Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão.
Ser peladeiro e passar à condição de profissional, fato comum a muitos garotos que saíram do chamado campo de várzea para os gramados. Com Célio Rodrigues foi assim. Jogar de chuteiras só aconteceu quando ele estava com 16 anos, disputando o Torneio Início ao Campeonato Maranhense. A zaga central do Nacional, da Rua do Norte (comandado por Lauleta), Célio perdeu nos pênaltis para o Sampaio Corrêa. Mas a partir dai sentiu que poderia ser atleta profissional. E foi. Ganhou títulos nos Estados do Maranhão e Piauí. Escreveu seu nome nos anais do futebol profissional da região e marcou pelo talento e pelas enormes panturrilhas, vulgarmente conhecidas como “batata das pernas”.
Ser peladeiro e passar à condição de profissional, fato comum a muitos garotos que saíram do chamado campo de várzea para os gramados. Com Célio Rodrigues foi assim. Jogar de chuteiras só aconteceu quando ele estava com 16 anos, disputando o Torneio Início ao Campeonato Maranhense. A zaga central do Nacional, da Rua do Norte (comandado por Lauleta), Célio perdeu nos pênaltis para o Sampaio Corrêa. Mas a partir dai sentiu que poderia ser atleta profissional. E foi. Ganhou títulos nos Estados do Maranhão e Piauí. Escreveu seu nome nos anais do futebol profissional da região e marcou pelo talento e pelas enormes panturrilhas, vulgarmente conhecidas como “batata das pernas”.
Célio Furtado
Rodrigues nasceu no dia 12 de Outubro de 1948, em Penalva, interior do Estado.
Logo cedo veio com a família para São Luis. Os primeiros contatos com a bola
aconteceram no Bairro da Coréia. Com 15 anos de idade e com 1,64m, já era o
zagueiro central do Ceará Sporting, da Coréia. Um ano depois disputava o
Torneio Início ao Campeonato Estadual de Profissionais pelo Nacional da Rua do
Norte. “Foi a primeira vez que calcei chuteiras na minha vida. Meu primo,
conhecido como Dico Polar, que jogava comigo no Ceará Sporting, foi quem me
indicou ao Nacional”, conta ele. A estreia foi contra o Sampaio Corrêa. O jogo
terminou empatado em 0x0 no tempo normal. A derrota veio na cobrança de
pênaltis. Ele se deu bem pela excelente performance. A partir dai teve a
certeza que queria ser atleta profissional.
Em 1967 Célio
integrou a Seleção Maranhense de amadores, o mesmo tempo que prestava serviço
militar no 24º Batalhão de Caçadores. Período marcado por uma tragédia ocorrida
na reinauguração do Estádio Nhozinho Santos. “É impossível não lembrar do
período que fui da Seleção de Amadores. Jogamos contra o Amapá em Macapá e
perdemos por 2x1. No jogo de volta, em São Luis, empatávamos de 1x1 quando no
segundo tempo gritaram que o estádio estava desabando. Foi um corre-corre geral
e a partida foi interrompida, o placar prevaleceu e fomos desclassificados”.
Neste mesmo ano Célio foi disputar o Campeonato de Profissionais pelo Vitória
od Mar como lateral-direito. Jogavam Manga (goleiro); Célio, Valois, Evilásio e
Pulú; Douradinho e Luis Carlos Fanta; Almeida, Roxo, Diomar e Carrinho. Um time
de talentos que deu trabalho aos grandes da capital.
Depois de oito
meses, Antônio Bento Catanhede Farias e Barrosos, diretores do Sampaio Corrêa,
levaram Célio Rodrigues para o Tricolor de São Pantaleão. Foi bem recebido e
ganhou o apelido de Batata por causa das suas enormes panturrilhas. Foi lá de
1968 até Março de 1973. “A melhor formação que participei no Sampaio foi a de
1972. Fomos campeões de tudo o que disputamos: campeão da Taça Cidade de São
Luis, campeão do II Torneio Maranhão/Pará, campeão do Torneio Início do Campeonato
Estadual, campeão Maranhense e do Brasileirinho. O time era bom demais. Se
tomava um ou dois gols, não nos preocupávamos, pois tínhamos a certeza que
viraríamos o placar”. Essa máquina Tricolor de 1972 era formada pelo goleiro
Jurandir (PE), Célio Rodrigues (MA), Neguinho (MA), Nivaldo (RN) e Valdecir
Lima (PB); Gojoba (MA), Djalma Campos (MA) e Edmilson Leite (PI); Lima (PB),
Pelezinho (MA) e Jaudenir (CE). Técnico: Marçal Tolentino Serra (MA).
