sábado, 28 de fevereiro de 2015

ÁUDIO - Entrevista sobre o projeto do Museu do Futebol Maranhense

O Blog Futebol Maranhense Antigo, no post anterior, trouxe a excelente iniciativa do jovem José Henrique Oliveira Teixeira Filho, 23 anos, que, no seu TCC do curso de Arquitetura e Urbanismo, apresentou o trabalho intitulado “Anteprojeto Arquitetônico para um museu da memória do futebol maranhense”. Henrique agora explica, em entrevista à Rádio Mirante AM, programa de esportes do dia 28 de Fevereiro de 2015, sobre o interessante projeto.
ÁUDIO


SOBRE O PROJETO

“Visando a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo, desenvolvemos um anteprojeto para um Museu da Memória do Futebol Maranhense. Tal museu será voltado para a valorização do esporte local, mais especificamente o futebol, trazendo um acervo muito rico sobre a história do futebol no estado e seus principais clubes, além de oferecer atividades culturais e de lazer tanto para os visitantes quanto para os moradores da região do Centro Histórico, buscando também a inclusão social oferecendo espaços adaptados aos portadores de necessidades especiais ou mobilidade reduzida. Essa iniciativa surgiu da necessidade de se levar para o cidadão maranhense informações sobre o seu futebol e sobre a história de seus clubes, tentando assim criar um sentimento maior de pertencimento e valorização para com nosso esporte, tão rico e vitorioso mas que não recebe a devida atenção. Para a elaboração do anteprojeto, escolhemos um terreno ocioso que se encontra no bairro da Praia Grande, entre a Avenida Senador Vitorino Freire, a Rua da Estrela e o Beco da Lapa, estando bem próximo do convento das mercês. Esse local foi escolhido devido a sua proximidade ao eixo cultural da cidade, nas imediações do Centro Histórico, propondo assim um novo uso a um espaço que serve atualmente de depósito de lixo e abrigo para marginais, causando insegurança nas proximidades.

O edifício contará com locais amplos para a exposição dos acervos dos clubes, onde encontraremos informações históricas sobre cada um, galeria com imagens de momentos importantes da história de cada time, espaço para troféus, entre outras coisas relacionadas ao futebol maranhense. Outro ponto importante é a questão da acessibilidade: todo o edifício é adaptado para que pessoas com algum tipo de deficiência física ou mobilidade reduzida possam desfrutar do museu com a maior autonomia e independência possível, tornando ainda mais democrática a experiência de visitação.  Ademais, o museu disponibilizará espaços para a realização de eventos do desporto da cidade, sendo dotado de um auditório e salas nas quais serão oferecidos oficinas e minicursos voltados ao esporte e a cultura, podendo servir também de espaço para a realização de workshops em eventos realizados no local, atendendo à comunidade e entrando no circuito cultural de São Luís”

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Projeto sobre um museu do futebol maranhense


O Blog Futebol Maranhense antigo tem o prazer em apresentar aqui aos leitores um pequeno projeto muito interessante. Trata-se do material colhido no trabalho de Monografia de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo, do jovem José Henrique Oliveira Teixeira Filho, 23 anos. Henrique, amigo pessoa do titular deste blog, é um torcedor boliviano e, acima de tudo, admirador do futebol praticado em nosso Estado. Curioso, Henrique coleciona estatísticas, relatos, histórias, livros e tudo aquilo que refere-se ao futebol, em especial ao maranhense. Ele também cultiva um hábito peculiar àqueles que curtem deleitar-se sobre o passado do futebol: coleciona camisas antigas do Sampaio Corrêa Futebol Clube. Aqui, deixo um pequeno resumo do belíssimo trabalho do Henrique, intitulado “Anteprojeto Arquitetônico para um museu da memória do futebol maranhense”. Além do texto sobre o museu, posto também algumas imagens da volumetria do projeto.

Fachada Principal

Fachada Principal

“Visando a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo, desenvolvemos um anteprojeto para um Museu da Memória do Futebol Maranhense. Tal museu será voltado para a valorização do esporte local, mais especificamente o futebol, trazendo um acervo muito rico sobre a história do futebol no estado e seus principais clubes, além de oferecer atividades culturais e de lazer tanto para os visitantes quanto para os moradores da região do Centro Histórico, buscando também a inclusão social oferecendo espaços adaptados aos portadores de necessidades especiais ou mobilidade reduzida. Essa iniciativa surgiu da necessidade de se levar para o cidadão maranhense informações sobre o seu futebol e sobre a história de seus clubes, tentando assim criar um sentimento maior de pertencimento e valorização para com nosso esporte, tão rico e vitorioso mas que não recebe a devida atenção. Para a elaboração do anteprojeto, escolhemos um terreno ocioso que se encontra no bairro da Praia Grande, entre a Avenida Senador Vitorino Freire, a Rua da Estrela e o Beco da Lapa, estando bem próximo do convento das mercês. Esse local foi escolhido devido a sua proximidade ao eixo cultural da cidade, nas imediações do Centro Histórico, propondo assim um novo uso a um espaço que serve atualmente de depósito de lixo e abrigo para marginais, causando insegurança nas proximidades.

O edifício contará com locais amplos para a exposição dos acervos dos clubes, onde encontraremos informações históricas sobre cada um, galeria com imagens de momentos importantes da história de cada time, espaço para troféus, entre outras coisas relacionadas ao futebol maranhense. Outro ponto importante é a questão da acessibilidade: todo o edifício é adaptado para que pessoas com algum tipo de deficiência física ou mobilidade reduzida possam desfrutar do museu com a maior autonomia e independência possível, tornando ainda mais democrática a experiência de visitação.  Ademais, o museu disponibilizará espaços para a realização de eventos do desporto da cidade, sendo dotado de um auditório e salas nas quais serão oferecidos oficinas e minicursos voltados ao esporte e a cultura, podendo servir também de espaço para a realização de workshops em eventos realizados no local, atendendo à comunidade e entrando no circuito cultural de São Luís”

 Entrada do Museu

Vista lateral que mostra um pouco da quadra poliesportiva e espaço para cooper e caminhadas

Lateral esquerda

 Parte de trás do museu, com acesso para quem vem pela rua da estrela
  
 Parte de trás do museu, com acesso para quem vem pela rua da estrela
 
Henrique com a sua coleção dos meus livros. Que honra.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

PÔSTER - Ferroviário Esporte Clube, Campeão Maranhense (invicto) 1957


Flávio Murtosa atuando pelo Maranhão

Maranhão em 1976. Na foto, temos: em pé - Emílio, Santos, Omero, Tataco, Bite e Roberto; agachados - Murtosa, Ariosto, Neco, Pedro e Coelho

Texto extraído do livro "Salve, Salve, meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube".

