Jafé Mendes Nunes, este é o nome daquele que dedicou toda sua vida em
prol do esporte maranhense, particularmente de São Luis, tornando-se
destaque no Norte e Nordeste por sua valiosa contribuição, quer como
profissional do apito no futebol de campo e futebol de salão, quer como
promotor de eventos pertinentes, ou como radialista. Porém, acima de
tudo, como um ferrenho defensor das nossas causas esportivas. E que,
após toda uma vida de apego e devoção, hoje é completamente esquecido
por aqueles e aquilo a quem sacrificou toda uma existência.
Jafé Nunes
Graças, sobretudo a sua abnegação, secundado por alguns outros
dedicados, como Samuel Gobel – também esquecido – nosso futebol de salão
(seu esporte predileto) alcançou níveis nacionais nunca mais
alcançados. À época, éramos tidos, juntamente com o Ceará, como os
melhores do país. Se o Ceará tinha craques salonistas como Fernando e
Dedé, ambos do Francisco Lorda, o melhor time do país, nós tínhamos o
inesquecível Djalma Campos, nomes que nada ficam a dever aos atuais
ícones brasileiros. Como juiz, jafé foi um exemplo de correção e
disciplina. Como promotor esportivo, foi responsável por vários torneios
salonisticos nas quadras do Casino Maranhese, na Beira Mar e no Lítero,
em sua sede do Anil, inclusive intercolegiais, donde surgiram jogadores
inesquecíveis, como o já citado Djalma, Biné, Biné pula-pula,
Canhotinho e um punhado de outros tantos de igual valor. Locutor, Jafé
deixava-se trair pela emoção, tanto era seu apêgo as coisas do Maranhão,
quando retransmitia jogos entre nossos clubes e de outros estados,
sendo flagrante sua torcida, o que já era, inclusive, marca registrada.
Por tudo isso, Jafé Mendes Nunes merecia ter, após o falecimento, as
justas homenagens em retribuição. Que lhe emprestassem o nome para
alguma dessas praças esportivas amadoristas da cidade, ou que pelo
menos, promovessem torneios, como forma de evidenciá-lo aos olhos dos
jovens estudantes e salonistas, classe a que, enquanto lhe permitiu a
saúde, muito se dedicou. Assim fazendo, além de tudo, poderíamos estar
diminuindo o pêso de uma omissiva e indesculpável ingratidão.
No dia 09 de Março de 1999, Jafé faleceu, aos 75 anos de idade. Abaixo, deixo a transcrição do jornal O Estado do Maranhão, noticiando o falecimento do radialista:
Jafé,o segundo em pé, na época do time de futebol de salão do Athenas
"Morreu onte à tarde Jafé Mendes Nunes, ex-locutor esportivo e técnico da seleção maranhense de futebol de salão. Jafé Nundes, durante quase duas décadas, entre os anos 60 e 70, comandou a audiência esportiva e se tornou famoso pelo seu estilo espalhafatoso de transmitir os jogos de futebol. Antes de ser locutor esportivo e técnico do Athenas e da seleção maranhense de futebol de salão, Jafé foi árbitro de futebol. Sua atuação como árbitro foi num jogo entre a Seleção Maranhense x Seleção do Amazonas. Nessa partida, o radialista Jafé Nunes deu a vitória ao time maranhense, mandando um dos seus atacantes cair dentro da área para que pudesse marcar pênalti. Ele não só assinalou o pênalti como mandou repetir três vezes depois que o goleiro amazonense defendeu as duas primeiras cobranças. Por causa disso, foi proibido de ir a Manaus."
Se era quem estou pensando, não tinha boa voz em comparação com os concorrentrs: Canarinho e Aldir Durmam.Mas respeito o ano necrologia ressalta ano fim e ao Cabo.Sou paraense mas ouvinte assíduo do rádio maranhense dos Amós 60/70 sua melhor fase.Ha padsei dos 70 anos rembora com total lucidez.
ResponderExcluirA voz de Jafé era inconfundível, era única, não era para ser cantor melodioso, era um abnegado radialista com uma voz marcante, que se projetou por duas décadas em todo o Brasil pelas características de sua voz.
ExcluirRespeito é bom e ele merece ser lembrado como grande radialista que foi.