Aos 10 anos de idade ele aprendeu o ofício de alfaiate. Poderia ficar só entre linhas, agulhas, tecido se clientes, mas o garoto Calazans, seus 13 para 14 anos, tinha fascínio pelo futebol. Jogava nos finais de semana no Tabocal, como um meia-esquerda marcador, daqueles do tipo “carrapato”, que não desgrudava do adversário e que sempre era convidado para estar entre os titulares. Uma contusão o fez participar de uma única temporada como atleta profissional. Incentivado por amigos – que conheciam sua capacidade de análise técnica – acabou sendo promovido a treinador. Por muito tempo conciliou as atividades de dono de alfaiataria com o trabalho no futebol profissional. Por isso, Calazans ficou conhecido com um técnico sob medida.
Ele é de 27 de Agosto de 1934. Nasceu no Bairro do Monte Castelo, em São Luis. Eudes Calazans de Jesus, caçula dos homens entre dez irmãos, logo depois que a família mudou-se para a Vila Passos, foi iniciado na bola. De lá, quando tinha de 13 para 14 anos de idade, ingressou no Santa Isabel, time que era dirigido pelo Nego Dô e que disputava o campeonato do Tabocal. Gostava de jogar na lateral ou meia-esquerda. Era do tipo carrapato: quando grudava no adversário, não queria largar. O interessante é que normalmente o meia é um cara que não marca e se preocupa apenas com a armação das jogadas. O bom marcador Calazans ficou uns quatro anos no Santa Cruz. Assim que foi prestar serviço militar no 24 BC, ingressou no time do quartel, o famoso General Sampaio. “Nessa época, jogavam comigo Ribeiro (Garfo de Pau) e Nabor. Dois craques do futebol maranhense”.
Bom 19 anos de idade, Calazans, depois que deu baixa no quartel, trocou o time do General Sampaio pelo Botafogo do Bairro do Anil e foi campeão em 1953. No ano seguinte já estava defendendo o Bahia, time do Coronel Pereira, uma das forças anilense. “O Coronel tinha muito prestígio. Nesse mesmo ano ele conseguiu que o Moto fosse jogar amistosamente com o Bahia, lá no Anil. Eu arrebentei e fui o destaque da partida. Me convidaram para treinar no Papão. Agradei e assinei um contrato como não-amador”. A estréia foi até engraçada, porque na época não era comum contratar jogador de fora do Estado. A imprensa anunciou que o Moto iriam mostrar à torcida um jogador vindo “da” Bahia, e não “do” Bahia, do Anil. “O torcedor foi ao Estádio Santa Isabel querendo ver em campo o jogador que veio da Bahia. Quando me reconheceram, foi uma gozação geral. Pensaram em armação, mas foi um equívoco. Muita gente lembra disso até hoje”.
Calazans tinha tudo para dar certo no Moto. A torcida gostava da maneira como jogava, principalmente pelo amor à camisa. Porém, ele vacilou e acabou sendo punido, porque era praxe na época concentrar após os jogos. Alegavam que servia para repor as energias perdidas no jogo. Depois de um Moto x Sampaio, ele e mais dois amigos fugiram da concentração. “No dia seguinte chamaram a nossa atenção. Eu retruquei e acabei tendo o meu contrato suspenso”. Calazans nunca dependeu do dinheiro ganho no futebol para sobreviver. Aos 10 anos de idade, aprendeu o oficio de alfaiate. Era calceiro de primeira qualidade. Quando serviu o exercito, já tinha uma microempresa com 12 máquinas e cerca de 20 empregados. “Sempre fui determinado. Gostava e ganhava dinheiro como alfaiate”. Mas o sonho maior era ser jogador de futebol.
Ele é de 27 de Agosto de 1934. Nasceu no Bairro do Monte Castelo, em São Luis. Eudes Calazans de Jesus, caçula dos homens entre dez irmãos, logo depois que a família mudou-se para a Vila Passos, foi iniciado na bola. De lá, quando tinha de 13 para 14 anos de idade, ingressou no Santa Isabel, time que era dirigido pelo Nego Dô e que disputava o campeonato do Tabocal. Gostava de jogar na lateral ou meia-esquerda. Era do tipo carrapato: quando grudava no adversário, não queria largar. O interessante é que normalmente o meia é um cara que não marca e se preocupa apenas com a armação das jogadas. O bom marcador Calazans ficou uns quatro anos no Santa Cruz. Assim que foi prestar serviço militar no 24 BC, ingressou no time do quartel, o famoso General Sampaio. “Nessa época, jogavam comigo Ribeiro (Garfo de Pau) e Nabor. Dois craques do futebol maranhense”.
