Matéria publicada no dia 16 de Novembro de 1998, e revisada (Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão).
Em uma posição tão ingrata e pouco conhecida, Batatais conseguiu deixar seu nome escrito nos anais do futebol maranhense. E não foi só porque era um goleiro bom e arrojado. A alegria e vontade de jogar fizeram a diferença deste grande atleta do passado, campeão em 1952 pelo mais importante time da estiva estadual, o Vitória do Mar. Hoje nós tiramos o chapéu para reverenciá-lo, deixando para as novas gerações um pouco de sua bela história de vida.
Com ele tudo começou por acaso. Na família de cinco irmão, ninguém gostava de brincar de bola. O pequeno Raimundo Nonato Alves, com nove anos, saída de casa sozinho e ia bater sua pelada nos fundos do 24º BC, onde funcionava um salina, no Bairro do João Paulo. Era lateral-direito razoável. Não jogava bem, mas a “curriola” o aceitava. Um dia o goleiro não apareceu na pelada e, por ser um dos piores na linha, foi intimado a jogar no gol. “Nessa época (1934), o goleiro que estava na crista da onda era Batatais, que jogava no Fluminense do Rio de Janeiro e na Seleção Brasileira. Como na pelada eu fechei o gol, inclusive defendendo muitos pênaltis, um amigo meu chamado Sapeca gritava em alto e bom som que eu era parecido com o Batatais e que por mim não passava nada. É logico que o apelido pegou. E com orgulho o carrego até hoje comigo”, brincou o nosso querido Raimundo Nonato Alves, que a partir de então passou a ser o Batatais.
Nascido e criado no Bairro do João Paulo, o pequeno Batatais começou a fazer história. Deixou as peladas no campo da salina e foi jogar no campo onde hoje está o Colégio São Vicente de Paula. “Foi um período marcante porque tinha o time das freiras e dos padres. Ninguém queria perder e a cada semana a rivalidade aumentava”, relembra. Aos 12 anos de idade (1937), Batatais mudou-se para o Bairro da Floresta, onde hoje é a Liberdade. Lá, jogou no Nacional, do próprio bairro. A passagem foi rápida. EM uma outra temporada, jogou pelo Madureira do Monte Castelo. Por lá passou um bom tempo. Quase dez anos depois, estava de volta à Floresta, jogando pelo Aliados, um time super organizado, que tinha Saraiva como líder. “Eu já estava com 24 anos de idade (1949) e juntamente com Diomar e Camarão; Firmino, Baezão e Bernardão; Calambão, Valentim, Sousa, Zabega e Zé Baixo, conquistamos o Campeonato Amador de São Luís. Era um grande time".
Por causa da campanha do título amador de 1949 pelo Aliados, o Sampaio Corrêa se interessou pelo passe de Batatais e o contratou, depois de pagar Cr$ 2 mil a Saraiva. “Ninguém ganhava dinheiro com futebol naquela época. Fui para o Sampaio Corrêa e fiquei na reserva de coveiro. Tive o prazer de jogar com Reginaldo “Mucurão”, Arnaldo, Capulcão, Capulquinho, Henrique Santos e os paraenses Vedi e Jaçanã. O Sampaio de 1950 estava “quebrado” e era dirigido pelo então Prefeito de São Luís, Antônio Euzébio Costa Rodrigues. O ano não foi bom para o Tricolor de São Pantaleão”.
Com ele tudo começou por acaso. Na família de cinco irmão, ninguém gostava de brincar de bola. O pequeno Raimundo Nonato Alves, com nove anos, saída de casa sozinho e ia bater sua pelada nos fundos do 24º BC, onde funcionava um salina, no Bairro do João Paulo. Era lateral-direito razoável. Não jogava bem, mas a “curriola” o aceitava. Um dia o goleiro não apareceu na pelada e, por ser um dos piores na linha, foi intimado a jogar no gol. “Nessa época (1934), o goleiro que estava na crista da onda era Batatais, que jogava no Fluminense do Rio de Janeiro e na Seleção Brasileira. Como na pelada eu fechei o gol, inclusive defendendo muitos pênaltis, um amigo meu chamado Sapeca gritava em alto e bom som que eu era parecido com o Batatais e que por mim não passava nada. É logico que o apelido pegou. E com orgulho o carrego até hoje comigo”, brincou o nosso querido Raimundo Nonato Alves, que a partir de então passou a ser o Batatais.
Nascido e criado no Bairro do João Paulo, o pequeno Batatais começou a fazer história. Deixou as peladas no campo da salina e foi jogar no campo onde hoje está o Colégio São Vicente de Paula. “Foi um período marcante porque tinha o time das freiras e dos padres. Ninguém queria perder e a cada semana a rivalidade aumentava”, relembra. Aos 12 anos de idade (1937), Batatais mudou-se para o Bairro da Floresta, onde hoje é a Liberdade. Lá, jogou no Nacional, do próprio bairro. A passagem foi rápida. EM uma outra temporada, jogou pelo Madureira do Monte Castelo. Por lá passou um bom tempo. Quase dez anos depois, estava de volta à Floresta, jogando pelo Aliados, um time super organizado, que tinha Saraiva como líder. “Eu já estava com 24 anos de idade (1949) e juntamente com Diomar e Camarão; Firmino, Baezão e Bernardão; Calambão, Valentim, Sousa, Zabega e Zé Baixo, conquistamos o Campeonato Amador de São Luís. Era um grande time".
