Quando
ministrava as aulas de Educação Física na Universidade Federal do Maranhão
(UFMA), onde ministrava as disciplinas de Basquete e Futebol, o professor Rinaldi
Maia já demonstrava a sua marca que o tornaria conhecido dentro dos gramados,
sobretudo por aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com Rinaldi:
seriedade, profissionalismo e pontualidade. Essas são as características do
lendário treinador, uma verdadeira expressão do esporte maranhense, com
passagens, além do Papão do Norte, por Sampaio Corrêa, Maranhão e Ferroviário. Muitos
craques passaram pelas mãos dele. E todos o elogiam pela seriedade e disciplina
com que trabalhava.
Nascido
a 05 de Fevereiro de 1924, Rinaldi conviveu com o esporte desde cedo e durante
toda a sua juventude. Filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e Júlia Lauletta
Maia, o jovem Rinaldi iniciou a sua vida dentro do esporte pelo América, clube
formado por garotos do 2º ano do Ginásio e que praticava o futebol ainda
descalços. Em 1929, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, chegando
mesmo a alcançar o titulo de bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e
1942. Após a sua passagem pelo profissional do Vera Cruz, na Primeira Divisão
do nosso futebol, Rinaldi figurou pelo Sampaio Corrêa, atuando como
meia-direita e sendo cognominado de ‘Menino de Ouro’ da Bolívia, dada a maneira
como defendia as cores auri-rubro-verde. Em 1941, iniciou a sua carreira nas
quadras, defendendo as cores do time de basquetebol do Vera Cruz. Em 1942,
Rinaldi conquistou três grandes e importantes títulos: Campeão invicto de futebol
pelo Sampaio Corrêa; Campeão invicto de futebol pelo Liceu Maranhense e campeão
de basquetebol pelo Vera Cruz.
Moto Club campeão maranhense de 1966, em jogo de faixas contra o Clube do Remo (PA): em pé - Salomão Mattar, Alexandre Francis, Rinaldi Maia, Vila Nova, Campos, Paulo, Alvim da Guia, Alzimar, Laxinha, Corrêa, Baezinho, Ronaldo e Bacabal. Agachados - Baé, Zezico, Nabor, Hamilton, Jocemar, Chico, Pelezinho e Rubens.
No
ano seguinte, o jovem foi cursar Educação Física na “Escola Nacional de
Educação Física”, no Rio de Janeiro. Voltou dois anos depois, onde já havia
abandonado em definitivo o futebol, passando a dedicar-se á sua segunda paixão,
o basquete. Entre 1946 e 1948, passou a ser inspetor de Educação Física da
Secretaria do Maranhão. Em 1949 partia para exercer a mesma função na
Secretaria de Educação do Território de Roraima. Em 1960, de volta a São Luis,
passou a trabalhar no Departamento de Educação Física, Esporte e Recreação do
Maranhão (DEFER), como treinador e preparador físico. Já em 1974, Rinaldi era
professor da UFMA, onde ministrava futebol e basquete como práticas desportivas
obrigatórias para os universitários de todos os cursos. Foi Rinaldi, inclusive,
um dos responsáveis, ao lado dos professores Dimas e Cecília Moreira, pela
implantação do curso superior de Educação Física naquela universidade, que
recebeu os seus primeiros alunos desse novo curso em 1978. Era ele, no seu
tempo o único treinador do futebol maranhense diplomado pela Escola Nacional de
Educação Física e professor de Educação Física.
Professor Rinaldi Maia (primeiro em pé) com o Moto Club de 1966
Todos
os ex-atletas que contribuíram em depoimento pessoal para este trabalho e que
treinaram com Rinaldi comentaram sobre a sua postura séria e exigente. Rígido,
honesto e extremamente pontual, cobrava de todos os atletas uma postura série e
comprometedora. Era o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair. Não
admitia as famosas farras após os jogos. Quem ele encontrava bebendo recebia um
sermão. Ensinava que álcool era inimigo da preparação física. E orientava para
a importância do estudo, para que no futuro, quando o futebol passasse, ninguém
ficasse sem uma profissão. Tanta determinação com os seus atletas lhe renderam
alguns títulos: foi Campeão Maranhense pelo Sampaio Corrêa (1965 e 1975), pelo
Moto Club (1966/67), pelo Maranhão Atlético Clube (1969) e pelo Ferroviário
(1970). Rinaldi faleceu no dia 20 de Maio de 1984, aos 60 anos. Pai de três
filhos, Rinaldi Maia deixou para o desporto maranhense um grande legado, que
deve ser seguido por aqueles que almejam sucesso em sua carreira profissional:
seriedade, profissionalismo e pontualidade.
Meu saudoso querido avô
ResponderExcluirDeve ter nascido em 1914 e não 1924.
ResponderExcluirDeve ter nascido em 1914 e não 1924.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho de vocês.
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