sábado, 14 de março de 2015

Moto Club 3x1 Vitória do Mar - Torneio Municipal 1952


Matéria do Jornal Pacotilha/O Globo, relatando sobre a partida entre motenses e estivadores,no dia
20 de Junho de 1952, pelo Torneio Municipal, competição patrocinado pela Federação Maranhense de Desportos (FMD). Aqui, uma curiosidade: todos os atletas envolvidos na partida pagaram a sua entrada na bilheteria do jogo.

Dando prosseguimento ao Torneio Municipal, ontem à trade o Moto Club venceu o Vitória do Mar pela contagem de 3x1, numa partida onde o público presenciou de tudo, menos futebol, tudo isto devido à fraca arbitragem do sargento Grajaú, que apesar de ter se esforçado para dirigir a partida com imparcialidade, errou clamorosamente e os seus erros foram técnicos, dando cabimento a que não somente os atletas que disputavam a partida perdessem o controle de si, como também a própria assistência, presente ao Estádio Santa Izabel.

Não tiveram os jogadores do Vitória do Mar a calma precisa para receberem a derrota como verdadeiros desportistas, pois não resta a menor dúvida de que falhou o juiz no lance que redundou o terceiro tento da tarde, mas esqueceram-se os rapazes da estiva que o placar se encontrava já de 2x1 pro rubro-negro nessa altura, sem levar em consideração as inúmeras oportunidades desperdiçadas por Ferreira, Chapola e João Batista.

Não compreendemos a razão pela qual os jogadores do Vitória do Mar se recusaram a atender uma decisão do juiz, quando faltava apenas minuto e meio para o término da partida, uma vez que há muito vinham acatando as decisões tanto certas como erradas do árbitros para em seguida haver forte “sururu”, onde por pouco Josafá e Santiago perdiam a vida por parte do Moto, enquanto um popular, com um cano de ferro, distribuía ferradas a torto e a direito nos atletas da estiva, apesar das interferências de terceiros. Enquanto isso, notava-se a ausência do policiamento em campo, tendo até os que assistiam a partida invadido a cancha e tomando parte ativa no conflito.

Estava praticamente encerrada a partida de futebol e o público que compareceu ao Estádio Santa Izabel mais uma vez abandonou aquela praça de esportes, contrariado com o que acabava de presenciar: um juiz bastante fraco, que contribuiu para que a indisciplina e a prática de jogo violento predominasse na cancha, ultimando com o espetáculo de “luta-livre” em plena partida de futebol.

O JOGO – Foi a partida iniciada às 16h15, apresentando-se os quadros em igualdade de condições, porém, aos poucos, foi o Moto Club assenhorando-se do terreno, para, aos 5 minutos de luta, Josafá inaugurar o placar, quando o citado atleta, ao receber a pelota de Perú, passou por Lourival e Misael, aproximando-se do gol, desviou inteligentemente de Batatais a pelota, mantendo-a ao fundo da meta.

O Vitória do Mar procurou reagir, porém, empregando em certas e determinadas jogadas a violência, no que era correspondido pelos atletas do Moto, ante o olhar complacente do juiz, que apenas limitava-se a apitar e dar conselhos desnecessários. Era o início da “tourada” que mais tarde infelizmente iriamos presenciar.

Com os ataques sucessivos do Vitória do Mar, Ferreira de posse da pelota, ao receber um passe de benedito, numa jogada quase que individual, passou Assunção e Santiago, atirando a gol, tendo Bacabal ainda defendido, mas a pelota tomou a direção do fundo da meta motense. Estava empatada a partida. Nova saída foi dada. Agora os motenses empregavam “botinadas” para conterem as arrancadas do Vitória do Mar, onde os seus atacantes perdiam oportunidades de ouro de desempatar a partida.

O Moto Club aos poucos tentava neutralizar esses perigosos contra-ataques e quando o cronógrafo assinalava 30 minutos, Zé Maria ao tentar passar por Misael, recebeu falta deste, o que imediatamente o juiz marcou. Cobrado por intermédio de Jesus, este atirou diretamente a gol, tendo a pelota tomado a direção das redes de Batatais, que falhara no lance. Com mais alguns lances sem expressão, chegou o término do primeiro tempo.

