estados sempre se configurou por passagens curiosas e até cômicas, a exemplo dos confrontos envolvendo clubes maranhenses contra os piauienses, sobretudo em décadas passadas. Quando o Moto Club atuava na capital piauiense, não raros eram os mementos de “gentilezas” do torcedor mafrense, com invasão a campo, agressão a atletas motenses no vestiário e até chuva de pedras. Mais cavalheiresco, impossível!

A título de curiosidade, pela mesma Taça Brasil, mas a edição de 1967, o Moto Club venceu o E. C. Piauí em pleno Lindolfo Monteiro por 1x0. Porém, a partida sequer chegou ao seu final, em virtude da condenável atitude do dirigente desportista piauiense ex-deputado Alfredo Nunes, que invadiu o campo para tomar satisfações com o juiz da Federação Carioca de Futebol, Sr. José Teixeira de Carvalho, que não marcou uma penalidade a favor da equipe piauiense. Na ocasião, torcedores piauienses saltaram o alambrado do estádio e agrediram o árbitro, que encerrou a partida aos 25 minutos da etapa final por falta de segurança. Após a partida, o árbitro ainda permaneceu em campo durante mais de uma hora, enquanto eram lançados foguetes, chupas de laranjas e outros objetos pelos torcedores contra a sua pessoal. Somente com a chegada de reforço policia fortemente armado foi possível ao mesmo abandonar o estádio. Mesmo assim, os torcedores postavam-se nos portões do estádio, insultando o pobre árbitro. Era a terceira vez que o mesmo Alfredo Nunes, na época o Presidente da Federação Piauiense de Futebol e Presidente do E. C. Piauí, infamava a torcida maranhense quando clubes da nossa capital jogavam no Lindolfo Monteiro. Em outra ocasião, durante o amistoso River 2x1 Moto Club, também em Teresina, o juiz piauiense Abdala Jorge Cury assinalou uma penalidade máxima em favor dos donos da casa, em partida realizada no dia 14 de Maio de 1961. Jogadores maranhenses queriam sair de campo, porém diretores da embaixada, mesmo reconhecendo o esbulho, não aprovaram a idéia dos atletas. Após o jogo, o Delegado de Polícia da cidade de Timon  agrediu o Presidente Alfredo Nunes.

Pela ocasião do embate entre maranhenses e paraenses, em Julho de 1961, os ânimos mais exaltados chegaram ao limite de levar um diretor do Papão do Norte a ameaçar de morte o próprio juiz do confronto entre Moto e Remo, manchando a história dos jogos entre as duas agremiações. Remistas e motenses estrearam na Taça Brasil daquele ano jogando em Belém, onde historicamente os clubes maranhenses sempre tiveram grande dificuldades para jogar (tanto pelo adversário como pela torcida). Os 4x0 do Clube do Remo na partida de ida mostraram bem o que significa jogar naquela cidade. Com uma vitória nas costas, a embaixada do Remo, tendo como Presidente do maranhense Vinicius Bahury (grande desportista e paredro remista havia muito tempo) desembarcou em São Luis para a partida de volta, ficando hospedado no Hotel Central, na época um dos melhores da nossa cidade. Como o Clube do Remo havia vencido a primeira partida, jogava apenas por um empate para seguir na competição. Ao time motorizado, atual bicampeão maranhense, somente a vitória importava, o que forçaria uma terceira partida (naquela época, o saldo de gols não importava, apenas o número de pontos. Ou seja, em caso de uma goleada por uma boa margem de gols, apenas uma vitória simples do adversário bastaria para a realização de um jogo extra). Para a partida de volta, desembarcou em São Luis até uma caravana de torcedores do Clube do Remo, pela “Paraense Transportes”, empresa aérea que havia muito tempo prestava serviços dentro da nossa capital.

Assim perfilou o Papão no jogo de volta, realizado no dia 23 de Julho de 1961 e sob a direção do experiente professor Rinaldi Maia: Bacabal; Baezinho, Calado, Terrível e Esmagado; Gojoba e Ananias; Garrinchinha, Nabor, Zezico e Neto. O Moto sentiu o peso da expulsão do capitão Ananias, apesar de atacar desde o início da partida. Porém, quando o rubro-negro maranhense apresentava-se melhor em campo, Estanislau inaugurou o marcador. Garrinchinha e Ananias colocaram o Moto Club à frente do marcador. Quando Valter, do Remo, empatou a partida, Ananias foi expulso por entrada maldosa em Isaias, dificultando a vida e a classificação do rubro-negro. No período final, mesmo lutando, o Moto Club nada mais pode fazer e ainda foi traído por um frango. Garrinchinha, cobrando pênalti, ainda empatou, mas já era tarde, o Moto Club dava adeus à competição. A desclassificação em pleno Nhozinho Santos passou até despercebido face ao fato vergonhoso que ocorreu após a partida...

O árbitro Orlando Pinto apitava pela segunda vez uma partida de futebol em nosso estado (nessa época, o juiz vinha junto com o time visitante, não havia ainda esse critério de um árbitro neutro). A exemplo da primeira experiência em solo maranhense, a sua arbitragem não agradou à torcida e foi vista como tendenciosa inclusive por parte da imprensa. No jogo em que o Papão foi desclassificado para o Remo no empate em 3 a 3, terminada a partida, registrou-se tremenda confusão, com o Sr. Salomão Mattar tentando atirar no juiz e a polícia distribuindo cacetadas para valer. Vale ressaltar que Salomão Mattar, com arma em punho, pulou da tribuna de honra e, na queda, ainda ficou “puxando” a perna por muitos anos depois. Com a expulsão de Ananias, a própria torcida, que já esperava a terceira partida entre motenses e azulinos, revoltou-se contra o juiz. O próprio Salomão, após a partida, entrou em campo, de revólver em punho, antes de ameaçar o árbitro. Somente não houve uma tragédia em campo devido ao Capitão Emílio Vieira, que interveio junto ao Diretor do Moto. Após o empate, alguns atletas motenses foram à casa de Salomão Mattar, receber um vale. Salomão incentivou os atletas a sequestrarem o juiz, para que a súmula fosse rasgada e não chegasse à CBD. Foi um final vergonhoso.