Bolívia no Brasileirinho de 1972
Célio Rodrigues com a camida do Sampaio no Brasileirinho de 72
Sampaio Corrêa campeão do II Torneio Maranhão Pará, em 1973 (Célio é o primeiro em pé)
Sampaio Corrêa
em 1971: em pé – Célio Rodrigues, Marinaldo, Osvaldo, Faísca, Vadinho e César
Habib; agachados – Fifi, Ivanildo, Rôxo, Roberto e Itamar
Sampaio Corrêa
de 1969: em pé – Santos Leite (técnico), Célio Rodrigues, Jefferson, Djalma
Campos, Osvaldo, Faísca, César Habib e Balbino; agachados – Fifi, Bosco,
Ivanildo, Roberto e Itamar.
Com a camisa do Sampaio Corrêa em 1971
Quem viu Célio
“Batata” Rodrigues jogar, garante que ele era muito disciplinado. Apesar da
marcação dura, era muito leal, “Tenho orgulho em dizer que nunca machuquei
alguém, sempre respeitei meus adversários”. Outras grandes características dele
era que defendia e atacava com habilidade incomum. Cruzava com facilidade as
bolas para a área, dando enorme colaboração ao ataque. Seu vigor físico causava
inveja. Jogaria hoje em qualquer time do Brasil, principalmente por ser um
lateral ofensivo.
Em Março de
1973, Célio Batata, como era conhecido no Piauí, foi vendido para o E. C.
Tiradentes, de Teresina. Foi a maior transação feita com um jogador da época.
“O Tiradentes pagou 28 milhões de cruzeiros pelo meu passe. Cheguei em Teresina
e me juntei com outros atletas piauienses e de vários pontos do país. Fomo
campeões da temporada e representamos muito bem o Estado no Campeonato
Brasileiro. Esse foi um período de “vacas gordas”. As vitórias eram constantes
e o time vivia só das gratificações. “O salário era guardado limpinho na
poupança”, relembra. O timaço do Tiradentes era formado pelo Tinho, que depois
foi para o São Paulo, Célio Batata, Dias, Murilo e Tinteiro; Joel, Carlos
Alberto Garcia (ex-Corinthians) e Edmilson Leite; Vicentinho, Cario Cambalhota
(ex-Flamengo/RJ) e Paraná (ex-São Paulo/SP). No Piauí, Célio ainda jogou a
temporada de 74 e perdeu o título para o rival River.
Em 1975, o
Sampaio não andava vem e ficou fora das finais do Campeonato Estadual. Os
classificados eram Maranhão, Ferroviário e Moto. Sentindo que iriam deixar de
ganhar sem o time de maior torcida nas finais do campeonato, os próprios
dirigentes dos times classificados resolveram criar um terceiro turno e dar
chance ao Sampaio Corrêa. Os dirigentes sampaínos foram buscarem Teresina três
reforços: Célio Rodrigues, Joel e Acir. Pior para quem abriu esse precedente.
“Ganhamos o turno e o campeonato. A decisão foi contra o Moto. Jogávamos pelo
empate e acabamos ganhando de 1x0, gol de Itamar, que nesse dia jogou de ponta
direita. A festa foi grande”.
Sampaio Corrêa campeão em 1975
Sampaio Corrêa campeão maranhense em 1975 (Célio é o quarto em pé)
Torcida boliviana comemorando o título de 75
Célio passou
apenas três meses em São Luís e teve que voltar a Teresina. Por lá as coisas
não andavam bem. O Tiradentes estava mal e não contava com o apoio do Governo
Estadual. “O Coronel Canuto deixou a presidência do clube e as coisas
descambaram. Comecei a viver os piores momentos da minha vida como atleta e ser
humano”. Com salários atrasados, o grupo do Tiradentes andava com os nervos à
flor da pele. Em um belo dia, após um jogo, quase todo o elenco do time foi
para a boate da Ana Paula. Quando estavam tomando umas cervejinhas, surgiu uma
confusão e o resultado final foi uma morte por espancamento e dois feridos a
bala. Os feridos foram Anastácio (roupeiro), que acabou ficando paralítico, e
Valdeci. O morto foi o corretor de automóveis conhecido como Jacó. Ele atirou
enquanto teve balas, depois foi espancado e morreu no dia seguinte quando se
submetia a uma cirurgia. O fato foi amplamente divulgado em todo o Brasil.
