sexta-feira, 30 de maio de 2014

RETROSPECTO - Sampaio Corrêa x Avaí (SC)


Sampaio Corrêa e Avaí Futebol Clube, até o presente momento, enfrentaram-se em apenas três oportunidades - e em todas elas o confronto aconteceu pelo Campeonato Brasileiro. Na primeira oportunidade, em 1974,o time boliviano levou a melhor, vencendo pelo placar de 1 a 0, em jogo realizado no Estádio Municipal Nhozinho Santos. O Sampaio, treinado por Alfredo Gonzalez, jogou naquela oportunidade com Gilson; Nandes, Morais, Raimundo e Santos; Lourival e Sérgio Lopes; Buião, Djalma Campos, Dionísio e Ailton, diante de 11 mil torcedores. Dionísio foi o autor do gol no primeiro confronto entre as duas equipes. Naquele ano, o Sampaio Corrêa encerrou a sua participação na competição na 36º colocação, vencendo apenas 4 dos 19 jogos disputados. Já o Avaí foi apenas o 39º colocado, dentre 40 clubes participantes no nacional daquele ano. Vinte e cinco anos depois, novamente as duas equipes voltaram a medir forças, desta vez pela Segunda Divisão da competição. Em Florianópolis, o Avaí venceu pelo placar de 2 a 0. No último confronto, em 2002, o Sampaio Corrêa perdeu novamente, justamente no ano em que acabou rebaixado à Série C.

CONFRONTOS - SAMPAIO CORRÊA X AVAÍ

24.03.1974-Sampaio Corrêa 1x0 Avaí (Camp. Brasileiro - São Luís)
29.09.1999-Avaí 2x1 Sampaio Corrêa (Camp. Brasileiro - Florianópolis)
04.09.2002-Avaí 2x0 Sampaio Corrêa (Camp. Brasileiro - Florianópolis)

RESUMO:

Jogos: 3
Vitórias do Sampaio Corrêa: 1
Vitórias do Avaí: 2
Empates: 0
Gols do Sampaio Corrêa: 2
Gols do Avaí: 4

 Sampaio x Avaí, em 1974, no Municipal

 Lance do jogo em 1974, em São Luís

quinta-feira, 29 de maio de 2014

ESPECIAL - Seleção Maranhense campeã do Norte do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais (1962)


O Blog Futebol Maranhense Antigo dedica este post especial à inesquecível conquista da Seleção Maranhense no Campeonato Brasileiro de Seleções em 1962, quando alcançou o título da Chave Norte após eliminar as seleções do Piauí, Amapá, Amazonas e Pará, decidindo o título do Norte/Nordeste contra a fortíssima Seleção do Ceará, campeã da Chave do Nordeste. Neste especial, contaremos sobre toda a trajetória da conquista, com personagens, detalhes sobre a preparação do nosso selecionado e passagens interessantes que levaram o escrete maranhense à brilhante conquista.

A CAMPANHA:

FASE PRELIMINAR

Maranhão 3x1 Piauí

Situação: jogo de ida 
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data: 04/11/1962
Gols: Santos - Croinha - Croinha

Piauí 0x2 Maranhão

Situação: jogo de volta
Local: Estádio Lindolfo Monteiro - Teresina
Data:
07/11/1962
Gols: Garrinchinha - Garrinchinha

PRIMEIRA FASE

Amapá 0x2 Maranhão

Situação: jogo de ida 
Loca: Estádio Glicério Marques - Macapá
Data:
15/11/1962
Gols: Croinha - Garrinchinha       

Maranhão 3x0 Amapá

Situação: jogo de volta
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data:
18/11/19962
Gols: Croinha - Santos - Croinha               
                      
SEGUNDA FASE

Amazonas 1x3 Maranhão

Situação: jogo de ida
Local: Estádio Parque Amazonas - Manaus
Data:
25/11/1962
Gols: desconhecido

Maranhão 4x1 Amazonas

Situação: jogo de volta
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
                      Data: 02/12/1962                   
Gols: Croinha - Hamilton - Hamilton - Garrinchinha


                                TERCEIRA FASE                            
                                                       
Maranhão 1x0 Pará

Situação: jogo de ida
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data:
09/12/1962
Gol: Hamilton

Pará 1x1 Maranhão

Situação: jogo de volta
Local: Estádio Baenão - Belém
Data:
12/12/1962
Gol: Gojoba

QUARTA FASE

Maranhão 3x2 Ceará

Situação: jogo de ida
Local: Estádio Nhozinho Santos - São Luís
Data:
16/12/1962   
Gols: Santos - Hamilton - Croinha

Ceará 2x0 Maranhão

Situação: jogo de ida
Local: Estádio Presidente Vargas - Fortaleza
Data:
20/12/1962

Ceará 2x2 Maranhão

Situação: jogo de desempate
Local: Estádio Presidente Vargas - Fortaleza
 Data: 23/12/1962
Gols: Hamilton - Hamilton

O GOLEADOR: o pernambucano Croinha, então com 22 anos e em excelente forma, foi o grande artilheiro do nosso selecionado no Campeonato Brasileiro de 1962, com sete gols, um a mais que Hamilton, vice-artilheiro maranhense da competição. Croinha iniciou a carreira em clubes da segunda divisão pernambucana e foi descoberto, no futebol maranhense, pelo treinador Ênio Silva, que foi buscá-lo em Recife, no mês de Maio de 1961, para assinar contrato com o Maranhão Atlético Clube. Croinha foi campeão maranhense em 1963 e posteriormente jogou pelo Fortaleza, onde foi artilheiro, conquistou títulos e virou ídolo da torcida Tricolor. Retornou ao MAC em 1971, mas já sem o mesmo vigor físico quando da sua primeira passagem pelo clube atleticano.

SELEÇÃO MARANHENSE: Bacabal (goleiro); Ribeiro (lateral-direito), Omena (zagueiro), Negão (zagueiro) e Português (lateral-esquerdo); Gojoba (volante) e Chico (meia-esquerda); Garrinchinha (ponta-direita), Hamilton (meia-direita), Croinha (centroavante) e Jouberth (ponta-esquerda). Treinador: Sávio Ferreira (então treinador do MAC)


MARANHÃO X PIAUÍ (FASE PRELIMINAR)

A Seleção Maranhense, orientada por Sávio Ferreira, treinador do Maranhão Atlético Clube e recrutado para o cargo no nosso selecionado, iniciou a preparação para as disputas do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1962 com a convocação de um forte plantel: entre titulares e reservas, o Maranhão contava com Bacabal, Chico, Croinha, Omena, Negão, Hamilton, Neto, Garrinchinha, Gojoba, Português, Ribeiro, Laxinha, Santos, Vadinho, Zeca, Edgar, Ivanildo, Hélio, Ananias, Neném, Massaúd, Waldecy, Alencar e Jouberth.

A estreia do Maranhão na competição aconteceria no dia 04 de Novembro, diante do selecionado do Piauí, em São Luis, pela fase preliminar. Sávio Ferreira começou os trabalhos com uma movimentação dos atletas no Santa Izabel, dias antes da estreia. O apronto realizado, além de uma longa preleção, contou com o trabalho de dois toques, não proporcionando ainda qualquer observação maior do treinador. O plano de treinamento do escrete maranhense compreendia uma partida amistosa diante do Nacional para o domingo antecedente à estreia, O treinamento foi dividido em três etapas: inicialmente, o time considerado A jogou contra o B e, posteriormente, a equipe A, com algumas modificações, contra o time C, em treino aberto ao público. Após a movimentação, houve revisão médica para todos os atletas, sob os trabalhos do dr. Carneiro Belfort.