FICHA DO JOGO

Moto Club 3x3 Clube do Remo/PA
Data:
23 de julho de 1961
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda e público: não informados   
Juiz: Orlando Pinto/PA
Gols: Estanislau aos 10, Garrinchinha (pênalti) aos 35, Ananias aos 41 e  Walter as 44 minutos do primeiro tempo; Abel aos 26 e  Garrinchinha (pênalti) aos 39 minutos do segundo tempo
Expulsão:  Ananias aos 45 minutos do primeiro tempo
Moto Club: Bacabal; Baezinho, Calado, Terrivel e Esmagado (Português); Gojoba e Ananias; Garrinchinha, Zezico, Nabor e Neto. Técnico: Rinaldi Maia
Clube do Remo/PA: Piedade; Ribeiro, Abel, Socó e Pedro Buna; Isaias e Sessenta; Jorge de Castro, Walter, Estanislau e Chaminha

Sampaio Corrêa 0x1 Moto Club – Campeonato Maranhense 1968

Sampaio Corrêa e Moto Club de São Luís, para surpresa geral, realizaram a pior partida do Campeonato Maranhense de 1968, na tarde do domingo, 07 de julho daquele ano, no Estádio Municipal Nhozinho Santos. Faltou tudo, além de técnica e disciplina, num jogo em que o pobre torcedor arrancou de sua minguada economia Cr$ 1,50 por um ingresso de geral, quando no Rio e São Paulo o preço cobrado aqui dava para entrar três torcedores.

O que se viu foi uma verdadeira palhaçada da parte de alguns jogadores e moto e Sampaio Corrêa, isso no decorrer dos 100 minutos de jogo, já que houve descontos. A vitória pertenceu ao rubro-negro da Fabril através do marcador de 1 a 0, graças a um pênalti cometido pelo zagueiro central Djalma, do Sampaio, em Zezico. No momento em que o atacante motense preparava-se para chutar contra o arco de Marcial, foi aterrado dento da grande área pelo zagueiro central sampaíno. Neguinho foi o autor do gol, chutando de pé direito um pelotaço, tendo Marcial ainda tocado na bola, que entrou pelo lado esquerdo do arqueiro sampaíno.

Ataque perigoso do Moto Club: Pestana passa por Célio e chuta forte para o arco sampaíno. Marcial cai ao solo completamente batido, aparecendo o travessão inferior para salvar a cidadela boliviana. Célio ficou parado, torcendo para que a bola não entre.

Único gol do clássico, arcado por intermédio de Neguinho
 
FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 0x1 Moto Club
Data:
07 de julho de 1968
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 6.208,00
Público: 3.111 pagantes
Juiz: Francisco Sousa
Gol: Neguinho (pênalti) aos 35 minutos do primeiro tempo
Expulsão: Zezico aos 21 minutos do segundo tempo
Sampaio Corrêa: Marcial (Zé Raimundo); Osvaldo, Djalma, Evilásio e Célio; Carlos Alberto e Almir; Tutinha, Geraldo Lelis, Lobato (Formiga) e Itamar. Técnico: Alberino de Paula
Moto Club: Vila Nova; Paulo, Alzimar, Neguinho e Corrêa; Ronaldo e Santana; Pestana, Djalma Campos, Pelezinho e Zezico. Técnico: Marçal Tolentino Serra

quinta-feira, 21 de março de 2024

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Sampaio Corrêa 1x0 Moto Club - Sampaio, campeão do Troféu João Havelange (1972)

Em jogo válido pelo Campeonato Maranhense, o Moto acabou sendo derrotado pelo Sampaio através de contagem mínima, com gol marcado por Neguinho, cobrando penalidade máxima, aos 19 minutos da etapa inicial. O time motense não jogou bem. Com Marcos caindo de produção atuando no meio de campo ao lado de Faísca e com isto sacrificando o trabalho do anilense. Com a tática lançada por Paulo Sousa Arantes de dois na Área, Vinícius e Zé Branco, não agradou e o placar foi justo para o Tricolor, que esteve melhor. O Moto somente cresceu no tempo final devido o Sampaio ter se retraído e fazendo ataques na base do chuveirinho. Com a vitória, o Sampaio Corrêa ficou com o troféu João Havelange, ofertado ao vencedor da partida.


FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x0 Moto Club
Data:
30 de julho de 1972
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: 8.274 pagantes
Juiz: Wilson de Moraes Wanlume
Bandeirinhas: Lercílio Estrela e Raimundo Sena
Gols: Neguinho (pênalti) aos 19 minutos do primeiro tempo
Sampaio Corrêa: Paulo Figueiredo; Célio, Neguinho, Clécio e Valdeci; Airton, Djalma Campos (Prado) e Edmilson Leite; Lima, Vamberto e Itamar. Técnico: Marçal Tolentino Serra
Moto Club: Assis; Edair, Marins, Sérgio e Carlito; Faisca, Vinicius e Marcos (Roberto); Vanderlei, Zé Branco e Chicolé (Tuica). Técnico: Sousa Arantes

quarta-feira, 20 de março de 2024

Maranhão Atlético Clube - Campeonato Maranhense 1965 [PÔSTER]


Sampaio Corrêa inaugura a sua sede administrativa (1970)

Em solenidade que contou com a presença de destacada autoridade do esporte local, imprensa, rádio e desportistas em geral, a diretoria do Sampaio Corrêa procedeu na noite do dia 13 de novembro de 1970 à inauguração de sua sede administrativa, na Praça João Lisboa, e no novo alojamento para os jogadores, na rua de Santa Rita. O ato foi simples, mas encheu de satisfação os simpatizantes do clube e que poderão sentir o início de um trabalho dedicado e eficiente em favor do Mais Querido.

O sr. Cláudio Ferreira, um dos grandes entusiastas do Sampaio, foi quem se encarregou de receber os visitantes e mostrar à imprensa todas as dependências da “Casa do Atleta”. A organização, luxo e conforto chamou a atenção de todos ao lado do bom gosto em pequenos detalhes. Foi servido um coquetel à imprensa e o presidente Rupert Macieira falou dizendo de sua satisfação em poder entregar aos jogadores o alojamento com melhores condições, acrescentando que iniciou assim a campanha para a conquista do campeonato. Frisou ainda que tudo está custando muito dinheiro e dedicação dos dirigentes, mas está certo de que o resultado será o sucesso e conquista do campeonato.

