sábado, 6 de setembro de 2025

Pindaré 0x0 Imperatriz - Campeonato Maranhense 2000

Pindaré e Imperatriz empataram em 0 a 0 na tarde/noite do dia 28 de maio de 2000, no Estádio Nagibão, em Pindaré.

O jogo foi equilibrado e o resultado foi considerado justo, embora a imprensa imperatrizense tenha reclamado de um gol anulado de Romildo no primeiro tempo, que o juiz anulou alegando impedimento do atacante.

O árbitro da partida foi Ruy Costa Frazão. Antônio Fernando Sousa e Elias Santos Sobrinho foram os bandeirinhas.

O Imperatriz volta à sua cidade para acertar o time que terá compromisso sério depois de amanhã contra o Açailândia, no clássico tocantino.

Pelo fato de jogar em casa, o resultado não foi bom para o Pindaré, do técnico Maurão.

O time do Vale do Pindaré jogará amanhã diante do Boa Vontade já precisando ganhar para não ficar para trás na briga pela classificação.

O presidente do Imperatriz, Humberto Castro, não foi a Pindaré. Acompanhou o jogo de ontem pelo rádio.
Não gostou dos comentários sobre a atuação de seu time, que, segundo os comentaristas, voltou a jogar displicente.
“Vou esperar o relatório do técnico e dos nossos diretores que foram a Pindaré. Se for constatado que lá se jogou de sapato alto, multarei todo mundo, pois não é mais admissível tanta moleza”, garantiu o mandatário.

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Moto Club 2x1 Americano - Campeonato Maranhense 2000

Deu Moto, mas sem brilho. O time rubro-negro abriu o segundo turno do Campeonato Maranhense, no sábado, 27 de maio de 2000, no Estádio Castelão, vencendo o Americano por 2 a 1, com uma apresentação que não empolgou a torcida. Ainda assim, foi melhor quando do começo do primeiro turno.

Num jogo em que apenas 407 torcedores compareceram ao estádio, o novo Americano (60% reformulado) largou melhor e deu no sossego para a defesa do Moto, através das arrancadas do atacante Zé Mário para cima do zagueiro Jackson, que não mostrou a segurança apresentada em seus primeiros jogos. A união prometida durante toda a semana pelos jogadores motenses não foi vista dentro de campo. O Papão não mostrou nem a metade do futebol exibido no clássico contra o Sampaio, em seu último jogo pelo primeiro turno.

Depois de conseguir equilibrar o jogo, o Moto pulou na frente fazendo 1 a 0 aos 19 minutos, do primeiro tempo. Marcinho, agora deslocado para meia avançado pelo técnico Brasília, usou a cabeça e marcou. “Ele vem do futsal. É um jogador versátil, que sabe marcar, é habilidoso e tem um bom passe. Acredito que dará certo nesta função”, disse o treinador.

O segundo gol saiu aos 43 minutos, quando pela primeira vez o meio campo aproximou-se do ataque, com o meia Pedrinho descendo pela lateral esquerda e cruzando para o toque do bem posicionado Everton, que empurrou para o gol, aumentando a vantagem para 2 a 0.

No segundo tempo, o Moto não mudou a sua postura, enquanto Americano voltou com mais confiança e aos 14 minutos, o ala Márcio Silva acertou uma bonita cobrança de falta no canto esquerdo de Fábio Gomes, diminuindo o placar para 2 a 1.

Aos 19 minutos, o árbitro Lucas Lindoso acertadamente assinalou pênalti do zagueiro Germires que meteu a mão na bola dentro da área. Isael cobrou no canto, mas o goleiro Jad defendeu.

