Muita violência e um final tumultuado marcaram o superclássico de domingo, 17 de novembro de 1985, que apresentou a vitória de 2 a 1 do Moto sobre o Sampaio, no encerramento da primeira volta do quadrangular final do Campeonato Maranhense.
As broncas começaram a partir da escalação dos apitadores para a marcação do espetáculo. O diretor Humberto Trovão indicou Josenil Souza para bandeira amarela e o presidente da FMD escalou Edjan de Jesus, o que provocou a demissão do dirigente, que fez várias acusações a Domingos Leal.
Mesmo demitido, Humberto Trovão manteve a escalação, não aceitando a resura do boletim oficial. Foi o que na realidade, acabou prevalecendo: Josenil foi o bandeira e Edjan ficou na suplência.
Antes do jogo começar, o presidente do Moto, Sebastião Murad, entrou em campo e pediu ao árbitro Valquir Pimentel que colocasse na súmula o seu protesto contra a mudança na escala feita pelo presidente da FMD.
O presidente do Sampaio, Pedro Vasconcelos, também entrou em campo para dizer ao apitador que o tricolor dava total apoio ao diretor Humberto Trovão.
Quando o jogo começou, logo aos 11 minutos, Antônio Carlos foi derrubado pelo jogador Zé Carlos e Valquir Pimentel assinalou o pênalti. que Caio convertiu no primeiro gol do Moto.
Depois do penal, Valquir expulsou no volante João Neto, aos 13 minutos, por prática de jogo violento. Com um homem a mais o Sampaio só conseguiu o empate, aos 4 minutos, do 2º tempo, através de Renato de cabeça.
Aos 7 minutos, Santos, que já tinha levado um cartão amarelo, entrou violentamente em Raimundinho e, também, foi expulso. O Sampaio ficou com 10 homens e com a defesa aberta.
O Moto, que estava mostrando sinais de cansaço, passou a jogar no contra-ataque. Raimundinho tabelou com Caio, e recebeu a bola, de graça, da zaga, e aos 14 minutos, driblou o goleiro para fazer 2x1.
Aos 36 minutos, Beato e Valter trocaram murros e Valquir, mais uma vez, mostrou o cartão vermelho. Os dois times terminaram o jogo apenas com 9 jogadores (cada).
Mal terminou a peleja, o enfermeiro do Sampaio, Rui Guilherme, invadiu o campo e tentou agredir o árbitro Valquir Pimentel. Não foi feliz e levou um murro. Por vias das dúvidas o apitador saiu protegido pela Polícia.
Do lado de fora do Estádio, centenas de torcedores, insuflados pelo presidente Pedro Vasconcelos, esperavam Valquir Pimentel, para agredi-lo, precisando de uma ação mais enérgica da polícia, que, por seu turno, estava sendo incentivada pelo deputado Sebastião Murad, que queria que os policiais atirassem para cima, o que não ocorreu.
Foi uma jornada de muito ti-ti-ti, como há muito tempo não era registrado num clássico Sampaio x Moto. A renda não foi fornecida porque os clubes não prestaram contas dos ingressos vendidos, antecipadamente.
FICHA DO JOGO
Sampaio Corrêa 1x2 Moto Club
Local: Estádio Castelão
Renda: não divulgada
Público: 9.312 pagantes
Juiz: Valquir Pimentel/RJ
Bandeirinhas: Verandy Fontes e Josenil Sousa
Gols: Caio (Pênalti) aos 11 minutos do primeiro tempo; Renato aos 4 e Raimundinho aos 14 minutos do segundo tempo
Expulsão: João Neto, Santos, Beato e Valber
Sampaio Corrêa: Giordano; Ivanildo (Luís Carlos), Santos, Rosclin e Paulo Lifor; Zé Carlos, Mateus e Beato, Joãozinho Nery (Geraldo), Renato e Gil Lima. Técnico: Nelson Gama
Moto Club: Moreira; Marinho, Ademir, Luís Cláudio e Zequinha; João Neto, Ribas e Raimundinho (Valber); Antonio Carlos Maranhense, Caio e Zé Roberto. Técnico: Zé Eduardo
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