Dos 33 atletas selecionados para essa primeira etapa, apenas 22 foram selecionados, após quatro equipes (A, B, C e D) passarem por observação em coletivo. Após a escolha dos selecionados, em um jogo treino contra um combinado Sampaio-Moto (sob o comando do professor Rinaldi Mais), a Seleção Maranhense “A” perdeu pelo placar de 1 a 0 e a “B” também perdeu, desta feita pelo placar de 2 a 0, o que chegou a irritar o público presente ao Santa Izabel.

No segundo dia de treino, a Seleção “A” e “B” enfrentou novamente o combinado entre bolivianos e motenses, em partida de 110 minutos. Perante um bom público que compareceu ao jogo-treino no Estádio Santa Izabel, o que rendeu a quantia de Cr$ 102.640,00. Em campo, a Seleção Maranhense empatou pelo placar de 3 a 3, com a seguinte formação nos primeiros 45 minutos: Bacaba; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Chico e Hélio; Garrinchinha, Santos, Croinha e Neném, atuando no sistema 4-2-4. Nessa tapa, o selecionado venceu pelo placar de 2 a 0, com gols de Croinha e Garrinchinha. No período final, houve apenas uma única substituição, com Neto entrando em lugar de Neném. Neto, aliás, foi lançado por Chico e, na saída de Aluízio, marcou o terceiro gol da seleção. Após o segundo gol do combinado, Sávio Ferreira realizou mais duas modificações: Chico e Hélio saíram para a entrada de Ananias e Gojoba, que nada acrescentaram. O combinado ainda empatou com Zezico, de cabeça.

O selecionado do Piauí chegou em São Luís na antevéspera da partida, trazendo uma delegação composta por 22 pessoas, incluindo o treinador Né. A comitiva piauiense, que a princípio concentraria na sede do Maranhão Atlético Clube, seguiu para a Polícia Militar. Os atletas ainda realizaram dois treinos no Santa Izabel, na sexta e no sábado, véspera do jogo, além de um treino leve na própria quadra da Polícia. Já a Seleção Maranhense, após o último coletivo de apenas 40 minutos de duração, entrou em regime de concentração total também na sede da Polícia Militar (concentraria em outra oportunidade na Escola Técnica, atual IFMA), saindo apenas para a partida no domingo, dia 04 de Novembro. O dr. Belfort Carneiro, às vésperas da estreia, realizou os últimos exames nos atletas e o sábado ficou reservado para aplicação de massagens e passeios recreativos dos atletas.

Maranhão e Piauí estrearam na competição no Estádio Municipal Nhozinho Santos. O local, aliás, foi alterado, uma vez que o campo do Santa Izabel, escolhido anteriormente como o mando de jogo do nossos selecionado na competição, não apresentava nenhuma condição para receber uma partida oficial. Dias antes da partida, o treinador Sávio Ferreira divulgou a formação maranhense: Bacabal; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Chico e Garrinchinha; Croinha, Santos e Neto. Com um Municipal acolhendo um grande público (ingressos entre Cr$ 150 e 100), a partida ficou a cargo do mafrente Waldmir Silva. Em campo, o Maranhão conseguiu uma importante vitória e que daria boa vantagem para o encontro da volta, dali a três dias. Santos, com dois gols, e Croinha, deram a vitória ao nosso selecionado pelo placar de 3 a 2, com Valdeck e Tassú descontando para os piauienses. Vale ressaltar que o Maranhão encerrou a primeira etapa vencendo pelo placar de 3 a 0, caindo de produção na fase complementar

Na terça-feira, dia 06, o nosso selecionado seguiu para Teresina. Na véspera da viagem o médico Carneiro Belfort examinou todos os craques maranhenses e o treinador Sávio Ferreira pôde, então, utilizar a mesma formação que havia vencido no domingo. Na quarta, dia 07, Maranhão e Piauí se enfrentaram no Estádio Municipal Lindolfo Monteiro, em Teresina. Nova vitória maranhense, desta vez pelo placar de 2 a 0, em jogo bastante disputado. Garrinchinha, autor de um dos gols, era um dos mais eufóricos em campo após a sofrida classificação maranhense à fase seguinte do Campeonato Brasileiro – Croinha assinalou o outro tento. Pelo Convair da Cruzeiro do Sul retornou a São Luis o nosso selecionado, trazendo na bagagem a classificação e dois problemas: o goleiro Bacabal, que havia sofrido uma forte pancada no ombro, obrigando-o, inclusive, a deixar o campo de jogo em Teresina e ir direto para o hospital (deu lugar ao reserva Lunga), e Vadinho, lesionado com uma forte pancada no tornozelo. Como havia bastante tempo para a recuperação, restava então comemorar a classificação à primeira fase da competição. 


MARANHÃO X AMAPÁ (PRIMEIRA FASE)

Na Primeira Fase do Campeonato Brasileiro, a Seleção Maranhense encarou a desconhecida Seleção do Território do Amapá. O selecionado amapaense era formado basicamente por atletas do quadro do Santana Esporte Clube. Havia se preparado para as disputas do campeonato após quatro jogos treinos, vencendo três e perdido o último jogo. Na véspera da partida diante do Maranhão, o Amapá ainda realizou um último jogo-treino diante da equipe do Trem, da capital Macapá. Como os atletas maranhenses desconheciam o futebol praticado por lá, o treinador Sávio Ferreira, após a chegada da delegação maranhense ao Amapá, fez o reconhecimento do terreno de jogo na capital amapaense logo no dia da partida e adiantou que manteria a mesma equipe que vinha jogando no torneio. Junto à comitiva maranhense, viajou o árbitro Wilson de Moraes Van Lume, que apitou o encontro entre as duas seleções.

Para a partida diante dos amapaenses, no acanhado Estádio Glicério Marques, o treinador sacou Santos, que cedeu lugar a Hamilton. Assim, no dia 15 de Novembro (quinta-feira), diante de um bom público, o que gerou a renda de Cr$ 436 mil, o nosso selecionado venceu os donos da casa pelo placar de 2 a 0. O público amapaense aplaudiu de pé a exibição da representação maranhense. Desde o início a nossa seleção mostrou-se melhor, procurando de imediato a infiltração pelas extremas, onde Garrinchinha era mais acionado e dava conta do recado. Gojoba levava a missão de municiar o ponteiro-direito de nossa seleção e das contínuas jogadas pelo lado direito. Croinha e Hamilton desfrutavam de boa posição para os arremates, criando ainda situações excelentes para os chutes longos de Chico e Gojoba, com destaque para a atuação do goleiro Carlos, do Amapá.