Quem olha Murtosa, Auxiliar Técnico da Seleção Brasileira nas Copas de 2002 e 2014, sequer imagina que ele teve uma rápida passagem pelos gramados defendendo o Brasil do Rio Grande do Sul, além do Esporte Clube Pelotas. E muitos nem imaginam que, pouco antes de encerrar a sua curta aventura como atleta profissional, Murtosa ainda teve uma brevíssima passagem no Maranhão Atlético Clube. Sem sucesso ao tentar seguir os passos do seu tio Darcy Lopes da Cunha, abandonou os gramados, formou-se em Educação Física e estreou numa equipa técnica, como preparador-físico, ao serviço do Grêmio Atlético Farroupilha, em 1981. O ano seguinte assinalaria o encontro com Luiz Felipe Scolari, de quem se tornou adjunto no Grêmio Esportivo Brasil.

Corpo atarracado, bigode farto, cabelo ralo e pouco jeito de quem um dia foi um atleta profissional. Mas antes de virar o fiel escudeiro de Felipão, Flávio Murtosa foi um jogador de alto rendimento. E mais: se apresentava como um insinuante ponta-direita do Pelotas. Com um futebol de força física, velocidade e chute potente, características de um atacante que infernizava defesas pelos gramados do futebol gaúcho, já naquela época Murtosa mostrava que seu futuro seria mais frutífero fora de campo. Seu tio, Darcy, marcou época no futebol gaúcho. Ponta-direita com chute forte, o Murtosa tio ficou conhecido como o “Canhão da Baixada”. Murtosa, o sobrinho, também era ponta-direita e tinha na finalização a sua arma. Criado nas categorias de base do Pelotas, Murtosa virou profissional em 1967, logo aos 16 anos.

Ponta-direita com destaque para as finalização, Murtosa disputou diversos Campeonatos Gaúchos e torneios do interior com a camisa azul e ouro. Permaneceu por lá até 1975, quando decidiu deixar o futebol gaúcho e se aventurar no ano seguinte no MAC, em companhia do amigo e companheiro Louzada, meia-direita - na época, havia alguns atletas gaúchos no time atleticano. Em 1976, o Maranhão formava com Santos; Roberto, Lambau, Naber e Carlito; Tataco, Louzada e Álvaro; Murtosa, Joãozinho e Léo. Naquele ano o Glorioso foi apenas o terceiro colocado no Estadual.

No ano seguinte, Murtosa retornou ao Pelotas, jogou algum tempo e parou aos 26 anos, quando lesionou o joelho. Decidiu cursar a faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas. Em 1981, ainda estudante, foi ser preparador no Farroupilha. No ano seguinte aceitou o desafio de treinar o time e logo começou a trabalhar com Felipão. Desde então, apenas se separou do amigo em três ocasiões: em 1997, quando assumiu o comando do Juventude de Caxias; em 2000, quando foi campeão pelo Palmeiras da Copa dos Campeões; e em 2002, após a Copa do Mundo. De resto, o seu percurso é o percurso de Scolari: Al Shabab e Al Ahli (Arábia Saudita), Grémio, Goiás, Al Qadsia (Kuwait), Seleção do Kuwait, Criciúma, Jubilo Iwata (Japão), Cruzeiro, Seleção Brasileira e Portuguesa.

Moto Club 4x1 São José - Campeonato Maranhense 1974


Desfalcado a defesa e com um ataque muito fraco, o São José não podia fazer mais. O placar de 4x1 mostra a superioridade do Moto, que começou perdendo com um gol de pênalti inexistente, mas como tem uma equipe infinitamente superior, não teve dificuldades para virar o marcador e chegar à goleada, apesar de ter se complicado na fase final, quando mostrou mais uma vez pouca condição física, especialmente com Coelho, Esteves, Zé João e Soares. O primeiro tempo virou 3x1 para o Moto, que na fase final só marcou um gol de pênalti. Nabor foi expulso e a arbitragem foi simplesmente ridícula do sr. José Salgado.

Aos 11 minutos o juiz marcou um pênalti que não houve e Nabor converteu o primeiro gol da partida e que viria a ser o único do São José. O Moto não reclamou porque havia muito tempo pela frente e acreditou na sua superioridade técnica. Aos 16 minutos Zé João escorou um escanteio cobrado por Coelho e empatou com a defesa azulina olhando. Aos 23 Coelho bateu falta com barreira e colocou no canto direito de Josemar, que se colocara mal e aos 30 novamente Zé João marcou o terceiro, invadindo a área pelo meio quando a defesa parou, tentando deixar o atacante rubro-negro impedido.

A superioridade do Moto, que foi incontestável no primeiro tempo, não chegou a ser muito notada na fase final, mais pela falta de condição física do que pela acomodação do time. O São José voltou mais aguerrido e começou a pressionar, o que foi insuficiente para intranquilizar o adversário e o juiz, que passou a errar sistematicamente na interpretação de faltas, impedimentos e na aplicação do cartão amarelo, que usou desordenadamente, advertindo Neguinho, Sérgio e Esteves. Praticamente sem ataque, de pouco adiantou a valentia do time azulino. O Moto, mesmo confuso, atacava com mais perigo, mas só conseguiu ampliar a contagem com um gol de pênalti marcado pelo bandeirinha José Lima Oliveira, com quem o juiz concordou sem saber nem se houve falta. Neguinho marcou o quarto gol e Nabor, reclamando do bandeirinha, foi expulso; Uma vitória fácil do Moto, que conseguiu a goleada mais pelas falhas do adversário. Na preliminar, o Ferroviário marcou 3x1 sobre o Vitória do Mar. 
 


 
FICHA DO JOGO

Moto Club 4x1 São José
Data:
13 de Outubro de 1974
Local: Estádio Municipal Nhozinho Santos
Juiz: José Salgado
Renda: Cr$ 8.732,00
Público: não divulgado
Gols: Zé João (2), Coelho e Neguinho (Moto) e Nabor (São José)
Moto Club: Edson; Ivan, Neguinho, Sérgio (A. Carlos) e Esteves; França e Soares; Lima (Gilberto), Santana, Zé João e Coelho
São José: Josemar; Reinaldo, Ziza, Israel e Luiz Carlos I; Nabor e Zeca; Gimico, Aurino, Luis Carlos e Moreno.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PÔSTER - Moto Club campeão invicto do Primeiro Turno do Estadual 1974


Sampaio Corrêa 0x0 Moto Club - Campeonato Maranhense 1974


A derrota do Sampaio para o Moto por 1x0 no jogo-exibição que as duas equipes fizeram em seu último encontro só serviu para ativar mias o otimismo dos motenses e aumentar a satisfação da torcida rubro-negra, empolgada com a campanha da sua equipe e especialmente a larga vantagem os números contra o seu mais tradicional adversário. A torcida motenses teve pano para as mangas e desprendeu uma tremenda gozação sobre os bolivianos, que na última partida contra o rubro-negro, ouviram comentários do tipo “puxa, parece até um treino de brincadeira”. Para os sampaínos, que há mais de dois anos vinham engolindo seco, a resposta vinha sempre com aquela esperança: “Vamos esperar a quarta-feira, que é pra valer”. O jogo treino, realizado na tarde do dia 26 de Outubro, no Santa Izabel, terminou com a vitória do Moto (gol de Luiz Augusto) com apenas 20 minutos de futebol, que fora suficientes para se notar que os dois times, mesmo num treino, não esqueceram a rivalidade e encararam tudo com muita seriedade.

