Texto extraído da coluna"Por Onde Anda Você?", do jornal O Estado do Maranhão, na década de 90
“Filho de peixe, peixinho é”. Assim diz o velho ditado, que é absolutamente correto quando se refere a Yomar. O pai dele, Manoel Cotia, foi um habilidoso ponta-esquerda que jogou na década de 40 no Moto Club e Sampaio Corrêa, criou oito filhos e tinha esperança de que um deles jogasse futebol. A realização do sonho veio com o terceiro filho, que acabou sendo um dos principais meio-campistas que passaram pelo Moto Club e Maranhão Atlético Clube. Foi reconhecido pelo comentarista da Rádio Timbira do Maranhão, José de Assis, como um senhor jogador de futebol.
Os primeiros contatos de Yomar com uma bola de futebol não podiam ser melhores. O próprio pai, Manoel Cotia, um ponta-esquerda que era reverenciado pelas torcidas de Moto e Sampaio Corrêa – clubes que jogou na década de 40 – tratou de ensinar os primeiros passos ao garoto. Manoel Cotia, sampaíno de coração, sempre dizia aos amigos que gostaria de realizar dois sonhos: um, jogar no clube da sua paixão, o que acabou se concretizando quando vestiu a tradicional camisa tricolor do Sampaio. Sonho número dois: ter um filho que seguisse a carreira dele. Através de Yomar, outro pedido atendido. O pai teve a glória de bater no peito e dizer: “meu filho é craque”. O jogador foi um grande atleta profissional do Moto, MAC e Vitória do Mar.
No começo, campo da Salina da Fé em Deus, hoje Monte Castelo, Yomar era um garoto baixinho, magrinho, daqueles que “não se dá um tostão”. Mas era um talento. Corajoso, chute forte, inteligente, de incomum habilidade e muito técnico, foi se destacando ao longo dos anos. Aos 16 anos de idade (1963), já estava passando por um teste no Maranhão Atlético Clube. “Não me recordo quem me levou ao MAC. O que lembro perfeitamente foi que Calazans (auxiliar técnico) e Ênio Silva (técnico)do time profissional do MAC me viram treinar no juvenil, gostaram e me promoveram para a equipe principal do Glorioso, o que foi uma enorme satisfação para mim”.
A estreia oficial de Yomar no MAC só aconteceu dois anos (1965), no Troneio Maranhão/Piauí, em Teresina, contra o Flamengo/PI. Ele dá a escalação: Lunga. Neguinho, Negão, Clécio e Carlindo; Zuza e Barrão; Yomar, Wilson, Croinha e Neto. E acrescenta: “Vencemos por 2 x 1, gols marcados por Croinha. Esse time era bom. Só entrei porque o técnico Ênio Silva discutiu com o ponta Alencar e sacou=o do time, me colocando como o quarto homem de meio-de-campo”.
Nessa estreia de Yomar no time profissional do MAC, última rodada do torneio, o Moto jogava paralelamente contra o River/PI e por um simples empate levava o título. Quando acabou o jogo em São Luís, os motenses haviam empatado e o MAC estava perdendo por 1 a 0 para o Flamengo/PI, em Teresina, e só faltavam cinco minutos para encerrar o segundo tempo de jogo. “Ficamos sabendo que os motenses já davam a tradicional volta olímpica, comemorando o título, mesmo antes do nosso jogo terminar. Só que nós botamos água no chop deles. Em menos de 4 minutos Croinha fez dos gols e fomos nós que ficamos com o caneco de campeão”. Depois disso, Yomar não saiu mais do time. Ele começou jogando de ponta-direita e depois se firmou no meio-de-campo como cabeça de área ou meia direita.
Yomar era um jogador provocador. Irritava os adversários com deboches, talvez porque tinha, como poucos, extrema intimidade com a bola. O auge da carreira ocorreu nos anos de 1969/70, quando o MAC conquistou o bicampeonato estadual de forma incontestável. O time teve várias formações. Para ele, a melhor, a de 70, formou com Da Siva; Baezinho, Sansão, Luís Carlos e Elias; Yomar e Almir; Euzébio, Antônio Carlos, Walker e Hamilton. No banco ficavam revezando Jacinto, Dario, Ivanildo, Riba e Jorge da Silva.
