Matéria de
Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do
Jornal O Estado do Maranhão, dia 19 de Janeiro de 1998
Moto em 1948. Em pé: Merci, Gegeca, Dengoso, Santiago, Walber Penha e Mourãozinho. Agachados: Galego, Ananias, Batistão, Tidão e Zé Pequeno
Em meio aos maiores conquistadores de títulos do futebol maranhense, figura o nome de Walber Penha, goleiro que faz parte da história do nosso esporte por ter tido um grande desempenho em toda sua carreira de atleta. Nos seus 22 anos de atividades, com passagem pelos clubes MAC, Moto e Ferroviário, foi campeão dez vezes. De quebra, ainda tem mais três primeiras colocações dos tempos de estudante do Colégio São Luís.
Dedicado, disciplinado, apaixonado pelos times que defendia e pela posição que escolhera. Raçudo ao ponto de jogar até com um tornozelo fraturado. Assim era Walber Penha, que aos 10 anos de idade já ensaiava defesas com bola de pano que ele mesmo atirava na parede. Um espécie de treino para o futuro “guarda-valas”.
A paixão se tornou mais forte no dia em que ele viu Amado, do MAC, jogando no campo do Luso, próximo ao atual Hospital Português. “Fui ver o Maranhão Atlético Clube e Itararé (1935) e quem se empolgou foi o goleiro. Saí de lá deslumbrado e louco para fazer aquelas defesas incríveis que Amado fazia”, conta.
O garoto procurou seguir na mesma posição. Em 1941, com 16 anos, entrou para a equipe do Colégio São Luís, que iria disputar o Campeonato Estudantil. “Fui tricampeão até 1943, sendo este último título conquistado de forma invicta e sem levar um gol”, orgulha-se ele.
Pé quente – um ano antes, em 1942, Walber Penha estava no Maranhão Atlético Clube, atendendo a um convite feito por Nicolau Duailibe. Em 1943, mostrava que era bom embaixo das traves e tinha “pé-quente”. Revezando na posição com Caranguejo, levou o MAC a ser campeão Estadual”.
Em 1944 o Moto formou um dos maiores times de sua história, chegando a ser heptacampeão maranhense (1944/45/46/47/48/49/50). Walber Penha estava lá, fazendo parte desse período, dividindo a posição com China – um paraense que morreu quando estava há seis meses aqui – e com o veterano Rui, também paraense que jogava no Fortaleza.
Obedecendo uma disciplina rígida imposta por César Aboud, Presidente rubro-negro, Walber Penha lembra como as concentrações no Estádio Santa Izabel eram saudáveis. “O time dava orgulho e os dirigentes cuidava dos mínimos detalhes para nos agradar. A limpeza era a toda prova”.
Com nomes como Rui, Walber Penha, Zuza, Pepê, Jaime, Galego, Nascimento, Mozart, Gegeca, Sandoval, Frázio, Mourãozinho, o Moto era intitulado Papão do Norte porque não havia adversário que o derrotasse. Em 1948, no Torneio dos Campeões do Norte, com a participação de Fortaleza e Paysandu em São Luís, o clube dava show, levando mais um troféu.
Dedicado, disciplinado, apaixonado pelos times que defendia e pela posição que escolhera. Raçudo ao ponto de jogar até com um tornozelo fraturado. Assim era Walber Penha, que aos 10 anos de idade já ensaiava defesas com bola de pano que ele mesmo atirava na parede. Um espécie de treino para o futuro “guarda-valas”.
A paixão se tornou mais forte no dia em que ele viu Amado, do MAC, jogando no campo do Luso, próximo ao atual Hospital Português. “Fui ver o Maranhão Atlético Clube e Itararé (1935) e quem se empolgou foi o goleiro. Saí de lá deslumbrado e louco para fazer aquelas defesas incríveis que Amado fazia”, conta.
O garoto procurou seguir na mesma posição. Em 1941, com 16 anos, entrou para a equipe do Colégio São Luís, que iria disputar o Campeonato Estudantil. “Fui tricampeão até 1943, sendo este último título conquistado de forma invicta e sem levar um gol”, orgulha-se ele.
Pé quente – um ano antes, em 1942, Walber Penha estava no Maranhão Atlético Clube, atendendo a um convite feito por Nicolau Duailibe. Em 1943, mostrava que era bom embaixo das traves e tinha “pé-quente”. Revezando na posição com Caranguejo, levou o MAC a ser campeão Estadual”.
Em 1944 o Moto formou um dos maiores times de sua história, chegando a ser heptacampeão maranhense (1944/45/46/47/48/49/50). Walber Penha estava lá, fazendo parte desse período, dividindo a posição com China – um paraense que morreu quando estava há seis meses aqui – e com o veterano Rui, também paraense que jogava no Fortaleza.