Dentro deste clima de rivalidade, expectativa e esperança da torcida boliviana, os dois quadros se encontraram novamente no domingo, 30 de Outubro, pelo primeiro Turno do Campeonato Maranhense de 1974. O Moto, na ocasião, como líder, distanciado de Sampaio, MAC e Ferroviário, que eram os vice-líderes, por três pontos e com a vantagem de ter ainda a seu favor uma invencibilidade de dois anos e 17 jogos sobre o seu adversário, 14 empates e três vitórias. No campeonato de 74, o Sampaio também estava invicto e, em caso de vitória diante do Moto, passaria a depender do resultado do Moto contra o Ferroviário, na rodada seguinte. Caso o Moto vencesse os bolivianos e os ferrins, ficaria ainda mais distanciado dos demais participantes e o campeonato correria o risco de perder a motivação

Os dois turnos eram em pontos corridos, mas o importante era chegar na frente como campeão ao final dos dois turnos para ter o direito de ser o finalista com a vantagem de 1 ponto para o caso de uma série decisiva contra o vencedor do terceiro turno. Praticamente não havia risco de nenhuma das grandes equipes de ficar fora do turno fina, pois São José e Vitória do Mar deveriam mesmo sobrar, já que estavam na lanterna, somando sete e oito pontos, respectivamente.

A liderança do campeonato, a superioridade mantida havia vários jogos sobre o Sampaio, o apoio da torcida e até a atualização dos vencimentos tranquilizaram o Moto para o jogo. Nem a ausência de Santana chegou a quebrara a tranquilidade e otimismo dos rubro-negros. Com o adiamento do jogo, a direção técnica passou a apostar no reaparecimento de Gojoba e por isso o time somente foi escalado perto da partida, ficando a palavra final do Dr. Cassas de Lima para a definição do time, principalmente no setor de meio de campo. A vaga de Santana estava entre França e Gojoba, sendo que, em caso de entrada de um dos dois, a posição de ponta-de-lança seria ocupada por Peixinho, ficando Gojoba ou Franca na cabeça-de-área, que vinha sendo defendida por Soares nos últimos jogos.

O Sampaio Corrêa, por sua vez, defendia um número curioso: mantinha-se invicto havia 15 jogos, incluindo o empate com o Moto no último Estadual, mas tendo apenas um triunfo até então no atual campeonato de 74 (3x0 sobre o Vitória do Mar). O time boliviano partia para o seu último compromisso no returno, diante do Moto, de quem não conseguia vencer há 17 jogo. Estreando o novo técnico, Vicente Trajano, os bolivianos, os bolivianos mais do que nunca estavam empenhados em quebrar o tabu e salvar o campeonato, que dependia de uma vitória boliviana. Uma derrota complicaria muito a campanha do Mias Querido, que tinha três pontos negativos contra nenhum do seu adversário. José Medeiros, que foi substituído, deixou o time invicto e melhorando de jogo para jogo. A estreia de Trajano ficou, portanto, correndo muitos riscos, justamente contra o adversário mais difícil.

 Moto e Sampaio em jogo antes do empate que manteve o tabu do rubro-negro

 Moto e Sampaio em jogo antes do empate que manteve o tabu do rubro-negro

Sampaio Corrêa 0x0 Moto Club – novamente as duas equipes ficaram no empate sem gols. Bem que o Sampaio criou oportunidades e mereceu marcar, mas por duas vezes a trave salvou o gol de Édson, que acabou se constituindo na melhor figura do Moto, que foi um time muito abaixo do que normalmente podia produzir. O Moto não teve uma chance de marcar e esteve muito preso ao sistema de defesa pela falta de quem coordenasse o jogo no meio de campo.

O Moto tomou a iniciativa do ataque na saída do jogo, mas aos poucos o Sampaio se encontrou melhor e superou o adversário para ainda no primeiro tempo perder as melhores oportunidades de movimentar o placar. O Moto foi quem chutou a primeira bola realmente perigosa para o gol, num arremate violento de Soares de longa distância, obrigando o goleiro Ney a difícil intervenção. Logo depois, numa bola cruzada por Benasi contra a área rubro-negra, Sérgio cabeceou contra a as meta e a bola bateu no poste superior do gol do goleiro batido. Aos 40 minutos, nova bola na trave do Moto, chutada por Fernando depois de uma boa trama no ataque boliviano e novamente com Édson novamente batido.

No segundo tempo o Moto esteve ainda pio. Paraíba e Zé João continuaram jogando mal, enquanto Lima também não aparecia bem no jogo. A bola estava sempre com o Sampaio e com isso ficou sobrecarregado o trabalho da retaguarda rubro-negra, que não tinha tempo de respirar. O Sampaio pressionou até o último instante, cabendo a Itamar criar as situações mais perigosas, chutando nada menos de três bolas violentas que Edson defendeu com segurança, garantindo o empate que foi um grande resultado para o Moto, ainda líder do campeonato. Quando o técnico do Moto tentou consertar o meio de campo com Peixinho, este sentiu uma fisgada na coxa quando fazia o aquecimento e Nestor acabou entrando para o lugar de Soares, sem nenhum resultado. 









FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 0x0 Moto Club
Data:
31 de Outubro de 1974
Local: Estádio Nhozinho Santos
Juiz: Lercílio Estrela
Bandeirinhas: Ronald Monassa e Wilson de Moraes Wanlume
Renda: Cr$ 72.587,00
Público: 13.961 pagantes
Sampaio Corrêa: Nei; Pedro Soares, Paulo Espanha, Arizinho e Benazzi; Nazareno, Djalma Campos (Adelino) e Edmilson Leite; Lucas (Zequinha), Fernando Carlos (Lucas) e Itamar. Técnico: Vicente Trajano
Moto Club: Edson; Ivan, Neguinho, Sérgio e Antonio Carlos; França, Soares (Nestor) e Paraíba; Lima, Zé João e Coelho. Técnico: Marçal Tolentino Serra

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Buraco se abre no gramado do Estádio Nhozinho Santos, em 1974

Na tarde do dia 18 de Abril de 1974 um fato curioso marcou o nosso futebol: a administração do Estádio Municipal mostrou grande eficiência tapando, em tempo recorde, um buraco que se abriu no gramado de jogo devido às fortes chuvas. Uma galeria que passa sob o estádio rompeu-se, provocando o atraso de uma hora da partida Moto Club 0x0 São José. Veja a sequência











Corrêa, tricampeão rubro-negro


Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 27 de Abril de 1998

 Corrêa e Djalma Campos, em 1968

 Corrêa, o terceiro agachado, no Moto

 Zezico, Corrêa, Baezinho, Josemar e Ronaldo em jogo de faixas pelo tricampeonato em 1968, contra o São Cristóvão/RJ

 Moto Club em 1968: Neguinho, Vila Nova, C. Alberto, Alzimar, Geraldo e Corrêa. Baé, Djalma, Pelé, Amauri, Santana e Zezico.