O Moto atuou com Bacabal; Santiago e Ademar; Waldinar, Assunção e Peru; Nerimar, Matuto, Zé Maria e Josafá. Jesus. O Vitória do Mar com Batatais; Zé Rocha e Misael; Lelé, Gordo e João Cinco; Chapola, Benedito, Gafanhoto e Ferreira; João Batista

 Moto Club

Vitória do Mar

 Defesa espetacular de Batatais sob as vistas dos seus companheiros de defesa

Um ataque do Vitória do Mar no momento exato em que Bacabal defendia um chute de Ferreira

domingo, 8 de março de 2015

Moto Club 2x1 Sampaio Corrêa (1976): centésima vitória rubro-negra no Superclássico


O Moto Club de São Luís completou a centésima vitória diante do Sampaio Corrêa em toda a história do Superclássico na noite do dia 14 de Abril de 1976 (uma quarta-feira), ao derrotá-lo pelo placar de 2 a 1. O jogo, pela movimentação, agradou ao grande público que compareceu ao Estádio Municipal e dividido em um tempo para cada time.

A primeira etapa foi totalmente do Moto Club, que dominou de ponta a ponta graças ao erro de armação da equipe sampaína, que apareceu com Ferraz de meia-direita. Com o domínio da meia cancha, o Moto partiu para cima do Sampaio, que, ataboado, deixava que o adversário deitasse e rolasse no gramado. Aos 10 minutos o Sampaio perdeu a grande oportunidade dessa etapa de jogo com Durval, metendo a bola na trave. Aos 19 era Carbono quem inaugurava o marcador, ajudado pela infantilidade do goleiro Dé, que além de deixar que a bola pingasse na pequena área, deixou passar entre as suas mãos a cabeçada do atacante. E o time sampaíno continuava jogando errado, com a defesa sem cobertura, com as saídas de Eliézer na tentativa do gol e com os pontas totalmente anulados. Aos 28 minutos era Edmilson Leite quem ampliava o marcador chutando da entrada da grande área uma bola espirrada da defesa sampaína. Depois do segundo gol, a direção técnica do Sampaio tentou consertar as coisas com a entrada de Tupan no lugar de Ferraz, Isto foi o suficiente para equilibrar as coisas no meio-campo, mas não para mudar o panorama da situação. O Sampaio teria que tentar alguma fórmula para anular as investidas do Moto Club, principalmente o trabalho de Edmilson Leite, que jogava à vontade e Carbono sem marcação recebia as bolas sempre livre e partia já com a situação dominada e levando sempre perigo ao arco de Dé, mas nada foi feito.

Para a segunda etapa o panorama mudou. Passou a ser o Sampaio, já que o Moto resolveu erradamente garantir o placar que lhe era favorável. A sorte do Moto foi que o Sampaio não soube aproveitar a sua superioridade e, para infelicidade sua, teve outra bola na trave, numa bomba de Tupan. A direção técnica motorizada tentou despertar o interesse pelo ataque, fazendo entrar Meinha, Petinha e Prado, que infelizmente não surtiu efeito. Várias oportunidades de gols surgiram para a equipe sampaína, que foram sendo desperdiçadas por falta de tranquilidade no trabalho com a bola ou nos lançamentos para os pontas. Mas como o futebol é brincadeira, o Sampaio tirou de campo o ponteiro Maneca para a entrada de Bimbinha. Mesmo assim o Sampaio continuava dominando para conseguir o seu gol único, aos 41 minutos, por intermédio de Gilmar. Esse gol veio apenas para levar um pouco de esperança à sua torcida e mais motivação ao time, que quase conseguia o gol de empate numa jogada em que Ney fez milagre para neutralizá-la.

As organizações do jogo Moto x Sampaio, cuja renda seria revertida em parte à Campanha da Fraternidade, ameaçaram processar os responsáveis pela divisão da arrecadação do jogo, sem a prévia autorização das senhoras que fizeram a promoção da partida. Ao final do jogo, os dirigentes de Moto, Sampaio, Maranhão, Tupan e Vitória do Mar resolveram dividir o arrecadado no estádio, cerca de Cr$ 75.500,00, deixando que o restante do que fora apurado para a Campanha da Fraternidade. Acontece que a coma apurada por fora não chegou nem a 10% e o acordo afirmado anteriormente destinava 50% à Campanha da Fraternidade. Maranhão, Tupan e Vitória do Mar se beneficiariam de Cr$ 5 mil cada, enquanto Moto e Sampaio ficaram com cerca de Cr$ 30 mil.

