Basquete da FAME em 1954. Em pé: Raul, Hugo, Bittencourt, Daniel, Rubem Goulart e Almeida e Silva; Agachados: Teopblister, Arruda, Bragança, Ronald Carvalho e Flávio Teixeira
Matéria de Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, de 20 de Outubro de 1997
Quantas pessoas tiveram a oportunidade de treinar e chegar a ser atleta em várias modalidades? Com certeza pode-se contar nos dedos. Raul Guterres é um dos que está no rol dos mais completos. Jogou futebol, basquete, vôlei e futsal; também atuou no atletismo. Uma demonstração de muita vitalidade. Raul, quase 71 anos de idade, contabiliza o saldo deixado pelo esporte com muito discernimento. Com uma memória fantástica, ele fez questão de lembrar o nome de outros atletas que foram grades como ele. Se a nossa reportagem fosse atrás de tantas histórias, seria necessárias três páginas como esta para falar quem foi este homem, que “exclusivamente como amador”, como ele faz questão de frisar, defendeu com tanto esmero as equipes por onde passou.
O início – com 15 anos de idade, Raul, 1m60 de altura, passou a jogar no gol de futebol de campo. Era de uma impulsão e elasticidade que impressionavam. Esses dois predicativos aliados à garra terminavam fazendo com que ele fosse diferente. Sua carreira ficou marcada porque, além de tudo, Raul defendia muitos pênaltis.
Foi campeão estudantil em 42 pelo Ateneu. Ele no gol e a zaga com Biló Murad e Mário Silva (já falecido). Em 23 de Janeiro de 1943 ingressou no FAC – Futebol Atlético Clube -, time estritamente amador da primeira Divisão que disputava campeonatos ao lado de Moto, MAC, Sampaio e Tupan.
Com a extinção do FAC, aceitou o convite para defender o MAC. Nesse mesmo ano, 1943, o time foi campeão maranhense e ele estava no banco para o cearense Pintado, o gazo que passava carvão em volta dos olhos nos jogos noturnos do Estádio Santa Izabel.
Na cabeça de Raul Guterres ainda estão bem nítidos os nomes de muitos jogadores de times da década dele, de 40. Pelo MAC: Raul Guterres, Erasmo, Arel, Batistão, Vicente, Mercy, Celso Cantanhede, Inaldo, Mozart, Duo, Nezinho, Moura, Coelho, Cosmo, Dilson, Tarrindo, Tataraí, Justino e Batista; Pelo Sampaio: Baltazar (gol), Cido, Cerejo, Reginaldo, Jejeca, Decadela, Bodinho, Albano, Govani e Zé Pequeno. Pelo Moto: Rui (gol), Santiago, Carapuça, Sandoval, Frázio, Nascimento, Pepê, Galego, Valentim, Zuza e Jaime; Raul coloca no alto do pedestal dos melhores que viu atuando no futebol maranhense: Pepê, Hamilton e Croinha.
O complemento – paralelamente ao futebol, Raul Guterres jogava basquete (o segundo em preferência) no Oito de Maio, de Rubem Goulart. Conquistou o tricampeonato m 1947/48/49. Era praticamente o mesmo time que jogava vôlei, também pelo Oito de Maio, muitas vezes campeão. Como um dos que estavam na casa de João Rosa para fundar o futsal, Raul terminou sendo goleiro da “bola pesada”. E voltou a conquistar títulos: tricampeã pelo Santelmo em 1948/49/50.
O nosso atleta não media esforços para dar sua parcela de colaboração às equipes que integrava. Já cursando Direito na UFMA, participou dos Jogos Universitários pela FAME – Federação Acadêmica Maranhense de Esportes: Recife em 50, Belo Horizonte em 52 e São Paulo em 54. Além de futebol, basquete e vôlei, competia no atletismo nos saltos em altura e distância, assim como nos arremessos e lançamentos de dardo. Lembra com orgulho do Presidente da FAME em 54, o também estudante de Direito, hoje desembargador, Almeida e Silva.
Outra grande lembrança foi o “não” que deu ao Ceará Sporting (para substituir o famoso Gutemberg), ao Remo paraense (que o queria no lugar de Vélez) e ao Juventus e Portuguesa, clubes paulistas. “O estudo e o quartel não me permitiam pensar em futebol para ganhar dinheiro”, justifica-se.
Em 1947 Raul Guterres largou todos os clubes e passou a jogar somente pelo 24 BC. Porém, não deixou a vida esportiva fora do quartel. Anos mais tarde, assumiu a presidência do MAC (1965) e ficou por lá até 1971. Dos muitos títulos conquistados, ressaltamos o de bicampeão maranhense profissional em 69 e 70. Time: Lunga; Neguinho, Negão, Clésio e Carlindo; Zuza e Barrão; Valdeci, Wilson, Croinha e Alencar. Banco: Adaulto Neto, Vareta e Moacir Bueno.