O alojamento dos jogadores na rua Santa Rita está dotado de Departamento Médico, mesa de massagem, refrigerador, aparelho de televisão, armários individuais para os jogadores e alto conforto dos dormitórios. Heraldo, Roberto, Célio Costa e Adeildo foram os primeiros a chegar à nova sede e não escondiam a alegria pelo novo ambiente. Logo na entrada, foram advertidos para tomarem conhecimento do regulamento interno da sede, elaborado pela diretoria, e que exige o máximo de disciplina e respeito e adverte para o caso de infração até com a rescisão de contrato.

A diretoria do Sampaio demonstra inegavelmente grande disposição para procurar das ao trabalho de base em busca de melhores dias e de dar ao clube realmente o que há de melhor. A inauguração das suas sedes ontem é sem dúvida um passo certo da diretoria que assim dá solução a um antigo problema e sobretudo dá maior condições de conforto a seus jogadores para poder exigir ao máximo de cada um. A sede deve ser visitada por todos os torcedores e sócios, que só assim poderão sentir o trabalho que vem fazendo o dr. Ruperto Macieira e seus auxiliares à frente do Sampaio Corrêa.

SEDE DEFINITIVA – no dia 18 de dezembro de 1971, na residência do sr. Antônio Marque foi realizada a assinatura de transferência e posse do terreno adquirido na Praia do calhau, onde o Sampaio Corrêa construirá, numa área de 12 hectares, sua magnífica sede social. O ato foi de grande significado, pois confirma a meta do Mais Querido maranhense em proporcionar mais conforto e alegrias aos seus milhares de torcedores e simpatizantes.

Jurandir Santos, quando também assinava o documento de posse do terreno, onde será erguida a maior obra de um clube particular no Maranhão. No ato também presente: Walter Zidan, primeiro mandatário boliviano, Antônio Marques, proprietário, e os representantes da Guaiba, Luciano e José Maurício

O presidente Walter Zaidan assina o documento de posso do terreno, na presença do ex-proprietário, sr. Antônio Marques, ladeado pelos representantes da Guaíba, Luciano Silva e José Maurício, além do presidente do conselho, Jurandir Santos
 
Ladeado pelo presidente Walter Zaidan e Jurandir Azevedo, o sr. Antônio Marques Ferreira faz a transferência d terreno adquirido ao Sampaio, na Praia do Calhau, onde será construída a sede social

segunda-feira, 18 de março de 2024

Ferroviário - Campeonato Maranhense 1976 [PÔSTER]


Moto Club 1x0 América/RN - Campeonato Brasileiro Série B 1995 [VÍDEO]

 FICHA DO JOGO

Moto Club 1x0 América/RN
Data:
19 de agosto de 1995
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: não informado
Público: 3.553 pagantes
Juiz: Elizeu Lima/PI
Bandeirinhas: não informado
Gol: Paulo César aos 31 minutos do segundo tempo
Moto Club: Arilson; Araújo, Paulo César, Flávio e Paulo Sérgio; Márcio, Dindô e Quincas (Edmilson); Fuzuê (Dicão), Alencar (Alexandre) e Bigú. Técnico: Dé Aranha
América/RN: Jorge Pinheiro; Marquinhos, Tiê, Val e Mingo; Erivandro, Marcos e Lico (Elder);  Vamberto, Montanha e Naldo. Técnico: Luís Carlos Scala

Sampaio Corrêa 3x0 Maranhão - Campeonato Maranhense 1992

O Sampaio quebrou a invencibilidade de 20 jogos do Maranhão no campeonato com uma goleada de 3 a 0, na tarde do dia 29 de agosto de 1992 (domingo), no estádio Castelão, com gols do estreante Júnior, Zé Roberto e Dico. O resultado foi absolutamente normal, apesar do MAC apresentar melhor futebol nos primeiros 30 minutos do primeiro tempo, inclusive perdeu pelo menos quatro chances de gols. O Tricolor, que pouco produziu nesta etapa do jogo, virou o intervalo com 1 a 0, com um bonito gol de Júnior, aos 40 minutos, depois de escanteio cobrado por Bareninho. Ismael desviou a bola, Zé Roberto cabeceou o travessão e na sobra fez o gol.

Na etapa complementar, o Maranhão voltou pior, nervoso e o Sampaio aproveitou bem os contra-ataques e foi assim que liquidou o adversário, com Zé Roberto, em alto estilo, em jogada individual, pelo meio, puxou para a direita e chutou no canto direito do goleiro Clemer: Sampaio 2 a 0, aos 27 minutos. Aos 30 minutos, Dico, em grande jogada fechou o placar: limpou a jogada pela esquerda e arrematou de fora da área, no canto esquerdo. Estava decretada a derrota do último invicto no campeonato.

No começo do jogo, o Maranhão perdeu o meio-campista Rogério que sofreu uma grave contusão na costela direita, até com suspeita de fratura, em lance com Zarur. Mazinho entrou aos 10 minutos e não manteve o mesmo ritmo do campeonato, que é um jogador mais criativo. Mesmo assim, o time de Eliezer Ramos foi melhor, mas muito mal nos arremates. O Sampaio, que chutou apenas uma bola no primeiro tempo e entrou, foi no gol de Júnior, promoveu a estreia de Zarur e Júnior, ambos com bom desempenho, apesar da falta de entrosamento e melhor condição física. Mas foi Zé Roberto o destaque do Tricolor. Além do gol, Zé Roberto fez grandes jogadas e saiu de campo bastante aplaudido. Na época desse confronto do clássico Samará, ele ocupou a vice artilharia do campeonato, com 13 gols, um a menos que Izoni, do Moto Club.  




FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 3x0 Maranhão
Data:
30 de agosto de 1992
Local: Estádio Castelão   
Renda: Cr$ 132.000,00
Público: 1.404 pagantes
Juiz: Antônio Macedo
Bandeirinhas: Verandy Fontes e Washington Maciel
Gols: Júnior aos 40 minutos do primeiro tempo; Zé Roberto aos 27 e Dico Maradona aos 30 minutos do segundo tempo
Expulsão: Junior, Ismael e Cabecinha
Sampaio Corrêa: Juca Baleia: Tarantine, Toninho, Zarur e Catita; Nilson, Júnior e Dico Maradona; Ismael, Zé Roberto e Baroninho. Técnico: Esquerdinha
Maranhão: Clemer; Marcos, Cabecinha, Oliveira Lima e Reginaldo; Batista, Rogério (Mazinho) e Oliveira Sobrinho; Mael, Juca e Jackson (Luís Carlos). Técnico: Eliéser Ramos

domingo, 17 de março de 2024

Sampaio Corrêa 2x0 Tiradentes/PI - Campeonato Brasileiro Série B 1982 [ÁUDIO]

 FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 2x0 Tiradentes/PI
Data:
27 de janeiro de 1982
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 712.800,00
Público: 4.819 pagantes
Juiz: Almir Laguna/SP
Bandeirinhas: não informado
Gols: Cabecinha (pênalti) aos 5 minutos do primeiro tempo; Fernando aos 13 minutos do segundo tempo
Expulsão: Baiano
Sampaio Corrêa: Dico; Mendes, Gallote, Rosclin e Valdeci; Zequinha, Evandro e Joaquim; Fernando, Cabecinha (Rodrigues) e Bimbinha (Moreira). Técnico: Nelson Gama
Tiradentes/PI: Batista; Valdemar, Wagner, Zuega (Baiano) e Valter; Jamilson (Zuega), Sabará e Hamilton Rocha; Luís Sérgio (Carlinhos), Flávio e Geraldo Técnico: Alberino de Paula "Bero"

Djalma Campos: 14 anos ganhando títulos pelo Sampaio Corrêa

Neste post, faço um título sobre um dos maiores nomes do futebol do nosso Estado, o meia Djalma Campos. Eu, titular deste blog, tive a sorte em conhece-lo em 2008, um ano antes do seu súbito falecimento. O texto a seguir foi parte dele extraído da publicação do jornal "O Estado do Maranhão" (suplemento Esportivo), de 12 de novembro de 1974, e adaptado com algumas partes de registros do livro “Sampaio Corrêa: uma paixão dos maranhenses”, que lancei em 2011. No final deste post, deixo o áudio do samba enredo "Missão cumprida, a estrela brilha no universo da alegria" (Flor do Samba), escola que homenageou Djalma Campos na avenida em 2011.

Djalma Campos, líder do time e da torcida
 
Com uma distensão muscular que o afastou do jogo e domingo contra o Ferroviário, Djalma dos Santos Campos assistiu a partida do banco dos reservas. Calmo, como sempre, não perdeu a serenidade nem mesmo quando no final do jogo viu a sua equipe sair derrotada e perdendo ali a oportunidade de continuar lutando pelo turno de classificação. Nos vestiários, teve uma palavra de conforto para os companheiros de equipe, mas não conseguia esconder sua decepção. Desde os primeiros minutos da partida, o torcedor boliviano começou a sentir sua falta. A falha do time estava justamente ali no meio de campo. Faltava o futebol simples, habilidoso e inteligente de Djalma. Faltava o líder que ele sabe ser dentro e fora de campo. A torcida começa a compreender e a aceitar sua ausência no gramado porque sabe que Djalma, fora de campo, tem também dado nos últimos anos uma colaboração muito grande ao clube e agora já se prepara para dar arquivar as chuteiras e passar definitivamente a dirigente.  

Desde 1962, quando começou nos juvenis do Sampaio Corrêa, tem feito parte de sua vida e agora a cada ano tem sido mais difícil encontrar o dirigente certo e a torcida boliviana já se manifestou a favor de sua candidatura para presidente em janeiro. Eleito duas vezes vereador mais votado da cidade pela torcida do Sampaio, agora Djalma está pleiteando um cargo na Assembleia. Se chegar lá, como espera, o Sampaio vai ganhar um presidente que gosta do clube, é grato à sua torcida com amplas condições de repetir na administração, o que conseguiu nos campos ao longo destes quatorze anos. Vinte e oito títulos. A história completa da carreira vai contada aqui em dados colhidos por Manoel Raimundo do Amaral (historiador já falecido) e que resume a vida de um dos maiores craques do nosso futebol, com 282 partidas pelo Sampaio e 120 vitórias.

Iniciou a sua carreira no juvenil do Sampaio Corrêa em 1962, onde permaneceu até 1967, jogando também nos aspirantes e em algumas partidas na equipe principal nesse período e levantou os títulos de tricampeão juvenil em 1962/63/64 e bicampeão de aspirantes em 1966/67. Findo o campeonato de aspirantes em 1967, Djalma foi promovido definitivamente à equipe principal do Sampaio Corrêa, juntamente com alguns outros aspirantes, como Cadinho, Pompeu, Nivaldo, Maioba, João Bala, Cazoca, Antônio e Zé Osvaldo, entre outros; permanecendo na equipe principal do Sampaio até o início de 1968, quando teve o seu passe negociado com Guido Bettega, que o presenteou ao Moto Club, na época dirigido por Allan Kardec.

A sua estreia no Moto aconteceu no Campeonato Maranhense de 1868, na partida em que o Moto Clube goleou o Renner por 6 a 2, no dia 27 de abril daquele ano, tendo o mesmo consignado na oportunidade dois belos gols. Permaneceu no rubro-negro até dezembro de 1969, onde conquistou os títulos de campeão da Taça José Oliveira, tricampeão maranhense e campeão do Norte em 1968, fazendo nesse ano o gol de empate do Moto Club em Teresina, diante do Piauí, resultado que deu ao Papão o direito de enfrentar o Bahia nas semifinais da Taça Brasil setor Nordeste; foi ainda campeão da Taça da Independência e do Torneio Vicente Fialho, em 1969. Em sua passagem pelo Moto Club, Djalma participou de 84 partidas, das quais venceu 43, empatou 17 e perdeu 24 vezes.

Ainda como jogador do Moto Club, foi emprestado ao Sampaio Corrêa, para disputar o final do Nordestão, onde realizou quatro partidas, empatando com o Maranhão, vencendo o River em Teresina e vencendo o Flamengo e o Piauí em nossa capital. Devolvido ao mesmo, realizou sua partida de despedida jogando contra o mesmo Sampaio Corrêa no dia 16 de dezembro de 1969, partida essa em que o Moto venceu por 1 a o, gol marcado por Garrinchinha.

