Três a zero foi pouco para o Maranhão que mandou no jogo e não encontrou no Moto nenhuma resistência. É a segunda vez que o MAC marca esta goleada diante do Moto, o que pode ser uma maneira de mostrar ao Sampaio como não é tão difícil o caminho para a vitória contra o Moto. Os atleticanos mandaram no jogo só não chegarem a um placar maior pela falta também de maior interesse já que o jogo não contava pontos e o saldo de gols pouco importava.
O Moto, com a derrota teve um vestuário muito "quente" com discussão entre o presidente e o diretor de futebol, culminando com a dispensa do treinador Roberto Rack, que considerou a derrota "culpa do excesso de brincadeira do plantel depois dos jogos com o Sampaio e pouca assistência a diretoria". Nem os reforços conseguidos junto ao Ferroviário arrumaram o time do Moto, porque na verdade não foram pedido pelo técnico e sim pelos dirigentes só com a finalidade de confirmar uma discutida união com o Ferroviário. A equipe do Moto precisa é de meio campo e justamente aí foi que o treinador não teve como fazer alterações. Mexeu o time todo no ataque já na base do desespero e não deu resultado. A coisa estava tão confusa que Artur jogou em todas as posições do ataque e Caverinha, que veio para ser testado na esquerda e entrou pela direita.
O Maranhão chegou fácil nos três a zero com gols de Edinho, de fora da área, após 15 minutos, Cabecinha aos 21, e novamente Cabecinha nos 90.
Aqueles que, por qualquer motivo, deixaram de ir ao Estádio Municipal, perderam a chance de assistir uma das maiores exibições futebolísticas dos últimos tempos, quando em tarde-noite de grande inspiração, O MAC, impondo a sua melhor condição técnica, goleou o Moto Clube por 3 a 0, em jogo disputado no dia 03 de junho de 1973, amistosamente.
Muito mais importante do que vitória, foi o esquema tático do Bode Gregório, demonstrando que, a maioria das vezes, o trabalho do treinador sempre aparece como fator preponderante em qualquer disputa futebolística. Como é do conhecimento de todos, João Carlos vem se dedicando de corpo e alma na orientação de seu quadro, não só na preparação física dos atletas, como na armação de um plano tático eficiente e moderno, aproveitando as principais características de cada elemento do plantel.
Sem contar com o meia Mário Breves, e obrigado a escalar Tataco de médio volante ou quinto zagueiro, o MAC proporcionou à sua barulhenta torcida, uma exibição de gala, buscando nas extremas o caminho certo em direção do t adversário. A subida de Edinho, em nova função, encostado mais ao ataque, permitiu ao MAC O melhor aproveitamento dos lançamentos do "mestre", que graças à suo exuberante forma técnica, contribuiu para desmontar completamente o esquema defensivo motorizado.
Jogando mais uma vez com um libero móvel, sobrando sempre um zagueiro de área como último homem de desarme, conseguiu a defesa maqueana anular todas as jogadas de ata que do time de Nagib. Com o meia Joari perfeito na armação e no combate, e com os pontas voltando para marcação bloqueando os principais espaços do campo, o MAC buscava na velocidade dos três homens de frente, Gilberto, Cabecinha e Dario, os contra golpes rápidos e surpreendentes envolvendo até com relativa facilidade uma defesa considerada por muitos como intransponível.
Outro aspecto que veio contribuir decisivamente para o bom rendimento da equipe atleticana, foi a modificação introduzida, ocasionada pelas ausências de Xerém e Mário Breves. Edinho meia adiantado e Joari em sua real posição, proporcionaram mais agressividade ao ataque do MAC, que em compromissos anteriores pecava pela falta de objetividade.
Independente da excelente performance maqueana, o Moto Clube, considerando a distribuição de seus atletas dentro do campo de jogo, facilitou o trabalho do bando contrário porque apresentou um 4-4-2 superado, sem cobertura defensiva e com os extremas fixos, na frente, sem a preocupação da volta para a marcação, permitindo livre espaço para as escaladas perigosas dos laterais Roberto e Claudionor. Ao invés de mexer no melo campo e na borda esquerda, pontos negativos do seu time, Roberto Rack preferiu alterar a peça de ataque, e acabou entregar.do a partida ao Maranhão Atlético Clube.
Convém acrescentar, ressaltando a espetacular exibição maqueana, que o placar de 3 x 0 foi pequeno, não refletindo, a maior presença do quadro dirigido por João Carlos, que por absoluta falta de chance, desperdiçou uma dezena de oportunidades perigosa durante o desenrolar do cotejo.
Essa exibição soberba do MAC, vem comprovar aquilo que já dissemos em várias oportunidades, quando defendíamos a tese de que um time com experiente e com conhecimento de causa, poderia contribuir para evolução tática do futebol maranhense.
FICHA DO JOGO
Moto Club 0x3 Maranhão
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: Cr$ 10.506,00
Público: 2.205 pagantes
Juiz: Lercílio Estrela
Bandeirinhas: Jamil Gedeon e Josenil Sousa
Gols: Edinho aos 15 e Cabecinha aos 5 minutos do primeiro tempo; Edinho aos 44 minutos do segundo tempo
Moto Club: Marcial; Chico, Marins, Laudenir e Barbosa; Zé Augusto, Lins (Caveirinha) e Nilsinho; Artur, Marcos e Coelho (Elinewton). Técnico: Roberto Rack
Maranhão: Carlos Afonso; Roberto, Jorge Luís, Cândido e Claudionor; Tataco, Edinho e Joari; Gilberto, Cabecinha e Dario. Técnico: João Carlos
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