Yomar se destacou como profissional com outras grandes características que o tornaram respeitado: marcação forte que impunha aos adversários, além de excelente preparo físico, boa colocação, precisão nos passes e um chute forte que e vez em quando pegava os goleiros desprevenidos. Sempre foi um bom amigo e se entregou de corpo e alma a defender as cores do Maranhão Atlético Clube.
Ele lembra que na sua época os destaques dos times profissionais eram os meio-campistas: “No MAC todos conheciam eu e Toca ou eu e Almir. No Sampaio tinham Santana e Carlos Alberto. No Moto a dupla era formada por Ananias e Ronaldo ou Gojoba e no Ferroviário a sensação era Nélio e Barrão. Todos excelentes jogadores, super identificados com as torcidas”.
O jogo da carreira de Yomar aconteceu em 1970, no Estádio Nhozinho Santos. Era um domingo. O primeiro filho (Júlio César) havia nascido pela manhã. À tarde, o MAC enfrentou o Ferroviário debaixo de uma forte chuva. O MAC perdia por 2 a 0. No segundo tempo a chuva parou, o campo enxugou e Yomar fez três gols, levando o clube à vitória. “Os atletas ficaram tão contentes que jogavam dinheiro pra mim quando eu deixava o campo. Saí feliz da vida e com a grana ganha comprei no dia seguinte o enxoval do meu filho”. Foi depois dessa brilhante apresentação do MAC e de Yomar que José de Assis, comentarista na época da equipe esportiva da Rádio Timbira do Maranhão, disse ao final da transmissão que Yomar deveria ser lembrado sempre como um senhor jogado de futebol.
O MAC contou com o futebol de Yomar até 1971. Em 1972 ele se transferiu para o Moto, onde foi campeão do Torneio Maranhão/Pará. Em 1973 jogou seis meses no Vitória do Mar e ainda voltou a vestir a camisa atleticana por uns três meses. No mesmo ano parou com o profissionalismo, quando tinha apenas 26 anos de idade e já estava empregado na Secretaria de Agricultura do Maranhão.
Os primeiros contatos de Yomar com uma bola de futebol não podiam ser melhores. O próprio pai, Manoel Cotia, um ponta-esquerda que era reverenciado pelas torcidas de Moto e Sampaio Corrêa – clubes que jogou na década de 40 – tratou de ensinar os primeiros passos ao garoto. Manoel Cotia, sampaíno de coração, sempre dizia aos amigos que gostaria de realizar dois sonhos: um, jogar no clube da sua paixão, o que acabou se concretizando quando vestiu a tradicional camisa tricolor do Sampaio. Sonho número dois: ter um filho que seguisse a carreira dele. Através de Yomar, outro pedido atendido. O pai teve a glória de bater no peito e dizer: “meu filho é craque”. O jogador foi um grande atleta profissional do Moto, MAC e Vitória do Mar.
No começo, campo da Salina da Fé em Deus, hoje Monte Castelo, Yomar era um garoto baixinho, magrinho, daqueles que “não se dá um tostão”. Mas era um talento. Corajoso, chute forte, inteligente, de incomum habilidade e muito técnico, foi se destacando ao longo dos anos. Aos 16 anos de idade (1963), já estava passando por um teste no Maranhão Atlético Clube. “Não me recordo quem me levou ao MAC. O que lembro perfeitamente foi que Calazans (auxiliar técnico) e Ênio Silva (técnico)do time profissional do MAC me viram treinar no juvenil, gostaram e me promoveram para a equipe principal do Glorioso, o que foi uma enorme satisfação para mim”.
A estreia oficial de Yomar no MAC só aconteceu dois anos (1965), no Troneio Maranhão/Piauí, em Teresina, contra o Flamengo/PI. Ele dá a escalação: Lunga. Neguinho, Negão, Clécio e Carlindo; Zuza e Barrão; Yomar, Wilson, Croinha e Neto. E acrescenta: “Vencemos por 2 x 1, gols marcados por Croinha. Esse time era bom. Só entrei porque o técnico Ênio Silva discutiu com o ponta Alencar e sacou=o do time, me colocando como o quarto homem de meio-de-campo”.