Terminado o seu contrato com o Moto Club em dezembro de 1969, Djalma regressou ao Sampaio, clube de sua paixão, onde permaneceu por mais alguns anos, a pedido da diretoria. Estreou contra o Maranhão em 19 de janeiro de 1970, na partida que o Sampaio levou de vencida por 2 a 1. Como jogador do Sampaio, Djalma conquistou os títulos de vice-campeão todo Torneio Maranhão Novo em 1970, três vezes vice-campeão da Taça Cidade de São Luís em 1970/71/82, campeão do Torneio Início em 1970, bicampeão maranhense em 1970/71, este último de forma invicta, campeão da Taça José Ribamar Araújo em 1970, campeão do Torneio José Marão em 1970, campeão do Torneio da Vitória em 1971, do torneio Zoroastro Maranhão em 1972, da Taça Engenheiro Lourenço Vieira da Silva em 1972, da Taça João Havelange em 1972, campeão Brasileiro da segunda divisão em 1972, campeão maranhense em 1972 e em 1973 levantou o título de campeão da Taça Cidade de São Luís e do Torneio Maranhão-Pará.

Participou em 282 jogos, dos quais venceu 120, empatou 85 e perdeu 67 vezes pelo Tricolor. Nos clubes por onde passou, Djalma sempre conseguiu ter bom relacionamento com as diretorias e em meio à torcida, onde conseguiu ser ídolo. Atualmente Djalma é vereador, eleito pela segunda vezes com maioria de votos pelo Arena, jogador em plena atividade.

Elegendo-se, continuará a trabalhar em prol do futebol maranhense, principalmente pelo Sampaio Corrêa, quer como jogador, quer como dirigente, se for convidado, ou mesmo como jogador, visto que é ídolo da torcida e pela qual tem o maior respeito e carinho.

Jogadores do Moto parabenizam Djalma, antes de jogo, por sua eleição para Deputado Estadual, que valoriza a classe do jogador de futebol
 
Toque de bola habilidoso e inteligência até na dividida
 
Djalma em campo

Samba Enredo "Missão cumprida, a estrela brilha no universo da alegria" (Flor do Samba 2011) 

Neguinho e Carlos Alberto - 1974

Belíssimo registro de duas feras do nosso futebol: o "Deus da Raça" Neguinho, com a camisa do Papão do Norte, e o craque Carlos Alberto, envergando o mando do Ferroviário. O registro é do jornal O Imparcial, de 1974, anunciando o retorno do craque do Ferrim aos gramados após um curto período de contusão.



sábado, 16 de março de 2024

Graça Aranha Esporte Clube - data desconhecida [PÔSTER]


Moto Club 1x0 Sampaio Corrêa - Campeonato Maranhense 1992

O Moto passou pelo Sampaio Corrêa por 1 a 0, na tarde do dia 09 de agosto de 1992, no Castelão, e continua no páreo pela conquista do primeiro turno do Campeonato Maranhense. Os Tricolores, por sua vez, deram adeus às possibilidades de ainda conseguirem o título desta etapa e, com o resultado, dispensas e contratações serão anunciadas novamente, ainda nesta segunda-feira (10).

O placar premiou a equipe que soube aproveitar a melhor chance do jogo, que poderia ter terminado igualado no marcador, tivesse o Sampaio aproveitado as chances que criou mesmo quando o placar ainda estava em branco. O lance que origino o gol partiu de um escanteio cobrado por Clayton, que Izoni desviou para Hiltinho bater, de virada, sem chances de defesa para Juca Baleia, aos 8 minutos do primeiro tempo.

Mesmo tentando mudar a escrita, o Sampaio esbarrou num adversário bastante aguerrido, que, depois de marcar o primeiro gol, desmontou muita raça e não permitiu a reação Tricolor. O jogo ficou equilibrado, mas o empate não foi permitido e o placar final terminou mesmo favorecendo aos rubro-negros. Com o resultado, os Tricolores foram eliminados e os motenses vão torcer por um atropelo do MAC, que empatou na rodada com Bacabal em 1 a 1, para ainda ter chances da conquista desta etapa do certame de 1992.

Nem mesmo as substituições feitas pelos dois clubes alteraram o ritmo da partida, na etapa complementar. O Sampaio resumiu-se apenas em esforço e o Moto tirou proveito da falta de criatividade Tricolor para garantir o marcador. A torcida, ao final da partida, protestou contra a presença de Sandow Feques na direção técnica e chegou a pedir, em coro, a volta de Paraíba ao comando da equipe. A decisão ficará a cargo do diretor de futebol, Humberto Trovão, que anunciará à imprensa as modificações que pretende impor tanto no time como na comissão técnica. 




FICHA DO JOGO

Moto Club 1x0 Sampaio Corrêa
Data:
09/08/1992
Local: Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 1.890 pagantes
Juiz: Verandy Fontes
Bandeirinhas: José Laucenor e Renato Rodrigues
Gols: Hiltinho aos 33 minutos do primeiro tempo
Moto Club: Flávio; Edmilson, Nenê, Hélio e Zequinha; Alfredo, Gilberto e Izone (Zé Filho); Fuzuê, Hiltinho (Chita) e Clayton. Técnico: Meinha
Sampaio Corrêa: Juca Baleia; Luís Carlos, Bado, Toninho e Zequinha; Zé Carlos (Rogério), Júlio César e Dico Maradona; Ismael, Marcelo Gaúcho (Zé Roberto) e Baroninho. Técnico: Sandow Feques

Moto Club 1x0 Sampaio Corrêa - Campeonato Maranhense 1992 [VÍDEO]

 FICHA DO JOGO

Moto Club 1x0 Sampaio Corrêa
Data:
09/08/1992
Local: Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 1.890 pagantes
Juiz: Verandy Fontes
Bandeirinhas: José Laucenor e Renato Rodrigues
Gols: Hiltinho aos 33 minutos do primeiro tempo
Moto Club: Flávio; Edmilson, Nenê, Hélio e Zequinha; Alfredo, Gilberto e Izone (Zé Filho); Fuzuê, Hiltinho (Chita) e Clayton. Técnico: Meinha
Sampaio Corrêa: Juca Baleia; Luís Carlos, Bado, Toninho e Zequinha; Zé Carlos (Rogério), Júlio César e Dico Maradona; Ismael, Marcelo Gaúcho (Zé Roberto) e Baroninho. Técnico: Sandow Feques

sexta-feira, 15 de março de 2024

Ícaro Esporte Clube - Campeonato Maranhense 1960 [PÔSTER]


Sampaio Corrêa 2x0 Imperatriz - Campeonato Maranhense 1986 [VÍDEO]

Marabelgas, craques que fizeram fama e dinheiro na Bélgica

Texto formulado a partir de fragmentos das publicações do jornal "O Estado do Maranhão", de 08 de julho de 1992, e do livro “Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte”.

