quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Programa rádio documentário: a história do Superclássico Sampaio Corrêa x Moto Club

O programa rádio documentário é um trabalho realizado pelos alunos do curso de jornalismo da universidade Ceuma. Neste programa piloto foi apresentado um pouco da história dos dois grandes clubes da nossa capital, Sampaio Corrêa e Moto Club de São Luís. Os participantes da produção do programa são os alunos Ana Beatriz como locutora, Marcos Paulo como voz padrão, Vinicius Aquino na escolha e edição das trilhas e áudios e Deny Silva na locução, produção e reportagens. Os entrevistados: Hugo Saraiva (organizador do blog futebol maranhense antigo); Roberto Fernandes (radialista da rádio Mirante AM); Hebert Fontenele (radialista da rádio Mirante AM); e Robinho (zagueiro do Sampaio Corrêa).



Áudio do programa sobre o Superclássico


sábado, 17 de janeiro de 2015

Yomar, um senhor jogador de futebol


Texto extraído da coluna"Por Onde Anda Você?", do jornal O Estado do Maranhão, na década de 90

“Filho de peixe, peixinho é”. Assim diz o velho ditado, que é absolutamente correto quando se refere a Yomar. O pai dele, Manoel Cotia, foi um habilidoso ponta-esquerda que jogou na década de 40 no Moto Club e Sampaio Corrêa, criou oito filhos e tinha esperança de que um deles jogasse futebol. A realização do sonho veio com o terceiro filho, que acabou sendo um dos principais meio-campistas que passaram pelo Moto Club e Maranhão Atlético Clube. Foi reconhecido pelo comentarista da Rádio Timbira do Maranhão, José de Assis, como um senhor jogador de futebol.

Os primeiros contatos de Yomar com uma bola de futebol não podiam ser melhores. O próprio pai, Manoel Cotia, um ponta-esquerda que era reverenciado pelas torcidas de Moto e Sampaio Corrêa – clubes que jogou na década de 40 – tratou de ensinar os primeiros passos ao garoto. Manoel Cotia, sampaíno de coração, sempre dizia aos amigos que gostaria de realizar dois sonhos: um, jogar no clube da sua paixão, o que acabou se concretizando quando vestiu a tradicional camisa tricolor do Sampaio. Sonho número dois: ter um filho que seguisse a carreira dele. Através de Yomar, outro pedido atendido. O pai teve a glória de bater no peito e dizer: “meu filho é craque”. O jogador foi um grande atleta profissional do Moto, MAC e Vitória do Mar.

No começo, campo da Salina da Fé em Deus, hoje Monte Castelo, Yomar era um garoto baixinho, magrinho, daqueles que “não se dá um tostão”. Mas era um talento. Corajoso, chute forte, inteligente, de incomum habilidade e muito técnico, foi se destacando ao longo dos anos. Aos 16 anos de idade (1963), já estava passando por um teste no Maranhão Atlético Clube. “Não me recordo quem me levou ao MAC. O que lembro perfeitamente foi que Calazans (auxiliar técnico) e Ênio Silva (técnico)do time profissional do MAC me viram treinar no juvenil, gostaram e me promoveram para a equipe principal do Glorioso, o que foi uma enorme satisfação para mim”.

A estreia oficial de Yomar no MAC só aconteceu dois anos (1965), no Troneio Maranhão/Piauí, em Teresina, contra o Flamengo/PI. Ele dá a escalação: Lunga. Neguinho, Negão, Clécio e Carlindo; Zuza e Barrão; Yomar, Wilson, Croinha e Neto. E acrescenta: “Vencemos por 2 x 1, gols marcados por Croinha. Esse time era bom. Só entrei porque o técnico Ênio Silva discutiu com o ponta Alencar e sacou=o do time, me colocando como o quarto homem de meio-de-campo”.

Nessa estreia de Yomar no time profissional do MAC, última rodada do torneio, o Moto jogava paralelamente contra o River/PI e por um simples empate levava o título. Quando acabou o jogo em São Luís, os motenses haviam empatado e o MAC estava perdendo por 1 a 0 para o Flamengo/PI, em Teresina, e só faltavam cinco minutos para encerrar o segundo tempo de jogo. “Ficamos sabendo que os motenses já davam a tradicional volta olímpica, comemorando o título, mesmo antes do nosso jogo terminar. Só que nós botamos água no chop deles. Em menos de 4 minutos Croinha fez dos gols e fomos nós que ficamos com o caneco de campeão”. Depois disso, Yomar não saiu mais do time. Ele começou jogando de ponta-direita e depois se firmou no meio-de-campo como cabeça de área ou meia direita.

