Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão.
Mariceu, roupeiro e massagista. Gerações de desportistas o conhecem. Um homem que abraçou a mesma profissão do pai, Mariceu. Dois descendente que fizeram das profissões e do Moto Club de São Luis suas próprias razões de ser. Os prazeres, ele confessa que foram muitas. Mas hoje vive a mesma amargura do pai. Pobre, precisa d ajuda de todos nós. Quer viver conforme os que se dedicam e não são recompensados. Nos recebe meio sem graça. Aos poucos, falando do rubro-negro maranhense, esquece o presente e volta ao alegre passado.
Edmilson Evangelista de Oliveira nasceu em 27 de Outubro de 1944. Cresceu vendo o pai, seu Mariceu, e a mãe, dona Sabina, servindo ao Moto e aos Aboud. Moravam em um terreno na Fabril, de César Aboud e Fernando Marão. Um sítio na área onde hoje está o prédio da Receita Federal.
O velho Mariceu era quem preparava todo o material do clube, desde os chamados chamatós (tamanco de madeira), à capinação da grama de burro do Estádio Santa Izabel. Dona Sabina, cozinheira de mão cheia, tanto fazia comida para atender ao povo que fazia serão na fábrica Santa Isabel (da família Aboud) como aos atletas que por lá apareciam para saborear os quitutes. “Minha mãe fazia os tachos de mocotó e sarrabulho (sarapatel) para umas 30 pessoas. Os Aboud pagavam o que os funcionários da fábrica e os atletas do Moto comiam. Ainda sobrava para vender à vizinhança”, lembra o nosso entrevistado.
O garoto Edmilson, já Mariceuzinho, queria jogar bola. Passou pelo Dínamo, do capitão Baima, no Bairro da Coréia, o Ícaro, de Marçal Tolentino Serra, e pelo Guarani, de Calazans. Na época de juvenil e aspirante estava no Moto, por volta de 1964. Identificava-se como centroavante, mas atuava em qualquer lugar. Falando de si, ele nos mostra que era um verdadeiro coringa: “eu não tinha medo de jogar. Se o técnico me mandava ir para o gol, eu ia e defendia. Assim era na ponta, no meio ou em qualquer outro lugar”. Um time aspirante inesquecível para ele: “Campos (gol); Ari, Alzimar, Cupertino e Rubens; Edy e Zé Bernardo; Zé Sampaio, Mariceu e João Pinto. Claudenir Moraes dos Anjos era ao técnico”.
Mariceu, roupeiro e massagista. Gerações de desportistas o conhecem. Um homem que abraçou a mesma profissão do pai, Mariceu. Dois descendente que fizeram das profissões e do Moto Club de São Luis suas próprias razões de ser. Os prazeres, ele confessa que foram muitas. Mas hoje vive a mesma amargura do pai. Pobre, precisa d ajuda de todos nós. Quer viver conforme os que se dedicam e não são recompensados. Nos recebe meio sem graça. Aos poucos, falando do rubro-negro maranhense, esquece o presente e volta ao alegre passado.
Edmilson Evangelista de Oliveira nasceu em 27 de Outubro de 1944. Cresceu vendo o pai, seu Mariceu, e a mãe, dona Sabina, servindo ao Moto e aos Aboud. Moravam em um terreno na Fabril, de César Aboud e Fernando Marão. Um sítio na área onde hoje está o prédio da Receita Federal.
O velho Mariceu era quem preparava todo o material do clube, desde os chamados chamatós (tamanco de madeira), à capinação da grama de burro do Estádio Santa Izabel. Dona Sabina, cozinheira de mão cheia, tanto fazia comida para atender ao povo que fazia serão na fábrica Santa Isabel (da família Aboud) como aos atletas que por lá apareciam para saborear os quitutes. “Minha mãe fazia os tachos de mocotó e sarrabulho (sarapatel) para umas 30 pessoas. Os Aboud pagavam o que os funcionários da fábrica e os atletas do Moto comiam. Ainda sobrava para vender à vizinhança”, lembra o nosso entrevistado.
O garoto Edmilson, já Mariceuzinho, queria jogar bola. Passou pelo Dínamo, do capitão Baima, no Bairro da Coréia, o Ícaro, de Marçal Tolentino Serra, e pelo Guarani, de Calazans. Na época de juvenil e aspirante estava no Moto, por volta de 1964. Identificava-se como centroavante, mas atuava em qualquer lugar. Falando de si, ele nos mostra que era um verdadeiro coringa: “eu não tinha medo de jogar. Se o técnico me mandava ir para o gol, eu ia e defendia. Assim era na ponta, no meio ou em qualquer outro lugar”. Um time aspirante inesquecível para ele: “Campos (gol); Ari, Alzimar, Cupertino e Rubens; Edy e Zé Bernardo; Zé Sampaio, Mariceu e João Pinto. Claudenir Moraes dos Anjos era ao técnico”.