Se os jogadores de futebol que o Maranhão tem exportado nos últimos sete anos para o exterior continuassem até hoje aqui, teríamos, sem dúvidas, a melhor seleção da região Nordeste e a grave crise financeira que os clubes enfrentam agora, com certeza, poderia não estar acontecendo. O Castelão não estaria vazio como nos jogos do Campeonato Maranhense e seríamos respeitados pela convocação invejável que teríamos no ranking brasileiro, disputando a primeira divisão em vez da terceira.

Este é o pensamento geral da grande maioria dos desportistas, que não conseguem entender como os nossos craques aqui desvalorizados a partir do preço do passe cobrado junto aos empresários, fazendo sucesso lá fora, ao ponto de chamarem a atenção do Brasil inteiro, onde a imprensa também não encontra justificativa.

A conclusão a qual todos chegam é que nossos clubes não conhecem e nem prestigiam os valores que aqui temos revelado. Por causa disso, dezenas de jogadores são exportados a preço de banana para a Europa, notadamente para a Bélgica, onde mostram suas qualidades técnicas, assinam bons contratos, ganham dinheiro e até se naturalizam, como aconteceu com o famoso Oliverrá, cotado até para a Seleção Brasileira e outros que ali já estão construindo suas famílias.

Ao mesmo tempo em que mandam quase de graça nossos valores, os clubes não investem nas divisões inferiores, ignoram atletas de futuro existentes em grande número, no subúrbio e no interior maranhense, para simplesmente importar de forma exagerada todos os anos quase uma centena de jogadores das mais diversas regiões do país, com índice de aproveitamento muito além da expectativa.  Resultado: ficam sem times, sem atrações, o torcedor foge dos estádios e a crise financeira desestimula até aqueles desportistas mais ousados, que, em épocas anteriores, tiveram a coragem de prestar socorro. Nesta reportagem, vamos explicar como tudo começou, porque eles saíram daqui, como chegaram ao exterior, onde jogam, quanto ganham e o que pensam do seu futuro.

OS DESTAQUES E SUA TRAJETÓRIA RUMO À EUROPA – Wamberto aparece como um dos maiores destaques dos últimos jogadores negociados por Rubillota, jogando no meio de campo do Seraing, da segunda divisão. Foi em setembro de 1991 e ganha aproximadamente CR$ 5 milhões. Já investiu seu dinheiro na recuperação da casa dos pais, na compra de um carro usado para o irmão (um Del Rey) e telefone para a família. Pela idade, é apontado como a estrela do time.

Dionísio foi para a Bélgica em setembro de 1988, para o Standart, da primeira divisão. Não conseguiu se firmar na primeira equipe e foi emprestado para a França, na temporada 1991-1992. No retorno, agora, seu próximo empréstimo será para o Tillon, da segunda divisão belga. O último salário de Dionísio girava em torno de Cr$ 4 milhões e seu investimento foi na recuperação da casa da família e na compra de um carro (Chevette).

Jânio não teve boa temporada este ano pelo Libramont, depois de ser campeão na temporada 1990-1991 – passou da quarta para a terceira divisão. Foi sétimo colocado e as contusões forma frequentes, mas tem grande prestígio no clube e ganha aproximadamente Cr$ 4 milhões. Jânio foi em maio de 1990 e além das aplicações, já investiu seu dinheiro na compra de um carro 9Fusca) e cada para a família.

Orlando foi o segundo melhor jogador dos novos levados por Rubillota e joga no Libramont, de Jânio. Foi em julho de 1991, junto com Fuzuê, que não ficou por contusão. Orlando tem proposta do Andene, também da terceira divisão. Atualmente ganha em torno de CR4 4 milhões e já ajeitou a casa dos pais, comprou telefone e uma casa para iniciar sua vida.

Fernando foi relevado pelo Expressinho e em agosto de 1990 saiu para a Bélgica, para firmar contrato no Arsenal, time da terceira divisão provincial, campeão da temporada 1991-1992 – subiu automaticamente para a segunda divisão provincial. Mas deve ir para um time da segunda divisão de Portugal, conforme promessa de Rubillota. Até o momento não fez nenhum investimento em São Luís, mas ganha aproximadamente Cr4 4 milhões.

Santa Rita (lá é chamado de Fernando, seu nome) joga no Ferciennes, campeão da quarta divisão e ganha CR4 4 milhões e 200 mil. Foi o terceiro artilheiro do campeonato, com 15 gols, e saiu do Moto para a Bélgica em maio de 1991. O dinheiro que ganhou nesse período já ajeitou a casa dos pais e projeta fazer investimentos em imóveis, em sua v=cidade, Santa Rita (daí o apelido).

Newton (chamado aqui de Tatu) foi jogador do Cruzeiro do Anil, onde jogava de ponta-direita. Esteve no Moto, mas não foi aproveitado e em maio de 1990 foi para a Bélgica. Depois de passar em vários times, voltou a São Luís, desiludido, para mais tarde retornar, desta vez levado pelo famoso Oliverrá. Hoje, Newton joga no San José, da terceira divisão, onde foi campeão, como lateral-direito. Ganha Cr$ 5 milhões e vai começar a investir.

Isaías foi em 1990 e hoje é titular absoluto do Saraing, da segunda divisão. Joga de cabeça de área e ganha aproximadamente Cr$ 5 milhões. Até o momento não fez nenhum investimento, mas tem planos de ajudar a família e comprar imóveis.

CASSAS DE LIMA FOI O SELECIONADOR DE FERAS – Orgulhoso por prestar essa valiosa colaboração ao futebol maranhense e magoado com a falta de consideração de alguns jogadores, que não sabem agradecer e reconhecer os verdadeiros responsáveis por suas vitórias na Bélgica. É assim que o médico Cassas de Lima sente-se nesse processo importante de ajudar o empresário Rubillota, com a indicação de nossos craques. Cassas salva apenas a pele de Jânio. “Esse é grato”, avisa. Financeiramente, confessa não ter retorno, mas já tem projetos prontos para montar uma empresa para fazer essas negociações, afinal de contas precisa ganhar dinheiro comas importações de jogadores.

