quarta-feira, 17 de julho de 2013

Morre Jafé Mendes Nunes, ex-locutor do rádio esportivo (Março de 1999)

Jafé Mendes Nunes, este é o nome daquele que dedicou toda sua vida em prol do esporte maranhense, particularmente de São Luis, tornando-se destaque no Norte e Nordeste por sua valiosa contribuição, quer como profissional do apito no futebol de campo e futebol de salão, quer como promotor de eventos pertinentes, ou como radialista. Porém, acima de tudo, como um ferrenho defensor das nossas causas esportivas. E que, após toda uma vida de apego e devoção, hoje é completamente esquecido por aqueles e aquilo a quem sacrificou toda uma existência.

 Jafé Nunes

Graças, sobretudo a sua abnegação, secundado por alguns outros dedicados, como Samuel Gobel – também esquecido – nosso futebol de salão (seu esporte predileto) alcançou níveis nacionais nunca mais alcançados. À época, éramos tidos, juntamente com o Ceará, como os melhores do país. Se o Ceará tinha craques salonistas como Fernando e Dedé, ambos do Francisco Lorda, o melhor time do país, nós tínhamos o inesquecível Djalma Campos, nomes que nada ficam a dever aos atuais ícones brasileiros. Como juiz, jafé foi um exemplo de correção e disciplina. Como promotor esportivo, foi responsável por vários torneios salonisticos nas quadras do Casino Maranhese, na Beira Mar e no Lítero, em sua sede do Anil, inclusive intercolegiais, donde surgiram jogadores inesquecíveis, como o já citado Djalma, Biné, Biné pula-pula, Canhotinho e um punhado de outros tantos de igual valor. Locutor, Jafé deixava-se trair pela emoção, tanto era seu apêgo as coisas do Maranhão, quando retransmitia jogos entre nossos clubes e de outros estados, sendo flagrante sua torcida, o que já era, inclusive, marca registrada. Por tudo isso, Jafé Mendes Nunes merecia ter, após o falecimento, as justas homenagens em retribuição. Que lhe emprestassem o nome para alguma dessas praças esportivas amadoristas da cidade, ou que pelo menos, promovessem torneios, como forma de evidenciá-lo aos olhos dos jovens estudantes e salonistas, classe a que, enquanto lhe permitiu a saúde, muito se dedicou. Assim fazendo, além de tudo, poderíamos estar diminuindo o pêso de uma omissiva e indesculpável ingratidão.

No dia 09 de Março de 1999, Jafé faleceu, aos 75 anos de idade. Abaixo, deixo a transcrição do jornal O Estado do Maranhão, noticiando o falecimento do radialista:

 Jafé,o segundo em pé, na época do time de futebol de salão do Athenas

"Morreu onte à tarde Jafé Mendes Nunes, ex-locutor esportivo e técnico da seleção maranhense de futebol de salão. Jafé Nundes, durante quase duas décadas, entre os anos 60 e 70, comandou a audiência esportiva e se tornou famoso pelo seu estilo espalhafatoso de transmitir os jogos de futebol. Antes de ser locutor esportivo e técnico do Athenas e da seleção maranhense de futebol de salão, Jafé foi árbitro de futebol. Sua atuação como árbitro foi num jogo entre a Seleção Maranhense x Seleção do Amazonas. Nessa partida, o radialista Jafé Nunes deu a vitória ao time maranhense, mandando um dos seus atacantes cair dentro da área para que pudesse marcar pênalti. Ele não só assinalou o pênalti como mandou repetir três vezes depois que o goleiro amazonense defendeu as duas primeiras cobranças. Por causa disso, foi proibido de ir a Manaus."

2 comentários:

  1. Se era quem estou pensando, não tinha boa voz em comparação com os concorrentrs: Canarinho e Aldir Durmam.Mas respeito o ano necrologia ressalta ano fim e ao Cabo.Sou paraense mas ouvinte assíduo do rádio maranhense dos Amós 60/70 sua melhor fase.Ha padsei dos 70 anos rembora com total lucidez.

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    1. A voz de Jafé era inconfundível, era única, não era para ser cantor melodioso, era um abnegado radialista com uma voz marcante, que se projetou por duas décadas em todo o Brasil pelas características de sua voz.
      Respeito é bom e ele merece ser lembrado como grande radialista que foi.

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