Mesmo sem ter pretensões do titulo o seu adversário o havia conquistado por antecipação o Sampaio deu uma enorme satisfação à sua torcida, ao vencer do Moto no domingo, 18 de setembro de 1977, por 1 a 0, no encontro das duas maiores forças de nosso futebol. O resultado foi justíssimo se levarmos em conta que o Moto não apresentou urna produção convincente e que justificasse obter um melhor destino. O gol solitário foi de autoria de Cabecinha aproveitando um rebote que apanhou praticamente andando e só teve o trabalho de bater forte e de forma Inapelável. O Moto decepcionou a sua torcida, que compareceu a campo preparada para fazer o seu carnaval e retornou para casa, com uma certa dose de frustração. Bom mesmo foi a renda que somou Cr$ 162.909,50 mil e que chegou a surpreender em razão do interesse que aparentemente ara mínimo. porque o Moto já havia conquistado o titulo.
No primeiro tempo, quando o Sampaio marcou o único gol de jogo aos 34 minutos através de Cabecinha, o comportamento da equipe boliviana, foi caracterizado pelo espírito de luta, mostrando-se mais valente e com maior disposição, ainda que não apresentasse uma organização perfeita em suas linhas. O Moto por seu turno, se revelou apático, desinteressado e até medroso. O domínio territorial pertenceu ao Sampaio que teve inclusive algumas boas oportunidades perdidas, apesar de apresentar em sua equipe jogadores de reconhecidos méritos que atuavam abaixo da crítica. O Moto pouco fez que permitisse chegar ao empate.
Na etapa de complemento o quadro motense cresceu um pouco e especialmente pelo setor esquerdo, onde Alberto discretíssimo na primeira etapa cresceu de produção e ameaçava por aquele setor o Último reduto tricolor. O Sampaio se retraiu, preferindo atacar de surpresa. E quando todos esperavam pelo gol de empate, porque o Moto pressionava, o treinador Raunilo José Medeiros, inexplicavelmente, substituiu Alberto ativo e valente pelo preguiçoso e desinteressado Hudson, deslocando Edmilson para a ponta esquerda.
Com esta modificação o poder ofensivo da equipe motense ficou prejudicado dando a todas à impressão de que Raunilo, estava satisfeito com o marcador.
Não demorou muito e nova mexida e desta vez na defesa, entrando Gaspar no lugar de Irineu, enquanto em campo o lateral Gilberto - a torcida pedia em coro a sua saída - continuava comprometendo a defensiva e não apoiava com inteligência o seu ataque. O Moto foi prejudicado numa penetração de Toninho que o bandeirinha de a um impedimento que não existiu, pois o mesmo partia de trás no momento do lançamento e mais tarde Paulo Cesar inteiramente livre perdeu um gol certo, quando a defesa do Sampaio parou infantilmente.
Após o jogo a festa seria rubro negra, foi substituída pela festa tricolor, que saiu do Estádio feliz da vida, como se o seu clube tivesse conquistado o campeonato. Por isso mesmo alguns desentendimentos surgiram entre torcedores, obrigando o policiamento a Intervir para impor a ordem, sem violências. O joga dor Paulinho correu célere após o apito final do arbitro para os lados da arquibancada sombra, onde postava parte da torcida motorisada, mestrando a sua camisa e fazendo a sua festa particular.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 1x0 Moto Club
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 162.909,50
Público: 10.468 pagantes
Juiz: Raimundo Lima
Bandeirinhas: Roberval Castro e José Salgado
Gol: Cabecinha aos 29 minutos do primeiro tempo
Sampaio Corrêa: Dorival; Zé Alberto; Paulinho, Cabrera e Ferreira; Vavá, Ramon e Carlos Alberto; Pedrinho, Cabecinha e Xavier (Índio). Técnico: Valquírio Barbosa "Paraíba"
Moto Club: Cenilson; Célio, Irineu (Gaspar), Vivico e Gilberto; Tião, Toninho e Edmilson Leite; Caio, Paulo César e Alberto (Hudson). Técnico: Raulino Medeiros
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