Também com a presença dos Mabaelgas aqui, nofinal de cada temporada. Foi Cassas de Lima quem idealizou o jogo dos Marabelgas e no primeiro, em 1991, no teve retorno razoável – o Municipal recebeu grande público para ver o astro Airton Oliveira, que na época estava vivendo o maior momento de sua carreira.

PORQUE ALGUNS FORAM E NÃO FICARAM – Na relação de muitos jogadores levados pelos empresários Rubillota e Enéas Motoca para a Bélgica, alguns não forma bem-sucedidos e cegaram a falar mal dos empresários, como Izoni, do Moto, por exemplo, que em 1989 deu baixa no Exército e apostou tudo na sorte, para mais tarde sentir grande frustração. “Eu passei maus momentos por culpa exclusiva do senhor Rubillota, que não assiste necessariamente o atleta que não vai bem nos testes. Fica difícil você render tudo o que sabe se não tem apoio fora de campo. Pelo contrário, passa problema e o resultado disso é que no campo sua cabeça fica um trevo”, revela o artilheiro do campeonato, que deseja muita sorte para todos que forem, mas adverte que lá não é o paraíso que muitos pensam e sonham.

Moacir, também do Moto, que em 1990 foi levado por Motoca, atribui seu fracasso ao empresário. “Enéas é um cara legal, tem vontade, conhece realmente muitos países, tem acesso onde chega, mas precisa de mais prestígio para facilitar o emprego de atletas. Talvez a falta de melhor poder aquisitivo lhe atrapalhe. Isso também dificulta as negociações, porque entram outros empresários na jogada e fica muita gente querendo ganhar e quem sai perdendo é o jogador. Eu também passei outro drama: fui lançado de centroavante, quando todo mundo sabe que jogo de zagueiro e no máximo cabeça-de-área. Mas é isso, a vida é sorte e graças a Deus a maioria dos nossos colegas conseguiu”.

Paulo César, Hiltinho, Ailton, Ismael e Fuzuê, que também foram e não voltaram, não falaram o mesmo que Izoni e Moacir. Dividiram o fracasso na Europa com uma série de fatores, menos com os empresários.

RUBILLOTA, O GRANDE RESPONSÁVEL –
Em 1985, o Maranhão começava a exportar jogadores para a Bélgica. Serjão, do Moto; Caíto, do Expressinho, e Airton Oliveira, do Tupan, foram os primeiros a pisar na Europa. Caíto não resistiu à saudade da família e da noiva e voltou. Mas o caminho estava aberto para os maranhenses e tinha um responsável, o italiano Giuseppe Rubillota, trazido a São Luís por Enéas Motoca (ex-jogador profissional com passagens por clubes de vários países e atualmente empresário). Mais tarde, Rubillota conheceria o médico Cassas de Lima, om quem firmou estreita amizade. Durante sete anos, foram mais de 25 jogadores negociados e tempo suficiente para Airton Oliveira ganhar fama internacional.

Rubillota
 
Médico Cassas de Lima
 
Wamberto

Dionísio

Orlando

Fernando

Newton

quarta-feira, 13 de março de 2024

Moto Club 2x0 Maranhão - Moto Club, tricampeão Maranhense 1983 [TEXTO, FOTOS, FICHA E VÍDEO]

Relatos do jornal "O Estado do Maranhão" e Livro "Memória Rubro-Negra:  de Moto Club a Eterno Papão do Norte"

MAC E MOTO DECIDEM A FINAL HOJE DO CAMPEONATO MARANHENSE E 83 - Depois de três anos, o Maranhão Atlético poderá conquistar novamente o título de campeão maranhense, hoje à noite (21 de dezembro de 1983), bastando empatar com o Moto Club, que por seu turno luta pelo tricampeonato, precisando vencer o jogo programado para Às 21 horas, no Castelão.

O Maremoto será repetido em virtude da decisão do TJD, que anulou o jogo do dia 17 de julho, vencido pelo Papão por 3 a 0, pelo lançamento irregular do zagueiro Ribas, cujo contrato foi devolvido pela CBF, embora a FMD tenha fornecido o cartão de inscrição.

Como as férias dos jogadores profissionais começaram desde segunda-feira em todo Brasil, foi preciso que o Conselho Nacional de Desportos, através do Presidente César Montagna, tenha concedido uma permissão especial para a efetivação da peleja.

A FMD teve que programar uma nova partida entre maqueanos e motenses, tendo em vista o empate verificado entre os dois times ao final do turno extra. Na contagem geral de pontos, o MAC leva vantagem, mas o rubro-negro pode chegar junto e levar a decisão para a segunda opção do regulamento, que é o maior número de vitórias, critério que favorece o Papão. Na contagem geral dos pontos, o Maranhão está com 47 e o Moto com 45. Com vitórias, o Moto está com 19 e o MAC com 17.

TIMES DESFALCADOS – De acordo com a legislação, os dois times terão que utilizar apenas os jogadores que tinham condições de jogo na época da partida nula, o que provoca sérios desfalques nas escalações. O Maranhão não pode utilizar três dos seus titulares e o Moto, dois: Fernando Lira, Ednaldo e Hércules, pelo Glorioso, e Giba e Antônio Carlos Paulista pelos rubro-negros, não estavam inscritos em julho e por isso ficarão de fora dessa partida decisiva.

MAC JOGA SOB PROTESTOS – Alegando uma série de motivos, o Maranhão anuncia que joga sob protestos, já que claramente não aceitou a marcação do jogo nulo por parte da entidade, embora confirme a sua presença no Castelão. Os maqueanos acham que a FMD não poderia ter pedido permissão ao CND ara programar o jogo nulo antes que o Moto retirasse o recurso que interpôs no STJ contra a decisão do TJD. Também os atleticanos acham que mesmo com a permissão do CND, o jogo em pelo período de férias regulamentares fere a legislação, ainda mais porque oficialmente os seus jogadores se manifestaram contra a marcação da partida.