A superintendência do estádio e a FMD mostraram-se inoperantes para evitar o rateio da arrecadação e quando as organizadoras do jogo protestaram, o Presidente da FMD tentava reaver a parte que os clubes levaram indevidamente. O Moto se prontificou a devolver, mas o Sampaio não se pronunciou e sabe-se que teria dificuldades em devolver a parte que cabia à campanha, quase Cr$ 10 mil, porque todo o dinheiro foi logo empregado em despesas do clube, tendo sido inclusive pago parte do repasse do atacante Cabecinha, comprado junto ao Maranhão Atlético Clube.

A arrecadação total a Cr$ 90 mil, muito abaixo da estimativa, pois a renda foi prejudicada pelo mau tempo e pela má distribuição na venda dos ingressos. As responsáveis pela Campanha da Fraternidade conseguiram passar apenas Cr$ 9 mil de ingressos, quando se esperava que passassem mais de Cr$ 100 mil. De certa forma, houve uma decepção geral por parte dos dirigentes e por este motivo tomaram a iniciativa de dividir o que foi apurado nas bilheterias do estádio, sem uma prévia prestação de contas.




FICHA DO JOGO


Moto Club 2x1 Sampaio Corrêa
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 90.000,00
Público: 9.211 pessoas
Juiz: Josenil Sousa
Bandeirinhas: Wilson de Moraes Wanlume e Raimundo Lima
Gols: Carbono aos 20 e Edmilson Leite aos 30 minutos do primeiro tempo; Gilmar aos 40 minutos do primeiro tempo
Expulsão: Cabrera aos 40 minutos do primeiro tempo
Moto Club: Nei; Ivan, Marins, Paulo Ricardo e Breno; Rogério, Nunes e Edmilson Leite (Meinha); Lima (Prado), Carbono (Petinha) e Cláudio (Santana). Técnico: Marçal Tolentino Serra
Sampaio Corrêa: Dé (Crésio); Zé Alberto (Cabrera), Paulinho, Sérgio e Ferreira; Elieser, Ferraz (Tupan) e Bolinha; Gilmar, Durval e Maneco (Bimbinha) (Moisés). Técnico: Brito Ramos

Seleção de Codó campeã do Torneio Intermunicipal 1976


Matéria sobre a decisão do Torneio Intermunicipal de 1976, realizado numa quinta-feira, dia 05 de Fevereiro.

O Torneio Intermunicipal de 1976 foi decidido com a vitória do selecionado de Codó frente a Chapadinha por 3x0, com tentos assinalados por intermédio do ponteiro-esquerdo Gentil. Codó mostrou mais uma vez a superioridade, numa demonstração de que este Intermunicipal foi muito fraco tecnicamente. A Seleção de Codó, representado pelo Nacional, é um time sem muita categoria e formado à base de veteranos. Mesmo assim foi superior à representação de Chapadinha na segunda etapa, quando conseguiu os três gols que lhe garantiram o título de primeiro campeão do Torneio Luis Rêgo e o tetra dos campeonatos intermunicipais.

A primeira etapa de jogo foi disputada de igual para igual, com as duas equipes com receio de partirem para o ataque. Cada uma mostrando que somente na segunda etapa é que partiriam com mais velocidade, receosos de uma prorrogação. Essa etapa do jogo não agradou à torcida. Para a segunda etapa, Codó foi o primeiro a se definir e logo aos 15 minutos Gentil faturava o primeiro gol. Somente aos 30 minutos é que o placar voltou a ser movimentado, com outro gol de Gentil, que demonstrava ser o mais perigoso atacante codoense. Chapadinha ainda se deu ao luxo de perder uma penalidade aos 40 minutos, por intermédio de Cremilson. O terceiro gol de Codó saiu aos 45 minutos, ainda por intermédio de Gentil, em uma sensacional jogada individual.

