Eleição na FMF: Olímpio 46x14 Pereira (1977)

Matéria do jornal O Estado do Maranhão, de 17 de dezembro de 1977, sobre a eleição na Federação Maranhense de Desportos.

Com 46 votos a favor e apenas 14 contra, anos a seu concorrente Pereira dos Santos, o ir. Olímpia de Souza Guimarães foi eleito ontem à noite, mais uma vez, presidente da Federação Maranhense de Desportos - FMD.

O pleito que começou somente às 19 horas, pesar do Edital indicar que este seria iniciado às 17hs, só terminou às 21hs45min, porque Mesa que conduziu os trabalhos, dirigida pelo desportistas Raimundo Silva, foi excessivamente bondosa ao candidato da Oposição que, interrompeu insistentemente a votação para reclamar de irregularidades por ele interpretadas mas sempre, na maioria negadas, por unanimidade da assembleia. Em determinado momento, quando ainda não havia votado nem um terço das entidades, o ambiente chegou a ficar tenso, diante de tanto desentendimento. A primeira bronca surgiu quando o candidato da Oposição (Pereira dos Santos) impugnou um voto de procuração mal preenchida num cartório e que tomava característica de particular e não pública, como manda o regimento. O dr. Lago tentou mostrar uma interpretação errada do candidato oposicionista, com tom de voz considerado ofensivo por Pereira dos Santos. Este só não devolveu tudo "com a mesma moeda" como prometera devido a intervenção da Mesa.

Mas, mesmo assim, os protestos continuaram e como já se esperava, o candidato da oposição apresentou impugnação aos onze departamentos autônomos e mais três ligas de interior. sendo derrotado pela assembleia que aceitou a reclamação apenas no caso das ligas interioranas que apresentaram procuração incompleta.

O resultado final da eleição apontou: Olímpio Guimarães 16; José Pereira dos Santos 14. Sessenta e três entidades compareceram para votar, mas houve impugnações das procurações de Balsas, S. Vicente e Bacabal.

O candidato da Oposição afirmou após o pleito, que somente após um estudo da questão é que decidirá se recorrerá contra o resultado. Mas uma coisa é certa: mesmo que os onze departamentos autônomos não votassem, e dr. Olímpio teria maioria absoluta.

Falando à imprensa após a realização do pleito o dr. Olímpio Guimarães afirmou que "temos muita coisa a fazer pelo esporte do Maranhão. É realmente um compromisso muito serio o que acabamos de assumir e entre outras coisas prometo que vou lutar pela inclusão de mais um clube do Maranhão no campeonato brasileiro do ano que vem". Ele também usou a palavra para elogiar o brio do seu concorrente, pedindo ao mesmo tempo que este não esmoreça com o resultado que lhe foi adverso e continua lutando pelo esporte de nossa terra dando sua prestimosa colaboração.

O auditório da F'MD tornou-se pequeno para abrigar a cerca de 500 espectadores que, em sua maioria deslocou-se após o resultado para a sede de MAC onde foi comemorada a vitória do candidato da Situação.

Apesar do atraso no início, da balbúrdia durante a votação e até das impugnações de votantes, foi eleito, ontem à noite, por tranquila margem de votos, para a presidência da Federação Maranhense de Desportos FMD cargo que já ocupara, anteriormente, o dr. Olímpio de Souza Guimarães.

Guimarães apresentou-se como candidato da situação, sendo que a ele se opôs o sr. Pereira dos Santos, que, no entanto, conseguiu apenas 14 dos 60 votos considerados válidos Por impugnação do candidato oposicionista, três ligas interioranas Balsas, São Vicente Férrer e Bacabal, deixaram de votar, por apresentarem procuração incompleta.

Anteriormente, a coisa já iniciara mal: marcada para às 17 horas, a votação só começara a se processar às 19 horas e prosseguiu até às 21h45, devido a uma atitude não muito rígida da Mesa condutora da eleição, que colocou à decisão da Assembleia de entidade -votantes toda e qualquer reclamação que veio à tona no decorrer do processo de votação.

A confusão foi total quando do episódio das impugnações dos onze departamentos autônomos, manobra tentada pelo candidato Pereira dos Santos, mas que não teve receptividade por parte da Assembleia. Ao final, anulação ou impugnação dos votos dos departamentos teria sido inútil, nada significando para quem a requereu.

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