NOVA COBRANÇA DE INGRESSOS – Os ingressos para a nova partida serão cobrados normalmente, conforme esclareceu a federação, alegando que, apesar do TJD ter anulado o prélio, este foi jogado integralmente sem prejuízo ao torcedor. Os preços dos ingressos obedecerão a tabela atual: cadeira Cr$ 2.000,00 – arquibancada Cr$ 800,00 – Geral Cr$ 500,00.

PAPÃO TETRA EM RENDA – O Moto consolidará a conquista do título de tetracampeão em renda, hoje à noite, devendo ultrapassar facilmente o total obtido pelo Sampai, cuja a diferença é de bem pouco mais de Cr$ 300 mil. O Sampaio tem um bruto de Cr$ 114.994.700,00, enquanto o Moto tem Cr$ 114.582.400,00.

DESFALQUES NO ONZE MAQUEANO NÃO MUDAM PLANOS DO TÉCNICO – Juca Baleia reaparecendo no gol, Nelinho no lugar de Ednaldo e Gonzaga no posto de Hércules; essas são as alterações anunciadas pelo treinador Eliezer Ramos na equipe do Maranhão.

O problema é que Gonzaga está com um problema de contusão e ainda não foi liberado pelo médico José Carlos Amaral; Se não puder jogar, Mendes será deslocado para o meio de área, com a entrada de Vavá na lateral.

Tica não fez o coletivo de ontem, mas garante que estará em ação na decisão, já que não deseja ficar de fora da partida mais importante do ano. Os desfalques no time atleticano não chegam a preocupar. A direção técnica acha que a certeza de jogar com a meia cancha e o ataque completos pode levar o MAC ao título.

ZÉ CARLOS REALIZA TRATAMENTO INTENSIVO PARA JOGAR DECISÃO –
Zé Carlos está fazendo um tratamento rigoroso com o médico Cassas de Lima para tentar e recuperar a tempo de poder jogar a decisão. O jogador não admite ficar de fora, mas a contusão na coxa pode impedir a sua escalação. Ontem, o volante não treinou, sendo poupado por medida de precaução. Os motenses fizeram um treino recreativo no campo do Paranã como atividade final para o jogo.

O treinador Marçal confirmou a escalação de Cardosinho como ponteiro-esquerdo, uma vez que a secretaria do clube informou que o meia Tigrila não poderá ser utilizado por ter levado o terceiro cartão amarelo.

Com a entrada de Cardosinho e sem poder contar com os dois centroavantes (Gil Lima e Giba), Zé Roberto será deslocado para o comando.

O JOGO – O Moto Club derrotou o Maranhão Atlético Clube por 2 a 0, conquistando o título de tricampeão maranhense e o direito de representar o futebol do estado pela terceira vez consecutiva na Copa Brasil. A vitória no jogo foi incontestável pela maior aplicação tática do rubro-negro, que, apesar dos desfalques e das muitas contusões, soube encarar com mais disposição e tirar proveito, principalmente da fragilidade da improvisada defesa atleticana.

O primeiro tempo terminou com o triunfo parcial de 1 a 0, gol marcado por intermédio de Zé Roberto, aos 24 minutos. O lance começou com uma arrancada de Evandro pela ponta-direita. Ele cruzou para a penetração de Cardosinho pela esquerda para este, que perdeu o ângulo e rolou para Antônio Carlos Maranhense, que cruzou em direção à área, onde Zé Roberto, libre, dominou e chutou sem possibilidade de defesa para o goleiro Juca Baleia, fazendo a vibração da galera rubro-negra nas arquibancadas.

O Maranhão, antes do gol motense, estava melhor na partida, mas sem finalização e bastante preocupado com a sua defesa, tanto que Meinha raramente se aventurou ao ataque, o mesmo acontecendo com Tataco, que foi mais zagueiro do que meio-campo.

No período final, com os dois times já pelas tabelas e o Moto procurando rolar a bola para garantir a vitória de 1 a 0, o jogo caiu um pouco de ritmo, mesmo porque as alterações deitas pelos dois técnicos desarrumaram mais ainda as formações. O Maranhão substituiu Ferreti por Neto e Riba por Alberto, enquanto que o Moto fez entrar o juvenil Alberto em lugar de Antônio Carlos Maranhense, que saiu contundido.

Atuando na base do contra-ataque, o Moto chegou ao segundo gol aos 8 minutos da fase final. Zé Roberto arrancou pela ponta-direita e driblou fácil ao zagueiro Gonzaga, indo à linha de fundo e cruzando alto, para Antônio Carlos Maranhense fazer de cabeça um belo gol.

O árbitro mineiro Edson Alcântara Amorim, que no jogo passado fez uma brilhante atuação, ontem desmanchou todo o cartaz que deixou, fazendo uma arbitragem muito ruim, notadamente pelas marcações erradas contra o time do Moto. Aos 20 minutos do segundo tempo, ele equivocadamente marcou uma penalidade máxima em favor do Maranhão, numa bola cruzada por Valter da ponta-direita que bateu no zagueiro Hamilton, para protesto da torcida e de todo o quadro motense. Mas Meinha, encarregado da cobrança, chutou mal para Samuel fazer uma importante defesa. Além desse erro imperdoável, o juiz deixou de assinalar duas penalidades máximas claras e indiscutíveis cometidas pela zaga do Maranhão em cima do atacante Cardosinho. 







 

FICHA DO JOGO

Moto Club 2x0 Maranhão
Data:
21/12/1983
Local: Estádio Castelão    
Renda: Cr$ 7.219.800,00
Público: 10.893 pagantes
Juiz: Edson Alcântara Amorim/MG
Bandeirinhas: Renato Rodrigues e Josenil Sousa
Gols: Zé Roberto aos 24 minutos do primeiro tempo; Antônio Carlos Maranhense aos 8 minutos do segundo tempo
Moto Club: Samuel; Bassi, Hamilton, Irineu e Cabrera; Zé Carlos, Lutércio e Antonio Carlos Maranhense (Alberto); Evandro, Zé Roberto e Cardozinho. Técnico: Marçal Tolentino Serra
Maranhão: Juca Baleia; Mendes, Vavá, Gonzaga e Ferreti (Neto); Tataco, Meinha e Riba (Alberto); Valter, Bacabal e Hélio Rocha. Técnico: Eliéser Ramos