Yomar era um jogador provocador. Irritava os adversários com deboches, talvez porque tinha, como poucos, extrema intimidade com a bola. O auge da carreira ocorreu nos anos de 1969/70, quando o MAC conquistou o bicampeonato estadual de forma incontestável. O time teve várias formações. Para ele, a melhor, a de 70, formou com Da Siva; Baezinho, Sansão, Luís Carlos e Elias; Yomar e Almir; Euzébio, Antônio Carlos, Walker e Hamilton. No banco ficavam revezando Jacinto, Dario, Ivanildo, Riba e Jorge da Silva.

Yomar se destacou como profissional com outras grandes características que o tornaram respeitado: marcação forte que impunha aos adversários, além de excelente preparo físico, boa colocação, precisão nos passes e um chute forte que e vez em quando pegava os goleiros desprevenidos. Sempre foi um bom amigo e se entregou de corpo e alma a defender as cores do Maranhão Atlético Clube.

Ele lembra que na sua época os destaques dos times profissionais eram os meio-campistas: “No MAC todos conheciam eu e Toca ou eu e Almir. No Sampaio tinham Santana e Carlos Alberto. No Moto a dupla era formada por Ananias e Ronaldo ou Gojoba e no Ferroviário a sensação era Nélio e Barrão. Todos excelentes jogadores, super identificados com as torcidas”.

O jogo da carreira de Yomar aconteceu em 1970, no Estádio Nhozinho Santos. Era um domingo. O primeiro filho (Júlio César) havia nascido pela manhã. À tarde, o MAC enfrentou o Ferroviário debaixo de uma forte chuva. O MAC perdia por 2 a 0. No segundo tempo a chuva parou, o campo enxugou e Yomar fez três gols, levando o clube à vitória. “Os atletas ficaram tão contentes que jogavam dinheiro pra mim quando eu deixava o campo. Saí feliz da vida e com a grana ganha comprei no dia seguinte o enxoval do meu filho”. Foi depois dessa brilhante apresentação do MAC e de Yomar que José de Assis, comentarista na época da equipe esportiva da Rádio Timbira do Maranhão, disse ao final da transmissão que Yomar deveria ser lembrado sempre como um senhor jogado de futebol.

O MAC contou com o futebol de Yomar até 1971. Em 1972 ele se transferiu para o Moto, onde foi campeão do Torneio Maranhão/Pará. Em 1973 jogou seis meses no Vitória do Mar e ainda voltou a vestir a camisa atleticana por uns três meses. No mesmo ano parou com o profissionalismo, quando tinha apenas 26 anos de idade e já estava empregado na Secretaria de Agricultura do Maranhão.
 
 Uma das formações do MAC em 1969. Em pé: Zé Neguinho, Da Silva, Luís Carlos, Smith, Yomar e Kelé; Agachados: Euzébio, Riba, Hamilton, Toca e Dario


 Bicampeonato estadual do MAC em 1969/70

 Yomar, o terceiro em pé, no MAC, em 1970

 Uma das formações do MAC no bicampeonato de 1970. Em pé: Brito, Baezinho, Yomar, Luís Carlos, Sansão e Elias; agachados: Euzébio, Hamilton, Antônio Carlos, Almir, Dario e Marciano (massagista)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Seleção Pinheirense - Campeã do Torneio Intermunicipal de 1966

Um belíssimo registro da Seleção de Pinheiro, campeã do Intermunicipal de 1966. Na foto, temos a seguinte formação: Em pé - Raul Guterres (dirigente), Nelson, Salatiel, Ze João, João de Deus, Dilson e João de Adão; agachados: Seu Valdo, Soeiro, Pelado, Levi e Edivaldo. Crédito da foto: Filemon Guterres Sobrinho, atual Presidente da LPD - Liga Pinheirense de Desportos.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sampaio Corrêa - 1991

Deixo aqui um belo registro enviado pelo meu amigo Henrique Teixeira: uma foto de uma confraternização de fim de ano do elenco do Sampaio Corrêa. Na foto, vemos alguns nomes que fizeram história ou parte do elenco naquele ano, como o zagueiro Rosclin Serra, o goleiro Juca Baleia e o centroavante Bacabal. Posteriormente publicarei aqui a formação correta da foto.