Nessa estreia de Yomar no time profissional do MAC, última rodada do torneio, o Moto jogava paralelamente contra o River/PI e por um simples empate levava o título. Quando acabou o jogo em São Luís, os motenses haviam empatado e o MAC estava perdendo por 1 a 0 para o Flamengo/PI, em Teresina, e só faltavam cinco minutos para encerrar o segundo tempo de jogo. “Ficamos sabendo que os motenses já davam a tradicional volta olímpica, comemorando o título, mesmo antes do nosso jogo terminar. Só que nós botamos água no chop deles. Em menos de 4 minutos Croinha fez dos gols e fomos nós que ficamos com o caneco de campeão”. Depois disso, Yomar não saiu mais do time. Ele começou jogando de ponta-direita e depois se firmou no meio-de-campo como cabeça de área ou meia direita.
Yomar era um jogador provocador. Irritava os adversários com deboches, talvez porque tinha, como poucos, extrema intimidade com a bola. O auge da carreira ocorreu nos anos de 1969/70, quando o MAC conquistou o bicampeonato estadual de forma incontestável. O time teve várias formações. Para ele, a melhor, a de 70, formou com Da Siva; Baezinho, Sansão, Luís Carlos e Elias; Yomar e Almir; Euzébio, Antônio Carlos, Walker e Hamilton. No banco ficavam revezando Jacinto, Dario, Ivanildo, Riba e Jorge da Silva.
Yomar se destacou como profissional com outras grandes características que o tornaram respeitado: marcação forte que impunha aos adversários, além de excelente preparo físico, boa colocação, precisão nos passes e um chute forte que e vez em quando pegava os goleiros desprevenidos. Sempre foi um bom amigo e se entregou de corpo e alma a defender as cores do Maranhão Atlético Clube.
Ele lembra que na sua época os destaques dos times profissionais eram os meio-campistas: “No MAC todos conheciam eu e Toca ou eu e Almir. No Sampaio tinham Santana e Carlos Alberto. No Moto a dupla era formada por Ananias e Ronaldo ou Gojoba e no Ferroviário a sensação era Nélio e Barrão. Todos excelentes jogadores, super identificados com as torcidas”.
O jogo da carreira de Yomar aconteceu em 1970, no Estádio Nhozinho Santos. Era um domingo. O primeiro filho (Júlio César) havia nascido pela manhã. À tarde, o MAC enfrentou o Ferroviário debaixo de uma forte chuva. O MAC perdia por 2 a 0. No segundo tempo a chuva parou, o campo enxugou e Yomar fez três gols, levando o clube à vitória. “Os atletas ficaram tão contentes que jogavam dinheiro pra mim quando eu deixava o campo. Saí feliz da vida e com a grana ganha comprei no dia seguinte o enxoval do meu filho”. Foi depois dessa brilhante apresentação do MAC e de Yomar que José de Assis, comentarista na época da equipe esportiva da Rádio Timbira do Maranhão, disse ao final da transmissão que Yomar deveria ser lembrado sempre como um senhor jogado de futebol.
O MAC contou com o futebol de Yomar até 1971. Em 1972 ele se transferiu para o Moto, onde foi campeão do Torneio Maranhão/Pará. Em 1973 jogou seis meses no Vitória do Mar e ainda voltou a vestir a camisa atleticana por uns três meses. No mesmo ano parou com o profissionalismo, quando tinha apenas 26 anos de idade e já estava empregado na Secretaria de Agricultura do Maranhão.
Uma das formações do MAC em 1969. Em pé: Zé Neguinho, Da Silva, Luís Carlos, Smith, Yomar e Kelé; Agachados: Euzébio, Riba, Hamilton, Toca e Dario
Bicampeonato estadual do MAC em 1969/70
Yomar, o terceiro em pé, no MAC, em 1970
Uma das formações do MAC no bicampeonato de 1970. Em pé: Brito, Baezinho, Yomar, Luís Carlos, Sansão e Elias; agachados: Euzébio, Hamilton, Antônio Carlos, Almir, Dario e Marciano (massagista)
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