Aos 44 minutos da fase inicial, quando Garrinchinha caiu pela direita, Neto, após receber a bola, acabou errando o chute, mas Croinha aproveitou e completou com uma belíssima cabeçada, sem chance de defesa para Carlos. Mesmo soprando forte vento no Glicério Marques, agora contra os maranhenses, o panorama de jogo não mudou. O time maranhense atacando mais, mostrando-se mais objetivo, embora o Amapá tenha voltado melhor, com mais disposição, provocando maior volume de jogo na etapa final. E aos 9 minutos, Garrinchinha marcou o segundo gol, após driblar dois jogadores amapaenses e chutar forte e rasteiro. Final de partida e o Maranhão levou a vantagem do empate para São Luis. O nosso selecionado venceu o Amapá com Bacabal; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Chico (depois Ananias), Gojoba, Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Neto.

Para a partida de volta, realizada no domingo, dia 18 de Novembro, o treinador Dezesseis, do Amapá, efetuou algumas modificações, principalmente no setor defensivo. O selecionado maranhense, após longa viagem, retornou apenas no sábado a São Luís e rumou de imediato para a Polícia Militar, em regime de concentração para a partida da volta. Os jogadores não realizaram qualquer treinamento. Apenas na manhã de domingo fizeram um exercício para desintoxicar os músculos, visto a paralização ter sido bastante prejudicial ao ritmo dos atletas. Sávio manteve a mesma formação, apesar de convocar o jogador Vadinho – este foi incorporado à concentração da seleção, mas não jogou, pois o treinador gostou da atuação de Negão e resolveu mantê-lo no elenco titular.

Assim perfilaram as duas seleções no Municipal: o Maranhão atuou com Bacabal; Ribeiro, Omena, Negão e Português; Gojoba e Chico; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Neto; o Amapá perfilou com Carlos; Bento, Sabbá, Maranhão e Domingos; Faustino e Alair; Coco, Tico-Tico, Palito e Albertino. Diante de um bom público, o Maranhão confirmou o favoritismo e novamente venceu o representante amapaense, desta vez pelo placar de 3 a 0, com dois gols de Croinha e um do jogador Santos. O quadro amapaense, ainda inexperiente em competições regionais, iniciou a partida de maneia decidida e querendo tirar proveito da sua vontade. Corria bem, dava trabalho e explorava os lançamentos de extremas, procurando, assim, o caminho do gol. Porém, pouco a pouco os maranhenses foram dominando as ações em campo, sobretudo pela melhor qualidade técnica, até que chegou ao domínio territorial completo. Uma vitória que deu moral ao selecionado para a fase seguinte da competição.

Carlos defende chute de Garrinchinha e é obeservado por Croinha, João Maria e Sabá

Carlos, goleiro do Amapá, defende, sendo observado por Sabá e Garrinchinha esperando a sobra

Cruzamento de Garrinchinha e o goleiro defende, sendo observado por Croinha

 Seleção Amapaense no Municipal


MARANHÃO X AMAZONAS (SEGUNDA FASE)

 Na quinta-feira, dia 22 de Novembro, a seleção realizou um jogo-treino de apronto para a partida diante do Amazonas, no domingo. O jogo de preparação foi realizado às 21 horas no Municipal, entre as seleções titulares e reservas, sob arbitragem de Francisco Xavier Gomes Filho. O selecionado reserva contou ainda com o reforço do centroavante Waldecy, do Graça Aranha, e do ponteiro-esquerdo Alencar, do MAC. Deduzidas todas as despesas da partida, o estante da renda de Cr$ 27.380,00 foi dividida entre os jogadores. Ao final do jogo, um empate em 4 a 1, com dois gols de Hamilton, Garrinchinha e Chico para os titulares; Massaúd anotou os quatro tentos para o escrete reserva. Após o treino, Sávio Ferreira, ainda nos vestiários, deu a conhecer os nomes que, a partir daquela data, não mais interessavam à nossa seleção: Edgar, Zeca, Neném, Hélio e Massaúd.

A Seleção Maranhense viajou a Manaus na sexta, dia 23 de Novembro, pela Panair do Brasil e chefiada pelo Coronel Pereira. A embaixada maranhense ficou alojada no Hotel Amazonas e, no sábado pela manhã, realizou um exercício de campo para desintoxicar os músculos e reconhecimento do terreno manauara. Além dos atletas (Bacaba, Lunga, Ribeiro, Negão, Omena, Laxinha, Português, Gojoba, Chico, Ananias, Santos, Garrinchinha, Jouberth, Neto, Hamilton e Croinha), seguiram para Manaus o médico da FMD, Belfort Carneiro, o técnico Sávio Ferreira, o Assistente Técnico Luiz Braga, o massagista Patrocínio e o árbitro Wilson de Moraes Van Lume. Representando a imprensa, acompanhou a delegação o jornalista Murilo Costa Ferreira. A única dúvida na seleção ainda ficava por conta do jogador Croinha, que sentia uma distensão e somente na capital do Amazonas seria dado um parecer sobre a sua condição de jogo – e, nesse caso, Hamilton seria cortado para iniciar jogando.

No Parque Amazonas, a nossa seleção mais uma vez jogou com raça, manteve a invencibilidade na competição e venceu pelo placar de 3 a 1 ao selecionado amazonense, onde jogavam Pedro Brasil, Boanerges, Waldir Lima, Zamundo, Sula, Vanderlan, Aírton, Tomaz e outros bons elementos.

A segunda partida entre maranhenses e amazonenses foi marcada, a princípio, para a quarta-feira, dia 28. Atendendo ponderação do Presidente da Federação Amazonense de Futebol, o cel. José Pereira dos Santos, o Presidente da FMD, concordou em assinar em conjunto um cabograma à CBD, pedindo que a segunda partida fosse realizada apenas no domingo, dia 02 de Dezembro, levando em consideração que o selecionado do Amazonas não queria jogar à noite e, mais ainda, a questão da renda, que, inegavelmente, poderia ser bem menor na quarta-feira. A situação foi encaminhada e a CBD, por sua vez, deu parecer para o novo encontro apenas no dia 02. Na oportunidade, a confederação máxima do nosso futebol ainda frisou que, apesar da mudança, manteria a data de 05 de Dezembro como o primeiro encontro entre o vencedor e a Seleção do Pará, pela Terceira Fase da competição. Assim, caso houvesse a necessidade de uma terceira partida entre Maranhão e Amazonas, a mesma seria realizada com menos de 40 horas, com prescrevia o regulamento do CND.

Como a partida em Manaus foi bastante puxada, a delegação retornou apenas na terça a São Luís e os atletas maranhenses treinaram pouco durante a semana, fazendo apenas revisão com o médico Carneio Belfort. Após um treino leve na quarta pela manhã, todos os atletas entraram em concentração já na quinta à noite, após mais um treino de dois toques pela tarde – Sávio Ferreira exigiu de seus comandados os lançamentos abertos e rápidos, querendo tirar proveito da falta de costume dos amazonenses, que estavam habituados a jogar em campo pequeno. Sávio solicitou jogo rápido e bem aberto, daí o treino em dois toques.

Para a partida da volta, o treinador manteve a mesma equipe que venceu em Manaus. Assim, Hamilton foi mantido na extrema-esquerda, saindo Neto. Com isso, Garrinchinha ficou pela ponta-direita, sem procurar embolar o centro e ainda Croinha pôde dispor de espaço para deslocamentos. O zagueiro Omena, que estava com intoxicação alimentar, foi submetido a tratamento e era a única dúvida para o jogo de domingo. Na sexta-feira, véspera da partida, a seleção realizou um treino físico leve, sob as ordens do professor Braga, com duração mínima para sábado haver apenas massagens.