Raimundão, 18 anos de amor às cores atleticanas


Um post especial, dedicado a um dos últimos grandes nomes no gol atleticano, o goleiro Raimundão. O itapecuruense e um dos atletas do futebol maranhense de nome na década de 90 abandonou a carreira aos 42 anos de idade,  não sem antes deixar o seu nome registrado nos anais do nosso futebol pela conquista do inédito Tricampeonato Estadual com o MAC. O texto foi extraído do livro "Salve, Salve, meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube":

Após pendurar as chuteiras, aos 42 anos, Raimundão fez história no MAC e deixou saudades. Tricampeão Maranhense pelo clube que o revelou e um dos ateltas que mais disputou partidas com a camisa atleticana em todos os tempos, o experiente goleiro daria provas de amor ao clube que lhe deu a primeira chance como atleta profissional. Com altos e baixos na carreira, Raimundão rodou por diversos clubes, mas sempre retornava às suas origens, o Parque Valério Monteiro, onde foi, além do dono da camisa 1 durante muitos anos, preparador de goleiros e até dirigente. E não foram poucas as dificuldades passadas na vida desse grande nome da história do Glorioso.

Raimundo Nonato Sampaio nasceu em Itapecuru-Mirim no ano de 1969. E logo aos 13 anos começou a jogar como goleiro pelo time amador do Trizidela, do desportista Edson, funcionário da Estrada de Ferro. Com uma infância muito humilde, desde cedo o jovem trabalhava para ajudar nas despesas da casa, já que seu pai era garimpeiro e a mãe, dona de casa. Após sair de casa aos 14 anos, começou a jogar, aos 15, no Vasquinho da cidade de Bacabal, onde residia. Aos 16 anos, o craque resolveu mudar para São Luís, onde trabalhava e jogava pelas equipes do Isabelense, do Bairro da Vila Isabel, e do São Paulo, de São José de Ribamar. A convite do olheiro Agnaldo, do Tupan, por muito pouco Raimundão não foi para a base do time indígena. Como não receberia salário, optou em não participar e continuou a trabalhar em uma gráfica, na Rua Cândido Ribeiro, onde era empregado. Em 1987, Raimundão recebeu um convite do Prefeito e desportista Antônio Joaquim, de Codó, para disputar o Campeonato Codoense pelo América. Com uma proposta salarial bem maior do que aquele que recebia na gráfica, Raimundão não hesitou em deixar o emprego e seguir para o interior, onde ainda rodou pelo Nacional, em 1988 e 1990, sempre atuando como um goleiro muito técnico, rápido e arrojado, sendo sua especialidade as bolas altas.

Zezinho Machado, desportista de Itapecuru-Mirim, recrutou Raimundão e outros craques para a Seleção Itapecuruense para o Torneio Intermunicipal, no segundo semestre de 1991. Raimundão, que já era residente e trabalhava no Departamento de Trânsito em Codó, jogava pela seleção apenas nos dias de folga e pelo América – às vezes atuava no sábado por um e no domingo pelo outro. A fase final do Intermunicipal aconteceu já no final do ano. Jackson e Juca, que jogaram respectivamente no Fabril e São Paulo de Codó e já levados pela diretoria atleticana para a base do MAC, indicaram Raimundão ao Maranhão pelas suas atuações no Intermunicipal. Na época, o goleiro chegou a ser pretendido, inclusive, pelo River de Teresina, a pedido do treinador Mormaço.

A convite do Diretor de Futebol França Dias, Raimundão passaria por um período de testes no MAC, logo após a decisão do Intermunicipal de 1992. Com o aval da família, deixou Codó, aos 23 anos, e veio a São Luís para a decisão do torneio e também de mudança, para jogar pelo MAC. Com o vice do Intermunicipal, perdido para a Seleção de Balsas, Raimundão passou a ser trabalhado por João Batista (ex-goleiro do Tupan e Vitória do Mar) para assumir a titularidade no gol atleticano, sobretudo após o afastamento do goleiro Clemer, que havia se acidentado.