Comissão técnic do Moto na década de 1970: em pé - Barros (auxiliar técnico), Coronel (técnico) e Fernando (serviços gerais); agachados - Mariceu (roupeiro e massagista) e Esílson (Mariceuzinho)
Teve o privilégio por viver o tempo todo no campo do Moto – conhecer craques de muitos quilates. Jogou em treinos nos times de baixo contra as equipes principais. Enfrentou Garrinchinha, Zezico, Laxinha, Casquinha, Baezão, Baezinho, Corrêa, Hamilton e por ai vai. Observava o professor Rinaldi Maia, treinador do time principal. Repetia os exercícios físicos que via, se preparando e aprendendo.
Quando César Aboud chamou Mariceuzinho para assinar contrato no profissional, pro volta de 1965, ele recebeu oferta cinco vezes maior do Palmeiras de Caxias/MA e mudou-se para o interior. “Por dois anos fui artilheiro e auxiliar na preparação física, já que tinha convivido com grandes treinadores. Parei depois de um choque contra Nivaldo, zagueiro do Sampaio. Tive lesão nos ligamentos e meniscos”. Ficou um ano tratando a perna com o pai, massagista Mariceu. Recuperado, deu o troco em Nivaldo. Mas não era mais tempo de jogar. O pai, já cansado, se despedia. E passava para o filho as atribuições de roupeiro e massagista do Moto. Tritrica, goleiro do aspirante, chegava para ser auxiliar.
Por 39 anos Mariceu vivenciou muitos tempos. O de fortuna, quando a equipe principal motense tinha 10 equipagens e os quadros da base umas seis. Se aparecia um rasgão em uma delas, Mariceu pedia a equipagem e doava a equipes do Bairro da Forquilha. Sente prazer em falar do tempo dos craques. ”Se eu fosse trazer tudo na memória, era muita história”, diz ele. Pelo menos ele cita alguns nomes: Alvim da Guia (quarto-zagueiro), Décio (meia-esquerda), Omena (zagueiro), Ronaldo (médio-volante), Ananias (médio-volante e meia-direita), Laxinha (volante e meia), Baezinho (lateral-direito), Baezão (zagueiro) e Pedro (ponta-direita cearense).
Mariceu não quis ser apenas um funcionário do Moto. Criou polêmica. Fazia estardalhaços em campo. Passava-se por macumbeiro. Espalhava pó nas traves do adversário, dizendo ser benta. E, por inúmeras coincidências, a bola chegou a entrar no lugar por onde ele havia jogado o pó. Ovacionado pelo torcedores, recebia o ‘reconhecimento’ quando o encontravam. “Eu saia do estádio com os bolsos cheios”, alegra-se dos bons tempos.
Ele e finado Lucas, massagista do Sampaio, pareciam inimigos em campo. Chegavam a trocar olhares e gestos bruscos. Só que quando acabava a partida, lá iam os dois para um inferninho no Mercado Central, com nome indecoroso. “Eu e Lucas fomos criados na Vila Passos, nunca nos desentendemos. Uma vez um torcedor nos encontrou nas adjacências do Mercado Central. E perguntou como nós estávamos bebendo quase no mesmo copo, se ainda a pouco só faltávamos brigar no estádio. Desconversávamos, para não ficar muito clara a nossa amizade, senão não tinha mais graça na hora do jogo”. Com Joel, que assumiria o lugar de Lucas, foi diferente. Os dois chegaram a se agredir. “Joel jogou pimenta nos meus olhos em um Sampaio x Moto. Dei o troco uns tempos depois. Fiquei detido na delegacia até o Dr. Pereira dos Santos me mandar soltar.
Outro fator marcante que deixou Mariceu afastado do campo de jogo por três meses foi uma punição imposta pela FMD. “Novamente jogavam Sampaio e Moto. O empate era bom para o Moto. O jogo estava 1x1 quando o árbitro Nacor Arouche deu pênalti num lance que Zequinha tirou a bola de Raimundinho de forma legal. Pensei no bicho que ia perder. Perdi também a cabeça e fui pra cima de Nacor. Le chamou a polícia e a partir dai foi uma confusão danada. Fui punido com três meses de suspensão. Só ficava nas arquibancadas”.