FICHA DO JOGO

Moto Club 2x1 Americano
Local:
Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 407 pagantes
Juiz: Lucas Lindoso
Bandeirinhas: GladistonnI Viana Almeida e José Ribamar Araújo
Gols: Marcinho aos 19 e Everton aos 43 minutos do primeiro tempo; Márcio Santos aos 14 minutos do segundo tempo
Moto Club: Fábio Gomes; Isael, Gilson, Jackson e Eduardo (Sidney); Márcio Morgado, Pedrinho, Valtinho e Marcinho; Serginho (Jack Jone) e Everton (Márcio Ramos). Técnico: José Carlos Brasília
Americano: Jad; Riso Surubim, Aucélio, Germires e Márcio Silva; Leandro, Márcio Santos, Doramilton e Roberto; Zé Mário. Técnico: Danilo Augusto

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Sampaio Corrêa 4x0 Ferroviário - Campeonato Maranhense 2000

Mostrando porque ganhou o primeiro turno, o Sampaio Corrêa goleou o Ferroviário por 4 a 0 na tarde do dia 28 de maio de 2000, no Estádio Nhozinho Santos.

Mesmo desfalcado, o Tubarão se impôs e não encontrou muita resistência por parte do Ferrim.

Desde o início, a equipe boliviana tomava sempre a iniciativa, mas não conseguia converter sua superioridade em gols.

Melhor no jogo, o Sampaio abriu o placar numa jogada de Vado. Aos 18 minutos do primeiro tempo, ele arriscou de fora da área e fez um lindo gol. Sampaio 1 a 0.

O Ferroviário não encontrava forças para chegar ao ataque. O Sampaio, ao contrário. Carazinho, Adelino e Dirceu, infernizavam a zaga adversária, mas desperdiçavam boas oportunidades.

O técnico do Ferrim, Haroldo Prado, tentou acertar o ataque de sua equipe tirando Igo e colocando Timba, ainda na primeira etapa, mas a alteração pouco interferiu na produção do time.

Ao final do primeiro tempo, o técnico Ricardo Alves demonstrou estar insatisfeito com a equipe boliviana, pois chegou a comentar que seu time estava “sonolento”, mesmo vencendo e dominando totalmente o jogo.

Na segunda etapa, o Sampaio voltou modificado. Mael entrou em lugar de Dirceu. E a mudança quase deu certo. Numa jogada pela direita, Mael cruzou para a área e Carazinho cabeceou para o gol, mas Tonico desviou para a linha de fundo.

O tricolor continuou pressionando até que aos nove minutos Carazinho ampliou. Luís Fernando cobrou falta pelo setor esquerdo e o atacante fez o dele. Sampaio 2 a 0.

Depois disso, o Ferroviário, irreconhecível, praticamente, desapareceu em campo. O Sampaio Corrêa mandava e desmandava no jogo. Até que aos 40 minutos, Adelino recebeu a bola de Júnior Maranhense, dominou e tocou no canto do goleiro, Sampaio 3 a 0. Mal deu para respirar, aos 42 minutos, Mael, que substituiu Dirceu, balançou novamente a rede do Ferrim, e fechou o placar, 4 a 0.


FICHA DO JOGO

Sampaio Corrêa 4x0 Ferroviário
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: 1.106 pagantes
Juiz: José Garcia Ramos
Bandeirinhas: Eduardo Simplício e Aelson Mariano Gomes
Gols: Vado aos 18 minutos do primeiro tempo; Carazinho aos 9, Adelino aos 40 e Mael aos 42 minutos do segundo tempo
Cartões Amarelos: Beto (Sampaio), César e Bilica (Ferroviário)
Sampaio Corrêa: Narciso, Vado, Alexandre, Araújo e Luís Fernando; Beto, Cacá, Anderson e Dirceu (Mael); Adelino e Carazinho (Júnior Maranhense). Técnico: Ricardo Alves
Ferroviário: Jailson, Tonico, César e Caxambu; Júnior Baiano, Bilica, Marco Aurélio e Igo (Timba); Dilson (Elias) e Robertinho (Paçoca). Técnico: Haroldo Prado

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Expressinho 2x1 Americano - Campeonato Maranhense 2000

Relatos da partida, realizada no dia 25 de abril de 2000:

Expressinho e Americano se enfrentam hoje, às 16 horas, no estádio municipal Nhozinho Santos. Os dois times dependem de uma vitória para continuar na briga pela conquista de uma vaga entre os três primeiros para o triangular que definirá o campeão da primeira fase do Campeonato Maranhense.