Raimundão estreou pelo Maranhão no dia 28 de Fevereiro de 1993, na derrota diante do Sampaio Corrêa por 1 a 0 pela Taça Cidade de São Luís. Já como titular no gol, disputou quase todo o Estadual daquele ano. Na véspera da final, contra o Imperatriz, o seu primeiro filho havia nascido e isso o motivou ainda mais para a partida decisiva. Por ser um atleta vindo do interior, sem base e criticado em suas primeiras atuações na competição, acabou disputando e perdendo a posição com o goleiro Paulo Márcio, recém-contratado e com mais experiência. Após a saída de Arnaldo Lira, que havia colocado Raimundão novamente como o titular do gol atleticano, José Dutra assumiu o MAC e barrou Raimundão para a final contra o Cavalo de Aço. “Você é atleta da casa. Se o MAC ganhar ou perder o título, o Paulo Márcio vai embora amanhã. Se você ganhar, você vai ser o herói do jogo, mas se perder, será crucificado”, justificou-se Dutra na época. Raimundão, é claro, aceitou calado a ordem, mas depois de muitos anos entendeu a sábia decisão do treinador.

 Raimundão na comemoração do tricampeonato maranhense, em 1995

 Treinando

 Bode campeão em 1995

Após o título, Raimundão foi levado pelo treinador Arnaldo Lira para o Fortaleza no início de 1994, juntamente com Luis Carlos, Reginaldo e Carlinhos. Com o encerramento do Campeonato Cearense, retornou ao MAC, onde foi bicampeão em 1994/95. No ano seguinte, Raimundão foi emprestado ao Comercial de Ribeirão Preto (juntamente com Jackson, Carlinhos e Rejane), onde disputou o Paulistão e o Brasileiro. Após ganhar o seu passe junto ao MAC em 1997, o goleiro começou a sua peregrinação por diversos clubes: Juazeiro (1997/98), Galícia da Bahia (1998), Maranhão (1998/99), Potiguar de Mossoró (1999), Rio Branco do Acre (1999 a 2001), Fluminense de Feira (2000), Castanhal (2002), Maranhão (2001 a 2003), Treze (2004), Potiguar de Mossoró (2005), Guamaré da Paraíba (2005), Maranhão (2006), Bacabal (2007), Comerciário (2008), Maranhão (2008/09), IAPE (2009/10) e Maranhão (2011), além de trabalhar como auxiliar-técnico e treinador no São José de Ribamar, em 2012. 

Raimundão passou por alguns grandes mementos em sua carreira. Além do Tricampeonato Maranhense, a conquista da Taça Cidade de São Luís em 2006, vencida diante do Imperatriz e com o Maranhão contando com um timaço, com Carabina, Pires, Johildo, Paulo César e Cacá, entre outros. O outro foi no ano de 2008, quando ajudou o Maranhão na luta contra o rebaixamento no Estadual. O Bode necessitava de duas vitórias em três jogos. Com a vitória no Samará e o empate no Maremoto, o time atleticano escapou da Série B após vitória, na última rodada, diante do BEC, em São Luís, com grande atuação do goleiro Raimundão, que chorou muito após o jogo, temeroso em ter manchada a sua grande história pelo clube atleticano com uma possível queda à Segunda Divisão.

Após o Campeonato Maranhense de 2011, Raimundão, já com 42 anos e sem a mesma agilidade, decidiu encerrar a carreira no final da temporada. Após passar, a pedido, todo o Primeiro Turno da Copa União no banco de reservas, ele assumiria o gol atleticano nos jogos decisivos da competição. E a sua despedida dos gramados veio de forma melancólica: na primeira partida da final da competição, o time atleticano, vergonhosamente, foi goleado pelo Sampaio Corrêa por 7 a 1, dia 01 de Dezembro daquele ano. Os sete gols na despedida, porém, não mancharam a vitoriosa carreira do goleiro que já havia entrado para a restrita galeria de grandes nomes na história do MAC. E a prova de maior carinho e consideração ao Glorioso veio em 2003, quando ninguém se dispunha a assumir a presidência do clube para o segundo semestre. Raimundão, juntamente com o treinador Arlindo Azevedo, formou uma pequena Junta Governativa e colocou o time maqueano a campo no Brasileiro da Série C. Apesar da fraca campanha (perdeu todos os jogos na competição), a experiência seria de grande utilidade para Raimundão no futuro.