Bom 19 anos de idade, Calazans, depois que deu baixa no quartel, trocou o time do General Sampaio pelo Botafogo do Bairro do Anil e foi campeão em 1953. No ano seguinte já estava defendendo o Bahia, time do Coronel Pereira, uma das forças anilense. “O Coronel tinha muito prestígio. Nesse mesmo ano ele conseguiu que o Moto fosse jogar amistosamente com o Bahia, lá no Anil. Eu arrebentei e fui o destaque da partida. Me convidaram para treinar no Papão. Agradei e assinei um contrato como não-amador”. A estréia foi até engraçada, porque na época não era comum contratar jogador de fora do Estado. A imprensa anunciou que o Moto iriam mostrar à torcida um jogador vindo “da” Bahia, e não “do” Bahia, do Anil. “O torcedor foi ao Estádio Santa Isabel querendo ver em campo o jogador que veio da Bahia. Quando me reconheceram, foi uma gozação geral. Pensaram em armação, mas foi um equívoco. Muita gente lembra disso até hoje”.
Calazans tinha tudo para dar certo no Moto. A torcida gostava da maneira como jogava, principalmente pelo amor à camisa. Porém, ele vacilou e acabou sendo punido, porque era praxe na época concentrar após os jogos. Alegavam que servia para repor as energias perdidas no jogo. Depois de um Moto x Sampaio, ele e mais dois amigos fugiram da concentração. “No dia seguinte chamaram a nossa atenção. Eu retruquei e acabei tendo o meu contrato suspenso”. Calazans nunca dependeu do dinheiro ganho no futebol para sobreviver. Aos 10 anos de idade, aprendeu o oficio de alfaiate. Era calceiro de primeira qualidade. Quando serviu o exercito, já tinha uma microempresa com 12 máquinas e cerca de 20 empregados. “Sempre fui determinado. Gostava e ganhava dinheiro como alfaiate”. Mas o sonho maior era ser jogador de futebol.
Time do ícaro em 1959: em pé - Calazans, Cauby, Reginaldo, Esmagado, Cabeça, Paulo e Marçal Tolentino Serra; agachados - um massagista, Cocó, Luis, Nabor, China e Pinagé
Depois que saiu do Moto, foi levado por Benício, amigo de infância, para o Maranhão Atlético Clube. Novamente assinou contrato. Só que tinha um problema: quase não jogava: “o titular absoluto da cabeça de área era Nélio, jogador de talento. Eu só entrava quando ele se machucava”. Com 22 anos de idade, Calazans atravessava uma ótima fase, com excelente preparo físico e uma marcação forte. A chance de substituir Nélio, para se firmar como titular do MAC, veio em um amistoso contra o Auto Esporte, em Teresina. Mas não tinha que se ser. Nesse jogo, ele sofreu uma contusão no joelho esquerdo. Retornou a São Luis, não se tratou e cerca de um mês depois teve um rompimento de ligamentos, com comprometimento dos meniscos. Encerrou a carreira com atleta. “Lamentavelmente fui jogador de uma única temporada”. Passados dois anos, surgiu o primeiro convite para Calazans dirigir uma equipe. Foi o Palmeiras, da cidade de Santa Inês, interior do Estado. “Fomos vice-campeões do Tornei Intermunicipal. A partir daqui, as portas de abriram para mim como técnico”.
O Ícaro, clube da Base Aérea de São Luis, cujo presidente era o ex-árbitro Sergio Faray, contratou Calazans para dirigir o que chamava de “time dos imprestáveis”, isso porque era formado por atletas renegados pelos grandes da capital. Foi formada uma grande equipe. Tinha Walber Penha e Juraci no gol; Buranha (funcionário da Base), Cabeça, Marçal Tolentino Serra e Esmagado; Cauby (irmão de Porquinho, que no Vasco era chamado de Maranhão), Santana e China; Lua, Cocó (vindo do Tirirical) e Pinagé. Eles revolucionaram o estadual de 1959. O Moto levou o troféu da temporada, mas quem merecia chegar ao topo era o grupo do Ícaro, que de desfez depois do campeonato. Em 1960 Calazans foi ser assistente de Ênio Silva, no MAC. Quando Ênio saiu, Calazans assumiu a direção em uma partida contra o Sampaio, que terminou com a vitória atleticana por 5x1. “Foi um resultado magnífico”, vangloria-se. E não era para menos!
