segunda-feira, 22 de abril de 2024

Briga, expulsão e confusão no jogo Maranhão 0x2 Fluminense/RJ (1946)

Na década de 1940, o Fluminense do Rio de Janeiro esteve em uma grande excursão pelo Norte e Nordeste do Brasil, passando por algumas grandes capitais, inclusive São Luís. Em nossa cidade no mês de Fevereiro de 1946, o Tricolor carioca realizaria duas exibições, diante dos outros grandes da nossa capital - Moto e Maranhão. A equipe carioca, que retornava a São Luís após breve passagem por Belém, onde havia goleado o Clube do Remo por 4 a 0, também goleou o Sampaio Corrêa, no dia 31 de Janeiro, pelo placar de 7 a 1, em jogo no Santa Izabel.

A equipe visitante chegou a nossa capital com grande cartaz, sobretudo pelo forte elenco na ocasião e pelo treinador Gentil Cardoso. A Mercearia São Luís, por exemplo, colocou em exposição em uma das vitrines da Rianil, uma garrafa de champanhe clássico Michielon, destinada ao jogador que conseguisse vencer a meta do goleiro Batatais, estreante em jogos na capital maranhense. O Fluminense trouxe para a sua excursão o seu ex-atleta amador Hélvio Furtado como árbitro.

Após golear o Moto Club pelo placar de 6 a 4, diante de 4 mil torcedores que acompanharam a partida no campo do Santa Izabel, o Fluminense encerraria a sua estadia pela nossa capital enfrentando o MAC no dia 07 de Fevereiro. E assim perfilaram as duas equipes para a partida, apitada pelo desportista Jaime Pires Leal: o Maranhão atuou com Rui; Expedito e Cosmo; Batistão, Vicente e Merci; Galego, Inaldo, Pepe, Moura e Nezinho; o Fluminense mandou a campo Batatais; Afonsinho e Haroldo; Vicentini, Pascoal e Bigode; Pinhegas, Orlando, Geraldino, Nandinho e Murilinho. Antes da partida, a Madrinha do Maranhão Atlético Clube ofertou um lindo buquê de flores ao Presidente do Fluminense e o Comandante do 24º Batalhão de Caçadores, Major Celso Freitas, fez a entrega ao Presidente do Maranhão, Tenente Argemiro Gameiro, de uma linda flâmula do Tricolor do Rio de Janeiro.

A partida seguia normalmente até os 42 minutos da etapa inicial, com a vitória do Tricolor carioca pelo placar de 1 a 0, quando uma verdadeira sessão de pancadaria se iniciou. O pernambucano Orlando, após receber uma involuntária agressão do centroavante Vicente, passou a provocar a desordem em campo. Queria brigar com qualquer um que estivesse a sua frente. E a situação piorou quando o árbitro expulsou, por engano, o jogador Bigode. Insatisfeito com a expulsão, Orlando saiu da sua posição de atacante para desafiar o ponta-esquerda Nezinho, do MAC, e dirigir palavras agressivas aos demais atletas. Seguiu-se, então, uma verdadeira batalha campal: estava disposto a bater-se com tôda aquela multidão que se comprimia no Estádio Santa Isabel. Esse seu jeito foi satisfeito quando o jogador atleticano respondeu com um sôco em Orlando. O craque de Recife avançou com uma fúria leonina sobre Nezinho e o agrediu a ponta-pés. O jogador alagoano revidou as ‘amabilidades’, mas Vicentini atacou-o pelas costas. Ai o tempo fechou, feio e forte.

Todos os jogadores do Fluminense e do Maranhão começaram a se engalfinhar em campo. As pessoas ocupantes das cadeiras na pista entraram no gramado e começaram a brigar também. A torcida da geral começou a invadir o campo. A polícia entrou em ação, mas sem resultado. Foi pedida a cooperação da força Federal. A partida ficou paralisada durante 50 minutos e a muito custo a situação foi normalizada, graças à intervenção do Exército, Polícia, Guarda-Civil e investigadores. O placar, porém, manteve-se: 2 a 0 em favor do Fluminense.

FICHA DO JOGO

Maranhão 0x2 Fluminense/RJ
Local:
Estádio Santa Izabel
Juiz: Jaime Pires Neves
Gols: Pinhegas e Geraldinho
Maranhão: Rui; Expedito e Cosmo; Batistão, Vicente e Merci; Galego, Inaldo, Pepe, Moura e Nezinho.
Fluminense/RJ: Batatais; Afonsinho e Haroldo; Vicentini, Pascoal e Bigode; Pinhegas, Orlando, Geraldino, Nandinho e Murilinho.

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