Infelizmente o Tiradentes acabou e nove jogadores tiveram que cumprir pena de
um ano na Penitenciária do Piauí, enquanto aguardavam o julgamento. Eles foram
inocentados pelo júri popular. “Eu estava fora do grupo que ficou preso, mas
vivi momentos que não gosto nem de lembrar. Fiquei mais de seis meses sem ver a
cor de qualquer dinheiro. Dei graças a Deus quando o Moto comprou o meu passe
em 1976. Estava de volta à minha terra e à minha gente”.
Célio Rodrigues com a camisa do Papão do Norte
Moto Club campeão maranhense em 1977
Moto
campeão de 1977: em pé - Cenilson, Vivico, Irineu, Tião, Célio Rodrigues e
Beato; agachados - Paulo Cesar, Adãozinho, Toninho Abaeté, Edmilson Leite e
Léo
Superclássico no Nhozinho Santos, em 1977
Em 1977 o Moto
montou uma verdadeira máquina e conquistou o título da temporada. O time era
formado por Reginaldo (PA), Célio Rodrigues (MA), Vivico (MA), Irineu (MA) e
Bitonho (PI); Tião (RJ), Toninho Abaeté (PA) e Edmilson Leite (PI), Caio (RJ),
Paulo César (PE) e Aberto (RJ). Em 1978 Célio trocou o Moto pelo Maranhão
Atlético Clube. Um ano depois era campeão pelo Demolidor de Cartazes ao lado de
Veludo, Tataco, Paulo Fraga e Antônio Carlos; Juarez, Tica e Naldo; Osní, Riba
e Djairo. Em 1980 foi para o Vitória do Mar. Jogou apenas três meses por lá e
resolveu parar com a bola profissionalmente, aos 34 anos de idade. “O corpo já
estava ficando pesado e já não dava mais para fazer o que mais gostava em
campo, que era defender e apoiar simultaneamente. Jogar no Vitória já tinha
sido um erro e preferi não continuar errando”.
* Matéria de 04 de
Janeiro de 1999 em O Estado do Maranhão
Realmente o Célio foi um grande lateral e, um craque da bola, nos conhecemos no Exército 24º Batalhão de Caçadores, mas antes já tinhamos jogados contra, eu pela seleção de Rosário e, ele pelo Sampaio Correa, por sinal um timaço que contava com jogadores, como. Djalma, João Bala, Fifi,etc... Gostaria muito de saber se ainda encontra-se em S. Luis!!!
ResponderExcluirSim meu pai mora no Apeadouro.
ResponderExcluirOlá, sou filho de Tutinha queria saber se o senhor tem fotos da época do Sampaio cm meu pai eu tenho uma de 1968 que estão ele, o senhor, Zé Raimundo, Luis Carlos, Vico...
ExcluirCelio,o campeão piauiense de 1973 foi o river,e o 1974 foi o Tiradentes, invicto.
ResponderExcluirNa foto do moto tem o pernambucano Paulo César,que veio para o Piauí em 1976,trazido pelo saudoso presidente do Parnaíba Pedro apelar.
Nesse ano o Parnaíba foi vice-campeão piauiense,e logo depois foi fazer um amistoso em São luis contra o moto clube.
Nesse jogo Paulo César saiu -se bem e no ano seguinte foi contratado pelo moto tornando-se campeão maranhense.
Esteve ainda no Paissandu,santa cruz e ferroviario do ceara,onde foi campeão cearense em 1979.ficou no ferroviario até o início de 1981.
Foi contratado pela LDU do Equador,jogando em outros times do Equador.A sua primeira mulher morreu,e ele casou-se com uma equatoriana.Quando estive nesse país visitando um primo,o encontrei trabalhando como motorista levando mercadoria para o cais.
Recentemente ele foi descoberto pelo almanaque do ferrao(blog),recebendo homenagens.Nem a sua família sabia onde estava.
Quando jogou em Parnaíba,namorou foi tempo com uma amiga,que era professora.
Meu Pai é Bosco ele tbm jogou no Sampaio na época de 1969, um grande atacante e hj está aposentado só com as lembranças dos companheiros e de sua carreira futebolista.
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