terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Árbitro Nacor Arouche quase era devorado pelos índios na Transamazônica (1979)

 
Matéria publicada no jornal O Estado do Maranhão, de 20 de dezembro de 1979.
 
“Incrível como o árbitro Nacor Arouche entra em cada fria que não tem tamanho. A ultima do apitador é que quase os índios da Transamazônica o devoraram, tendo sido alvo do ataque através de presentes que foi obrigado a dar aos indígenas, como cigarro e outras coisas.

A aventura de Nacor Arouche começou exatamente quando chegou a sua indicação para dirigir no último domingo em Roraima, o jogo entre Roraima e Amazonas, pelo Campeonato Brasileiro de Juvenis. O árbitro saiu de nossa cidade no sábado direto para Manaus e quando chegou ao aeroporto da capital baré, o avião que o levaria a Roraima já tinha decolado cerca de dez minutos antes. Como Manaus dista 780 quilômetros de Roraima, Nacor fretou um táxi e por via rodoviária se mandou, na esperança de chegar ao seu destino antes do início do jogo, mas no caminho em plena selva o carro pregou e foi cercado por índios, o que o deixou completamente nervoso, com medo de ser devorado e graças aos presentes que foi obrigado a dar, os indígenas desapareceram tão rapidamente como surgiram. O carro continuou no prego e Nacor teve que passar muito tempo o empurrando.

Quando finalmente, nervosos e fora de si pelo susto que passou na Transamazônica, Nacor Arouche chegou a Roraima, o jogo já estava iniciado com 10 minutos do primeiro tempo e ele não apitou. A Federação de Roraima, que está na lona, não pagou o frete do táxi (Cr$ 15 mil), se responsabilizou apenas pelas despesas de hospedagem e o motorista em cima dele cobrando a toda hora e não deixando Nacor Arouche retornar a nossa cidade antes de ser efetuado o pagamento.

Ontem, Nacor telefonou aos dirigentes da Federação Maranhense, pedindo providências, com a entidade ficando de remeter ainda hoje ao Cr$ 15 mil para o pagamento do táxi, dinheiro que será restituído pela CBF. O dinheiro, chegando ainda hoje, Nacor retornará amanhã, mas caso contrário, o motorista não deixará que ele embarque de volta à nossa cidade".

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