quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sampaio Corrêa 1x1 Botafogo (RJ) - Campeonato Brasileiro 1974


Comentário de Fernando Sousa no Jornal O Estado do Maranhão, de 13 de Maio de 1974, sobre o jogo entre bolivianos e alvinegros:

Sinceramente, gostamos da partida de sábado e, mais do que isso, gostamos bastante do time do Sampaio Corrêa. Desta feita escalado com aquilo que de melhor possui em termos de plantel, o esquadrão boliviano poderia até ter chegado a um melhor resultado não fosse a intranquilidade que tomou conta dos jogadores, ocasionada pela saída desnecessária do goleiro Orlando e, em consequência, a abertura da contagem em favor do Botafogo logo aos 3 minutos de partida. Como os senhores sabem, é muito difícil uma equipe se reorganizar depois que toma um gol logo no início do jogo e, talvez, por isso os craques sampaíno não souberam aproveitar a fata de maturidade de alguns defensores alvinegros, principalmente Jair Santos, que cometeu pecados infantis em todo o correr do primeiro tempo.

Perdendo por 1 a o, houve juma preocupação muito grande do meio campo sampaíno em tentar alçar a bola para dentro da área adversária, numa tentativa desesperada de aproveitamento as cabeçadas de Dionísio e o Sampaio fez esse tipo de jogada umas vinte vezes, quer através de Nandes, quer por intermédio de Marinho, que aproveitava o espaço deixado pelo recuo de Ademar. O lateral Marinho deve ter mandado umas dezenas de vezes para o ataque, mas quando chegava nas proximidades da grande área botafoguense, preferia o cruzamento, sem procurar a infiltração, fazendo o papel do verdadeiro extrema, num revezamento que poderia ser proveitoso com o extrema Buião, podendo inclusive tentar os arremates ao gol.

O placar desfavorável obrigou a que o meio campo se soltasse mais à frente e esse detalhe complicou a atuação dos zagueiros bolivianos por falta de cobertura, sendo obrigados a inúmeras jogadas faltosas para conter os contra-ataques perigosos do Botafogo em função de Fischer e Ferrete. Todos esses descuidos que poderiam ter sido fatais foram originados pela inferioridade no placar e até certo ponto culpáveis se levarmos em conta o espírito de luta da rapaziada local e o esforço para empatar o espetáculo. O gol surgiu na hora exata e logo depois terminou o primeiro tempo.

Para a fase final, esperávamos encontrar o Sampaio mais cauteloso, tocando mais a bola, esperando que o tento surgisse de acordo com o próprio ritmo do jogo, mas a responsabilidade de vencer de qualquer maneira, devido à sua incômoda posição no grupo A falou mais alto e o time continuou no mesmo ritmo, pressionando bastante e oferecendo sempre enormes chances para que o quadro de General Severiano utilizasse a sua arma principal, os contragolpes rápidos. Estivemos perto da vitória, mas em contrapartida deixamos muitos claros em nossa retaguarda e por pouco ou por infelicidade do Ferreti, não vimos toda aquela reação por água abaixo. Assistimos a uma partida movimentadíssima durante os noventa minutos e no final nas contas o placar fez justiça ao empenho dos atletas. 





FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 1x1 Botafogo (RJ)
Data:
11 de Maio de 1974
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 84.324,00
Público: 11.699 pagantes
Juiz:
José Favile Neto (SP)
Gols: Fischer aos 3 e Ailton aos 42 minutos do primeiro tempo
Sampaio Corrêa: Orlando; Marinho, Morais, Arizinho e Santos; Nandes e Sérgio Lopes;  Buião (Adelino), Djalma (Cabecinha), Dionísio e Ailton. Técnico: Décio Leal
Botafogo (RJ): Cao; Miranda, Jair Santos, Osmar e Nei Dias; Nei Conceição e Marco Aurélio; Roberto Carlos, Ferretti (Puruca), Fischer e Ademir. Técnico: Paulistinha

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