A situação do Americano não é confortável na competição, visto que o time foi derrotado pelo Moto Clube no domingo. O tricolor de Bacabal vê no Sampaio Corrêa sua maior ameaça, os bolivianos têm jogos a menos, o que poderá fazer a diferença no final do turno. Além do Sampaio, o Americano está sendo seguido de perto pelo Açailândia e Pindaré.

A situação do Expressinho, sétimo colocado na classificação geral, é ainda mais complicada.

A equipe acumula apenas dez pontos na tabela e está praticamente fora da disputa pelo título. Resta, porém, a tentativa de lutar para se classificar entre os seis times que disputarão o segundo turno do Campeonato.

Nesta fase do primeiro turno, em que a competição vai se afunilando, um simples empate pode ser fatal para as pretensões de qualquer clube.

Para o jogo de hoje, o técnico Marçal não deverá expor sua equipe, dando preferência a um esquema mais cauteloso, como tem feito com certa regularidade quando joga com times tecnicamente superiores a sua equipe.

Marçal adverte jogadores do Expressinho sobre o jogo

Em caso de derrota hoje, o Americano praticamente perde as chances de terminar o primeiro turno entre os três primeiros colocados.

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O Expressinho levou a melhor e venceu o Americano por 2 x 1 (Nilson e Chita marcaram pelo Expressinho, enquanto Valdir descontou pelo Americano), ontem à tarde, no estádio Nhozinho Santos e ficou bem próximo de garantir uma vaga entre os seis que disputarão o segundo turno.

O Americano, que no início do Campeonato chegou a ser líder, deu adeus às chances de classificar-se para o triangular final do primeiro turno. O resultado complicou a situação do Moto, que terá que vencer o próprio Expressinho e o rival Sampaio, para também ganhar uma das vagas para o segundo turno.

Os dois times fizeram um primeiro tempo equilibrado, com o Expressinho tendo uma postura mais ofensiva e o Americano arriscando apenas nos contra-ataques.

GOLS – O time de Bacabal saiu na frente: aos 16 minutos, na pequena área, Douglas puxou a camisa de Chita, o árbitro Ubiatá Meireles marcou pênalti, cobrado pelo atacante Valdir que não desperdiçou e fez 1 x 0. O Expressinho chegou ao empate ainda no primeiro tempo, aos 38 minutos, com Nilson, o melhor em campo, marcando de cabeça após cobrança de escanteio de Danilo. O Americano ainda perdeu boas chances de virar o jogo.

No segundo tempo, os dois times voltaram sem muita inspiração e o jogo perdeu no aspecto técnico.

O gol da vitória ocorreu aos 34 minutos, depois da jogada de Nilson, que lançou o lateral direito Douglas (Jó), que cruzou para a área e ainda contando com a falha do goleiro Jardes, que soltou a bola no pé de Chita, que aproveitou e marcou 2 x 1.

Com a vitória, o Furacão da Cohab assumiu a quinta posição com 13 pontos e o Americano permanece na mesma colocação com 14 pontos.

