domingo, 17 de março de 2024

Djalma Campos: 14 anos ganhando títulos pelo Sampaio Corrêa

Neste post, faço um título sobre um dos maiores nomes do futebol do nosso Estado, o meia Djalma Campos. Eu, titular deste blog, tive a sorte em conhece-lo em 2008, um ano antes do seu súbito falecimento. O texto a seguir foi parte dele extraído da publicação do jornal "O Estado do Maranhão" (suplemento Esportivo), de 12 de novembro de 1974, e adaptado com algumas partes de registros do livro “Sampaio Corrêa: uma paixão dos maranhenses”, que lancei em 2011. No final deste post, deixo o áudio do samba enredo "Missão cumprida, a estrela brilha no universo da alegria" (Flor do Samba), escola que homenageou Djalma Campos na avenida em 2011.

Djalma Campos, líder do time e da torcida
 
Com uma distensão muscular que o afastou do jogo e domingo contra o Ferroviário, Djalma dos Santos Campos assistiu a partida do banco dos reservas. Calmo, como sempre, não perdeu a serenidade nem mesmo quando no final do jogo viu a sua equipe sair derrotada e perdendo ali a oportunidade de continuar lutando pelo turno de classificação. Nos vestiários, teve uma palavra de conforto para os companheiros de equipe, mas não conseguia esconder sua decepção. Desde os primeiros minutos da partida, o torcedor boliviano começou a sentir sua falta. A falha do time estava justamente ali no meio de campo. Faltava o futebol simples, habilidoso e inteligente de Djalma. Faltava o líder que ele sabe ser dentro e fora de campo. A torcida começa a compreender e a aceitar sua ausência no gramado porque sabe que Djalma, fora de campo, tem também dado nos últimos anos uma colaboração muito grande ao clube e agora já se prepara para dar arquivar as chuteiras e passar definitivamente a dirigente.  

Desde 1962, quando começou nos juvenis do Sampaio Corrêa, tem feito parte de sua vida e agora a cada ano tem sido mais difícil encontrar o dirigente certo e a torcida boliviana já se manifestou a favor de sua candidatura para presidente em janeiro. Eleito duas vezes vereador mais votado da cidade pela torcida do Sampaio, agora Djalma está pleiteando um cargo na Assembleia. Se chegar lá, como espera, o Sampaio vai ganhar um presidente que gosta do clube, é grato à sua torcida com amplas condições de repetir na administração, o que conseguiu nos campos ao longo destes quatorze anos. Vinte e oito títulos. A história completa da carreira vai contada aqui em dados colhidos por Manoel Raimundo do Amaral (historiador já falecido) e que resume a vida de um dos maiores craques do nosso futebol, com 282 partidas pelo Sampaio e 120 vitórias.

Iniciou a sua carreira no juvenil do Sampaio Corrêa em 1962, onde permaneceu até 1967, jogando também nos aspirantes e em algumas partidas na equipe principal nesse período e levantou os títulos de tricampeão juvenil em 1962/63/64 e bicampeão de aspirantes em 1966/67. Findo o campeonato de aspirantes em 1967, Djalma foi promovido definitivamente à equipe principal do Sampaio Corrêa, juntamente com alguns outros aspirantes, como Cadinho, Pompeu, Nivaldo, Maioba, João Bala, Cazoca, Antônio e Zé Osvaldo, entre outros; permanecendo na equipe principal do Sampaio até o início de 1968, quando teve o seu passe negociado com Guido Bettega, que o presenteou ao Moto Club, na época dirigido por Allan Kardec.

A sua estreia no Moto aconteceu no Campeonato Maranhense de 1868, na partida em que o Moto Clube goleou o Renner por 6 a 2, no dia 27 de abril daquele ano, tendo o mesmo consignado na oportunidade dois belos gols. Permaneceu no rubro-negro até dezembro de 1969, onde conquistou os títulos de campeão da Taça José Oliveira, tricampeão maranhense e campeão do Norte em 1968, fazendo nesse ano o gol de empate do Moto Club em Teresina, diante do Piauí, resultado que deu ao Papão o direito de enfrentar o Bahia nas semifinais da Taça Brasil setor Nordeste; foi ainda campeão da Taça da Independência e do Torneio Vicente Fialho, em 1969. Em sua passagem pelo Moto Club, Djalma participou de 84 partidas, das quais venceu 43, empatou 17 e perdeu 24 vezes.

Ainda como jogador do Moto Club, foi emprestado ao Sampaio Corrêa, para disputar o final do Nordestão, onde realizou quatro partidas, empatando com o Maranhão, vencendo o River em Teresina e vencendo o Flamengo e o Piauí em nossa capital. Devolvido ao mesmo, realizou sua partida de despedida jogando contra o mesmo Sampaio Corrêa no dia 16 de dezembro de 1969, partida essa em que o Moto venceu por 1 a o, gol marcado por Garrinchinha.

Terminado o seu contrato com o Moto Club em dezembro de 1969, Djalma regressou ao Sampaio, clube de sua paixão, onde permaneceu por mais alguns anos, a pedido da diretoria. Estreou contra o Maranhão em 19 de janeiro de 1970, na partida que o Sampaio levou de vencida por 2 a 1. Como jogador do Sampaio, Djalma conquistou os títulos de vice-campeão todo Torneio Maranhão Novo em 1970, três vezes vice-campeão da Taça Cidade de São Luís em 1970/71/82, campeão do Torneio Início em 1970, bicampeão maranhense em 1970/71, este último de forma invicta, campeão da Taça José Ribamar Araújo em 1970, campeão do Torneio José Marão em 1970, campeão do Torneio da Vitória em 1971, do torneio Zoroastro Maranhão em 1972, da Taça Engenheiro Lourenço Vieira da Silva em 1972, da Taça João Havelange em 1972, campeão Brasileiro da segunda divisão em 1972, campeão maranhense em 1972 e em 1973 levantou o título de campeão da Taça Cidade de São Luís e do Torneio Maranhão-Pará.

Participou em 282 jogos, dos quais venceu 120, empatou 85 e perdeu 67 vezes pelo Tricolor. Nos clubes por onde passou, Djalma sempre conseguiu ter bom relacionamento com as diretorias e em meio à torcida, onde conseguiu ser ídolo. Atualmente Djalma é vereador, eleito pela segunda vezes com maioria de votos pelo Arena, jogador em plena atividade.

Elegendo-se, continuará a trabalhar em prol do futebol maranhense, principalmente pelo Sampaio Corrêa, quer como jogador, quer como dirigente, se for convidado, ou mesmo como jogador, visto que é ídolo da torcida e pela qual tem o maior respeito e carinho.

Jogadores do Moto parabenizam Djalma, antes de jogo, por sua eleição para Deputado Estadual, que valoriza a classe do jogador de futebol
 
Toque de bola habilidoso e inteligência até na dividida
 
Djalma em campo

Samba Enredo "Missão cumprida, a estrela brilha no universo da alegria" (Flor do Samba 2011) 

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