Moto Club em 1948. Em pé: Mercy, Gegeca, Dengoso, Santiago, Walber e Mourãozinho; Agachados: Galego, Ananias, Batistão, Tidão e Zé Pequeno
Praia de Tambaú, João Pessoa/PB, em 1950. Em pé: Gegeca, Santiago, Anainas e Nonato Masson; Agachados: Cosme e Walber
Texto extraído do jornal O Estado do Maranhão
Em meio aos maiores conquistadores de títulos do futebol maranhense figura o nome de Walber Penha, goleiro que faz parte da história do nosso esporte por ter tido um grande desempenho em toda sua carreira de atleta. Nos seus 22 anos de atividades, com passagens pelos clubes MAC, Moto e Ferroviário, foi campeão 10 vezes. De quebra ainda tem mais três primeiras colocações dos tempos de estudante do Colégio São Luís.
Dedicado, disciplinado, apaixonado pelos times que defendia e pela posição que escolhera. Raçudo ao ponto de jogar até com um tornozelo fraturado. Assim era Walber Penha, que aos 10 anos de idade já ensaiava defesas com bola de pano que ele mesmo atirava na parede. Uma espécie de treino para o futuro "guarda-valas".
A paixão se tornou mais forte no dia em que ele viu Amado, do MAC, jogando no campo do Luso, próximo ao atual Hospital Português. "Fui ver Maranhão Atlético Clube e Itararé (1935) e quem me empolgou foi o goleiro, saí de lá deslumbrado e louco para fazer aquelas defesas incríveis, que Amado fazia", conta.
O garoto procurou seguir na mesma posição. Em 1941, com 16 anos entrou para a equipe do Colégio São Luís, que iria disputar o Campeonato Estudantil. "Fui tricampeão até 43, sendo esse último título conquistado de forma invicta e sem levar um gol", orgulha-se ele.
Pé Quente - Um ano antes, em 42, Walber Penha estava no Maranhão Atlético Clube, atendendo a um convite feito por Nicolau Duailibe. Em 43 mostrava que era bom embaixo das traves e tinha "pé quente". Revezando na posição com Caranguejo, levou o MAC a ser campeão estadual.
Em 1944 o Moto formou um dos maiores times de sua história, chegando a ser heptacampeão maranhense (44, 45, 46, 47, 48, 49 e 50). Walber Penha estava lá, fazendo parte desse período, dividindo a posição de goleiro com China um paraense que morreu quando estava há seis meses aqui e com o veterano Rui, também paraense que jogava no Fortaleza.
Obedecendo uma disciplina rígida imposta por César Aboud, presidente rubro-negro, Walber Penha lembra como as concentrações no Estádio Santa Isabel eram saudáveis. "O time dava orgulho e os dirigentes cuidavam dos mínimos detalhes para nos agradar. A limpeza era a toda prova".
Com nomes como Rui, Walber Penha, Zuza, Pepê, Jaime, Galego, Nascimento, Mozart, Gegeca, Sandoval, Frázio, Mourãozinho, o Moto era intitulado Papão do Norte, porque não havia adversário que o derrotasse. Em 48, no torneio Campeão dos Campeões do Norte, com a participação de Fortaleza e Paissandú, em São Luís, o clube dava show, levando mais um troféu.
Uma desavença com a Federação Maranhense de Desportos - FMD, fez o Moto tirar o time do Campeonato Maranhense em 51 e 52. Walber Penha também parou por dois anos. Estava de volta em 53 e em 55 foi ser novamente campeão, como goleiro e como treinador. "O Moto voltou sem dinheiro. Todo mundo foi colaborar e eu terminei sendo técnico e atleta ao mesmo tempo".
Na decisão contra o MAC a atuação dele valeu o título. O juiz Nélio Vasconcelos marcou dois pênaltis em favor do Maranhão. Walber defendeu todos dois. A vitória rubro-negra por 1 x 0 saiu dos pés de Baezão.
Em toda sua carreira Walber Penha só recebeu elogios. Mas o maior de todos veio em uma derrota histórica da Seleção Maranhense em Fortaleza (1956). O Maranhão venceu aqui por 4 x 2. Na partida de volta perdeu no tempo normal por 3 x 0 e na prorrogação também por 3 x 0.
O jornalista Antônio Mazzoni não quis comentar o jogo, criticando de uma certa forma a Seleção Maranhense. Passou a crônica inteira a tecer elogios ao goleiro. "Por que deixou passar seis bolas? Ora, amigos, vocês já viram um homem vencer onze? Nem mesmo depois de sua contusão ele deixou de ser o Walber maiúsculo, o Walber estupendo, o Walber magnífico". Foi mais além na reportagem. Procurou uma palavra que pudesse definir a atuação de Walber Penha. "Talvez Apoteose sirva", escrevia o jornalista.
Como goleiro da Seleção atuou em 1944, 46, 48, 50, 54, 56 e 59, sempre de forma magnífica. Aliás, talento e correção de vida Walber Penha mostrou em toda sua carreira. Não foi à toa o convite para ele integrar Ferroviário, bicampeão em 57 e 58.
Sem nunca ter levado um cartão em toda sua vida, considerado muitas vezes o Craque do Ano, recebeu em 58 o prêmio "Belfort Duarte", outorgado pela Confederação Brasileira de Desportos, atual Confederação Brasileira de Futebol - CBF, em um documento assinado pelo presidente João Havelange. Prova maior de sua maneira disciplinada de ser.
Já com 36 anos de idade, como jogador do MAC, Walber parou. Confessando-se maqueano, ainda chegou a ser treinador do clube em 63, mas logo resolveu abandonar a profissão, deixando não só uma lacuna, mas um exemplo.