FICHA DO JOGO

Expressinho 2x1 Americano
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: não divulgado
Juiz: Ubiatá Meireles
Bandeirinhas: Elias Santos Sobrinho e José Henriques Mendonça
Expressinho: Celso; Douglas (Jó), Edinho, Joildo e Danilo; Nilson, Júlio César, Samir (Feleu) e Julle; Ferro (Arilson) e Chita. Técnico: Marçal Tolentino
Americano: Jardes; Surubim, Alcélio, Auricélio e César (Germires); Júnior, Márcio Santos, Roberto Lopes (Maciel) e João Mário; Sacolé e Valdir. Técnico: Danilo Augusto

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Walfredo: garra e força

 Em 1961 Walfredo recebe u a faixa de campeão estadual do técnico boliviano Jair Raposo

 Walfredo e Milson Cordeiro, laterais e respeito do Sampaio Corrêa em 1961
 
Texto extraído do jornal O Estado do Maranhão, de 07 de fevereiro de 2000:

Anil é celeiro de craques de futebol de campo. Foi lá que despontou Walfredo em 1952, um jogador de defesa, que já estava com seus 20 anos de idade. Alguns acreditavam que era tarde para iniciar uma carreira. Prudente, pensando antes de tudo no futuro, ele só aceitou ingressar no profissional aos 25 anos, quando assinara seu contrato. Nunca foi jogou técnico. Gostava de ser respeitado como um zagueiro ou lateral que chegava firme nos atacantes adversários, porém, de forma leal. Só queria de fazer parte de uma equipe vencedora, que conquistou alguns títulos importantes e fez história no Sampaio Corrêa.

Walfredo Donato de Oliveira teve o privilégio de nascer no bairro do Anil, no dia 17 de fevereiro de 1932. Desde pequeno batia cabeça nu em frente à sua casa e nos campinhos de várzea. Não tinha muita habilidade. Na hora da divisão dos times era sempre escalado para o time dos ruins, por causa da sua cara de fama de não abrir para os atacantes. Fazia questão de chegar junto para poder já deixar a bola passar, mas não o adversário.

COM 17 ANOS de idade vestiu a camisa do Corinthians. Era o zagueiro da zaga central. Jogava descalço. Alguns companheiros da sua juventude no Anil são ainda memória: Zeca Louro, Amaro, Décio Magro e Sotero. Outros já morreram.

Em 1952, com 20 anos de idade, Walfredo passou para o Nascente, o time do Anil. Foi a primeira vez que jogou de chuteiras e todos quiseram saber como ele ia se sair com esse tênis. E deu. Por lá passaram muitos jogadores que acabaram se profissionalizando no futebol maranhense, nacional e até internacionalmente.

Do Nascente para o Botafogo/Anil. Foi no time da Estrela solitária que deu os seus primeiros toques com a camisa do campeonato do bairro em 1953/54. Um time forte, que tinha Dodo no gol, Walfredo, Zé Ferreira, Pedro Buna e Nadal Agarrul, Zé Almeida e Manduca; Carlinhos Sales, Inaldo, Ribamar, Luizão e Alemão (pai do Carlos Alberto, meia ponta que jogou nos principais clubes maranhenses nas décadas de 1960/70 e que morreu em acidente de carro no Rio Grande do Sul).

PARA COMEMORAR a conquista os dirigentes do Botafogo marcaram dois jogos amistosos contra o Sampaio Corrêa. Um seria no Anil e o outro no centro da cidade. A resenha é contada com muito realismo de Walfredo: “No Anil, o time da Bolívia venceu por 3 x 0. Jogamos de Sampaio diante dos que iam ao acaso, porque nosso campo era muito ruim, cheio de pedregulhos. No segundo jogo fomos no Estádio Municipal e ganhamos por 2 x 1. Aí não teve desculpas”.

Após esses amistosos veio o convite do diretor sampaíno professor Ronald Carvalho para assinar contrato de profissionalizar. Não tinha medo de treinar na fábrica de tecidos Rio Anil. Já trabalhava desde os 8 anos de idade e nos finais de semana jogava futebol. Jogava pelo clube da fábrica, um clube amador por três anos. Jogava onde o convidas[...]