Ainda foi técnico da Seleção de Pinheiro, campeão intermunicipal em 1966 e passou pela diretoria do Jaguarema de 1971 a 1973. Recebeu em 1987 a Medalha do Mérito Esportivo no fim da gestão do Secretário da SEDEL, Biló Murad. Nesse mesmo ano, na homenagem prestada no governo Cafeteira, quando assumiu a SEDEL o sobrinho Carlos Guterres, Raul recebeu uma placa que dizia: “Pela contribuição à grandeza do desporto maranhense, a homenagem do Governo do Estado”.
O início – com 15 anos de idade, Raul, 1m60 de altura, passou a jogar no gol de futebol de campo. Era de uma impulsão e elasticidade que impressionavam. Esses dois predicativos aliados à garra terminavam fazendo com que ele fosse diferente. Sua carreira ficou marcada porque, além de tudo, Raul defendia muitos pênaltis.
Foi campeão estudantil em 42 pelo Ateneu. Ele no gol e a zaga com Biló Murad e Mário Silva (já falecido). Em 23 de Janeiro de 1943 ingressou no FAC – Futebol Atlético Clube -, time estritamente amador da primeira Divisão que disputava campeonatos ao lado de Moto, MAC, Sampaio e Tupan.
Com a extinção do FAC, aceitou o convite para defender o MAC. Nesse mesmo ano, 1943, o time foi campeão maranhense e ele estava no banco para o cearense Pintado, o gazo que passava carvão em volta dos olhos nos jogos noturnos do Estádio Santa Izabel.
Na cabeça de Raul Guterres ainda estão bem nítidos os nomes de muitos jogadores de times da década dele, de 40. Pelo MAC: Raul Guterres, Erasmo, Arel, Batistão, Vicente, Mercy, Celso Cantanhede, Inaldo, Mozart, Duo, Nezinho, Moura, Coelho, Cosmo, Dilson, Tarrindo, Tataraí, Justino e Batista; Pelo Sampaio: Baltazar (gol), Cido, Cerejo, Reginaldo, Jejeca, Decadela, Bodinho, Albano, Govani e Zé Pequeno. Pelo Moto: Rui (gol), Santiago, Carapuça, Sandoval, Frázio, Nascimento, Pepê, Galego, Valentim, Zuza e Jaime; Raul coloca no alto do pedestal dos melhores que viu atuando no futebol maranhense: Pepê, Hamilton e Croinha.
O complemento – paralelamente ao futebol, Raul Guterres jogava basquete (o segundo em preferência) no Oito de Maio, de Rubem Goulart. Conquistou o tricampeonato m 1947/48/49. Era praticamente o mesmo time que jogava vôlei, também pelo Oito de Maio, muitas vezes campeão. Como um dos que estavam na casa de João Rosa para fundar o futsal, Raul terminou sendo goleiro da “bola pesada”. E voltou a conquistar títulos: tricampeã pelo Santelmo em 1948/49/50.
O nosso atleta não media esforços para dar sua parcela de colaboração às equipes que integrava. Já cursando Direito na UFMA, participou dos Jogos Universitários pela FAME – Federação Acadêmica Maranhense de Esportes: Recife em 50, Belo Horizonte em 52 e São Paulo em 54. Além de futebol, basquete e vôlei, competia no atletismo nos saltos em altura e distância, assim como nos arremessos e lançamentos de dardo. Lembra com orgulho do Presidente da FAME em 54, o também estudante de Direito, hoje desembargador, Almeida e Silva.
Outra grande lembrança foi o “não” que deu ao Ceará Sporting (para substituir o famoso Gutemberg), ao Remo paraense (que o queria no lugar de Vélez) e ao Juventus e Portuguesa, clubes paulistas. “O estudo e o quartel não me permitiam pensar em futebol para ganhar dinheiro”, justifica-se.
Em 1947 Raul Guterres largou todos os clubes e passou a jogar somente pelo 24 BC. Porém, não deixou a vida esportiva fora do quartel. Anos mais tarde, assumiu a presidência do MAC (1965) e ficou por lá até 1971. Dos muitos títulos conquistados, ressaltamos o de bicampeão maranhense profissional em 69 e 70. Time: Lunga; Neguinho, Negão, Clésio e Carlindo; Zuza e Barrão; Valdeci, Wilson, Croinha e Alencar. Banco: Adaulto Neto, Vareta e Moacir Bueno.
Ainda foi técnico da Seleção de Pinheiro, campeão intermunicipal em 1966 e passou pela diretoria do Jaguarema de 1971 a 1973. Recebeu em 1987 a Medalha do Mérito Esportivo no fim da gestão do Secretário da SEDEL, Biló Murad. Nesse mesmo ano, na homenagem prestada no governo Cafeteira, quando assumiu a SEDEL o sobrinho Carlos Guterres, Raul recebeu uma placa que dizia: “Pela contribuição à grandeza do desporto maranhense, a homenagem do Governo do Estado”.
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