Por causa da campanha do título amador de 1949 pelo Aliados, o Sampaio Corrêa se interessou pelo passe de Batatais e o contratou, depois de pagar Cr$ 2 mil a Saraiva. “Ninguém ganhava dinheiro com futebol naquela época. Fui para o Sampaio Corrêa e fiquei na reserva de coveiro. Tive o prazer de jogar com Reginaldo “Mucurão”, Arnaldo, Capulcão, Capulquinho, Henrique Santos e os paraenses Vedi e Jaçanã. O Sampaio de 1950 estava “quebrado” e era dirigido pelo então Prefeito de São Luís, Antônio Euzébio Costa Rodrigues. O ano não foi bom para o Tricolor de São Pantaleão”.
Sampaio Corrêa em 1950: Batatais era o goleiro. Junto na foto estãi Professor Rubem Goulart, Palheta, Capulcão, Capulquinho, Henrique Santos e os paraenses Vedi e Jaçanã
Em 1951, Batatais recebeu um convite para jogar no time da Estiva de São Luís, mantido pelo Sindicato dos Estivadores da Ilha: o Vitória do Mar Futebol Clube. “Recebi uma proposta tentadora: se ganhássemos o Campeonato, eu e e toda a turma seríamos contratados para trabalhar na Estiva. Graças a Deus fizemos um bom campeonato em 51 e em 1952 fomos campeões invictos do Estadual. Foi um único título conquistado pelo Vitória do Mar em toda sua história. Me lembro do time como se fosse hoje: Eu no gol e mais Mizael e João Cinco; Lourival, Lelé e Zé Rocha (irmão de Neguinho, que jogou no Ferroviário, Moto, MAC e outros times de São Luís); Chapola, Benedito, Gafanhoto, Ivan e Lobato. Satisfeito por ter sido empregado no Sindicato dos Estivadores, Batatais praticamente pagava para jogar. “Eu e meus companheiros tínhamos que pagar, mensalmente, cerca de Cr$ 20. Ficava evidente que não jogávamos por dinheiro e sim pelo emprego. A contribuição de Cr$ 20 era descontada em nossos contracheques. Mesmo pagando para jogar, era bom demais”.
Batatais era um goleiro de 1.67 de altura e pesava 65 quilos. Podia estar fora dos padrões, mas era destaque, juntamente com feras como Bacabal (Moto), Walber Penha (Moto e Ferroviário), Baltazar, Zé Raimundo e Escurinho (Sampaio Corrêa). Foi um goleiro arrojado, esperto, inteligente, apesar da altura e do peso, era respeitado pelos atacantes e admiradores pelas torcidas, principalmente porque estava sempre de bom humor e de bem com a vida. Ele dava um espetáculo ao público que ia aos estádios. Mesmo quando uma bola era de fácil defesa, fazia um carnaval. “A minha torcida e a adversária gostavam e aplaudiam minhas iniciativas”,
Com 39/40 anos de idade (1964/65), quando já era reserva de Bastos no Vitória do Mar, Batatais resolveu parar com a bola profissionalmente. “Não dava mais para mim. Como gostava demais da bola, continuei jogando no 18 de Outubro (time batizado com a data do dia do Estivador em São Luís)”. Ele jogava ao lado de Mizael e Lourival, dentre outros. O time também era controlado pelo Sindicato dos Estivadores da Ilha. “Nessa época passei a não ganhar mais nada com a bola, nem presentes. Ai resolvi parara definitivamente com a atividade”.
Batatais era um goleiro de 1.67 de altura e pesava 65 quilos. Podia estar fora dos padrões, mas era destaque, juntamente com feras como Bacabal (Moto), Walber Penha (Moto e Ferroviário), Baltazar, Zé Raimundo e Escurinho (Sampaio Corrêa). Foi um goleiro arrojado, esperto, inteligente, apesar da altura e do peso, era respeitado pelos atacantes e admiradores pelas torcidas, principalmente porque estava sempre de bom humor e de bem com a vida. Ele dava um espetáculo ao público que ia aos estádios. Mesmo quando uma bola era de fácil defesa, fazia um carnaval. “A minha torcida e a adversária gostavam e aplaudiam minhas iniciativas”,
Com 39/40 anos de idade (1964/65), quando já era reserva de Bastos no Vitória do Mar, Batatais resolveu parar com a bola profissionalmente. “Não dava mais para mim. Como gostava demais da bola, continuei jogando no 18 de Outubro (time batizado com a data do dia do Estivador em São Luís)”. Ele jogava ao lado de Mizael e Lourival, dentre outros. O time também era controlado pelo Sindicato dos Estivadores da Ilha. “Nessa época passei a não ganhar mais nada com a bola, nem presentes. Ai resolvi parara definitivamente com a atividade”.
Essa matéria no jornal teve a contribuição do meu pai, que teve contato com Batatais até os últimos dias de sua vida
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