Estudante e pouco apareciam nos treinos. Nos jogos lá estava todo mundo. Os craques, acabaram levantados o título estadual: Nonato Casas, Bibi, Moraes, Walfredo, Milson Cordeiro, Torreal, Dedecaia, Almeirão, Canotinho, Lourival, Serra Pano de Barco, Regino e o goleiro Chamorrão, era parte do grupo boliviano que acabou levantando o título estadual de 1961.

O TORCEDOR SAMPAÍNO (ou boliviano, como queiram), já havia se acostumado a ver Walfredo em ação pelas laterais (direita ou esquerda). Com ele não tinha bola boba. Ponta que insistisse pra cima tinha que se ver com aquele cara troncudo, de voz grossa, cara feia e com muita vontade. Dava até gosto quando resolvia anular um atacante famoso.

Em 1962 veio a comemoração do bicampeonato estadual pelo Tricolor de São Pantaleão, juntamente com Dada (CE), Juvenal (MA), Dedecaia (MA) e Damasceno (MA); Miquil (RJ), Fernando (PE) e Pepê (PE).
A felicidade dos títulos acabou no ato de fechamento da fábrica de tecidos Rio Anil. Desesperado pela necessidade de ter que encerrar a carreira de profissional por conta da crise que se instalou com a demissão em massa de funcionários da empresa. Walfredo era um deles. Ficou sem salário. Foi aí onde tudo começou a ruir.

1963 não foi um ano bom para o Sampaio Corrêa, mas sim para o Maranhão que começava a se fortalecer com uma jovem equipe. “Depois disso, parei com o futebol. Fui para a fábrica de tecidos São José do Rio Preto.”

Juntamente com outros ex-jogadores amadores. Uma de suas últimas atuações no Anil bairro onde sempre morou, com a camisa do seu time, e onde sempre gostou.
 

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Preto Baldez, inteligente e versátil

 Baldez, Marcos Vinícius e Esquerdinha em 1970

 Ferroviário em 1969. Em pé: Ribeiro, Marcial, Neguinho, Vivico, Valdinar e Antônio Carlos; Agachados: Edson Sarará, Baldez, Mineirinho, Santana e Esquerdinha
 
Texto extraído do jornal O Estado do Maranhão, de 21 de fevereiro de 2000:

Talento, inteligência e versatilidade eram as grandes características de Preto Baldez. Jogando como terceiro homem de meio de campo de futebol, ele só não ingressou no Flamengo do Rio de Janeiro, na década de 70, porque insistia na carreira de engenheiro. Depois de uma preliminar memorável pelo Ferroviário contra o Sampaio Corrêa, o técnico Joubert, que assistia a tudo, convidou Preto para um teste na equipe rubro-negra carioca. Cursando a faculdade de engenharia ele abandonou um chance que para muitos seria imperdível. Mas nesse tempo a profissão de jogador não era tão cobiçada quanto agora.

Arrependimentos, Preto Baldez nunca teve. Ele foi um daqueles felizes maranhenses, que teve a oportunidade de jogar a vida toda por pura diversão. Nascido em São Luís na rua São Pantaleão em 17 de novembro de 1949, logo que se entendeu por gente tomava a liberdade de não sair dos campinhos de várzea. Defendendo o Real Madrid, de César Abacate, colecionou vitórias enfrentando adversários como o Fonte do Bispo, Vila Gracinha e Praça do Cemitério. O time mais marcante, no entanto, foi o Penharol, que aos domingos se exibia no campo do colégio Marista. Sebastião Albuquerque, Esquerdinha, Roberto Flecha, Afonso, Jorge Baldez, Luís e Nonato Loureiro, dentre outros.

A paixão pela bola continuou no Liceu, onde cursou o ginásio. Baldez (que recebeu o apelido de Preto porque era o mais escuro dos 5 irmãos: Nonato, Lucas Filho, Curi, Jorge e Lúcia) brincava até nos intervalos das aulas, causando irritação em Merval Santiago, administrador da escola. Em jogos oficiais de futebol de salão fazia dupla de ataque com Jorge — “um dos melhores atacantes que conheci”, conta ele, lembrando das partidas difíceis disputadas contra o maior rival, a Escola Técnica Federal do Maranhão.