As maiores alegrias vividas por Mariceu foram as inúmeras vitórias em cima do Sampaio. Alegra-se de ter vivenciado os títulos de 1966/67/68, 1974, 1977, 1981/82/83, 1989, 2000 e 2011.
Quando César Aboud chamou Mariceuzinho para assinar contrato no profissional, pro volta de 1965, ele recebeu oferta cinco vezes maior do Palmeiras de Caxias/MA e mudou-se para o interior. “Por dois anos fui artilheiro e auxiliar na preparação física, já que tinha convivido com grandes treinadores. Parei depois de um choque contra Nivaldo, zagueiro do Sampaio. Tive lesão nos ligamentos e meniscos”. Ficou um ano tratando a perna com o pai, massagista Mariceu. Recuperado, deu o troco em Nivaldo. Mas não era mais tempo de jogar. O pai, já cansado, se despedia. E passava para o filho as atribuições de roupeiro e massagista do Moto. Tritrica, goleiro do aspirante, chegava para ser auxiliar.
Por 39 anos Mariceu vivenciou muitos tempos. O de fortuna, quando a equipe principal motense tinha 10 equipagens e os quadros da base umas seis. Se aparecia um rasgão em uma delas, Mariceu pedia a equipagem e doava a equipes do Bairro da Forquilha. Sente prazer em falar do tempo dos craques. ”Se eu fosse trazer tudo na memória, era muita história”, diz ele. Pelo menos ele cita alguns nomes: Alvim da Guia (quarto-zagueiro), Décio (meia-esquerda), Omena (zagueiro), Ronaldo (médio-volante), Ananias (médio-volante e meia-direita), Laxinha (volante e meia), Baezinho (lateral-direito), Baezão (zagueiro) e Pedro (ponta-direita cearense).
Mariceu não quis ser apenas um funcionário do Moto. Criou polêmica. Fazia estardalhaços em campo. Passava-se por macumbeiro. Espalhava pó nas traves do adversário, dizendo ser benta. E, por inúmeras coincidências, a bola chegou a entrar no lugar por onde ele havia jogado o pó. Ovacionado pelo torcedores, recebia o ‘reconhecimento’ quando o encontravam. “Eu saia do estádio com os bolsos cheios”, alegra-se dos bons tempos.
Ele e finado Lucas, massagista do Sampaio, pareciam inimigos em campo. Chegavam a trocar olhares e gestos bruscos. Só que quando acabava a partida, lá iam os dois para um inferninho no Mercado Central, com nome indecoroso. “Eu e Lucas fomos criados na Vila Passos, nunca nos desentendemos. Uma vez um torcedor nos encontrou nas adjacências do Mercado Central. E perguntou como nós estávamos bebendo quase no mesmo copo, se ainda a pouco só faltávamos brigar no estádio. Desconversávamos, para não ficar muito clara a nossa amizade, senão não tinha mais graça na hora do jogo”. Com Joel, que assumiria o lugar de Lucas, foi diferente. Os dois chegaram a se agredir. “Joel jogou pimenta nos meus olhos em um Sampaio x Moto. Dei o troco uns tempos depois. Fiquei detido na delegacia até o Dr. Pereira dos Santos me mandar soltar.
Outro fator marcante que deixou Mariceu afastado do campo de jogo por três meses foi uma punição imposta pela FMD. “Novamente jogavam Sampaio e Moto. O empate era bom para o Moto. O jogo estava 1x1 quando o árbitro Nacor Arouche deu pênalti num lance que Zequinha tirou a bola de Raimundinho de forma legal. Pensei no bicho que ia perder. Perdi também a cabeça e fui pra cima de Nacor. Le chamou a polícia e a partir dai foi uma confusão danada. Fui punido com três meses de suspensão. Só ficava nas arquibancadas”.
As maiores alegrias vividas por Mariceu foram as inúmeras vitórias em cima do Sampaio. Alegra-se de ter vivenciado os títulos de 1966/67/68, 1974, 1977, 1981/82/83, 1989, 2000 e 2011.
Joguei com Mariceu filho 83/84 júniors do moto clube. Time da época: Sabiá, Robson, carne roxa, Jr,Ribinha, Samuel, Lélio, Nunes, Messias, Cabeça, Richarlyson, Figura, Careca. Aguardo contato! Grande abraço meu face https://www.facebook.com/dera.adc
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