A vitória de Codó foi justa, já que foi superior ao adversário, que não repetiu a boa atuação diante de São Bento. A renda foi de Cr$ 14.358,00 e a arbitragem de Francisco Sousa. No final do espetáculo, o professor Luis Rêgo fez a entrega do troféu ao time vencedor, já que era o homenageado.

Gojoba rescindiu o seu contrato com o Moto Club (1976)


Matéria do Jornal O Estado do Maranhão, de 15 de Janeiro de 1976, destacando a aposentadoria do cabeça-de-área Gojoba, craque com passagens por Moto, Ceará e Seleção Maranhense.

O meio-campista Gojoba rescindiu ontem amigavelmente o seu contrato com o Moto Club e resolveu arquivar as chuteiras depois de ter passado por quase todos os clubes da capital, com passagem pelo Ceará e Pernambuco, nos melhor dias de sua longa carreira profissional. A exemplo de Neguinho, que também resolveu parar este ano, Gojoba deixa o futebol e inicia outra atividade profissional. Acaba de ser aprovado em um concurso para desenhista da CEMAR.

Gojoba e Neguinho terão uma partida para duas despedidas oficiais. A ideia recebeu aprovação imediata da FMD e dos demais dirigentes de clubes locais, considerando os bons serviços prestados pelos dois jogadores que passaram por quase todos os clubes de São Luís e serviram também à seleção maranhense. A Federação liberou a data de 29 e serão formados dois times com o rótulo de “Prata de casa” e “Prata de fora”. A renda será rateada entre os dois, que na oportunidade jogarão pelo time de casa e terá ainda uma parte (30%) em favor da família do jogador Almir, que faleceu recentemente, deixando-a sem recursos.

sábado, 7 de março de 2015

Vitória do Mar 4x1 Botafogo - Campeonato Maranhense 1960


Relato extraído do Jornal da Tarde sobre o jogo Vitória do Mar 4x1 Botafogo da cidade de Bacabal, pelo Campeonato Maranhense de 1960, em São Luís. O jogo foi realizado na tarde do dia 01 de Fevereiro de 1960, no Municipal.


O Vitória do Mar pouco trabalho teve ao vencer o Botafogo de Bacabal, ontem, no Estádio Municipal. A partida foi bem movimentada, com o Vitória sempre procurando abrir o escore. Não se intimidava o quadro do interior e então era travado uma luta no meio de campo. Um equilíbrio do princípio que aos poucos foi sendo dominado pelo quadro da estiva. Ainda bem no início, aos 19 minutos, Joãozinho abriu o escore. O atacante estava em posição duvidosa, mas o árbitro nada apitou. Lutava o Botafogo e lançou-se em busca do empate. Defendia-se o Vitória e então começou a explorar os contra-ataques. Aos 41 minutos, Benedito aumentou o placar. Já ai o predomínio do quadro de Ferreira era patente. Aos 44 minutos Ferreirão, depois de cometer falta, assinalou o terceiro tento. Pouco depois foi encerrado o primeiro tempo.

O ritmo continuava, embora tenha voltado com maior disposição o quadro do interior. O Vitória parecia satisfeito com o placar e então procurava as jogadas de primeira, sem contudo perder o mesmo ritmo do primeiro tempo. Fruto desse ritmo veio o quarto tento. Já notava-se o desespero do Botafogo. Nada impedia a derrota e o Vitória fazia jus ao placar. O tento de honra do Botafogo foi marcado por Zuruca, aos 36 minutos. Neste lance houve falta.

O sr. Wilson Wan Lume não esteve em grande trade, voltamos a frisar a displicência dos auxiliares de linha. Três dos cinco tentos pareceu-nos irregulares. No tento de Ferreirão, o bandeirinha ainda levantou a bandeira, mas por motivos desconhecidos tornou a baixa-la.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Treino do Ferroviário Esporte Clube para a temporada de 1976

Em pé: Marcial, Jorge, Carlos Augusto, Moisés, Gojobinha e Carrinho; Agachados: Seneguinha, Serginho, Pelé, Ratinho e Zé Roberto

Registro de um dos treinos do Ferrim, para a temporada de 1976. A matéria é do Jornal O Estado do Maranhão, de 21 de Fevereiro.