Os amazonenses desembarcaram em São Luis às 9h30 da sexta-feira, dia 30 de Novembro, no Aeroporto do Tirirical, e seguiram para o Hotel Ribeirão, no Centro da cidade. Na bagagem, trouxeram o árbitro manauara Droval Medeiros e uma modificação para tentar surpreender os maranhenses: o lançamento de Sabá, ao lado de Santarém, que não jogou no domingo passado. Para o jogo contra o Maranhão, a Seleção de Manaus realizou apenas um leve exercício de campo na própria sexta, apenas para reconhecimento do campo do Municipal.

Maranhão e Manaus entraram no gramado do Municipal às 16h00, após o jogo preliminar entre as equipes do Santos Futebol Clube e Estrela da Vitória. A Seleção Maranhense perfilou com Bacabal; Ribeiro, Negão, Omena e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Croinha, Hamilton e Neto. Os amazonenses mandaram a campo Brasil; Boanerges, Waldyr, Sula e Vardelan; Zamundo, Dermilson, Horácio, Pretinho, Santarém e Hugo. O Maranhão jogou com mais objetividade e não encontrou dificuldade para chegar ao fácil placar de 4 a 1, principalmente em função de passes rápidos dos armadores e deslocamentos desconcertantes de Croinha e Hamilton.

Aos 15 minutos, Garrinchinha sobrou escanteio pelo lado direito e Croinha, saltando com Waldyr, cabeceou para o fundo do gol. Quatro minutos depois, Português lançou bem a Chico, que enfiou para Neto. O ponteiro foi à linha de fundo e entrou rasteiro para Hamilton, ficando frente a frente com Brasil, desferindo forte chute para assinalar o segundo gol maranhense. Poucos minutos depois, porém, Omena fez uma falta perto da área. Zamundo cobrou forte, a bola tocou na barreira e Hugo, livre, chutou para diminuir o placar. Na etapa final, logo aos cinco minutos, Hamilton foi bem lançado por Gojoba, driblou dois zagueiros na corrida e chutou para marcar o terceiro gol do nosso escrete. Para fechar o placar, Garrincha veio da intermediária, tabelou com Croinha e chutou forte no canto esquerdo de Brasil, aos 38 minutos. No final, por não encontrar resistência, os jogadores limitaram-se apenas a tocar a bola, aos gritos de “olé” da torcida. A renda da partida somou a quantia de Cr$ 828.480,00 e o Maranhão credenciou-se para enfrentar os paraenses na fase seguinte.

Bacabal defendendo um chute de Pretinha

Croinha, após driblar dois, chuta contra o goleiro Brasil

Gol de Garrinchinha, após tabela com Croinha

 

MARANHÃO X PARÁ (TERCEIRA FASE)

Após a comemoração pela classificação, os atletas voltaram ao ritmo de treino. Santos, liberado pelo Departamento Médico, retornou aos treinos. O professor Braga comandou sucessivos treinos antecedendo ao encontro diante da forte Seleção do Pará. Um treino individual no Municipal e outro na Escola Técnica. No último preparatório, um coletivo em dois toques, para que os atletas assimilem rápido e deem sempre continuidade rápida às jogadas. O treinador, aliás, mantinha a mesma formação do jogo contra o Amazonas, com Jouberth pela extrema esquerda, assim como Hamilton ao lado de Croinha. A escalação de Jouberth, aliás, tomava-se em virtude de Gentil Cardoso, treinador paraense, vir adotando o sistema de 4-3-3, sendo que Jouberth serviria bem para fazer o trio de armadores, caso fosse necessário. Ademais, com a inclusão do atleta motense pela extrema esquerda, a linha de avantes do nosso selecionado passaria a jogar com maior tranquilidade, visto a sua maneira como lançava a bola.

Na quarta-feira, um jogo-treino contra o Sport Club Nacional, no Municipal, e empate em 2 a 2, com gols de Hamilton e Gojoba para o selecionado e Reginaldo e Oscarzinho para o Nacional. Ao final do treino, o lateral-esquerdo Português acabou se desentendendo com o treinador Sávio Ferreira, devido ao atleta ter cometido uma penalidade no jogador Reginaldo, o que resultou no gol de empate do time azulino.

Em palestra especial com os jogadores, Sávio Ferreira procurou corrigir algumas falhas verificadas no jogo diante dos amazonenses, sobretudo no setor de meio de campo, com Gojoba e Chico, com a ordem de atirar a gol de qualquer distância. Já na sexta-feira, antevéspera da primeira partida, a seleção fez um coletivo de apronto final, com duração normal.

A delegação paraense, atual campeão do Norte, desembarcou no sábado, dia 08 de Dezembro, pelo Paraense Transporte Aéreo, no Aeroporto do Tirirical, e seguiram para o Hotel Central. O treinador Gentil Cardoso utilizou o período da tarde para avaliação do gramado de jogo e a realização de um leve bate-bola com os atletas no Municipal. Já o nosso selecionado aproveitou o sábado.

No domingo, o Municipal recebeu um excelente público para o primeiro confronto entre maranhenses e paraenses. E assim perfilaram as duas seleções: Maranhão com Bacabal; Ribeiro, Negão, Omena e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Jouberth; Pará com Jorge; Oliveira, Ribeiro, Socó e Edilson; Mangaba, Quarenta e Eloi; Walmir, Mário e Nivaldo. Os paraenses, aproveitando o nervosismo dos nossos jogadores, foram os primeiros a chutar ao gol, dando a impressão de que iriam pra cima desde o início. Porém, a equipe tinha como missão principal apenas fortalecer o setor defensivo, recuando os ponteiros Eloi e Nivaldo, para ajuda conjunta a Mangaba e Quarenta. Os maranhenses passaram a dominar territorialmente as ações, principalmente no meio de campo, onde Mangaba e Quarenta perdiam para Chico e Gojoba.

A Seleção do Pará falhou em insistir com lançamentos altos a Walmir e Mário, seus dois homens de área, fazendo com quem Negão e Omena tivessem mais trabalho mais fácil, visto a disparidade em altura comparando-se com os dois avantes paraenses. Com Chico livre e Gojoba correndo bem, o quadro maranhense manteve-se firme em campo. O sistema de 4-3-3 empregado por Gentil Silva claramente visava ao empate. Os maranhenses, empolgados pelo incentivo da torcida e achando alguma facilidade para penetração, procuraram por meio de lançamentos o caminho do gol. Logo aos 9 minutos da fase final, ainda pela extrema, Hamilton, de cabeça, garantiu o gol do nosso selecionado. Socó tentou fazer um passe a Nivaldo, tendo Chico apanhado o lançamento e imediatamente passado a Ribeiro, que estava livre na extrema-direita. O lateral maranhense foi até o bico da grande área e centrou com perigo para Hamilton, que de cabeça, ante a indecisão de Socó, marcou o gol, sem chances de defesa para Jorge. A partir daí, o Maranhão jogou no 4-3-3 - perigoso por sinal, pois enrolou-se no meio de campo e os paraenses foram à frente, desesperados para tentar o empate. O Maranhão, por sua vez, passou a jogar nos contra-ataques e por três vezes ficou perto de aumentar a vantagem. Quando o juiz pernambucano Nelson Bento de Oliveira encerrou a partida, torcedores invadiram o gramado para abraçar os jogadores locais. A renda somou a quantia de Cr$ 941.680,00.