Corrêa tricampeão pelo Moto Club

Francisco Corrêa Pereira poderia ter sido apenas mais um pescador do mar maranhense. Quis o destino que ele enveredasse pelos campos de futebol para se tornar um dos grandes jogadores da lateral-esquerda. Um orgulho do nossos Estado, que nos anos 66, 67 e 68 foi tricampeão pelo Moto. O mais incrível na vida de Corrêa é que desde pequeno, brincando de bola em São José de Ribamar, sua terra natal, ele sempre dizia que um dia jogaria pelo Moto. O caminho até a realização desse sonho começou a ser percorrido quando o garoto, com 1 anos, ingressou no segundo quadro do Vera Cruz, time de Ribamar. Dois anos mais tarde ele já reforçava o primeiro, mesmo tendo 1m55 de altura, sendo menor que todo mundo. A camisa, que ia pelos joelhos, não era empecilho para o então ponta-esquerda.

Outros times da cidade, como o Moropóia e São Cristóvão, também tiveram a oportunidade de ter Corrêa em seus quadros, antes dele se tornar um jogador profissional. Foi atuando pelo São Cristóvão que o atleta teve a oportunidade de conhecer jogadores tidos como profissionais de São Luís, levados pelo Presidente Paulinho para reforçar a equipe. Um deles, Neguinho, gostou tanto do ponteiro que o convidou para fazer um teste no Vitória do Mar.

O começo em São Luís – escondido da mãe, que nem sabia que ele jogava, Corrêa veio ao estádio Santa Izabel falar com o treinador Ferreira. Somente depois de aprovado é que a diretoria do Vitória foi a Ribamar pedir o consentimento da família, já que o rapaz (17 anos) era de menor. Ferreira deixou Corrêa na lateral-esquerda e nessa posição ele foi se adaptando. Entrar para jogar não foi possível por um longo período, já que o titular, Tutóia, tinha a preferência do treinador. Enquanto esperava, ele não desistia. Procurava aprender a marcar, tendo um cuidado especial com a sua preparação física.

Primeiro jogo – a primeira oportunidade que Corrêa teve para se firmar como titular veio com mais uma colaboração do destino. Conta ele que Tutóia adoeceu na véspera do jogo contra o Moto, que seria à noite no Estádio Nhozinho Santos. “Por volta de duas da tarde o Tenente Ferreira Novaes (técnico), acompanhado de Mizael (zagueiro-central) e Batatais (goleiro) veio me dizer que eu ia entrar jogando de titular. Naquele momento gritei de felicidade por dentro e pensei: hoje o pessoal de Ribamar vai ouvir meu nome no rádio”.

Corrêa, nesse dia, tinha a responsabilidade de marcar Garrinchinha, ponta-direita que estava prestes a ir para o Botafogo do Rio. E não decepcionou: a marcação cerrada impediu que Garrinchinha jogasse.

Os estivadores, que mantinham o time do Vitória do Mar, perguntavam no estádio quem era aquele garoto. Os brincalhões diziam que ele tinha vindo do Rio de Janeiro como um reforço, mas logo descobriram que o lateral tinha saído de Ribamar para se tornar conhecido em todo o Maranhão. O jogo foi de 1x0 para o Moto.

O jovem, de um vigor físico impressionante, agradou tanto que quando o titular da posição ficou bom de saúde, teve que se contentar com a reserva. Esse era o ano de 1960. Após a temporada, que apontou o Moto como bicampeão estadual, Corrêa recebeu da crônica esportiva o título de revelação do ano.

Concretizando um sonho – no final de 61 o Vitória do Mar atravessava uma enorme crise financeira. Como a Associação de Estivadores não teve condições de aumentar a contribuição para manter o pagamento dos jogadores, o plantel terminou sendo vendido. Corrêa foi para o Moto, ao lado de Mizael, Zequinha e Pedro Bala; Neguinho, Vareta, João Cristóvão passaram para o Maranhão Atlético Clube; Bastos, Pelezinho e Joãozinho foram para o Sampaio.

No Moto, Corrêa passou a treinar com o professor Rinaldi Maia, que elaborou um programa de treinamento para melhorar ainda mais sua boa condição física. Mesmo atravessando uma excelente fase, o lateral-esquerdo só veio a conhecer o sabor de campeão em 66, quebrando a cara daqueles que diziam em Ribamar que ele não tinha sorte.

A estrela do jogador continuou brilhando. E novas conquistas de títulos pelo Moto vieram em 67 e 68. O maior orgulho de Corrêa é dizer que além de tricampeão maranhense ele fez parte do grupo em 68 que foi campeão do Norte. Uma conquista que levou o “Papão do Norte” a ficar entre os quatro melhores na Taça Brasil, atrás apenas do Palmeiras, Ceará Sporting e Bahia. O time era formado basicamente por Vilanova; Neguinho, Alzimar, Alvim da Guia e Corrêa; Santana e Carlos Alberto; Djalma Campos, Amauri, Pelezinho e Ribamar.

Jogando contra Pelé – ainda em 68 São Luís teve o privilégio de receber o time do Santos, formado por Laercio; Carlos Alberto Torres, Orlando, Ramos Delgado e Rildo; Zito e Lima; Orlandinho, Silva, Pelé e Edu. Com tantos craques só uma seleção estadual poderia proporcionar um bom jogo aos torcedores. O técnico Ênio Silva chamou então para titulares: Manguito; Paulo, Alzimar, Alvim da Guia e Corrêa; Santana e Carlos Alberto; Garrinchinha, Isaac, Cândido e Pelezinho. Desses 11, apenas Manguito e Cândido eram do Ferroviário; todos os outros pertenciam ao Moto. O jogo foi bem disputado e terminou com a vitória do Santos por 1x0. Corrêa nesse dia deu tudo de si. E como um carrapato, grudou em Orlandinho, quando não deixando o ponta andar em campo.