Obedecendo uma disciplina rígida imposta por César Aboud, Presidente rubro-negro, Walber Penha lembra como as concentrações no Estádio Santa Izabel eram saudáveis. “O time dava orgulho e os dirigentes cuidava dos mínimos detalhes para nos agradar. A limpeza era a toda prova”.
Com nomes como Rui, Walber Penha, Zuza, Pepê, Jaime, Galego, Nascimento, Mozart, Gegeca, Sandoval, Frázio, Mourãozinho, o Moto era intitulado Papão do Norte porque não havia adversário que o derrotasse. Em 1948, no Torneio dos Campeões do Norte, com a participação de Fortaleza e Paysandu em São Luís, o clube dava show, levando mais um troféu.
Praia de Tambaú, João Pessoa/PB, em 1950. Em pé: Gegeca, Santiago, Ananias e Nonato Masson. Agachados: Cosmo e Walber
Uma desavença com a FMD fez o Moto tirar o time do Campeonato Maranhense em 51 e 52. Walber Penha também parou por dois anos. Estava de volta em 53 e em 55 foi ser novamente, como goleiro e como treinador. “O Moto voltou sem dinheiro. Todo mundo foi colaborar e eu terminei sendo técnico e atleta ao mesmo tempo”. Na decisão contra o MAC, a atuação dele valeu o título O juiz Nélio Vasconcelos marcou dois pênaltis em favor do Maranhão. Walber defendeu todos os dois. A vitória rubro-negra por 1x0 saiu dos pés de Bezão.
Apoteose – Em toda sua carreira, Walber Penha só recebeu elogios. Mas o maior de todos veio em uma derrota da Seleção Maranhense em Fortaleza, em 1856.O Maranhão venceu aqui por 4x2. Na partida de volta, perdeu no tempo normal por 3x0 e na prorrogação também por 3x0. O jornalista Antônio Mazzoni não quis comentar o jogo, criticando de uma certa forma a Seleção Maranhense. Passou a crônica inteira a tecer elogios aos goleiro. “Porque deixou passar seis bolas? Ora, amigos, vocês já viram um homem vencer onze? Nem mesmo depois de sua contusão ele deixou de ser o Walber maiúsculo, o Walber estupendo, o Walber magnífico”. Foi mais além da reportagem. Procurou uma palavra que pudesse definir a atuação de Walber Penha. “Talvez Apoteose sirva”, escrevia o jornalista.
Como goleiro da Seleção, atou em 1944, 1948, 1950, 1954, 1956 e 1959, sempre de forma magnífica. Aliás, talento e correção da vida de Walber Penha mostrou em toda sua carreira. Não foi à toa o convite ele integrar o Ferroviário, bicampeão em 1957 e 1958.
O maior dos prêmios – sem nunca ter levado um cartão em toda a sua vida, considerado muitas vezes o Craque do Ano, recebeu em 1958 o prêmio “Belfort Duarte”, outorgado pela Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF, em um documento assinado pelo Presidente João Havelange, prova maior de sua maneira disciplinar de ser.
Já com 36 anos de díade, como jogador do MAC, Walber parou. Confessando-se maqueano, ainda chegou a ser treinador do clube em 1963, mas logo resolveu abandonar a profissão, deixando não só uma lacuna, mas um exemplo.
Apoteose – Em toda sua carreira, Walber Penha só recebeu elogios. Mas o maior de todos veio em uma derrota da Seleção Maranhense em Fortaleza, em 1856.O Maranhão venceu aqui por 4x2. Na partida de volta, perdeu no tempo normal por 3x0 e na prorrogação também por 3x0. O jornalista Antônio Mazzoni não quis comentar o jogo, criticando de uma certa forma a Seleção Maranhense. Passou a crônica inteira a tecer elogios aos goleiro. “Porque deixou passar seis bolas? Ora, amigos, vocês já viram um homem vencer onze? Nem mesmo depois de sua contusão ele deixou de ser o Walber maiúsculo, o Walber estupendo, o Walber magnífico”. Foi mais além da reportagem. Procurou uma palavra que pudesse definir a atuação de Walber Penha. “Talvez Apoteose sirva”, escrevia o jornalista.
Como goleiro da Seleção, atou em 1944, 1948, 1950, 1954, 1956 e 1959, sempre de forma magnífica. Aliás, talento e correção da vida de Walber Penha mostrou em toda sua carreira. Não foi à toa o convite ele integrar o Ferroviário, bicampeão em 1957 e 1958.
O maior dos prêmios – sem nunca ter levado um cartão em toda a sua vida, considerado muitas vezes o Craque do Ano, recebeu em 1958 o prêmio “Belfort Duarte”, outorgado pela Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF, em um documento assinado pelo Presidente João Havelange, prova maior de sua maneira disciplinar de ser.
Já com 36 anos de díade, como jogador do MAC, Walber parou. Confessando-se maqueano, ainda chegou a ser treinador do clube em 1963, mas logo resolveu abandonar a profissão, deixando não só uma lacuna, mas um exemplo.
bom dia
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