Sem tempo para treinar, a delegação maranhense viajou na terça, véspera da partida de volta, a Belém, levando a vantagem de um empate para conquistar o título máximo de campeão Brasileiro da região Norte. No mesmo dia após a chegada, Sávio Ferreira realizou um treino leve no Campo do Remo, local da partida, apenas para desintoxicação dos músculos dos atletas. Cogitou-se a entrada do ponteiro Neto em lugar de Jouberth para a partida, uma vez que Neto sempre atuava bem em jogos disputados na capital paraense.

No Estádio do Baenão, Pará e Maranhão enfrentaram-se na noite da quarta-feira, dia 12 de Dezembro. E a nossa seleção mandou a campo a mesma formação que havia vencido em São Luis: Bacabal; Ribeiro, Negão, Omena e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Jouberth. Desde o início, o escrete maranhense demonstrou maior agressividade, procurando sempre jogar no ataque, não levando em conta a condição de jogar pelo empate. Já os paraenses apresentaram um ritmo acelerado de jogo, porém desordenado, com seu meio de campo pecando no passe ao ataque, perdendo no duelo com Chico e Croinha.

Na etapa final, o Maranhão caiu um pouco de produção. Porém, aos 32 minutos, após cobrança de uma falta por Ribeiro, houve a rebatida de Socó, que Gojoba, de rebote, aproveitou para chutar sem chances para o goleiro Jorge. O restante da partida o Maranhão procurou trancar-se na defesa. Os paraenses lutavam desesperadamente e, aos 42 minutos, o árbitro pernambucano Wilson Lopes de Sousa marcou uma penalidade contra o nosso selecionado, expulsando Gojoba por reclamação. O ponteiro Ércio converteu e o jogo foi encerrado e o árbitro acabou agredido pelo jogador Ribeiro, do Pará. A nossa seleção comemorava a conquista invicta da chave Norte. Depois de tantos anos, eis que o Maranhão voltava a registrar o seu nome, agora em letras bem maiores, em razão do seu progresso no futebol.  

Gol de Hamilton, de cabeça, no jogo de ida. Ribeiro acompanha o lance

Goleiro Jorge defendendo

 Gol de Hamilton, no Municipal

Croinha dando trabalho à defesa paraense, com Ribeiro (encoberto) salvando o perigo. Jouberth torce pelo rebote

Jorge defende, ante a vigilância de Hamilton e Ribeiro, do Pará

Anúncio de campeã do Norte

 

MARANHÃO X CEARÁ (QUARTA FASE)

Quatro dias após a aguerrida conquista em Belém, o Maranhão já recebeu o fortíssimo selecionado do Ceará, campeão do Nordeste, para a primeira partida da fase seguinte. O Ceará, aliás, detinha como ponto forte o setor ofensivo. Os cearenses, que sempre foram adversários perigosos, chegaram à capital maranhense após eliminar o Rio Grande do Norte. Ao desembarcarem no Tirirical, os craques alencarinos, em entrevista à imprensa local, não esconderam a preocupação com a ofensiva maranhense. O desportista cearense, mas radicado em São Luis havia muitos anos, Waldo Peixoto, ofereceu a cada jogador maranhense a importância de Cr$ 1 mil em caso de vitória ou empate frente ao selecionado alencarino.

Em campo, na partida realizada no dia 16 de Dezembro, no Municipal, o nosso selecionado atuou com Bacabal; Ribeiro, Omena, Laxinha e Português; Chico e Gojoba; Garrinchinha, Santos, Croinha e Hamilton. O Ceará mandou a campo Aluízio Mesquita; Alexandre, Gavilan, Carneiro e Toinho; Charuto e Haroldo; Gildo, Mozart, Expedito e Moésio. E mais uma vez o nosso selecionado saiu de campo vitorioso e mantendo a invencibilidade na competição ao vencer a partida pelo placar de 3 a 2. Contudo, o árbitro maranhense Wilson de Moraes Van Lume anulou um gol do jogador Hamilton, o que custaria caro ao nosso representante futuramente no campeonato. O jogo mantinha-se empatado em 1 a 1 (gol maranhense assinalado por Santos) até os 30 minutos da etapa inicial, quando Mozart desempatou o jogo. Daí em diante o Maranhão reagiu de forma espetacular: Hamilton, ainda no primeiro tempo, e Croinha, cobrando um tiro indireto aos 30 minutos da fase final, garantiram a vitória maranhense diante dos cearenses, que atuaram no sistema 4-2-4, o que proporcionou ao nossos representante que explorasse os lados do campo.

O jogo, anteriormente marcado para a quarta, foi adiado para o dia seguinte, quinta-feira, 20 de Dezembro. Na palestra, na manhã da terça-feira, dia 18, Sávio Ferreira orientou que os jogadores utilizassem de passes longos e que Garrinchinha explorasse a velocidade. O professor Luís Braga, juntamente com Sávio Ferreira, reuniram todos os atletas no campinho da Escola Técnica, realizando um puxado exercício individual, durante 1 hora. O zagueiro Negão, já recuperado da distensão que o impossibilitou de atuar no primeiro jogo contra os cearenses, participou do treino, disposto em piques de 50 metros, ginástica moderna, banho de som e massagem especial para todos do plantel.

Após esse único treino coletivo ainda em nossa capital, a Seleção Maranhense viajou a Fortaleza pela companhia Cruzeiro do Sul, mantendo a mesma formação e o mesmo sistema da vitória em São Luís. Na quarta, 19, Sávio Ferreira, visando a adaptação ao gramado do estádio Presidente Vargas, reuniu todos os jogadores, realizando um leve treinamento tático. A delegação maranhense ficou hospedada no Palace Hotel, em concentração total após o único treino em solo cearense. Pela Seleção do Ceará, apenas o desfalque do goleiro Aluízio, que viajou para Manaus visto ter havido um acidente com alguns dos seus familiares. George assumiu o gol do Ceará.

Em campo, no Estádio Presidente Vargas, o Maranhão perdeu a invencibilidade com a derrota pelo placar de 2 a 0. Desde o início do jogo os maranhenses mostraram maiores possibilidade e vontade de vencer. O entusiasmo, porém, foi interrompido após o árbitro cearense, inexplicavelmente, anular o gol de cabeça de Garrinchinha, completando o cruzamento do Ribeiro na cobrança de uma falta, na intermediária cearense, aos 37 minutos da etapa inicial. Após a anulação, Mozart abriu o marcador para o Ceará, em um chute indefensável à meta de Bacabal.  O segundo e último gol foi assinalado novamente por Mozart, aso 42 minutos do segundo tempo, após falha da zaga e do goleiro Bacabal.

Após a derrota, o nosso selecionado viu-se tomado por empresários no Palace Hotel, concentração do Maranhão, na tentativa de assediar alguns atletas para clube do Pará e de outros centros. A presidência da nossa delegação proibiu terminantemente que os craques maranhenses continuassem a manter contato com empresários no hotel. Preservando a obrigação que tem para com os clubes que cederam seus jogadores, o Presidente da FMD tomou tal atitude, fazendo rigorosa averiguação quanto aos elementos que queriam visitar os jogadores da seleção timbira. Dentre os mais procurados estavam Garrinchinha, Santos (preterido pelo Clube do Remo), Gojoba (preterido pelo Fortaleza), Ribeiro, este último em vias de se desligar do Sampaio Corrêa e assinar com algum clube do Rio de Janeiro ou do futebol cearense) e Croinha, procurado por empresários do Ferroviário e Fortaleza.

