Fazendo a pior de suas apresentações no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, em Campinas, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, dia 24 de novembro de 1990, o Moto Club foi totalmente dominado e humilhado, do princípio ao fim, sendo goleado pelo time do Guarani pela elástica contagem de 6 a 1.
A derrota motense começou a se desenhar nos primeiros minutos, quando o time campineiro teve logo sua primeira oportunidade de gol com o atacante Toninho chutando perigosamente rente à trave. A confirmação veio aos 6 minutos, quando o goleiro Alexandre cometeu outro erro, ao espalmar uma bola para frente, a exemplo do que já havia acontecido em Caxias do Sul, dando de presente o gol ao time bugrino, que assim abriu a contagem por intermédio de Vônei.
Inicialmente, os torcedores do Guarani já tinham como certa a vitória, tanto assim, que toda a imprensa local destacou o time como favorito absoluto, por considerar o Moto Clube a grande zebra do grupo. O treinador Zé Duarte armou seu time taticamente, com ordem de atacar desde o minuto inicial, procurando assim não deixar o adversário tomar fôlego na partida. Charles que havia se recuperado de contusão voltou ao time, dando maior poder ofensivo, jogando mais próximo a Toninho, que assim ficaria livre para jogar em cima dos defensores. O resultado foi positivo.
O Guarani definiu a vitória logo no 1º tempo. Aos 6 minutos, aproveitando um presente do goleiro Alexandre, o ponta-esquerda Vônei abriu a contagem, depois de um cruzamento da ponta-direita de Élcio.
Se não bastasse apenas o domínio total do Guarani, o juiz catarinense Dalmo Bozzano decidiu também entrar na jogada, marcando um pênalti inexistente de Alexandre sobre Toninho aos 16 minutos. O mesmo Toninho bateu e converteu em gol.
Aos 41 minutos, numa falha coletiva de toda defesa motense, Toninho recebeu livre de marcação, para então fazer o 3º gol do time campineiro, deixando o time maranhense perdido em campo.
As duas equipes voltaram para o tempo final sem alterações. O jogo recomeçou em ritmo acelerado, com o Guarani tomando a iniciativa de atacar. O Moto por seu turno, recuado, dava a impressão de que iria tentar segurar o resultado e depois partir em busca da recuperação. Mas foi puro engano.
Toninho, numa tarde de muita inspiração, voltou a marcar, desta feita aos 7 minutos, depois de uma boa manobra de todo ataque campineiro, sem que a defesa motense tivesse condições de pelo menos dar um bicão para o alto. E no lance do gol, o zagueiro Edinho chutou nos pés do atacante.
Com o placar de 4 a 0, o Guarani parou um pouco e com isso o Moto se aproveitou para adiantar mais seus jogadores, tentando diminuir a contagem. O jogo ficou preso no meio-campo.
Aos 36 minutos, numa pintura de jogada, o ponta Vônei recebeu livre, depois de todos os jogadores de ataque tocarem na bola, para driblar o zagueiro Edinho e o goleiro Alexandre, ficando com o gol aberto à sua frente, para marcar de forma inapelável, o 5º gol bugrino.
Abatido em campo, o Moto se entregou totalmente ao domínio adversário. Aos 40 minutos, o cabeça de área Charles fez mais um gol, ampliando assim para 6 a 0. A derrota estava confirmada.
Num momento de rara inspiração, Messias, numa jogada inteiramente individual, driblou dois zagueiros e mais o goleiro Sérgio Néri, para então fazer o único gol do time maranhense, decretando o resultado final de 6 x 1 para o Guarani.
Numa análise rápida, o zagueiro Edinho disse que no Moto ninguém conseguiu se salvar. O time foi apático e perdido em campo, não adiantando ninguém tentar procurar um culpado para o desastre. Mas mesmo assim, ele confiava numa reabilitação na próxima partida contra o Sport Recife.
O juiz, com péssimo trabalho, foi Dalmo Bozzano, que mesmo sem precisão, prejudicou bastante o time motense. Renda Cr$ 1.103.000,00 com 2.206 pagantes.
O Guarani jogou com Sérgio Néri; Luciano (Jura), Batista, Pereira e Alberis; Charles, Zé Carlos, Nenê; Élcio, Toninho e Vônei (Wander). O Moto Club jogou com Alexandre; Paulinho Pereira, Edinho, Nenê e Chiquinho; Hélio, Adenilton e Messias; Carlos Silva (Palmenas), Ronaldo e Márcio.
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