terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Sampaio Corrêa oferece dinheiro e o Vitória do Mar evita goleada maior contra o Moto Club em 1990



Pelo Campeonato Maranhense de 1990, um fato inusitado: com 18 pontos ganhos e vantagem sobre o Moto Club na reta final do Primeiro Turno, o Sampaio Corrêa poderia ser o campeão dessa fase (e entrar com 1 ponto de bonificação para o returno) sem jogar. Com 24 gols a favor e apenas 2 sofridos, o time boliviano tenha, assim , um saldo positivo de 22 tentos; já os rubro-negros, com 16 pontos (recordemos que, em 1990, a vitória valia apenas dois pontos), marcou 18 gols e sofreu 4, tendo um saldo positivo de 14 gols. Pelo regulamento, o primeiro critério para o desempate era o número de vitórias, seguindo-se confronto direto, saldo de gols e número de gols marcados. Se o Moto ganhasse, passaria para 18 pontos e terminaria empatado com os Sampaio Corrêa. Nesse caso, empataria em todos os critérios. Se o Moto fizesse 8 gols de diferença, ai a vantagem passaria a ser sua, no maior número de gols marcados.

O tricolor dependeria apenas do Vitória do Mar, que jogaria justamente contra os rubro-negros. Para que o Sampaio Corrêa fosse declarado campeão, seria necessário que os estivadores não se deixassem golear pelo Moto por mais de sete gols. Preocupados, os dirigentes bolivianos abertamente foram procurar os mandatários e jogadores do quadro vitorinense, oferecendo uma boa gratificação por um resultado favorável ao tricolor. E levaram dinheiro vivo para o vestiário, às claras, na frente de todo mundo.

No jogo de cartas marcadas envolvendo dirigentes e jogadores do Vitória do Mar, prevaleceu a mala preta dos dirigentes tricolores: o Moto goleou por apenas 5 a 0 e viu o seu maior rival vencer o turno inicial do campeonato maranhense (falamos aqui de uma época onde o futebol realmente recebia uma maior atenção do nosso público, que prestigiava inclusive título de turno com a mesma empolgação de uma taça de campeão geral). Logo após a partida, o treinador motense Djalma Cavalcante concedeu entrevista, elogiando o comportamento do time do Vitória do Mar, pelo fato de não ter confirmado a nenhum dos comentários que rolavam na cidade antes da partida. Já no vestiário dos estivadores, a maior felicidade era do Sampaio Corrêa – a torcida boliviana compareceu ao Municipal e, após o jogo, carregou alguns atletas dos estivadores. O diretor de futebol tricolor, Celso Goulart, anunciou, ali mesmo, um jogo amistoso entre bolivianos e vitorienses, no chamado “jogo de gratidão”, com a renda dividida meio a meio. Esse foi o prêmio que os estivadores receberam pelo resultado.

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