Na partida decisiva, realizada no domingo, dia 23 de Dezembro, no mesmo PV. O Presidente da FMD, Major Pereira dos Santos, estipulou o “bicho” em Cr$ 10 mil a cada jogador da seleção timbira em caso de vitória. O Maranhão, mesmo empatando com o Ceará, foi eliminado do Campeonato Brasileiro pela diferença do “gol average” (quociente entre os gols marcados e os gols sofridos, o famoso saldo de gols). Ao final dos 90 minutos, meia hora de prorrogação e coube ao Ceará a classificação.

O Maranhão, desde os primeiros minutos, dava mostras de sua superioridade técnica. Poucos minutos da primeira fase eram decorridos e o placar acusava a vantagem dos maranhenses pelo placar de 2 a 0, com dois gols marcados pelo artilheiro Hamilton: no primeiro, aos 9 minutos, Garrinchinha cobrou escanteio pela direita, tendo a bola sobrada para o paraense, que ainda fintou Alexandre antes de completar com força e rasteiro, sem chances para George; no segundo, aos 27 minutos, após lutar contra Alexandre, Hamilton apanhou a sobre e livre, desviou a bola para o fundo do gol.

O tempo foi passando e a sorte ajudando a equipe alencarina. Inicialmente veio a contusão do goleiro Bacabal, substituído por Lunga, que, mesmo sendo um bom goleiro, entrou frio e teve como prêmio o castigo, logo na sua entrada, quando, ao tentar interceptar um chute de Nagib, da direita, o fez parcialmente, tendo Mozart aproveitado a chance para diminuir a vantagem. Posteriormente veio a penalidade que o juiz carioca Armando Marques assinalou, infração esta que nem os próprios jogadores cearenses viram. Expedito cobrou e empatou.

Na etapa final o quadro cearense voltou melhor. A saída de Toinho e consequente entrada de Moésio como volante deu nova vida ao selecionado local. Mesmo assim, Hamilton e Croinha ainda desperdiçaram boas oportunidades, em lances fáceis. O empate em 2 a 2 no tempo normal foi o resultado mais justo. Com o resultado igual durante os 90 minutos, foi necessária a realização de uma prorrogação de trinta minutos, cujo resultado foi novo empate, que beneficiou o selecionado cearense pelo chamado gol average. Como premiação pelo bom resultado na competição, cada atleta maranhense recebeu a quantia de Cr$ 15 mil. Mais do que isso, ganhou para sempre o reconhecimento do público e o título de campeão do Norte do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. 

 Seleção Cearense ao desembarcar em São Luís

 Bacabal, Ribeiro, Omena, Gojoba, Negão e Português

Seleção do Ceará no Municipal

Defesa de Aluísio, com Garrinchinha e Croinha no rebote

Croinha marca após tiro indireto cobrado por Chico

Laxinha rebate uma investida do Ceará. Ribeiro e Omena atentos e Mozart e Haroldo acompanham o lance

Segundo gol cearense marcado por Mozart. Laxinha e Bacabal batidos no lance

SELEÇÃO MARANHENSE

A Seleção Maranhense de Futebol foi campeã da Chave Norte do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1962 com o apoio da Federação Maranhense de Desportos, que mudaria a sua razão social de FMD para Federação Maranhense de Futebol (FMF) apenas em Dezembro de 1994. O nosso escrete contou com iniciais 33 atletas, posteriormente reduzidos a 22 jogadores.





Laxinha, Hamilton, Ananias e Jouberth (1962)

Belo registro do treino da Seleção Maranhense antes do confronto diante da Seleção do Amapá, realizado no dia 18 de Novembro de 1962, pelo Campeonato Brasileiro de Seleções, no Estádio Municipal Nhozinho Santos. Na foto, temos os jogadores Laxinha, Hamilton, Ananias e Jouberth.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

RETROSPECTO – Sampaio Corrêa x América de Natal


Ao longo da história, bolivianos e americanos se enfrentaram em apenas 13 oportunidades, embora as duas equipes tenham uma grande tradição na região Nordeste e, no passado, era comum o excessivo número de jogos amistosos realizados entre os ditos grandes, sobretudo por conta das excursões que os clubes realizavam a outros Estados – principalmente para garantir a folha de pagamento do mês. O América leva a vantagem no confronto diante do Sampaio: são quatro vitórias do representante do Rio Grande do Norte, uma a mais que o time sampaíno. O equilíbrio é marcado também pelo número de gols: foram 12 feitos pelo Sampaio Corrêa e 15 pelo América.

O primeiro confronto entre as duas equipes foi realizado pelo Campeonato Nacional de 1974. O jogo, disputado no Estádio Municipal Nhozinho Santos, terminou empatado, com o Sampaio, treinado por Aguirre, atuando com Orlando; Marinho, Arizinho, Raimundo e Santos; Nandes e Lourival;  Buião, Adelino, Dionísio e Ailton.

Vale ressaltar que América e Sampaio já se eliminaram em competições oficiais. Na primeira delas, em 1998, o time maranhense despachou os potiguares na extinta Copa Conmebol ao vencer o América pelo placar de 3 a 1, dentro do Castelão, diante de mais de 41 mil pessoas. Naquela oportunidade, a Bolívia do treinador Júlio Espinoza atuou com Carlos Alberto Gaúcho; Paulinho, Remerson, Nei e Ivan: Toninho, Régis e Adãozinho; Massei, Cal e Paulo Roberto, em sua primeira vitória em uma competição internacional em sua história. Dois anos depois, contudo, foi a vez do América eliminar o Sampaio da segunda fase da Copa do Brasil de 2000, após uma vitória dentro do Estádio Machadão por 2 a 1 e um empate em 2 a 2 no Castelão.

O último confronto entre as duas equipes foi realizado justamente pela Série B de 2002 (há exatos 12 anos). Na ocasião, o time americano goleou o Sampaio pelo placar de 4 a 1, encerrando a sua campanha na 7º colocação daquele ano. O Sampaio, com um pífio campeonato, acabou rebaixado à Série C em 2002 após um empate em 1 a 1 diante do Londrina, dentro do Municipal, e encerrou a sua participação na 23º colocação, dentre 26 clubes participantes.

