Mais uma vez, o árbitro Nacor Arouche se transformou na figura central do clássico Sampaio x Moto, vencido pelo Tricolor por 1 a 0, gol que o apitador confirmou sem que a bola ultrapassasse a linha fatal, o que provocou uma série de protestos do time rubro-negro.
Além de mal colocado no lance, pois havia muitos jogadores à sua frente (Nacor se encontrava quase na saída da grande área), o árbitro, na hora do lance, se negou terminantemente a fazer qualquer tipo de consulta ao bandeirinha amarelo Roberval Castro, que era o mais indicado para tirar qualquer dúvida a respeito da jogada (Roberval não correu para o meio de campo, o que demonstra que a bola não entrou).
Para completar a confusão, Nacor Arouche, depois do jogo, disse que o gol tinha sido de Beato, quando o meia boliviano sequer estava no lance, pois quem participou da jogada foi o volante Paulo César, que chutou para o zagueiro Marreta salvar antes de a bola transpor a linha fatal, como mostra a sequência do lance captada pelo fotógrafo Jackson Silva, que foi muito feliz no trabalho de ontem.
O jogo foi um dos mais fáceis de apitar, entre os últimos clássicos Sampaio x Moto, mas Nacor Arouche, muito nervoso, distribuiu um festival de cartões amarelos. Foram quatro cartões para os sampaínos (Alexandre, Ivanildo, Paulo César e Marco Antônio) e três para os motenses (Zequinha, com 30 segundos de jogo, Ivo e Dionísio).
Até os 29 minutos, quando aconteceu o lance do gol, o jogo estava agradando aos torcedores, mas depois disso, o Moto perdeu o ritmo e o Sampaio procurou garantir a vantagem, passando a explorar apenas as jogadas de contra-ataque.
Foi na base dos contra-ataques que os sampaínos estiveram bem perto de ampliar a contagem, em diversas oportunidades, como aos 35 minutos, com o atacante China, que, cara a cara com Denis, permitiu que o goleiro fizesse o toque fora da área.
Nos 15 minutos finais, o Moto esteve perto de empatar em duas finalizações de Caio, que entrou no lugar de Antônio Carlos. Na primeira, o atacante-treinador ganhou de Ivanildo e chutou à meia altura, com a bola raspando o poste esquerdo de Alexandre. No segundo lance, Caio cabeceou em cima do goleiro sampaíno, aproveitando um cruzamento de Riba.
O Sampaio promoveu as estreias de Chiquinho, Fernando Lassálvia e Levi, sendo que este só jogou nos 10 minutos finais, entrando no lugar de China.
Dos três novatos, a grata surpresa foi o lateral-esquerdo Chiquinho, que só foi confirmado no time quando a delegação chegou ao estádio por volta das 16 horas, pois até então Neto era o mais cotado para entrar. A atuação de Chiquinho, notadamente na marcação, foi perfeita.
Quanto a Fernando Lassálvia, o jogador atuou deslocado para a meia-direita. Demonstrou intimidade com a bola, mas sentiu a falta de entrosamento com os companheiros. Já Levi não teve tempo de mostrar nada, pois no único lance de que participou, chutou mais a grama do que a bola.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 1x0 Moto Club
Data: 10 de abril de 1988
Local: Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: 6.757 pagantes
Juiz: Nacor Arouche
Bandeirinhas: Renato Rodrigues e Roberval Castro
Gol: Beato aos 29 minutos do primeiro tempo
Sampaio Corrêa: Alexandre; Luís Carlos, Rosclin, Ivanildo e Chiquinho; Paulo César, Fernando Lassálvia (Maurício) e Beato; China (Levi), Léo e Marco Antônio.
Moto Club: Denis; Marcos, Ivo, Marreta e Zequinha; Hélio, Antônio Carlos (Caio) e Jânio; Merica, Zé Roberto e Dionísio (Riba).
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