sexta-feira, 27 de julho de 2012

Rinaldi Lassalvia Lauletta Maya, um técnico na verdadeira concepção da palavra


Quando ministrava as aulas de Educação Física na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde ministrava as disciplinas de Basquete e Futebol, o professor Rinaldi Maia já demonstrava a sua marca que o tornaria conhecido dentro dos gramados, sobretudo por aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com Rinaldi: seriedade, profissionalismo e pontualidade. Essas são as características do lendário treinador, uma verdadeira expressão do esporte maranhense, com passagens, além do Papão do Norte, por Sampaio Corrêa, Maranhão e Ferroviário. Muitos craques passaram pelas mãos dele. E todos o elogiam pela seriedade e disciplina com que trabalhava.
Nascido a 05 de Fevereiro de 1924, Rinaldi conviveu com o esporte desde cedo e durante toda a sua juventude. Filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e Júlia Lauletta Maia, o jovem Rinaldi iniciou a sua vida dentro do esporte pelo América, clube formado por garotos do 2º ano do Ginásio e que praticava o futebol ainda descalços. Em 1929, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, chegando mesmo a alcançar o titulo de bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. Após a sua passagem pelo profissional do Vera Cruz, na Primeira Divisão do nosso futebol, Rinaldi figurou pelo Sampaio Corrêa, atuando como meia-direita e sendo cognominado de ‘Menino de Ouro’ da Bolívia, dada a maneira como defendia as cores auri-rubro-verde. Em 1941, iniciou a sua carreira nas quadras, defendendo as cores do time de basquetebol do Vera Cruz. Em 1942, Rinaldi conquistou três grandes e importantes títulos: Campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; Campeão invicto de futebol pelo Liceu Maranhense e campeão de basquetebol pelo Vera Cruz.

 Moto Club campeão maranhense de 1966, em jogo de faixas contra o Clube do Remo (PA): em pé - Salomão Mattar, Alexandre Francis, Rinaldi Maia, Vila Nova, Campos, Paulo, Alvim da Guia, Alzimar, Laxinha, Corrêa, Baezinho, Ronaldo e Bacabal. Agachados - Baé, Zezico, Nabor, Hamilton, Jocemar, Chico, Pelezinho e Rubens.

No ano seguinte, o jovem foi cursar Educação Física na “Escola Nacional de Educação Física”, no Rio de Janeiro. Voltou dois anos depois, onde já havia abandonado em definitivo o futebol, passando a dedicar-se á sua segunda paixão, o basquete. Entre 1946 e 1948, passou a ser inspetor de Educação Física da Secretaria do Maranhão. Em 1949 partia para exercer a mesma função na Secretaria de Educação do Território de Roraima. Em 1960, de volta a São Luis, passou a trabalhar no Departamento de Educação Física, Esporte e Recreação do Maranhão (DEFER), como treinador e preparador físico. Já em 1974, Rinaldi era professor da UFMA, onde ministrava futebol e basquete como práticas desportivas obrigatórias para os universitários de todos os cursos. Foi Rinaldi, inclusive, um dos responsáveis, ao lado dos professores Dimas e Cecília Moreira, pela implantação do curso superior de Educação Física naquela universidade, que recebeu os seus primeiros alunos desse novo curso em 1978. Era ele, no seu tempo o único treinador do futebol maranhense diplomado pela Escola Nacional de Educação Física e professor de Educação Física. 

Professor Rinaldi Maia (primeiro em pé) com o Moto Club de 1966

Todos os ex-atletas que contribuíram em depoimento pessoal para este trabalho e que treinaram com Rinaldi comentaram sobre a sua postura séria e exigente. Rígido, honesto e extremamente pontual, cobrava de todos os atletas uma postura série e comprometedora. Era o primeiro a chegar aos treinos e o último a sair. Não admitia as famosas farras após os jogos. Quem ele encontrava bebendo recebia um sermão. Ensinava que álcool era inimigo da preparação física. E orientava para a importância do estudo, para que no futuro, quando o futebol passasse, ninguém ficasse sem uma profissão. Tanta determinação com os seus atletas lhe renderam alguns títulos: foi Campeão Maranhense pelo Sampaio Corrêa (1965 e 1975), pelo Moto Club (1966/67), pelo Maranhão Atlético Clube (1969) e pelo Ferroviário (1970). Rinaldi faleceu no dia 20 de Maio de 1984, aos 60 anos. Pai de três filhos, Rinaldi Maia deixou para o desporto maranhense um grande legado, que deve ser seguido por aqueles que almejam sucesso em sua carreira profissional: seriedade, profissionalismo e pontualidade.

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