E o futuro? – após a Taça Brasil o Moto emprestou alguns jogadores para o Sampaio. Corrêa ficou lá por um ano e retornou ao rubro-negro em 70. Foi quando, com 29 anos de idade, passou a ficar com medo do futuro. Além de jogar bola, ele só sabia pescar. Como tinha cursado apenas o primário, resolveu voltar a estudar. Aproveitando uma espécie de curso eletivo no Liceu, foi fazendo o ginásio. Em 1972 Corrêa voltou para o Vitória do Mar, numa forma de dar mais um pouco d sua colaboração ao time que o lançou. Já com o científico concluído e ingressando na carreira de magistério, parou de jogar em 73 e passou a dar aulas em São José de Ribamar.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sampaio Corrêa e Moto Club empataram em jogo de Handebol do Nhozinho Santos



Moto e Sampaio Corrêa ficaram no empate pelo placar de 0 a 0 pelo Campeonato Maranhense, na tarde do dia 08 de Dezembro de 1974, no Municipal. As duas equipes também empataram no jogo de demonstração de handebol, realizado antes da partida pelo campeonato de futebol. O jogo, que serviu apenas para apresentação ao público e marcou a fundação da Federação Maranhense de Handebol do Maranhão, terminou com o placar de 8x8, chegando a agradar e movimentou as torcidas dos dois clubes, que vibraram a cada gol. O Sampaio começou ganhando e esteve sempre à frente do marcador com o Moto empatando nos instantes finais, para maior alegria da torcida rubro-negra. O jogo foi dirigido pelo próprio Presidente da Federação, o professor Laércio Elias Pereira, e o público que compareceu ao Municipal foi de exatos 10.027 pagantes. Sobre a instituição de handebol, um destaque: naquele ano, 1974, foi fundada a Federação Maranhense de Handebol (FMAH), não legalizada, tendo o professor Laércio como o seu primeiro Presidente.

Primeira excursão do Maranhão Atlético Clube a outro Estado (1938)

Maranhão que excursionou ao Estado do Piauí em 1946

Trecho extraído do livro "Salve, Salve, meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube". Alguns trechos estão com a grafia da década de 30, pois foram retirados de fontes de pesquisa datadas dessa época e transcritas da mesma forma no livro:

O ano de 1938 ficou marcado na história do clube atleticano. O Maranhão, fundado havia apenas seis anos, realizaria a sua primeira excursão a outro Estado. Naquela época, era importante proporcionar aos nossos clubes maior experiência fora dos campos ludovicense, o que se configuraria em algo imprescindível para uma agremiação em busca de crescimento em outros centros esportivos. Teresina, uma das praças mais desenvolvidas no futebol na época naquela região, foi escolhida para ser a promotora da primeira excursão do clube fora do Maranhão. Seria a primeira experiência em um Estado que se desenvolveria primeiro no futebol em relação ao nosso e esse fator foi decisivo para um ganho de novas relações entre os dois Estados vizinhos.

Nos primeiros dias do mês de Agosto de 1938, a equipe atleticana iniciou a sua preparação para uma série de partidas contra os principais clubes da capital piauiense. E a diretoria confiou ao goleiro Raimundo Rocha, o Dico, os treinamentos do elenco atleticano que seguiria dali a alguns dias para a cidade de Teresina (Dico, aliás, havia sido recentemente convocado para comandar a Seleção Maranhense que tomaria parte no Campeonato Brasileiro de Seleções daquele ano). E a delegação atleticana seguiu de navio até o Piauí com a seguinte equipe base para a sua primeira excursão: Newton; Severino e Zé Orelha; Mozabá, Clarindo e Jaime; Oito, Ary, Cotia, Leônidas e Bibi. O desportista e Presidente do Automóvel Sport Club, Saladino Cruz, afixou na Praça João Lisboa dois placares, dando os resultados dos jogos interestaduais que aconteciam naquele final de semana, no Pará, entre as equipes do ‘Sport Club Bahia’ e a ‘Tuna Commercial’, e no Pialhy, entre o ‘Maranhão Athletic’ e o ‘Flamengo’.

Apesar de ser anunciada a estreia atleticana diante do atual campeão piauiense, o Flamengo, o Maranhão iniciou a sua temporada pelo Estado do Piauí diante do Artístico Futebol Clube, uma das grandes forças à época em Teresina e campeã piauiense até então em cinco oportunidades (1918, 1920, 1923, 1928 e 1933). Em jogo realizado no dia 28 de Agosto, a victoria veio depois de ter sido o resultado do primeiro tempo favorável aos ‘players’ piauhyenses por 1 x 0. Ainda bem. Os ‘goals’ dos maranhenses foram conquistados por Bibi, 2, e Cotia, 1.

O jogo seguinte, no confronto entre os campeões dos seus Estados, aconteceu no dia 01 de Setembro, diante do Flamengo. E novamente Saladino Cruz anunciaria em praça pública o resultado da partida. No jogo, o Governador piauiense compareceu a campo para prestigiar o encontro entre teresinenses e maranhenses. O comércio da cidade encerrou expediente ao meio-dia, segundo solicitação da Associação Comercial do Piauí, tendo o Interventor Leônidas Melo tornado facultativo o ponto nas repartições públicas. Antes da partida, houve troca de homenagens ente as delegações de Flamengo e Maranhão. Os jogadores atleticanos ofereceram um buquê de flores aos atletas piauienses. O mesmo foi ofertado ao MAC, desta vez pela Presidente do Flamengo. No jogo, após o rubro-negro piauiense abrir o marcador, o time maqueano empatou e, no segundo tempo, Cotia e Driblador garantiram a segunda vitória maranhense em Teresina, pelo placar de 3 a 2.

O terceiro e penúltimo compromisso em Teresina viria diante do Botafogo, fundado em 1932 e que configurava-se como o atual Pentacampeão Piauiense (1934 a 1938) pela Liga de Esportes Terrestres – naquela época o futebol de lá dividia-se entre a LPST (Liga Piauhyense de Sports Terrestres) e a LSP (Liga Sportiva Piauhyense), esta última configurando-se como a atual Federação Piauiense de Futebol. O jogo, realizado no dia 04 de Setembro, terminou empatado em 1 a 1. A partida foi encerrada dez minutos antes do tempo regulamentar, em virtude do mau tempo. O time atleticano findaria a sua excursão ao Piauí no jogo revanche diante do Flamengo, dali a três dias. E o atual campeão maranhense caiu diante do rubro-negro da capital piauiense: 3 a 1 para o Flamengo, encerrando, assim, a primeira excursão atleticana a outro Estado, com um saldo positivo. 


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Seleção de Pinheiro 0x3 Sampaio Corrêa - Amistoso 1974


Sampaio na cidade de Pinheiro – A delegação do Sampaio embarcou esta manhã do dia 24 de Novembro de 1974 para Pinheiro, onde atuará à tarde contra a seleção local, ganhando a cota de Cr$ 3 mil livres. O técnico Vicente Trajano foi favorável à realização do jogo para poder manter o time em atividade durante a folga na tabela do campeonato e testar os novos jogadores que reforçarão a equipe no turno final do campeonato. A delegação viajou com todos os titulares, inclusive os novatos Eliézer, Carlinhos e Beto, que estrearam na partida contra a Seleção de Pinheiro, representada pela seleção da escola Inah Rêgo e que foi uma das finalistas do Torneio Intermunicipal daquele ano.