Com seus 17 anos Preto Baldez viveu uma experiência inusitada. O Maranhão Atlético Clube foi a Caxias, interior do Estado, fazer dois amistosos contra o Botafogo do Piauí. Perdeu a primeira partida. A turma do atleticano que estava por lá participando dos amistosos contra a AABB local. Sem se fazer de rogado o técnico convidou Baldez, Sebastião e Reizinho para dar uma força ao MAC. A outra partida contra o Botafogo terminou empatada em 1 x 1, o que poderia ser a chance de ingressar em um clube de verdade não aconteceu e a vida do jogador amador do grupo voltou à rotina depois disso.

Somente em 1967 Preto Baldez ingressou no Ferroviário Esporte Clube, que estava se preocupando em formar um time aspirante. Foi aprovado na peneira promovida pelo técnico Anito depois de marcar um belo gol de fora da área, que entrou no ângulo. “Serviu como um agradecimento especial a Abdegard Viana, irmão do dirigente Clóvis Viana, que havia me dado uma chuteira”, relembra. Faziam parte do grupo Timóteo (goleiro), Gimico, Luís Carlos, Catel, Sebastião Albuquerque, Mundinho, Afonso, Pelenga, Socó, Arimatéia, Carlito, Pafu, Léo, Heitor Heluy, ‘Seu’ Raimundo e Chico Gerson (hoje conhecido como Chico da Ladeira – poeta e compositor).
“Chico foi um jogador de grande habilidade com a bola no pé”.

Baldez passa essa informação mostrando humildade em não falar dos seus próprios dotes, que são ressaltados por muitas pessoas que o viram jogando. Hábil, gostava de abusar dos dribles, que dava com extrema facilidade. Sabia fazer grandes lançamentos, desarmava os adversários e era uma segurança como terceiro homem do meio-campo. Construía e concluía jogadas de forma impressionante.

Inteligente, de raciocínio rápido, muitas das vezes não era acompanhado pelos companheiros.
“Um jogador completo”, como dizem quem o viu em campo.

No Ferim Preto Baldez frequentou uma escola cheia de craques, que mesmo em fim de carreira passaram ali e lhe ensinaram: Nélio, Negão, Zuza, Barrão, Hamilton e mais novos como Neguinho, Marcial, Vivico, Vadinho, Cândido e Garrinchinha. Ribeiro “Garfo de Pau”, que fazia parte desse grupo diz: “Mesmo sendo de baixa estatura, Preto tinha uma impulsão invejável. Não se sabia quem era melhor, se ele ou Nonato Baldez, seu irmão. Comparo Preto a Moacir, ex-jogador do Flamengo, e o ponta-esquerda Dequinha, que jogou também na Seleção Brasileira de 1958”.

Preto estreou no Ferroviário contra o Flamengo do Piauí. Na vitória por 4 x 0 ele deixou sua marca, convertendo uma cobrança de pênalti.

Foi no decorrer desse período marcante que um fato inusitado aconteceu. O Ferroviário enfrentava o Remo/PA, em Belém, pelo Nordestão e perdeu por 1 x 0. No segundo tempo Preto Baldez substituiu um centroavante Hamilton (que já estava em fim de carreira). Numa jogada rápida, própria de seu jeito moleque de ser e de sua habilidade em conduzir a bola, de partiu ao ataque, driblando o beque central Alemão e o goleiro. Sozinho, terminou perdendo o ângulo e o gol. Arriscou o chute, mas a bola passou rente à trave, para desespero da torcida. “Fui xingado até pelos paraenses e pela pequena torcida do Ferim, inclusive por meu irmão Jorge”, porque estudava em Belém e havia feito o bolão do irmão. Saiu de campo de fininho. O Ferim perdeu o jogo por 2 x 1.