Depois do MAC vieram Vitória do Mar, Ferroviário, Seleção Maranhense, Ferroviário, Sport Clube Piauí (Teresina) e várias seleções intermunicipais. Em 1970 ele foi campeão do intermunicipal com a Seleção de Pindaré. N ano seguinte, conquistou o bi com a Seleção de Graça Aranha. Ainda foi vice-campeão estadual no MAC e Ferroviário e conquistou o título com o Sampaio Corrêa em 1978. Com todo esse know how, nunca dirigiu o Moto. “Não me deram oportunidade”, queixa-se.
O maior espelho de Calazans foi o famoso técnico Gentil Cardoso, tipo como um grande estudioso do futebol. “Eu lia todo o que escreviam sobre Gnetil. Procurava sempre estar atualizado, não só ele, mas seguindo seus exemplo, estudando os fundamentos e técnicas do futebol. Alias, gosto de ler até hoje. Fiz vários cursos especializados”. Pepê, Canhoteiro, Hamilton, Djalma Campos e Pelezinho estão na lista de Calazas como atletas fora de série. Os dirigentes do futebol local também não são esquecidos. José Carlos Macieira, ex-presidente do Sampaio Corrêa, e Pedro Barreto, ex-presidente do MAC, são destacados por ele como excelentes.
O Ícaro, clube da Base Aérea de São Luis, cujo presidente era o ex-árbitro Sergio Faray, contratou Calazans para dirigir o que chamava de “time dos imprestáveis”, isso porque era formado por atletas renegados pelos grandes da capital. Foi formada uma grande equipe. Tinha Walber Penha e Juraci no gol; Buranha (funcionário da Base), Cabeça, Marçal Tolentino Serra e Esmagado; Cauby (irmão de Porquinho, que no Vasco era chamado de Maranhão), Santana e China; Lua, Cocó (vindo do Tirirical) e Pinagé. Eles revolucionaram o estadual de 1959. O Moto levou o troféu da temporada, mas quem merecia chegar ao topo era o grupo do Ícaro, que de desfez depois do campeonato. Em 1960 Calazans foi ser assistente de Ênio Silva, no MAC. Quando Ênio saiu, Calazans assumiu a direção em uma partida contra o Sampaio, que terminou com a vitória atleticana por 5x1. “Foi um resultado magnífico”, vangloria-se. E não era para menos!
Depois do MAC vieram Vitória do Mar, Ferroviário, Seleção Maranhense, Ferroviário, Sport Clube Piauí (Teresina) e várias seleções intermunicipais. Em 1970 ele foi campeão do intermunicipal com a Seleção de Pindaré. N ano seguinte, conquistou o bi com a Seleção de Graça Aranha. Ainda foi vice-campeão estadual no MAC e Ferroviário e conquistou o título com o Sampaio Corrêa em 1978. Com todo esse know how, nunca dirigiu o Moto. “Não me deram oportunidade”, queixa-se.
O maior espelho de Calazans foi o famoso técnico Gentil Cardoso, tipo como um grande estudioso do futebol. “Eu lia todo o que escreviam sobre Gnetil. Procurava sempre estar atualizado, não só ele, mas seguindo seus exemplo, estudando os fundamentos e técnicas do futebol. Alias, gosto de ler até hoje. Fiz vários cursos especializados”. Pepê, Canhoteiro, Hamilton, Djalma Campos e Pelezinho estão na lista de Calazas como atletas fora de série. Os dirigentes do futebol local também não são esquecidos. José Carlos Macieira, ex-presidente do Sampaio Corrêa, e Pedro Barreto, ex-presidente do MAC, são destacados por ele como excelentes.
SEMPRE VEJO ESSA LENDA VIVA NA CIDADE OPERARIA Calazans UM GRANDE AMIGO DO MEU PAI YOMAR
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