Já aposentado dos gramados, Raimundão passou pela sua primeira experiência como cartola de futebol, ao profissionalizar a Associação Itapecuruense de Futebol, criada em 2003 e que apenas em 2013 disputou a segundona de 2013, seu primeiro ano como filiado à FMF. Com Raimundão assumindo as funções de Presidente, técnico e Diretor de Futebol, o Itapecuruense disputou a competição com apenas cinco reforços experientes, sendo a base composta por atletas da cidade e região. Mais uma grande investida na carreira do versátil goleiro que marcou uma época no futebol do Estado do Maranhão.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Camisas do Sampaio Corrêa Futebol Clube - década de 90

Belos registros de camisas do Sampaio Corrêa. O primeiro modelo data do ano de 1993, na ocasião em que o Sampaio foi eliminado na Copa do Brasil pelo Vasco da Gama (RJ). A segunda, amarela com quadradinhos laterais em vermelho, é de 1991. A branca, possivelmente o modelo away, é de 1992.







sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Dener, a nova geração dos Souza


O Blog “Futebol Maranhense Antigo”, neste post especial, traz hoje a terceira geração de craques da família do saudoso Tutinha, cearense de Maracanaú e que atuou por Sampaio Corrêa, Moto Club e Ferroviário, dentre outros grandes do futebol nordestino. A título de registro, Frank Souza, filho de Tutinha, seguiu os passos do seu pai antes de embarcar para a Europa e estabilizar-se há mais de dez anos. Frank começou a sua carreira em 1997, nos juniores (o antigo sub-20) do Sampaio Corrêa, trazido pelo preparador de goleiros Marcial e pelo saudoso ex-meia Djalma Campos – Frank veio na mesma leva de craques como Arlindo Maracanã, Válbson, Cacá, Jurandir e Serginho (hoje atuando pelo beach soccer); rapidamente ele foi elevado à categoria de profissional através do professor Erandir Montenegro.

TUTINHA: A PRIMEIRA GERAÇÃO DA FAMÍLIA SOUZA

 Tutinha disputando a Taça Brasil de 1968 pelo Moto Club

 Tutinha com a camisa do Sampaio Corrêa, em 1969

 Tutinha no Ferroviário

FRANK: A SEGUNDA GERAÇÃO

Após dois anos vestindo a camisa Tricolor, Frank teve uma rápida passagem pelo Ceará Sporting Club antes de transferir-se para o Moto Club, onde ficou por um breve período (1999 a 2000). Em seguida, rumou para o exterior, atuando entre 2002/2003 na Bélgica (pelo KSK Lebbeke) e futebol francês (jogou pelo Dijon Football Côte d'Or), antes de fixar residência na Espanha, onde vive há quase cinco anos. Em 2007, após quase assinar o seu retorno ao Sampaio Corrêa, Frank seguiu para a cidade de Murcia e, em seguida, para Lugo, a capital da província de Vivero, na Espanha. Atualmente ele joga pelo modesto S.D.R. Sacido, um pequeno clube da cidade. Além de ainda atuar nos gramados, o filho do eterno craque Tutinha conseguiu manter a geração de boleiros da família com a dupla Dener e Kluivert, netos de Tutinha e que atuam pelo modesto Viveiro Club de Fútbol, equipe da região da Galícia espanhola. 

Frank nos juvenis do Sampaio Corrêa, saindo da sede boliviana, no Turu, para o jogo diante do Maranhão,na preliminar de Moto Club x Seleção Carioca, dia 02 de Março de 1997, no Castelão.

Frank atualmente e as duas equipes europeias por onde atuou, o KSK Lebbeke da Bélgica e o Dijon Football Côte d'Or, da França

DENER: A NOVA GERAÇÃO

Dener Augusto Viana de Souza, jogador canhoto e com um ótimo perfil técnico, é o nosso personagem especial neste post do blog. O garoto, que completa 17 anos nesta data, 10 de Janeiro, é a aposta, junto com o irmão Kluivert, para manter a tradição de bons nomes dentro dos gramados da família Souza. E o nome do pequeno craque é uma legítima e justa alusão a um dos grandes craques que já desfilaram pelos gramados brasileiros: Dener Augusto de Souza, artilheiro com passagens por Vasco da Gama e Portuguesa de Desportos e que teve a sua vida encurtada na trágica madrugada do dia 18 de Abril de 1994, no Rio de Janeiro. Dener voltava de São Paulo, onde havia se reunido com dirigentes da Portuguesa e do Stuttgart da Alemanha para uma futura transferência, e passado o fim de semana com a família, quando o seu carro, dirigido pelo amigo Oto Gomes, perdeu a direção e chocou-se com uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Fascinado pelos dribles curtos e excepcional habilidade do craque da Lusa, Frank, então com 14 anos, confidenciou a amigos próximos que o seu primeiro filho seria homenageado com o mesmo nome do jogador que o fazia delirar com os dribles milimetricamente perfeitos. Quatro anos depois, a 10 de Janeiro de 1998, vinha ao mundo, em uma maternidade de São Luis, o pequeno Dener. E o futuro mostraria que o garoto carregava no sangue a mesma paixão e habilidade que fizera seu avô ser consagrado nos gramados ludovicenses. 