Às vésperas da viagem houve uma recreação para os bolivianos, que se apresentaram às 6 horas da manhã para o embarque. Vicente Trajano escalou o time com Cigano; Beto, Arizinho, Paulo Espanha e Benasi; Eliézer, Edmilson Leite e Zé Pequeno; Zezinho, Adelino e Carlinhos. O ponteiro Itamar, contundido, foi o único ausente e o cearense Carlinhos, em seu lugar, atuou na ponta-esquerda. A partida, realizada no Estádio Municipal Costa Rodrigues, terminou com a vitória do Sampaio Corrêa pelo placar de 3 a 0.

A delegação retornou após o jogo e na segunda-feira, 25, iniciou os treinamentos para a partida seguinte no Campeonato Maranhense, diante do Vitória do Mar. Djalma Campos reiniciou os treinamentos e com a sua volta o treinador boliviano esperou encontrar a melhor formação do setor de meio-campo e reforçar consideravelmente o quadro para os jogos do turno final.

Torneio Governador Nunes Freire (1976): América Mineiro, Ferroviário, Moto, Sampaio, Santos e São Paulo


Entre Novembro e Dezembro de 1976 foi realizado em São Luís o Torneio Governador Nunes Freire, competição amistosa que reunia três clubes maranhenses (Ferroviário, Moto Club e Sampaio Corrêa) e três da região sudeste (América Mineiro, Santos e São Paulo). O São Paulo foi o campeão do hexagonal, que contou com os seguintes resultados:

18.11.1976-América 2x1 Ferroviário
18.11.1976-Moto Club 0x2 São Paulo
21.11.1976-Moto Club 0x0 América
21.11.1976-Sampaio Corrêa 1x0 Santos
24.11.1976-São Paulo 3x1 América
24.11.1976-Sampaio Corrêa 0x0 Ferroviário
28.11.1976-Moto Club 0x0 Santos
28.11.1976-Sampaio Corrêa 0x2 São Paulo
04.12.1976-Santos 3x0 Ferroviário
04.12.1976-Sampaio Corrêa 0x1 América
06.12.1976-Moto Club 1x0 Ferroviário
06.12.1976-América 2x0 Santos
08.12.1976-Moto Club 2x0 Sampaio Corrêa
08.12.1976-São Paulo 0x0 Ferroviário
11.12.1976-Santos 2x1 São Paulo


A seguir, deixo algumas transcrições de jornais da época sobre os preparativos do torneio e o relato das partidas América 2x1 Ferroviário, Moto Club 0x2 São Paulo, Moto Club 0x0 América e Sampaio Corrêa 1x0 Santos:

13 de Novembro de 1976: “Torneio fica mesmo com seis clubes; CBD homologou” – Os organizadores do Troneio Interestadual tentaram ontem uma última modificação no torneio, propondo a CBD o cancelamento das participações do Ferroviário e América Mineiro fase a desistência do Flamengo do Piauí e consequentemente o cancelamento dos jogos em Teresina. Como as passagens já haviam sido autorizadas para o São Paulo, América e Santos, a CBD não concordou com mais esta modificação proposta pelos patrocinadores e homologou o hexagonal para São Luís. A competição terá jogos com rodadas duplas no período de 17/11 a 12/12 (25 dias) e está com orçamento calculado em cerca de Cr$ 1 milhão e 200 mil. Santos e São Paulo jogarão por cota fixa de Cr$ 40 mil e como cada um fará cinco jogos, receberão líquidos Cr$ 400 mil. As despesas com hospedagem das três delegações estão calculadas em Cr$ 500 mil, mas os organizadores esperam conseguir recursos do Estado para diminuir essa despesa. A CBD dispensou sua taxa e a federação deverá reduzir sua cota para 3% da arrecadação. Será feita também uma tentativa junto ao Prefeito para dispensar a taxa de 10% do aluguel de campo. Com a isenção de todas as taxas, os patrocinadores acreditam em bom resultado financeiro e esperam uma renda média de Cr$ 200 mil por rodada, o que daria ao final da competição uma receita de Cr$ 1 milhão e 600 mil.

14 de Novembro de 1976: “Hexagonal começa quinta. São Paulo é atração” – O São Paulo F. Clube telefonou ontem para informação que não conseguiu passagens para a terça-feira e somente poderá chegar a São Luís na quarta, dia 17. Em consequência, os organizadores do Torneio Hexagonal transferiram para quinta-feira a abertura do certame que seria realizada na quarta-feira, com dois jogos: América x Ferroviário e São Paulo x Moto.

A delegação do América chega na terça-feira procedente de Belo Horizonte, e o Santos, que só vai estrear domingo contra o Sampaio Corrêa, chegará sábado. Todos os detalhes para a realização do Hexagonal estão definitivamente acertados, restando apenas aos dirigentes conseguirem livrar as despesas de hospedagem, calculadas em Cr$ 300 mil (as três delegações permanecerão aqui até 12/12), o que vão tentar junto a autoridades, a título de incentivo, a essa arrojada promoção, que visa principalmente motivar o público de volta ao Estádio e recuperar o prestígio do nosso futebol abalado com a participação do Sampaio no Brasileiro. É uma questão de honra dos dirigentes locais se esforçarem para conseguir bons resultados, pois sabem da repercussão que isso terá para o nossos futebol e para o próprio êxito financeiro da competição que evidentemente dependerá muito dos resultados dos times locais.

Além das despesas de hospedagem, os patrocinadores estão conseguindo isenção de algumas taxas como a da CBD (5%). A federação prometeu reduzir sua cota para 3% e uma comissão vai ao Prefeito Bayma Júnior esta semana pedir isenção para a taxa de 10% do aluguel do campo. O torneio que começará quinta-feira prolongar-se-á até o dia 12 de Dezembro, num total de 15 jogos (5 para cada time), com rodadas duplas às quartas e domingos. A promoção é feita em regime de caixa única entre os três clubes locais e o América Mineiro, Santos e São Paulo, ganharão cota fixa de Cr$ 40 mil por jogo. As despesas do torneio estão calculadas em aproximadamente Cr$ 1 milhão. Os patrocinadores esperam renda média de Cr$ 150 mil por rodada, com o que terão uma receita de Cr$ 1 milhão e 200 mil, suficiente para oferecer lucro. O público em cada rodada está calculado entre 12 e 18 mil espectadores.

As três delegações ficarão alojadas no Hotel Central, onde foram reservadas acomodações para cerca de 68 pessoas. Os ingressos serão cobrados pelos mesmos preços do Nacional: cadeira 45,00, arquibancada 25,00, geral 15,00 e rampa a 5,00.

