quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Moto Club 2x2 Seleção Carioca - Jogo Amistoso 1997 - VÍDEO

Texto extraído do livro "Memória Rubro-Negra: de Moto Club a Eterno Papão do Norte"; vídeo extraído do canal Maranhão TV:

ARTILHEIRO BACABAL SE DESPEDE E MOTO EMPATA COM A SELEÇÃO DO RIO DE JANEIRO - Foi uma grande dupla festa em São Luis. A vinda da Seleção Carioca e a despedida do eterno artilheiro e ídolo Bacabal. O Moto Club de São Luis organizou um evento digno das suas tradições e da sua apaixonada torcida. Em campo, mais do que um jogo amistoso, uma prova de gratidão àquele que tanto fez pela equipe motorizada. Bacabal despedia-se de forma oficial dos gramados e nada mais justo do que realizar a sua última partida enquanto profissional pelo clube o qual o artilheiro ajudou engrandecer parte da sua maravilhosa história com gols e feitos históricos.

Raimundo Nonato Matos de Abreu Silva, o Bacabal, é filho do ex-goleiro Bacabal, ídolo do Papão do Norte nos anos 60. Iniciou a sua carreira no extinto São José, para depois transferir-se para o Maranhão Atlético Clube, onde passou oito anos sem nenhuma conquista, a sua maior frustração enquanto atleta profissional. Chegou em 1990 ao Sampaio Corrêa justamente com a fama de pé frio. Na Bolívia, porém, Bacabal foi bicampeão estadual (1990/91) e artilheiro, com 15 gols em cada ano. Artilheiro de quase todas as equipes por onde jogou, entre eles a Tuna Luso, River (PI), Matsubara (PR), Coroatá e Sport Club Belém, o “Artilheiro de Santo Antônio”, como Bacabal ficou conhecido pelos torcedores maranhenses, sempre destacou o seu amor pelo Moto Club. O sangue rubro-negro, aliás, vinha de família. Chegou ao Papão em 1992 e seria homenageado pelo Presidente José Raimundo Rodrigues na partida entre maranhenses e cariocas.

A Seleção Carioca, organizada pelo Sindicato dos Atletas do Rio de Janeiro, chegou a São Luis com dois reforços de grande nome no futebol mundial: o tetracampeão do Mundo nos EUA, Branco, e Jairzinho, o Furacão da Copa de 70. Para a partida amistosa, foram convocados ainda o ex-goleiro do Fluminense e Botafogo, Ricardo Cruz, o campeão mundial em 81 pelo Flamengo, Nunes, o tricampeão mundial em 70, Marco Antônio, além dos atletas Mendonça, Gaúcho, Alfrêdo Sampaio, Gallo, Cláudio Gomes, Celso, Jorginho, Dudu, Igor, Maurício e Júlio César. Pelo lado do rubro-negro maranhense, o amistoso seria a grande atração da abertura da temporada de 1997 do futebol maranhense, após uma excelente participação do Moto Club no Campeonato Brasileiro da Série B em 1996, quando o Papão encerrou a sua participação na oitava colocação. O evento também marcaria a apresentação do novo time do Moto para a temporada. Do elenco do ano anterior, permaneceram apenas os atletas Touro, Da Silva e Pelezinho. A novidade ficava por conta da chegada do artilheiro do Campeonato Maranhense de 1996 pelo Sampaio Corrêa, Vagner Paulista, além dos jogadores Clayton, ex-Sampaio Corrêa, Hélio Maranhense, Zé Filho e César, ex-Paysandu, Jânio, que estava no futebol da Bélgica, e Carlinhos, comprado junto ao MAC.

Antes da partida, houve um grandioso evento no Estádio Castelão, na festiva tarde de domingo do dia 02 de Março de 1997: o desfile de 66 equipes que participarão da I Copa Domingão da Sorte, promovida pela Life, além da apresentação de 650 garotos das escolinhas do Moto – escolinhas de futebol, futebol de salão, handebol, basquete, vôlei, karatê e dança. O artilheiro Bacabal entrou a campo e foi ovacionado por mais de 10 mil motenses que compareceram à sua despedida. O jogador, que utilizou a camisa 9, jogou durante apenas 15 minutos, quando a partida foi interrompida e Bacabal, substituído pelo jogador Santos, deu uma simbólica volta Olímpica acompanhado dos garotos das escolinhas do Moto. Em seguida, recebeu um troféu e uma placa oferecidos pelo clube, entregue pelo ex-presidente do Moto, Cassas de Lima.

O Rubro-negro maranhense, sob o comando do ex-jogador Rosclin, começou arrasador na partida e deu a largada no marcador logo aos 50 segundos do primeiro tempo com o atacante Clayton, que aproveitou um passe de Zé Filho para marcar 1 a 0 para o Papão. Os cariocas, formados à base de grandes nomes do futebol brasileiro e até mundial, empatou a partida apenas aos 34 minutos, quando Maurício aproveitou uma falha no setor de marcação do Moto e empatou o jogo. Na segunda etapa o time maranhense passou à frente no marcador com um gol de cabeça do estreante Vagner Paulista. Paulo Henrique, porém, decretou o último gol da partida e o empate entre maranhenses e cariocas em 2x2. Após a partida, cogitou-se a contratação de dois grandes nomes para o rubro-negro, os chamados “jogadores-bilheteria” – apenas chamariz para aumentar a renda dos jogos do Moto Club para ao Campeonato Brasileiro, pois o certame Estadual não daria renda suficiente para pagar os salários dos dois jogadores: o goleiro Ricardo Cruz e o lateral Branco podem ser as próximas contratações do Moto. A notícia que deixou os torcedores motenses satisfeitos foi dada pelo próprio presidente José Raimundo Rodrigues. Ricardo Cruz acenou com a possibilidade de vestir a camisa do Moto pois estava sem clube. Já o atleta Branco, na época, tinha propostas de clubes de São Paulo e até dos Estados Unidos. Ambos, porém, não chegaram a vestir a camisa rubro-negra, pois as negociações não tiveram andamento.

 
FICHA DO JOGO

Moto Club 2x2 Seleção Carioca
Data:
02 de março de 1997
Local: Estádio Castelão   
Renda: não divulgada
Público: 10.145 pagantes
Juiz: Sérgio Faray
Bandeirinhas: Josenil Sousa e José Lima Oliveira
Gols: Clayton aos 17, Wagner Paulista aos 25 e Maurício aos 39 minutos do primeiro tempo; Paulo Henrique aos 13 minutos do segundo tempo
Moto Club: Marcius; Elzo, Carlinhos, Paulo César e Alessandro Silva; Touro, César (Pelezinho) e Zé Filho (Hélio Maranhense); Clayton (Márcio), Wagner Paulista (Roberto) e Bacabal (Santos). Técnico: Rosclin Serra
Seleção: Ricardo Cruz; Galo, Denilson, Basílio e Marco Antonio (Mano); Celso, Dudu e Branco; Jairzinho (Ramon), Maurício e Ronaldo (Paulo Henrique). Técnico: Jorginho Replay

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