Dener Souza na sua primeira temporada nos infantis do AD Praia de Covas

 Dener no AD Praia de Covas, a sua primeira equipe (2009/2010)

AD Praia de Covas

Sob a orientação do treinador Emilio Rosanes, Dener entrando na partida Viveros x Burela, com a camisa 10

Nascido às 12 horas no Hospital e Maternidade Materno Infantil e pesando 3,670 kg para perfeitos 53 cm, Dener, como a maioria dos garotos da sua idade, apaixonou-se muito cedo pelo futebol – e talvez a genética tenha falado mais alto nesse momento. Mudou-se com a família para a Espanha aos dez anos de idade. Com uma carreira promissora, Dener, logo aos 12 anos, passou a defender a equipe infantil da Asociación Deportiva Praia de Covas entre 2009 e 2010 - na época o seu primeiro treinador foi o renomado ex-árbitro da RFEF (Real Federación Española de Fútbol) e agente FIFA, Pedro Emilio Rosanes González. Sobre o seu pupilo, Rosanes é só elogios: “O melhor de Dener é a sua qualidade técnica e a sua capacidade de trabalho. Progrediu muito no primeiro ano ao competir com jogador maiores do que ele”, confidenciou ao blog.

Já na temporada seguinte, 2011/12, o pequeno craque passou a integrar o Viveiro Club de Fútbol (equipe fundada no já distante ano de 1923 e que tem a sua sede em Lugo), para jogar a Liga Galega sub-14. Dener jogou por duas temporadas, o necessário para deixar a equipe na divisão de elite da categoria.

Residindo a quase uma década fora do Brasil e pela convivência com outro tipo de cultura e língua, Dener Já fala o português com bastante dificuldade. “Não mais escreve português e se confunde bastante em algumas palavras”, assegura o seu pai Frank, casado há 18 anos com a brasileira Silvia Marla. O jogador tem poucas recordações do Brasil e sobretudo do Maranhão, mas ainda guarda alguns poucos momentos da infância em terras maranhenses. O garoto, porém, sabe que o seu nome é uma homenagem ao eterno craque da Lusa e acompanha pela internet alguns lances imortalizados do meia-atacante brasileiro, que morreu no auge da carreira (aos 23 anos de idade).

Jogador de grande habilidade com o pé esquerdo, técnico e com um futuro promissor, o pequeno Dener mostra toda a sua polivalência em campo: começo atuando como atacante em um jogo da Liga Galega; rapidamente o treinador o recuou para a meia. Dener arrebentou em campo e logo foi remanejado em definitivo para a posição de segundo volante, sobretudo pela sua característica de armar e desarmar com exímia destreza. E, apesar da pouca idade, os números do pequeno craque, que já atua na categoria sub-19, surpreendem: na temporada passada, por exemplo, ele ajudou a sua equipe a alcançar um fato inédito – conquistou o título de campeão da liga provincial, ganhou o play-off de ascenso para a liga galega (e elite do futebol espanhol) e, de quebra, faturou a Copa Deputación, uma espécie de Nordestão da Espanha. Dener ainda foi indicado com um dos melhores volantes da temporada de 2014. Números e feitos do jovem craque que certamente encheriam de orgulho o saudoso Tutinha, feliz e sorrindo lá de cima, na certeza de que deixou aqui na terra um legado que dará continuidade à sua memória nos gramados.
 Dener com a camisa do Vivero

Dener na sua primeira partida da liga da temporada 2011/12 - Viveiro CF x Conxo

 Viveiro x Milagrosa - Liga Galega Infantil 2011/2012

 A figurinha de Dener no álbum de liga provincial 2012-2013


 Dener na sua primeira temporada pelo Vivero. Em pé: David, Angelo, Martin, Javi, Andrés, Miguel, Xoel, Abel, Marco e Lorenzo Canoura (treinador). Agachados: Dener, Sergio, Juan, Roi, Polo, Tomi, Rubén, Manguel, Pablito y Arturo

 




Dener e o capitão Joel Martínez Otero, campeões da Liga provincial, acesso à Liga Galega