17 de Novembro de 1976: Confirmado para hoje a chegada das delegações ao América de Belo Horizonte e São Paulo F. Clube para as disputas do Torneio Hexagonal, que começa amanhã. Os americanos sairão de Belo Horizonte às 6h30 e o São Paulo embarcará na capital paulista às 7 horas no voo 190 da VASP. O Santos informou ontem que chegará sábado pelo voo 190 para estrear no dia seguinte contra o Sampaio Corrêa. A abertura do torneio será amanhã às 19 horas, não havendo nenhuma solenidade programada. Jogarão na primeira partida América e Ferroviário de nossa capital e na partida principal o jogo mais importante, entre São Paulo e Moto Club. O torneio que começa amanhã prolongar-se-á até o dia 12, num total de 15 jogos, o que certamente atrairão de volta ao estádio o grande público de nosso futebol. Esta é a última competição do ano e está sendo vista como uma oportunidade dos clubes locais equilibrarem suas finanças seriamente abaladas.

O América Mineiro vem fazendo uma reforça em seu plantel após o brasileiro. Nos jogos em São Luís o América terá participa em caixa única ganhando a mesma cota que couber aos clubes locais. O São Paulo, que teve uma má campanha no certame destacando-se como maior atração o meio campista Pedro Rocha.

Ferroviário – O time do Ferroviário, que empatou domingo com o Moto, reiniciou treinamento ontem sob comando de Rinaldi Maia, que a princípio não pretende modificar a formação de sua equipe, mesmo porque não tem alternativas. O quadro será o mesmo que empatou com o Moto. O técnico tricolor ainda está esperando a diretoria conseguir um lateral-direito, que pode ser Roberto, do MAC, como reforço para os jogos do torneio. O problema da ponta-esquerda foi praticamente contornado com a contratação de Dario, que estreou contra o Moto.

Moto – O técnico Murilo Carvalho considerou o jogo com o Ferroviário muito bom para observações e achou o resultado justo. Lamentou a expulsão de Meinha, mas não entrou em detalhes para criticar a arbitragem. Explicou que a escalação de Durval e Paulo César juntos no ataque já estava planejada para experiência. O resultado ele não quis comentar. “Prefiro ver novamente”, afirmou. Na segunda-feira os jogadores rubro-negros tiveram folga e ontem se apresentaram para um treino tático. Para hoje está previsto um coletivo. Para o jogo amanhã contra o São Paulo, a única modificação prevista é a volta de Célio Rodrigues para a lateral-direita.

Sampaio Corrêa – Os bolivianos treinaram pela manhã no campinho da sede. Paulinho ainda com o tornozelo imobilizado esteve ausente, mas volta hoje no coletivo que está programado pelo técnico Brandãozinho dentro do programa organizado para a partida de domingo contra o Santos. Ferreira já reiniciou treinamentos. A diretoria do clube estava tentando ontem colocar uma partida amistosa para essa sexta-feira em Bacabal.

Charge do jornal O Estado do Maranhão, anunciando as disputas entre maranhenses e convidados

18 de Novembro de 1976: “São Paulo x Moto maior atração da primeira rodada” – A delegação do São Paulo desembarcou ontem no Tirirical, onde não havia nenhum dirigente da federação, que mais tarde se apresentaram no Hotel Central, apresentando desculpas. Os jogadores foram rapidamente alojados, mas a chefia da delegação pediu aos dirigentes da delegação que tentasse mudar para o Hotel São Francisco, o que ficou para ser resolvido hoje. O técnico Mário Juliato, atualmente substituindo a José Poy, pediu que fosse conseguido o campo do Municipal para um treino de reconhecimento do terreno, o que foi providenciado para o horário da noite. Ele não adiantou a formação do time, mas a princípio não há problemas e a equipe deve ser a mesma que fez a última partida no interior paulista.

A delegação vem chefiada pelo Dr. Luís Mareia Aranha, o médico é o Dr. Dalzeli Freire Gaspar, massagista Guido Bergoin e o administrador Luiz Godói. Os jogadores chegaram aparentemente cansados e no aeroporto era pequeno o movimento de torcedores.

A abertura do torneio, entretanto, está sendo aguardada com muito interesse, esperando-se um grande público esta noite no Municipal. Os patrocinadores calculam a renda em cerca de Cr$ 150 mil, pois menos do que isso pro rodada acabará dando prejuízo. O Governador Nunes Freire foi convidado a assistir a abertura do torneio que leva o seu nome e prometeu comparecer. Não há nenhuma solenidade prevista para a abertura, que será às 19 horas, com o jogo América Mineiro e Ferroviário. Os ingressos estavam sendo vendidos ontem com regular procura por parte do público, esperando-se que o movimento aumente hoje nas bilheterias do estádio, que funcionarão durante todo o dia. O empresário Cláudio Leite, que hoje é o representante da federação na CBD, chegou também ontem, antecipando às delegações. Ele é o organizador do torneio e está também credenciado para tentar colocar mais jogos do São Paulo e América no Norte/Nordeste, podendo inclusive levar o São Paulo a Teresina e Bacabal. A cota é de Cr$ 50 mil.

 São Paulo desembarcando no aeroporto de São Luís

Jogadores do Tricolor Paulista em São Luís

19 de Novembro de 1976: “São Paulo venceu o Moto: 2 a 0” – O público maranhense saiu ontem do Estádio Municipal satisfeito com a produção das nossas equipes na abertura do Torneio Hexagonal, mesmo com as derrotas registradas. Não se pode negar a superioridade das duas equipes, mas enquanto o Ferroviário fazia boa exibição no primeiro jogo e perdia por um placar apertado (2x1), depois de estar vencendo por 1x0, o goleiro Marão entregava o ouro ao São Paulo e a derrota de 2x0 não fez justiça à boa atuação do Moto Club, que, em último caso, merecia pelo menos um gol, dos muitos desperdiçados por Prado. Enquanto o público deixava o estádio satisfeito com a produção as equipes, os patrocinadores saiam tristes com a arrecadação de Cr$ 118. 425,00 para um público de 9.746 pessoas. O São Paulo, mesmo vencendo o jogo, reclamou muito da arbitragem de Josenil Sousa, que, para o treinador são paulino, o mediador não tem condições de dirigir qualquer partida de futebol profissional. Para os jogadores do Moto Club, a derrota de 2x0 foi injusta pelo que produziu a equipe em todo o decorrer da partida, sendo um adversário lutador e a todo o custo procurava o gol adversário e por muita falta de sorte não marcou, quando Prado esteve frente a frente com o goleiro Valdir Peres e botou a bola por cima do travessão. Mas o jogo valeu pelo espírito de luta demonstrado pela equipe maranhense, o que dá uma demonstração que no próximo domingo teremos uma arrecadação muito melhor, em que se tratando das estreias do Sampaio e do Santos, time que sempre esteve bem quando aqui se apresenta.

Com um gol de Terto aos 34 minutos do primeiro tempo e Pedro Rocha aos 15 minutos do segundo tempo, o segundo jogo da noite foi o que mais agradou. O São Paulo para vencer teve que desenvolver um bom futebol, mas não conseguiu envolver por completo a equipe maranhense devido ao espírito de luta do Moto em busca de um placar melhor, mas que infelizmente as falhas de Marão foram lamentadas por todos que se encontravam no Estádio Municipal.