O Ferroviário Esporte Clube realizou na manhã de ontem mais um coletivo, sob o comando do professor Heraldo Vilar. O treino Ferrim deixou o preparador satisfeito e que começa a definir o time para o amistoso de estreia no próximo dia 26 contra o Sampaio. Mas enquanto o treinado ficava satisfeito com o desenvolvimento dos atletas com algumas restrições, a imprensa presente ao Estádio Municipal considerava muito fraco um ataque em penetração e poucos chutes ao gol, mesmo com o placar final apresentando 5x1.

Para Heraldo, o importante é que somente agora começa a tirar suas conclusões a respeito do plantel e por esse motivo “o placar não foi observado para deixar todos à vontade”. Os dois times iniciaram o coletivo com as seguintes constituições: Verdes – Marcial; Carlos Augusto, Moisés, Jorge e Carrinho; Gojoba e Ratinho; Senega, Pelé, Serginho e Roberto; Brancos – Ubirajara; Ferreira, Bil, Reginaldo e Gilberto; Jorge Santos e Isaías; Caminhão, Ribas, Nilson e Ozimir.

Para a primeira etapa nada se pode observar em relação ao desenvolvimento técnico, quando apenas o jogador Pelé de desenvolvia melhor e chegou a chutar seis bolas a gol e uma delas anotou um gol. Uma média muito fraca para um ataque, já que os outros chutaram muito menos. Se observava ainda um melhor desenvolvimento do meio-campo reserva (com o treinador justificando que não há reservas e titulares) formado por Jorge Santos e Isaías, mas mesmo assim terminou com o placar de 2x0, com outro gol de Zé Roberto. O individualismo predominou no time de camisas verdes, com cada um querendo mostrar que sabe jogar bola e isso prejudicou o desenvolvimento da equipe. Uma defesa muito fraca e com os laterais presos e em linha paralela, um meio-campo sem lançamentos e um ataque que prendia em demasia, principalmente o ponteiro Zé Roberto. No time reserva, destaque apenas para o meio-campo e o goleiro Ubirajara, que chegou de Pernambuco para restes e está agradando. Jorge Santos e Isaías estiveram apenas na base da experiência, já que fisicamente não estavam bem devido terem sido os últimos a chegar.

Para a segunda etapa, o professor Heraldo Vilar andou fazendo várias modificações, com a entrada do goleiro Evandro para o lugar de Marcial, Ferreira no lugar de Carlos Augusto, Bil no de Carrinho, Carlos Alberto no de Pelé e Ozimir no de Seneguinha. Com essas modificações, o time de verde melhorou, já que o reserva passou a ser formado de juvenis e consequentemente um adversário mais fraco. Os gols forma saindo com mais naturalidade, com Serginho anotando dois e Gojoba o outro para o goleiro Evandro deixar passar um frango no único gols dos reservas.

Para o professor Vilar, o seu trabalho tem sido prejudicado pela chegada desordenada de jogadores, o que somente agora começa a ter uma definição do material humano que espera contar para esta temporada. O plantel possui mais de 24 jogadores e ainda está sendo esperado um centroavante e um zagueiro, que será Gonçalves. O atacante está sendo sondado no mercado pernambucano, “Pretendo formar um time com dois jogadores para cada posição, com exceção do gol e comando de ataque, que serão três. Dos jogadores atuais, alguns serão cortados por deficiência técnica, mas pretendo estudar o caso com calma para não cometer injustiças”.

Vivico, Alzimar, Selmo e Carlos Alberto (este último participou do treino apenas um tempo) são os jogadores baleados do Ferroviário. Selmo é quem mais preocupa por ter sido operado recentemente; Vivico e Alzimar pro problemas de contusão antiga e Carlos Alberto apenas gripado. Vivico não deixará o Ferroviário e para isso espera a chegada do Presidente Evandro Ferreira, por se encontrar sem ambiente e uma questão de rotina.  Jogador espera mudar de equipe e reencontrar com o seu melhor futebol. Por outro lado, Carlos Alberto deverá somente jogar esta temporada, já que pretende abandonar o futebol ainda este ano. 
 