Para compensar o talento desse jogador, um lance interessante ficou registrado em sua memória. Na partida Ferroviário x Sampaio Corrêa, na preliminar de um amistoso do Flamengo, Preto Baldez, jogando de lateral esquerdo, levou o lateral esquerdo Valdeci Lima à loucura. O técnico rubro-negro ficou empolgado com o que viu e convidou-o para fazer um teste no time. Como mede o fim do semestre do curso de engenharia, abandonou a chance e continuou em São Luís.

Outro acontecimento marcante aconteceu quando Baldez defendia a Seleção Universitária Maranhense contra a Seleção Universitária Piauiense. Ele deu um show no jogo disputado no estádio Nhozinho Santos, em março/abril de 1971. O maior lance foi quando saiu antes do meio-campo, driblou oito adversários, inclusive o goleiro e concluiu no gol. A vitória da equipe foi por 11 x 1. Seis gols foram dele.

Preto Baldez jogou ainda no Graça Aranha Esporte Clube — GAEC, formado por universitários como ele. Passou pelo Maranhão Atlético Clube e São José encerrando a carreira no fim do ano de 1973, depois de se formar. Foi morar e trabalhar em Brasília.
 

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Clube do Remo/PA 0x2 Maranhão - Copa Norte 2000

O Maranhão derrotou o Remo por 2 a 0, na noite do dia 20 de fevereiro e 2000, no Estádio Evandro de Almeida, pelo primeiro jogo da semifinal da Copa Norte. Os gols da vitória foram marcados por Paulo César, aos 13’ e aos 29’ do segundo tempo. Os dois times voltarão a se enfrentar em São Luís, na disputa por uma vaga na final da competição.

O MAC adquiriu uma excelente vantagem para o jogo da volta, quando poderá perder até com diferença de um gol para se classificar.

No caso de uma nova vitória, o Maranhão ganhará o direito de decidir a Copa do Norte em casa, pois, mesmo que o River vença novamente o São Raimundo, em Manaus, o campeão maranhense ficará com a melhor campanha geral da competição.

No jogo de ontem, o Maranhão sustentou bem o empate no primeiro tempo e decidiu na segunda fase, jogando na base do contra-ataque.

Mesmo com a vitória, o zagueiro Freitas, capitão atleticano, saiu reclamando do ataque que perdeu a chance de marcar mais uns dois gols no Remo e liquidar logo a fatura.


FICHA DO JOGO

Clube do Remo/PA 0x2 Maranhão
Local:
Estádio Evandro de Almeida.
Renda: R$ 26.755,00
Público: 5.351 pagantes
Juiz: José Steissel de Araújo/PI
Bandeirinhas: Jorge Brasil Mourão e Carlos Alberto Nunes
Gols: Paulo César aos 13m e aos 29 minutos do segundo tempo
Clube do Remo/PA: Claudinei; Cláudio Gavião, Roni, Cametá e Ânderson; Leandro, Marronzinho, Acácio (Jaime) e Júnior; Balão e Alex (Marajó). Técnico: Jorge Dutra
Maranhão: Marcelo; Ivaldo, Freitas, Ricardo Henrique e Luzitana; Marlon, Fischer, Juanito e Adauto (Robenildo); Luís Carlos (Rodrigo) e Paulo César. Técnico: Rogério Jansen

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Sampaio Corrêa - Campeonato Maranhense 1980 [PÔSTER]

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Ferroviário 0x5 Moto Club - Taça Cidade de São Luís 1978