A preliminar - O Ferroviário realizou uma boa partida contra o América, mas acabou sendo derrotado por 2x1, com arbitragem de José Salgado. O Ferroviário chegou a estar vencendo de 1x0, mas o América reagiu para chegar ao final do jogo com uma vitória espetacular de 2x1.

 América 2x1 Ferroviário: preliminar

 América 2x1 Ferroviário: preliminar
 São Paulo 2x0 Moto Club

 São Paulo 2x0 Moto Club

 São Paulo 2x0 Moto Club

 São Paulo 2x0 Moto Club
 São Paulo 2x0 Moto Club
 
20 de Novembro de 1976: “Time paulista é a maior atração amanhã” – A delegação do Santos desembarcou ontem à tarde no Tirirical para estrear amanhã no Torneio Hexagonal Nunes Freire, trazendo todo o seu elenco que está completamente reformado e que vem de uma campanha relativamente boa no Campeonato Brasileiro e onde inclusive foi o primeiro colocado em renda durante a fase preliminar, superando todas as expectativas. José Duarte é o técnico do novo time santista que tenta reviver os tempos áureos de Pelé. O trabalho, segundo os dirigentes, está começando a oferecer os primeiros resultados, pois começam a se revelar novos craques, como o meio campista Jorge Maravilha, um garoto de 16 anos que é apontado como uma das melhores atrações do time para esta temporada. O técnico José Duarte não fez segredo da formação do time que enfrenta o Sampaio amanhã: Wilson; Fernando, Ailton (Edson), Bianque e Zé Carlos; Carlos Roberto, Ailton Lima e Zé Mário, Tatá, Jorge Maravilha e Edmundo. A única dúvida está na zaga central, entre Ailton e Edson porque este último não pôde viajar ontem e está sendo esperado hoje. Se chegar, será escalado, pois é o titular da posição. Além dos jogadores já escalados, vieram Pedrinho, Almeida, Neto e Juracy.

Ontem não houve nenhuma atividade, ficando todos os jogadores em repouso nas dependências do Hotel São Francisco, onde também está a delegação do São Paulo. A delegação vem chefiada pelo Sr. Antônio Gaiva Oliveira e tendo como fisicultor o professor Alcides Júnior. O técnico José Duarte programou um treino de reconhecimento do terreno para esta manhã no Municipal.

Clodoaldo e Edu desfalcam os santistas - Além do zagueiro Edson, que está sendo esperado hoje e já praticamente escalado para jogar amanhã contra o Sampaio, os santistas esperam para a próxima semana em São Luís os jogadores Juninho, ponta-esquerda, e Milton Batata, ponta-esquerda contratado ao Atlético Paranaense e que serão lançados nos jogos em São Luís. Os jogadores Clodoaldo e Edu, esperado em São Luís como principais atrações do Santos, não acompanharam a delegação e as notícias de São Paulo davam conta ontem de que ambos haviam sido negociados com o Cosmo de Nova Iorque. Essa também foi a justificativa dada pelo chefe da delegação para a ausência dos dois jogadores nos jogos em São Luís. Como o contrato não exige a presença desses jogadores, o Santos deverá receber a conta integral de Cr$ 40 mil.

Sampaio tem problemas para a estreia – O Sampaio volta amanhã ao Municipal depois de ter sido desclassificado do Campeonato Brasileiro, num reencontro com sua torcida. Este é o primeiro jogo desde que o time saiu do Brasileiro e os treinamentos durante esse período foram bastante prejudicados pela falta de campo. Somente nos dois últimos dias os bolivianos tiveram contato com bola e assim mesmo no campo no Itapiracó em precárias condições. O técnico Brandãozinho está indeciso quanto à formação do time face às contusões de Paulinho e Cabrera e a suspensão automática do lateral Ferreira.

Já está decidido que Ferreira não joga, sendo substituído por Olacy, improvisado pela esquerda. Cabreba ontem treinou entre os reservas e Zé Alberto esteve no time titular, podendo ser escalado se o gaúcho não se recuperar até amanhã.

Santos desembarcando em São Luís

25 de Novembro de 1976: “Bela vitória do Sampaio” – Logo após a vitória do Sampaio Corrêa sobre o Santos, através do score mínimo, ao passar pela cabine da Difusora, um dirigente boliviano deixou escapar esta: “É previsível deixar o time sem treinar, sem ver bola por um longo período, pois somente assim a gente nota empenho e disposição do pessoal. Nem no Campeonato Brasileiro o time correu tanto", completou o dirigente.

Realmente o Sampaio Corrêa efetivou uma das suas melhores apresentações desde o certame regional, ainda que sua defensiva sem qualquer noção de cobertura e seus jogadores de frente permanecessem o tempo todo brigando com a bola, principalmente os dois extremas, sem a mínima condição técnica para jogar num time grande de São Luís. O Itamar ainda tenta se superar pela garra e entusiasmo, o outro nem isso. Isolado lá na frente, lutando contra a defensiva contrária e procurando desvencilhar-se de Cabral, que atrapalha mais do que ajuda, o centroavante Cabrera acabou-se constituindo na boa figura do ataque, marcando o gol da vitória num lance tão confuso como a própria movimentação da ofensiva sampaína. No entanto, o setor de meio-campo garantiu a rapadura com uma exibição primorosa, quer sob o ponto de vista técnico, quer em termos de vibração, equilibrando as ações naquele importante setor do campo e oferecendo um trabalho mais facilitado aos homens de retaguarda.

O estreante Almir, que no começo andou complicando por querer mostrar mais do que sabe, despontou como um dos principais responsáveis pela vitória tricolor, no momento em que passou a jogar com seriedade e guardar a posição de médio volante. Carlos Alberto e Fernando Pirulito se completaram e o time conseguiu cumprir na saída da defesa para o ataque. Se considerarmos os desfalques, Paulinho e Ferreira, na retaguarda boliviana, até que as coisas andaram bem e diante de um ataque inoperante, o quarteto de zaga soube manter um resultado conseguido no primeiro tempo.

Em contrapartida, o santos, o jovem Santos, o ex-campeão do mundo, não tem nada. Fernando, Carlos Alberto, é Mário e Airton Lira sabem jogar. O resto simplesmente não existe. Aliás, para nós que em tantas oportunidades tivemos a felicidade de ver o Santos jogar, a sensação foi de constrangimento e decepção. Do grande Santos de Pelé e companhia, resta apenas a bonita camisa branca, antes temida e respeitada no mundo inteiro, hoje desrespeitada por qualquer adversário, que depois de cada partida ainda conta vantagem de haver dobrado o famoso e único time brasileiro a conseguir dois campeonatos mundiais.

Quanto ao jogo preliminar não há nada a comentar. Moto Club e América Mineiro conseguiram se equilibrar em campo, no futebol apresentado, na ruindade, em tudo. Motenses e americanos conseguiram realizar a pior peleja dos últimos tempos.
 Santos no Municipal

 Sampaio Corrêa 1x0 Santos