CONFRONTOS - SAMPAIO CORRÊA X AMÉRICA (RN)

04.05.1974-Sampaio Corrêa 0x0 América (Camp. Brasileiro - São Luís)
19.09.1976-Sampaio Corrêa 0x0 América (Camp. Brasileiro - São Luís)
02.11.1977-Sampaio Corrêa 0x1 América (Camp. Brasileiro - São Luís)
11.12.1977-América 1x1 Sampaio Corrêa (Camp. Brasileiro - Natal)
15.07.1998-América 0x0 Sampaio Corrêa (Copa Conmebol - Natal)
21.07.1998-Sampaio Corrêa 3x1 América (Copa Conmebol - São Luís)
02.10.1999-América 2x2 Sampaio Corrêa (Camp. Brasileiro - Natal)
12.04.2000-América 2x1 Sampaio Corrêa (Copa do Brasil - Natal)
27.04.2000-Sampaio Corrêa 2x2 América (Copa do Brasil - São Luís)
07.09.2000-Sampaio Corrêa 1x0 América (Camp. Brasileiro - São Luís)
13.09.2001-América 2x0 Sampaio Corrêa (Camp. Brasileiro - Natal)
04.11.2001-Sampaio Corrêa 1x0 América (Camp. Brasileiro - São Luís)
01.10.2002-América 4x1 Sampaio Corrêa (Camp. Brasileiro - Natal)


RESUMO:

Jogos: 13
Vitórias do Sampaio Corrêa: 3
Vitórias do América: 4
Empates: 6
Gols do Sampaio Corrêa: 12
Gols do América: 15

 Sampaio Corrêa 0x0 América, pelo Campeonato Brasileiro de 1974, em São Luís

 Sampaio Corrêa 0x0 América, pelo Campeonato Brasileiro de 1974, em São Luís

 Sampaio eliminando o América da Copa Conmebol em 1998. Na imagem, lance do jogo no Castelão

 Sampaio x América, em 1999

Comemoração dos jogadores do Sampaio Corrêa em 2001, na vitória por 1 a 0 contra o América, no Municipal

PÔSTER - Maranhão Atlético Clube (1984)


Omena “Divina Dama”

Matéria publicada no dia 22 de Fevereiro de 1999 (Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão) e revisada.

Elegante, clássico, fino na bola. Assim foi o carioca Omena. Um zagueiro disciplina, exímio cabeceador e que sabia jogar com uma categoria tamanha que terminou ganhando um apelido curioso: Divina Dama. Para alguns, poderia até parecer um nome pejorativo, mas, para esse incrível jogador de futebol que encantou as torcidas de Sampaio, Moto, Maranhão e Ferroviário nas décadas de 60, esse foi um elogio ao seu talento, à sua finura no trato com a bola.

Antônio Ribeiro de Omena Filho é da capital do Rio de Janeiro. Nasceu e se criou no Bairro de Marechal Hermes, onde ele era conhecido como Badau. É o caçula de uma família de quatro irmão – Hildebrando, Iraci, Paulinho e Omena. Desde cedo via o irmão Paulinho jogar e também foi se apaixonando pela bola. Calçou chuteiras pela primeira vez quando foi treinar no juvenil do Madureira, em 1952, levado pelo irmão Paulinho, meia-esquerda e ídolo da torcida madureirense. Nessa época, Omena, 18 anos de idade, alto, 1m86, 75 quilos, canhoto, conhecia os fundamentos do futebol e tinha um preparo físico invejável, natural da idade. Jogava no meio de campo, mesmo sendo lento. Não era muito de se mexer e sim de botar a bola para correr.

O Madureira foi o time de Omena por oito anos. Ele jogou no juvenil, aspirante e profissional. “Por incrível que pareça, no Madureira eu era amador e o coringa do time. Joguei na meia-esquerda, zaga central, lateral-esquerda e até no gol. Eu queria era estar no time. Jogava pro prazer já que, desde os 17 anos de idade, eu já era independente. Trabalhava na Marinha do Brasil”. O irmão Paulinho deixou o time carioca e foi arriscar a vida em outros lugares. Jogou no Náutico/PE e depois voltou para o Rio de Janeiro. Defendeu o Fluminense, onde se tornou famoso como Paulinho “ladrão de bola”.

Antes de vir para o Maranhão, Omena ainda jogou uma temporada na Portuguesa do Rio como lateral-esquerdo. Sua vinda para cá foi um acaso, coisa do destino. No final de 1961, ele estava em um batizado de um amigo. Soube que Garrinchinha estava querendo levar três jogadores para o Moto Clube, para passar 20 dias em São Luís. Vieram Omena, Zé Carlos e Jouberth. “Nos impressionamos com a recepção quando chegamos a São Luís. Jogávamos em time sem torcida no Rio e de repente estávamos num time de grande torcida. O fascínio se tornou grande responsabilidade”.

Omena, Zé Carlos e Jouberth desembarcaram em São Luís no sábado e no domingo já estavam em campo para enfrentar o Sampaio Corrêa no maior clássico do futebol maranhense. O Moto não ganhava o rival havia dois anos. “Vencemos esse primeiro confronto por 1 a 0, gol de Nabor”, conta Omena, referindo-se ao amistoso entre rubro-negros e bolivianos do dia 29 de Abril de 1962. Na ocasião da estreia dos três, o Moto jogou com Bacabal; Baezinho, Laxinha, Omena e Zé Carlos; Gojoba e Ananias; Zezico, Jouberth, Nabor e Neto; o Sampaio Corrêa disputou com Zé Raimundo; Ribeiro, Edgar, Decadela e Damasceno; Chico e Vadinho; Peu, Massaú, Caú e Sabará. Omena deu a maior sorte nessa partida, já como zagueiro central. Em um lance que Fernando, centroavante do Sampaio, no final do jogo cabeceou a bola para o gol. Ele salvou em cima da linha. Saiu de campo nos braços da torcida. E não foi só isso, conta ele. “Nos dois domingos seguintes voltamos a jogar com o Sampaio e vencemos os dois jogos por 5 a 1”, relembra, orgulhoso.

 Omena, o terceiro em pé, no Sampaio Corrêa em 1964

Depois dessas vitórias e com medo de perder o emprego na Marinha, Omena voltou ao Rio de Janeiro. César Aboud, Presidente do Moto, foi buscá-lo, a pedido da torcida. Depois de algumas negociações, o presidente motenses conseguiu a transferência do emprego de Omena do Rio para São Luís.

Omena defendeu o Moto nos campeonatos de 62 e 63. Não foi campeão, mas teve orgulho de jogar em um time de craques: Bacabal; Baezinho, Baezão e Português; Gojoba e Ananias; Garrinchinha, Hamilton, Nabor e Jouberth. “Éramos unidos dentro e fora de campo. Ficamos dois anos sem perde para o Sampaio. Pena que não fomos campeões”.

Em 1963 Omena se casou com Lâmia Ayoub. Ele relembra que foi um casamento regado a uísque. “Me casei com uma pessoa da alta sociedade maranhense. Na festa não foi servido cerveja e meus amigos da bola não puderam ser convidados, exceto o professor Rinaldi Maia, meu técnico. Eu estava feliz mesmo assim. Tudo estava dando certo no Maranhão. Tinha um bom emprego, ganhava bem no futebol. Fui campeão da Região Norte do Brasileiro de Seleções jogando pela Seleção Maranhense”. A Seleção Maranhense a época, aliás, não poia deixar de foram um craque como Omena. Seria um sacrifício inútil, já que além de jogar muito e ser respeitado pelos adversários, ele já amava a terra, como muitos.”

Na bola tudo continuou às mil maravilhas, mesmo quando em 1964 Omena trocou o Moto pelo Sampai Corrêa, o que parecia impossível. Mudança que daria certo e traçaria outro rumo na vida dele. No mesmo ano foi campeão Estadual jogando ao lado de Manga; Vadinho, Walfredo Carioca e Bero; Maneco e Chico. Antônio ou Maioba; Jarbas, Toinho e Sabará. “Um time que encantou. Achavam que eu não ia jogar bem ao lado de Walfredo, porque éramos lentos e clássicos. Demos um baile e nos afinamos muito bem. Foi nesse ano que a torcida me apelidou de ‘Divina Dama’. Em 65 levantamos o bi de forma brilhante. O Moto não ganhou o Sampaio nesses dois anos. Foi o máximo”.