Em meio aos maiores conquistadores de títulos do futebol maranhense figura o nome de Walber Penha, goleiro que faz parte da história do nosso esporte por ter tido um grande desempenho em toda sua carreira de atleta. Nos seus 22 anos de atividades, com passagens pelos clubes MAC, Moto e Ferroviário, foi campeão 10 vezes. De quebra ainda tem mais três primeiras colocações dos tempos de estudante do Colégio São Luís.
Dedicado, disciplinado, apaixonado pelos times que defendia e pela posição que escolhera. Raçudo ao ponto de jogar até com um tornozelo fraturado. Assim era Walber Penha, que aos 10 anos de idade já ensaiava defesas com bola de pano que ele mesmo atirava na parede. Uma espécie de treino para o futuro "guarda-valas".
A paixão se tornou mais forte no dia em que ele viu Amado, do MAC, jogando no campo do Luso, próximo ao atual Hospital Português. "Fui ver Maranhão Atlético Clube e Itararé (1935) e quem me empolgou foi o goleiro, saí de lá deslumbrado e louco para fazer aquelas defesas incríveis, que Amado fazia", conta.
O garoto procurou seguir na mesma posição. Em 1941, com 16 anos entrou para a equipe do Colégio São Luís, que iria disputar o Campeonato Estudantil. "Fui tricampeão até 43, sendo esse último título conquistado de forma invicta e sem levar um gol", orgulha-se ele.
Pé Quente - Um ano antes, em 42, Walber Penha estava no Maranhão Atlético Clube, atendendo a um convite feito por Nicolau Duailibe. Em 43 mostrava que era bom embaixo das traves e tinha "pé quente". Revezando na posição com Caranguejo, levou o MAC a ser campeão estadual.
Em 1944 o Moto formou um dos maiores times de sua história, chegando a ser heptacampeão maranhense (44, 45, 46, 47, 48, 49 e 50). Walber Penha estava lá, fazendo parte desse período, dividindo a posição de goleiro com China um paraense que morreu quando estava há seis meses aqui e com o veterano Rui, também paraense que jogava no Fortaleza.
Obedecendo uma disciplina rígida imposta por César Aboud, presidente rubro-negro, Walber Penha lembra como as concentrações no Estádio Santa Isabel eram saudáveis. "O time dava orgulho e os dirigentes cuidavam dos mínimos detalhes para nos agradar. A limpeza era a toda prova".
Com nomes como Rui, Walber Penha, Zuza, Pepê, Jaime, Galego, Nascimento, Mozart, Gegeca, Sandoval, Frázio, Mourãozinho, o Moto era intitulado Papão do Norte, porque não havia adversário que o derrotasse. Em 48, no torneio Campeão dos Campeões do Norte, com a participação de Fortaleza e Paissandú, em São Luís, o clube dava show, levando mais um troféu.
Uma desavença com a Federação Maranhense de Desportos - FMD, fez o Moto tirar o time do Campeonato Maranhense em 51 e 52. Walber Penha também parou por dois anos. Estava de volta em 53 e em 55 foi ser novamente campeão, como goleiro e como treinador. "O Moto voltou sem dinheiro. Todo mundo foi colaborar e eu terminei sendo técnico e atleta ao mesmo tempo".
Na decisão contra o MAC a atuação dele valeu o título. O juiz Nélio Vasconcelos marcou dois pênaltis em favor do Maranhão. Walber defendeu todos dois. A vitória rubro-negra por 1 x 0 saiu dos pés de Baezão.
Em toda sua carreira Walber Penha só recebeu elogios. Mas o maior de todos veio em uma derrota histórica da Seleção Maranhense em Fortaleza (1956). O Maranhão venceu aqui por 4 x 2. Na partida de volta perdeu no tempo normal por 3 x 0 e na prorrogação também por 3 x 0.
O jornalista Antônio Mazzoni não quis comentar o jogo, criticando de uma certa forma a Seleção Maranhense. Passou a crônica inteira a tecer elogios ao goleiro. "Por que deixou passar seis bolas? Ora, amigos, vocês já viram um homem vencer onze? Nem mesmo depois de sua contusão ele deixou de ser o Walber maiúsculo, o Walber estupendo, o Walber magnífico". Foi mais além na reportagem. Procurou uma palavra que pudesse definir a atuação de Walber Penha. "Talvez Apoteose sirva", escrevia o jornalista.
Como goleiro da Seleção atuou em 1944, 46, 48, 50, 54, 56 e 59, sempre de forma magnífica. Aliás, talento e correção de vida Walber Penha mostrou em toda sua carreira. Não foi à toa o convite para ele integrar Ferroviário, bicampeão em 57 e 58.
Sem nunca ter levado um cartão em toda sua vida, considerado muitas vezes o Craque do Ano, recebeu em 58 o prêmio "Belfort Duarte", outorgado pela Confederação Brasileira de Desportos, atual Confederação Brasileira de Futebol - CBF, em um documento assinado pelo presidente João Havelange. Prova maior de sua maneira disciplinada de ser.
Já com 36 anos de idade, como jogador do MAC, Walber parou. Confessando-se maqueano, ainda chegou a ser treinador do clube em 63, mas logo resolveu abandonar a profissão, deixando não só uma lacuna, mas um exemplo.
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Vem ai o livro ALMANAQUE DO FUTEBOL MARANHENSE ANTIGO: PEQUENAS HISTÓRIAS VOLUME 2, publicação do professor Hugo José Saraiva Ribeiro, um apanhado de 94 novas passagens curiosas que aconteceram dentro e fora dos nossos gramados. O livro será lançado no segundo semestre pela Livro Rápido Editora e tem patrocínio da Max Vetor, Tempero Caseiro e Sol a Sol (Energia Renovável).
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