 Heraldo e Baezinho explicam ao repórter as razões para o fraco desempenho

 Carlos Alberto explica a Heraldo e pede para treinar



José Ribamar Franco assumindo a presidência da Federação Maranhense de Desportos, em 1976




Nota no Jornal O Estado do Maranhão, de 13 de Janeiro de 1976, sobre a posse do Presidente José Ribamar Franco ao cargo máximo na Federação Maranhense de Desportos (FMD).

Em solenidade simples marcada para às 20 horas de hoje, 10 de Janeiro de 1976, na sede da Federação Maranhense tomarão posse os novos dirigentes da FMD, eleitos recentemente por grande maioria na Assembleia Geral da entidade. O Dr. Olímpio Guimarães dará posse ao Dr. José Ribamar Franco e ao Dr. Celso Coutinho, eleito para vice-presidência, além dos membros do Conselho Fiscal, Raimundo Aroso de Matos Pereira e Wichard Caldas. Após o ato de posse, será servido um coquetel da sede da federação e mais tarde haverá uma recepção oferecida pelo Ferroviário, na sede do clube, à Rua Osvaldo Cruz. Até ontem o novo Presidente não havia escolhido o Diretor de Futebol, o que deverá fazer somente na próxima semana, depois de reunir os dirigentes de clubes para ouvi-los sobre a escolha da pessoa mais credenciada para desempenhar a função. Todos os diretores da federação apresentaram renúncia ontem, colocando os cargos à disposição, mas sabe-se que serão mantidos Mauro Campo na Assessoria de Imprensa, José Anastácio no Departamento de Finanças, além de todos os funcionários.

O Sr. Manoel Raimundo do Amaral será nomeado para o cargo de Diretor de Esportes Terrestres, José de Ribamar Santos para o Departamento Amador, Salomão Rocha para a Divisão de Árbitros e João Carlos Dutra para Diretor de Administração. O Diretor de Futebol de Salão, órgão que este ano merecerá total atenção da FMD, está ainda entre o jornalista Jafé Nunes e o bancário Guido Aguiar Pereira.

Amanhã o Dr. Ribamar Franco viaja para o Rio, onde participará da eleição do Almirante Heleno Nunes e terça-feira acompanhará a delegação de dirigentes que vai a Brasília para entrevista com o Ministro da Previdência Social reivindicar a anistia para os débitos dos clubes com o INPS. Deverá retornar até quarta-feira, quando então reunirá os clubes para tratar da elaboração do calendário. Ontem o Dr. Franco confirmou que o Campeonato Estadual só começará em fins de Março e que deseja continuar com as participações de Bacabal, Imperatriz e possivelmente Codó.

O Dr. Olímpio Guimarães, após transmitir o cargo, viajará pata o interior do Ceará, em gozo de férias, onde passará 20 dias. Ao regressar, iniciará as duas atividades na Diretoria do Maranhão Atlético Clube.

segunda-feira, 2 de março de 2015

PÔSTER - Moto Club de São Luís - 1976


Ferroviário surpreende na estreia em 1976


Em seu primeiro jogo no ano de 1976, o Ferroviário surpreendeu na noite do dia 26 de Fevereiro, com excelente atuação diante do Sampaio Corrêa, conseguindo um empate em 0x0 que deixou os dirigentes satisfeitos com o que possuíam para a temporada. O jogo agradou ao público que compareceu ao Estádio Municipal e deixou nas bilheterias a importância de Cr$ 36.225,00. No final do espetáculo, o treinador do Ferroviário, muito irritado, teceu críticas à atuação do Sampaio na maneira violenta nas disputas das jogadas.

O primeiro tempo o futebol foi de igual para igual, até mesmo na violência e a única oportunidade de gol surgida foi perdida pelo atacante Durval, que com o gol à sua disposição, chutou na trave. Nessa etapa de jogo valeu a disposição dos 22 jogadores em campo, destaque para as duas retaguardas que souberam superar os ataques e garantirem o placar mudo.