No ano do bicampeonato Tricolor, aconteceu um fato inédito que marcou para sempre a carreira de Omena. Chateado por Coelho (então centroavante do MAC) ter feito um gol irregular em cima dele num jogo contra o Sampaio, Omena resolveu dar um troco politicamente incorreto. Entrou em campo com um alfinete e toda vez que Coelho vinha para a área, ele o espetava. Omena não foi expulso, mas o árbitro da partida, atendendo às reclamações do centroavante atleticano, acabou levando o caso ao Tribunal da Federação Maranhense de Desportos, que, por falta de provas, não condenou o zagueiro sampaíno. “Essa história rendeu muita notícia. Foi divulgada em todo o Brasil. Me tronei super conhecido por esse fato que hoje me faz sorrir”.

No casamento, as coisas iam de vento em polpa. Nasceram Sérgio e Sâmia. A felicidade parecia plena. Por trás dessa pessoa pacata e amiga, Omena tinha um gênio muito forte. Brigava constantemente com dirigentes, em causa própria e também pelos companheiros, chamado de amigo pelos amigos. O declínio no futebol começou depois de uma briga com Antônio Bento Cantanhede Farias, Diretor do Sampaio Corrêa. “Fiquei sem jogar por seis meses. Não aceitava as condições que Antônio Bento me oferecia para continuar no clube”. No segundo semestre de 1966, Omena foi transferido para o Ferroviário Esporte Clube. “Nada dava certo por lá, minha cabeça começou a pirar”.

No começo de 1967, já meio desmotivado e com o casamento em crise, Omena foi para o Maranhão Atlético Clube. “Eu estava com 32 anos de idade. O casamento estava mal. Bebia o que podia. Andava a fim de voltar para o Rio. Tudo isso prejudicou a minha passagem pelo clube que aprendi a gostar e do qual sou torcedor até hoje”. Ele diz que quem o trouxe para São Luís foi o Moto, o Sampaio deu as glórias, quem conquistou o seu coração foi o MAC.

No início de 1969, depois de jogar por dois anos do MAC e não conquistar nenhum título, Omena, aos 35 anos de idade, resolveu parar com a bola profissionalmente. Como o casamento estava abalado, ele resolveu abandonar tudo e voltar ao Rio de Janeiro. “Eu estava em depressão profunda. Bebia muito, brigava direto com a esposa. Enfim... Numa noite, beijei meus filhos e me mandei. Fui para Teresina com a ajuda de alguns amigos e depois segui para o Rio. Eu tinha que fazer isso senão morreria. É evidente que foi sofrido, mas eu tinha que ir”. Depois que largou o futebol como atleta profissional, o exímio jogador enveredou na profissão como técnico. Trabalhou como auxiliar da Seleção Brasileira sub-20 em 1989, passou pelo Alecrim de Natal, Ferroviário e Ji-Paraná de Rondônia, Rio Negro de Manaus e São José, Tocantins, Seleção de Viana e Pindaré, no Maranhão.

PÔSTER - Sampaio Corrêa - Campeão Maranhense 1964


Sampaio Corrêa 1x1 Botafogo (RJ) - Campeonato Brasileiro 1974


Comentário de Fernando Sousa no Jornal O Estado do Maranhão, de 13 de Maio de 1974, sobre o jogo entre bolivianos e alvinegros:

Sinceramente, gostamos da partida de sábado e, mais do que isso, gostamos bastante do time do Sampaio Corrêa. Desta feita escalado com aquilo que de melhor possui em termos de plantel, o esquadrão boliviano poderia até ter chegado a um melhor resultado não fosse a intranquilidade que tomou conta dos jogadores, ocasionada pela saída desnecessária do goleiro Orlando e, em consequência, a abertura da contagem em favor do Botafogo logo aos 3 minutos de partida. Como os senhores sabem, é muito difícil uma equipe se reorganizar depois que toma um gol logo no início do jogo e, talvez, por isso os craques sampaíno não souberam aproveitar a fata de maturidade de alguns defensores alvinegros, principalmente Jair Santos, que cometeu pecados infantis em todo o correr do primeiro tempo.

Perdendo por 1 a o, houve juma preocupação muito grande do meio campo sampaíno em tentar alçar a bola para dentro da área adversária, numa tentativa desesperada de aproveitamento as cabeçadas de Dionísio e o Sampaio fez esse tipo de jogada umas vinte vezes, quer através de Nandes, quer por intermédio de Marinho, que aproveitava o espaço deixado pelo recuo de Ademar. O lateral Marinho deve ter mandado umas dezenas de vezes para o ataque, mas quando chegava nas proximidades da grande área botafoguense, preferia o cruzamento, sem procurar a infiltração, fazendo o papel do verdadeiro extrema, num revezamento que poderia ser proveitoso com o extrema Buião, podendo inclusive tentar os arremates ao gol.

O placar desfavorável obrigou a que o meio campo se soltasse mais à frente e esse detalhe complicou a atuação dos zagueiros bolivianos por falta de cobertura, sendo obrigados a inúmeras jogadas faltosas para conter os contra-ataques perigosos do Botafogo em função de Fischer e Ferrete. Todos esses descuidos que poderiam ter sido fatais foram originados pela inferioridade no placar e até certo ponto culpáveis se levarmos em conta o espírito de luta da rapaziada local e o esforço para empatar o espetáculo. O gol surgiu na hora exata e logo depois terminou o primeiro tempo.

Para a fase final, esperávamos encontrar o Sampaio mais cauteloso, tocando mais a bola, esperando que o tento surgisse de acordo com o próprio ritmo do jogo, mas a responsabilidade de vencer de qualquer maneira, devido à sua incômoda posição no grupo A falou mais alto e o time continuou no mesmo ritmo, pressionando bastante e oferecendo sempre enormes chances para que o quadro de General Severiano utilizasse a sua arma principal, os contragolpes rápidos. Estivemos perto da vitória, mas em contrapartida deixamos muitos claros em nossa retaguarda e por pouco ou por infelicidade do Ferreti, não vimos toda aquela reação por água abaixo. Assistimos a uma partida movimentadíssima durante os noventa minutos e no final nas contas o placar fez justiça ao empenho dos atletas. 





FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x1 Botafogo (RJ)
Data:
11 de Maio de 1974
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 84.324,00
Público: 11.699 pagantes
Juiz:
José Favile Neto (SP)
Gols: Fischer aos 3 e Ailton aos 42 minutos do primeiro tempo
Sampaio Corrêa: Orlando; Marinho, Morais, Arizinho e Santos; Nandes e Sérgio Lopes;  Buião (Adelino), Djalma (Cabecinha), Dionísio e Ailton. Técnico: Décio Leal
Botafogo (RJ): Cao; Miranda, Jair Santos, Osmar e Nei Dias; Nei Conceição e Marco Aurélio; Roberto Carlos, Ferretti (Puruca), Fischer e Ademir. Técnico: Paulistinha