Com a goleada de 5 a 0 obtida no último domingo, 23 de julho de 1978 sobre o Ferroviário, o Moto deu mais um grande passo para a conquista da competição, haja visto que está realmente disparado na tábua de classificação e dificilmente será alcançado pelas outras equipes grandes, que, ao contrário dos motenses, ainda têm compromissos difíceis pela frente. Com sete pontos ganhos e tendo apenas dois jogos a cumprir — São José e Sampaio — a equipe dirigida por Maranhão tem tudo para chegar à decisão do título máximo da Copa Cidade de São Luís, uma vez que vencendo o time joão-paulino no próximo dia 26 (quarta-feira) ficará esperando apenas o Sampaio Corrêa para encerrar sua participação no certame. Até agora, o Papão perdeu apenas um ponto na Taça Cidade, estando torcendo, de agora em diante, para que haja um tropeço de MAC ou Sampaio nos seus próximos compromissos, para poder ficar ainda mais sozinho à frente dos adversários na contagem de pontos positivos. Como Sampaio, Ferroviário e MAC ainda terão que jogar entre si, aumentam ainda mais as esperanças motenses de que realmente sua posição de vice-líder seja mantida. Para isto, basta que Sampaio ou Maranhão empatem um jogo e o time motense já terá assegurada uma decisão. A não ser que uma “zebra” pinte na partida com o São José, amanhã.

Necessitando de mais dos pontos para melhorar sua posição na Taça Cidade de São Luís, o Ferroviário entrou em campo no último domingo, disposto a praticar um futebol ofensivo e ganhar do Moto, nem que isto tivesse de ser por um escore mínimo. Contudo, o time ferrim não tinha linha de ataque capaz de envolver a defesa contrária, o time terminou sendo envolvido rapidamente pelo adversário, indiscutivelmente possuidor de maiores valores individuais em todas as suas linhas. Por isso, não foi difícil o Moto assumir o comando das ações e logo aos três minutos surgiu o primeiro gol, através de Beato, que, aproveitou-se do espaço deixado pela defesa ferrim, projetou-se ao ataque e fulminou sem apelação para o arco de Marcial.

Daí para frente, foi tudo fácil. O Moto foi o senhor absoluto no meio-campo e o ataque, apesar de não funcionar tão bem como as outras peças, se sobressaía, graças à fragilidade da linha de defesa do Ferroviário.

O segundo gol foi assinalado aos 33 minutos, através de Caio, após um pênalti cometido por Alzimar em cima de Bássi, que saíra da sua lateral e avançara em direção à grande área para tentar o arremate. Caio cobrou com perfeição e marcou 2 x 0.

Com um jogo todo a seu favor, o Moto fez 3 a 0 aos 43 através de Prado, resultado que persistiu até o término da primeira fase.

No segundo tempo, o Ferroviário ainda tentou uma reação, porém nada conseguiu. Em apenas uma oportunidade chegou realmente a ficar perto do gol, depois de uma boa triangulação de Zequinha, Riba e Toninho. O Moto marcaria mais dois gols, através de Prado aos 23 e Caio aos 25 minutos. Poderia até ter chegado aos 6 x 0, pois o meio-campo do Ferroviário que já era ruim, piorou ainda mais com a preocupação deste setor: com a defesa, haja visto que Alzimar fora expulso ainda na primeira fase, após a marcação do penal.






 FICHA DO JOGO

Ferroviário 0x5 Moto Club
Local:
Estádio Nhozinho Santos
Renda: não divulgada
Público: não divulgado
Juiz: Renato Rodrigues
Bandeirinhas: José Salgado e Sérgio Faray  
Gols: Caio aos 3, Caio (pênalti) aos 33 e Prado aos 43 minutos do primeiro tempo; Prado aos 23 e Caio aos 36 minutos do segundo tempo
Cartão vermelho: Alzimar e Amorim 
Ferroviário: Marcial; Dicó, Alzimar, Reginaldo e Gonçalves; Jorge Santos, Riba e Pelé; Zequinha (Parú), Toninho e Zeno (Nei).
Moto Club: Assis; Paulinho (Roberto), Gaspar, Vivico e Bassi; Tião, Beato e Edmilson Leite; Caio, Amorim e Prado.

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