Para a segunda etapa o panorama teria sido igual se o Sampaio não tivesse caído de produção, como vinha ocorrendo ultimamente em seus jogos, fazendo com que o Ferroviário chegasse ao fim com um domínio territorial não transformado em gol devido à excelente atuação da retaguarda sampaína. Várias substituições foram realizadas pelos treinadores, sendo que no Sampaio a saída de Durval para a entrada de Itamar não surtiu o efeito desejado por Rinaldi Maia. No Ferrim, Heraldo Vilar substituiu Carlos Alberto por Isaías, Senega por Ozimir e Serginho por Pelé. A mudança de quase toda a linha avançada não mudou o panorama e o resultado acabou sendo justo para os dois times pelo esforço nos 90 minutos de jogo.

Um amistoso disputado em clima de guerra – Sampaio e Ferroviário realizaram uma peleja equilibrada sob todos os aspectos, decepcionantes sob o ponto de vista técnico, exibindo um futebol feio e medroso e principalmente no que diz respeito à prática do jogo violento, quando inúmeros jogadores não se contundiram seriamente por verdadeiro milagre, ainda que Carlos Augusto e Alzimar, ambos do elenco do Ferrim, obrigados a sair de campo antes do final do espetáculo, sendo que o zagueiro central teve que ser transportado imediatamente para o Hospital Presidente Dutra, atingido com um violento pontapé no rosto. Em clima de decisão, o jogo foi disputado virilmente com jogadas desleais de ambos os lados, isto tudo sob os olhares complacentes do senhor Wilson de Moraes Van Lume, que efetivou a sua pior arbitragem dos últimos tempos, sem pulso para conter a batalha campal.

Taticamente as duas equipes também mostraram um certo equilíbrio, atuando num 4-2-3, com o ponta-de-lança fazendo trabalho de terceiro homem. Bolinha pelo Sampaio e Carlos Alberto, depois Isaías, pelo Ferrim, e os dois setores de retaguarda predominaram sobre os ataques, detalhe que facilitou o trabalho dos arqueiros. Não havia espaço para as penetrações em razão do cuidado excessivo apresentado durante o transcorrer da partida.

O Sampaio Corrêa, que vinha colhendo uma série de vitórias após a realização de três compromissos seguidos, esbarrou diante de um adversário muito bem arrumado dentro de campo, não só pelo duelo incansável que os homens tiveram que enfrentar na intermediária, como também porque teve neutralizadas as suas principais jogadas pelas extremas, onde Gilmar e Coelho receberam implacável marcação dos laterais adversários e não repetiram as atuações anteriores.

A bem da verdade, o esquadrão boliviano, apesar dos pesares, predominou durante grande parte do jogo, principalmente no primeiro tempo, quando o Ferroviário se mostrou um quadro nervoso, mas em apenas um lance conseguiu uma chance para abrir a contagem. Depois disso, a partir do momento em que o adversário conseguiu pegar o ritmo e se articular melhor, a ofensiva sampaína foi impotente para vencer o duelo contra a retaguarda Ferrim. Aliás, a partida que de amistosa trouxe somente o nome, se resumiu no equilíbrio pela disputa do meio-campo, sem vencido ou vencedor.

Dos estreantes apresentados pelo Ferroviário, mereceu destaque o quarto zagueiro Jorge, ainda sem o condicionamento físico ideal, mas exibindo um futebol de primeira linha, e o meia-esquerda Ratinho, com excelente toque de bola e precisão nos lançamentos. O lateral-direito Carlos Augusto abusou das jogadas violentas e o central Moisés não teve tempo de mostrar o que sabe.



FICHA DO JOGO

Ferroviário 0x0 Sampaio Corrêa
Data:
26 de Fevereiro de 1976
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 36.225,00
Público: não divulgado
Juiz: Wilson de Moraes Vanlume
Bandeirinhas: Josenil Sousa e Reginaldo Rodrigues
Ferroviário: Marcial; Carlos Augusto, Alzimar (Moisés), Jorge e Carrinho; Gojoba e Carlos Alberto (Isaías); Saneguinha (Ozimir), Serginho (Pelé), Ratinho e Zé Roberto.
Sampaio Corrêa: Brito; Zé Alberto, Cabrera, Sérgio e Ferreira; Eliézer e Ferraz; Gilmar, Bolinha, Durval (Itamar) e Coelho