terça-feira, 22 de julho de 2025

O grande capitão Jonas

 Equipe do MAC (1946). Em pé: Juarez, Aldir, Jonas, ?, Justino. Agachados: Celso, Moura, Durvalino, Renato e Fala Besteira.
 
Texto extraído do jornal O Estado do Maranhão, de 17 de agosto de 1998

Jonas Rodrigues Costa foi um dos jogadores maranhenses, que tiveram o privilégio de serem preparados pelo treinador uruguaio Luiz Comitante. Por causa do seu talento, e então garoto das peladas dos campos do Diante e do Tabocal, passou a ser um valorizado centro-médio do nosso futebol. Talento e o fato de ser nascido no Maranhão tenha atrapalhado sua promissora carreira. Mesmo assim Jonas – com um forte domínio de bola, que chegavam a compará-lo com o da Seleção Brasileira – soube impor respeito junto aos clubes de futebol que defendeu. Sua postura em campo sempre terminou-o em um grande capitão.

Nascido em Coroatá, logo aos quatro anos de idade Jonas adotou São Luís como sua terra natal. Na capital maranhense ele cresceu brincando nas “peladas” e convivendo com muitos feras das “peladas” dos bairros de Fátima e do Desterro.

Quando já estava com 15 anos de idade foi parar no Maranhão Atlético Clube. Sob a orientação do treinador Luiz Coerintino, passou a ser preparado para substituir o centro-médio alagoano Cícero Rômulo Batista.

Filho do MAC – A diretoria do MAC sabia que o pai de Jonas, que era aposentado da Marinha, não queria que o filho jogasse futebol. Os dirigentes Valério Monteiro, Jurandir Brito e Aluísio Braga resolveram custear os estudos dele no Ateneu e ajudar no que fosse necessário à sua sobrevivência.

No colégio Jonas correspondia bem e chegou a jogar ao lado de um time de futebol que tinha: Raul Guterres, Zé Lico, Elpidio Murad, Márcio Silva, Ari Guterres, Saraiva (Juraci Brito), dentre outros.

Para enfrentar uma guarnição de um navio que aportava em águas maranhenses, César Aboud resolveu marcar o jogo no Estádio Estadual. Jonas jogou e no lembrar que havia quase 2 mil pessoas no estádio Santa Isabel. O time do Maranhão prevaleceu e foi comemorado.

Bi campeão Intermunicipal
No MAC Jonas se sentia prestigiado, mas começava a perceber que alguns jogadores de outros estados recebiam tratamento diferenciado, principalmente nos valores dos salários e gratificações. Trocou-se e vira ganhando mais dinheiro fora.

Quando Jadiel Carvalho o convidou para disputar por Caxias os primeiros jogos intermunicipais, criado pelo professor Luís Rego, aceitou. Mas o time de Caxias só fez reforços: Pedro Bastos, Mário Neto e Aldir. O time foi campeão e sob o comando do tranquilo capitão Jonas, que não usava o método de gritar muito, nem de se exaltar: distribuía muito bem as bolas e era um cabeceador de área.

Conhecido depois do título dos juniores de Caxias, nos Jogos Intermunicipais. Mas no III foi para defender Coroatá por Eurico Ribeiro, que estava em campanha para Deputado Estadual. E para surpresa, o padre se tornou o único jogador bi-campeão dos jogos intermunicipais.

De 1945 a 1947 Jonas esteve no MAC como titular. Mas não desperdiçou o estudo. Teve oportunidade de fazer curso de Oficiais das Militares do Exército no Ceará. CE. É lógico que os dirigentes, ao perceberem que com 47 terminava seu ciclo obrigatório no exército, ele assinou novo contrato com o Ceará Sporting e ajudou o clube a ser vice-campeão cearense.

No ano seguinte Jonas estava de volta ao MAC, “por causa das saudades”. O Moto conseguiu tirá-lo do MAC porque então este estava em crise estadual.

Na década de 50 o time rubro-negro maranhense estava sendo liderado por Aluísio Braga e, junto com o Jornal O Imparcial, conseguiram montar uma equipe poderosa que dominou o campeonato maranhense. Aluísio trouxe de Caxias Anaias, Aldir, Mouzinho e Mário Sete. O grupo foi enriquecido com Mota, entre outros.

Nas linhas meio-campistas da época eram cegos (Sampaio), Frózão (Moto), Nezinho (MAC) e Jonas (Tupan). Em 1949 o presidente Noca contratou Jonas para o Moto e contratou Jonas para reforçar desfalcado. No Moto continuou sendo capitão e conquistou mais um título.

Títulos pelo Moto – Nesse período, que se estende por quase 30 anos, foi jogando no Moto que Jonas ficou mais conhecido. Jogava no Estádio Santa Isabel e depois no da fábrica Santa Isabel ou no do Sesi.

Seu casamento entre os 56 e 58 e um emprego na Sucam foram fundamentais para fixar residência em São Luís. Com o tempo retornou para o Rio de Janeiro, deixando saudade naqueles que acompanharam sua trajetória como atleta e cidadão genuinamente maranhense.
 

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